segunda-feira, 28 de julho de 2014

Amei a Jacó me aborreci de Esaú

A explicação dos defensores da dupla predestinação é engenhosa. Como Deus preferiu Jacó e rejeitou Esaú, logo, Deus salva alguns e rejeita outros. Porém, não é essa a exata interpretação do texto.
Em Romanos 9.9 a 13, o apóstolo Paulo usa o trecho de Gn 25:23 associando detalhes de Malaquias 1:1-4. Na referência o uso é menos pessoal e mais nacional. «Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú». Deve ser isto interpretado no sentido de duas nações, não dos indivíduos, segundo se deduz da referência original das duas citações do Velho Testamento (Gn 25.23; Mal. 1.2,3). Jacó, o mais novo, teria um papel mais importante que o do irmão Esaú. Deus o escolheu  para ser o ancestral do Messias. Esaú, citado em Hebreus 12.16 como  “impuro” e “profano”, perdeu seu direito de primogenitura. Contudo, nada se diz dele ter perdido sua salvação. A escolha de seu irmão Jacó para um papel de destaque não significava que ele, Esaú, devesse perder sua salvação. Esaú e seus descendentes, os edomitas, não tiveram a mesma importância histórica que tiveram Jacó e os israelitas. Foram ”vasos para desonra”, ou “vasos com menos honra” (Rm 9.21).
Além disso, «amor» e «aborrecimento» não são fundamentos de eleição, como nós entendemos estes sentimentos subjetivos. Deus não é arbitrário em Sua escolha e não pode ser acusado de favoritismo irracional. Os termos sentimentais indicam antes uma função e um destino nacionais. Judá, e não Edom, foi eleito para a revelação progressiva na história. Israel deveria ser o veículo das bênçãos espirituais para as outras nações, e, nesse sentido, se tornar a mais elevada de todas as nações. Mas mesmo diante do aparente fracasso da nação predestinada,  o pináculo de tudo foi ocupado pelo Messias, o qual veio ao mundo por intermédio de Israel. Em nenhum momento da interpretação o texto bíblico sugere tratar-se da salvação e perdição de alguém,  Portanto, é lícito afirmar que essa referência dupla se aplique as duas nações, bem como as bênçãos espirituais, e não a salvação individual. E além disso nada mais é dito no texto, senão que “o mais moço será servo do mais velho” (v.12).
Literalmente, Esaú nunca serviu a seu irmão Jacó. Quando é dito em Romanos 9:12 que “o mais velho servirá o mais novo”, a profecia somente teve cumprimento com os seus descendentes.
Como foi dito, a referência  “amei a Jacó e odiei a Esaú” é uma citação do livro de Malaquias 1.1-4. Em Malaquias, esses nomes representam os povos que descenderam de Jacó, e os que descenderam de Esaú, os edomitas. Em vista de que os edomitas haviam perseguido os judeus, Deus disse:“desolarei a vossa terra. . .”
Direito de primogenitura e salvação
Deus prometeu o direito de primogenitura a Jacó. Significava isso que Esaú não podia salvar-se? Logicamente não. Em parte alguma das Escrituras lemos que Esaú não podia ser salvo.
Esaú de fato buscou o direito de primogenitura com lágrimas, e foi incapaz de obtê-lo, mas em parte nenhuma a Bíblia diz que ele não poderia salvar-se. Na realidade, a Bíblia diz é que Deus amoleceu o seu coração para com o irmão, e ele o acolheu no fim de sua vida (Gênesis 33.4).
Nada há absolutamente nas Escrituras que tome esse verso de Romanos 9 para aplica-lo ao destino eterno de indivíduos.
Encontraremos no céu crentes tanto de Edom (Am 9.12) quanto do país vizinho, Moabe (Rt 1), assim como haverá pessoas no céu de toda tribo, raça, língua, povo e nação (Ap 7.9).

Extraído do site sempredestinacao.wordpress.com em 24/04/2014

Se Deus é amor, como pôde Ele odiar uma pessoa?



Malaquias 1.3 – Se Deus é amor, como pôde Ele odiar uma pessoa?
PROBLEMA
Na parte final do versículo 2 e na primeira parte do versículo 3, Deus diz: “Todavia amei a Jacó, e odiei a Esaú” (SBTB). Contudo, João diz: “Deus é amor” (1 Jo 4:16). Como um Deus de amor pode odiar alguém?
SOLUÇÃO
Em primeiro lugar, Deus não está falando da pessoa Esaú, mas da nação que proveio dele, ou seja, Edom. Portanto, ele não está expressando ódio a uma determinada pessoa, nessa passagem.
Além disso, a nação de Edom merecia a indignação de Deus pela “violência feita a teu irmão Jacó [Israel]” (Ob 10). Eles se posicionaram ao lado dos inimigos de Israel, fecharam o caminho por onde poderiam escapar, e até mesmo entregaram aqueles que tinham permanecido (vv. 12-14).
Finalmente, como no caso dos nicolaítas, Deus odeia as obras do pecador, mas não o pecador em si. João diz aos crentes que eles devem odiar as obras dos nicolaítas, as quais Deus também odeia (cf. Ap 2:6).
Veja também os comentários do Salmo 5:5
O salmo 5:5 declara, a respeito de Deus: “odeias a todos os que praticam a maldade” (SBTB). Entretanto, João 3.16 diz que Deus ama o mundo. Estes versículos não se contradizem?
SOLUÇÃO
Não há contradição alguma entre estas duas declarações. A dificuldade surge quando erroneamente presumimos que Deus odeia da mesma maneira que os homens. O ódio nos seres humanos em geral se dá em termos de um desgosto ou de uma repugnância enorme e emocional com relação a alguém ou a alguma coisa. Entretanto, em Deus o ódio é um ato de juízo, por parte do reto Juiz que separa o pecador de si mesmo. Isso não é contraditório ao amor de Deus, pois em seu amor por todos os pecadores, o Senhor permitiu que o pecado fosse perdoado, de forma que todos pudessem se reconciliar com ele.
Por fim o pecador vai colher a ceifa do ódio de Deus, expresso em sua eterna separação do Senhor, ou a ceifa do amor de Deus, ficando com ele por toda a eternidade. Deus não quer “que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pe 3.9), porém sua justiça exige que o pecador seja punido. O amor de Deus, então, fez com que tal punição fosse levada na pessoa do seu Filho, no lugar de todos os homens (2 Co 5.21).
Extraído de Norman Geisler – Thomas Howe


Presciência de Deus, predestinação e livre-arbítrio humano

  🕊️ 1. Jesus sabia que Judas o trairia? Sim, Jesus sabia. A Bíblia deixa claro que Jesus sabia de antemão que Judas o trairia: ...