A Pérsia, que hoje é o moderno Irã, aparece muitas vezes na Bíblia, especialmente em contextos relacionados ao exílio e ao retorno do povo judeu, além de ter papel geopolítico importante em diversos livros proféticos e históricos.
📜 1. Pérsia na Bíblia – Principais Citações e Eventos (Irã)
✅ 1.1. O Nome “Pérsia” na Bíblia
A palavra “Pérsia” aparece em hebraico como “Paras” (פָּרַס), e é usada tanto no Antigo Testamento hebraico quanto na Septuaginta grega. O nome Irã só veio a ser adotado oficialmente em 1935, por decisão do governo persa.
2. Principais Eventos Bíblicos Relacionados à Pérsia (Irã)
📍 2.1. Domínio Persa sobre Babilônia e libertação dos judeus
• Ciro, o Grande, rei da Pérsia, conquista a Babilônia em 539 a.C.
• Ele autoriza o retorno dos judeus a Jerusalém e a reconstrução do Templo.
📖 Referências Bíblicas:
• Isaías 44.28 – 45.1 – Profecia sobre Ciro como “ungido” de Deus.
• 2 Crônicas 36.22-23 – Decreto de Ciro.
• Esdras 1.1-4 – Ciro liberta os judeus.
• Esdras 6.3-5 – Ciro permite a reconstrução do Templo.
• Isaías 13 e 21, Jeremias 50–51, Daniel 5 – Queda da Babilônia.
• Daniel 6 – Daniel na cova dos leões, sob o rei persa Dario.
📍 2.2. Império Persa e o reinado de Dario, Assuero (Xerxes) e Artaxerxes
• A Pérsia teve influência direta sobre Israel durante os reinados de:
o Dario I (521–486 a.C.)
o Assuero (Xerxes I) – Livro de Ester.
o Artaxerxes I – Neemias reconstrói os muros.
📖 Referências:
• Esdras 4–7
• Neemias 1–2
• Ester 1–10
• Daniel 10.1, 11.2
📍 2.3. Livro de Ester e a Rainha Judia
• A história se passa em Susã, capital persa.
• Ester se torna rainha de Xerxes (Assuero), e salva o povo judeu do genocídio planejado por Hamã.
📍 2.4. Profecias sobre a Pérsia
• Isaías 13–14, 21
• Jeremias 49.34-39
• Ezequiel 27.10; 38.5 – Pérsia se alia a Gogue em profecias escatológicas.
• Daniel 8.20 – O carneiro com dois chifres representa o reino medo-persa.
• Daniel 11 – Conflitos entre Pérsia, Grécia e reis do norte/sul.
🧱 3. Papel da Pérsia na História de Israel
Evento Bíblico Implicação Histórica Ligação com a Pérsia (Irã)
Queda da Babilônia Fim do exílio babilônico Conquista de Ciro
Decreto de Ciro Retorno dos judeus Começo do 2º Templo
Neemias e Esdras Restauração de Jerusalém Apoio persa à reconstrução
Livro de Ester Preservação dos judeus Intervenção da rainha judia
Profecias de Daniel Previsão do domínio persa Interpretação profética do Império
🕰️ 4. Transição do Nome “Pérsia” para “Irã”
• O nome “Irã” vem de "Aryānām", que significa “terra dos arianos” (povo indo-europeu antigo).
• Em 1935, Reza Shah Pahlavi pediu que os países ocidentais passassem a chamar a nação de Irã em vez de Pérsia, refletindo o nome usado internamente.
• A partir de 1959, o país passou a permitir o uso dos dois nomes, mas Irã se tornou o nome oficial.
🌍 5. Relações Israel–Irã (pós-Bíblia e Atualidade – brevemente)
Período Relação Observações
Antiguidade Amistosa Ciro foi chamado de "ungido do Senhor" (Is 45.1)
Era moderna (até 1979) Aliança diplomática Israel e Irã tinham boas relações
Pós-Revolução Islâmica Hostilidade Irã nega o Estado de Israel e apoia grupos anti-Israel
Profecias? Ezequiel 38.5 menciona "Pérsia" como aliada de Gogue contra Israel Alguns veem relação profética escatológica
📘 Gogue e Magogue segundo Antônio Gilberto
📍 1. Gogue e Magogue em Ezequiel 38–39
• Antônio Gilberto interpreta esse evento como uma invasão futura contra Israel, antes da Grande Tribulação ou no início dela.
• Gogue é um príncipe ou líder político-militar da terra de Magogue, identificado por ele como uma coalizão de nações do norte, que podem incluir Rússia, Irã (antiga Pérsia), Turquia e aliados islâmicos.
• A motivação dessa coalizão é econômica e territorial, com intenção de saquear Israel.
• Ele vê essa guerra como distinta da Batalha do Armagedom (Ap 16.16), e como instrumento de juízo de Deus contra as nações.
Localização profética:
• “Do extremo norte” (Ez 38.6,15) — Pastor Gilberto concorda com os intérpretes que associam essa expressão à região da Rússia moderna, acima de Israel no mapa.
📍 2. Gogue e Magogue em Apocalipse 20.7-9
• Aqui, Antônio Gilberto distingue claramente esse evento como sendo outra batalha, mil anos depois da batalha de Ezequiel:
o Após o Milênio, Satanás será solto e enganará as nações, reunindo-as sob o nome simbólico de “Gogue e Magogue”.
• Ele vê esse uso como representando a rebelião final contra Deus, uma última guerra espiritual contra os santos, que será instantaneamente vencida por Deus com fogo do céu.
📚 Resumo da Interpretação de Antônio Gilberto
Referência Bíblica Evento Tempo Profético Características
Ezequiel 38–39 Invasão liderada por Gogue Antes ou no início da Tribulação Coalizão contra Israel, destruída por Deus
Apocalipse 20.7-9 Rebelião final de Satanás Após o Milênio Simbólica, fogo de Deus consome os inimigos
Batalha de Gogue e Magogue (Ezequiel 38–39)
• É vista por Rhodes como a invasão inicial de Israel durante a Tribulação — não a batalha final.
• Está ligada a profecias de Daniel e Evangelhos que falam de guerras contra Israel logo após o arrebatamento reddit.com.
• Seu livro enfatiza que esse conflito serve para:
1. Pressionar Israel, expondo sua vulnerabilidade internacional;
2. Revelar o Anticristo como pacificador na sequência;
3. Preparar o terreno espiritual e político para a Tribulação se desenrolar.
📍 Em síntese
• Para Rhodes, Gogue e Magogue (Ezeq. 38–39) é um evento militar literal, que:
o ocorre antes ou logo no começo da Tribulação;
o dá início à série de juízos e revelações proféticas vindouras.
• Ele mantém uma clara distinção entre essa batalha e a “Gogue e Magogue” de Apocalipse 20, que é pós-milenial, espiritual, simbólica e conduzida por Satanás.
📘 1. Abraão de Almeida
ALMEIDA, Abraão de. Escatologia: O Final de Todas as Coisas. CPAD.
🧭 Interpretação de Gogue e Magogue:
Ezequiel 38–39:
• Interpreta como uma guerra literal e futura, anterior ou paralela à Grande Tribulação.
• Vê Gogue como um líder de uma coligação de nações do norte de Israel.
• Associa Magogue com a Rússia moderna, com apoio de países muçulmanos (Irã = Pérsia, Etiópia, Líbia).
• Acredita que o objetivo principal é destruir Israel como nação restaurada, mas Deus intervirá com juízo direto.
“Trata-se de uma investida militar contra Israel liderada por um poder do norte, onde Deus mesmo tomará as rédeas e manifestará Seu juízo.”
— (*Abraão de Almeida, Escatologia, CPAD, p. 203–204)
Apocalipse 20.7-9:
• Interpreta como outra guerra, simbolicamente chamada de Gogue e Magogue, no fim do Milênio.
• Satanás será solto e enganará as nações para atacar “os santos” (crentes que viveram no Milênio).
• Essa batalha é final e termina com a vitória definitiva de Deus.
Conclusão de Almeida:
São duas guerras distintas:
• A primeira (Ezequiel) é geopolítica e contra Israel,
• A segunda (Apocalipse) é espiritual e contra os santos, com motivação satânica universal.
📘 2. Thomas Ice
Fonte principal:
ICE, Thomas; DEMY, Timothy. O Manual Popular de Profecia Bíblica. CPAD.
Thomas Ice é um dispensacionalista pré-milenista clássico, muito alinhado com John Walvoord e Dwight Pentecost.
🧭 Interpretação de Gogue e Magogue:
Ezequiel 38–39:
• Vê como uma invasão russa-islâmica contra Israel, no início da Tribulação ou pouco antes.
• Gogue representa um líder político-militar russo, com Magogue, Meseque, Tubal, Gômer e Togarma (Rússia, Irã, Turquia, ex-repúblicas soviéticas).
• O ataque será miraculoso e devastadoramente derrotado por Deus.
“A destruição de Gogue e seus exércitos serve para manifestar a glória de Deus às nações.”
— (Ice & Demy, Manual Popular de Profecia Bíblica, CPAD, p. 165)
Apocalipse 20.7-9:
• Interpreta como um evento simbólico com o mesmo espírito rebelde de Gogue, mas mil anos depois, no fim do Milênio.
• Enfatiza a diferença total de contexto, propósito, liderança e desfecho.
Conclusão de Thomas Ice:
• São duas batalhas distintas.
• A de Ezequiel é geopolítica antes ou no início da Tribulação.
• A de Apocalipse é universal e satânica, no fim do Milênio.
🔎 PONTOS DE CONCORDÂNCIA ENTRE ELES
1. Ezequiel 38–39 refere-se a uma invasão literal contra Israel liderada por Gogue.
2. Gogue é tratado como um líder geopolítico (possivelmente russo ou iraniano).
3. Magogue representa um bloco de nações que pode incluir Rússia, Irã, Turquia e outras do norte e oriente.
4. Deus derrota Gogue com juízo sobrenatural (terremotos, pestes, fogo, confusão).
5. Apocalipse 20.7-9 não é a mesma batalha de Ezequiel – é um evento mil anos depois, com contexto e propósito diferentes.
📝 Observações Específicas:
• Antônio Gilberto e Ciro Zibordi reforçam a identificação com países contemporâneos (Rússia, Irã).
• Horton evita especular nomes modernos, mas mantém interpretação literal da profecia.
• Walvoord e Pentecost adotam a linha dispensacionalista clássica e veem essa batalha como um marco importante no início do fim dos tempos.
• Thomas Ice – Gogue representa um líder político-militar russo, com Magogue, Meseque, Tubal, Gômer e Togarma (Rússia, Irã, Turquia, ex-repúblicas soviéticas).
• Ron Rhodes – a invasão inicial de Israel durante a Tribulação — não a batalha final.Abraão de Almeida- Interpreta como uma guerra literal e futura, anterior ou paralela à Grande Tribulação.
📚 Formatação segundo a ABNT (para citação)
• GILBERTO, Antônio. O Calendário das Profecias. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
• ZIBORDI, Ciro Sanches. Escatologia Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.
• HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
• WALVOORD, John F. Prophecy Knowledge Handbook. Wheaton: Victor Books, 1990.
• PENTECOST, J. Dwight. Things to Come: A Study in Biblical Eschatology. Grand Rapids: Zondervan, 1958.
📚 Fontes e Referências para Estudo
• MYER PEARLMAN. Através da Bíblia. CPAD.
• RYRIE, Charles C. Estudo Bíblico Ryrie. Mundo Cristão.
• BEACON. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
• FLÁVIO JOSEFO. História dos Hebreus.
• THIESSEN, Henry. Introdução ao Novo Testamento.
• Historiadores gregos: Heródoto (Histórias) e Xenofonte.
• ALMEIDA, Abraão de. Escatologia: O Final de Todas as Coisas. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
• ICE, Thomas; DEMY, Timothy J. O Manual Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
• GILBERTO, Antônio. O Calendário das Profecias. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
• ZIBORDI, Ciro Sanches. Escatologia Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.
• HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
• WALVOORD, John F. Prophecy Knowledge Handbook. Wheaton: Victor Books, 1990.
• PENTECOST, J. Dwight. Things to Come: A Study in Biblical Eschatology. Grand Rapids: Zondervan, 1958.
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