Postagens

Mostrando postagens de julho, 2014

Amei a Jacó me aborreci de Esaú

Imagem
A explicação dos defensores da dupla predestinação é engenhosa. Como Deus preferiu Jacó e rejeitou Esaú, logo, Deus salva alguns e rejeita outros. Porém, não é essa a exata interpretação do texto. Em Romanos 9.9 a 13, o apóstolo Paulo usa o trecho de Gn 25:23 associando detalhes de Malaquias 1:1-4. Na referência o uso é menos pessoal e mais nacional. « Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú ». Deve ser isto interpretado no sentido de duas nações, não dos indivíduos, segundo se deduz da referência original das duas citações do Velho Testamento (Gn 25.23; Mal. 1.2,3). Jacó, o mais novo, teria um papel mais importante que o do irmão Esaú. Deus o escolheu  para ser o ancestral do Messias. Esaú, citado em Hebreus 12.16 como  “impuro” e “profano”, perdeu seu direito de primogenitura. Contudo, nada se diz dele ter perdido sua salvação. A escolha de seu irmão Jacó para um papel de destaque não significava que ele, Esaú, devesse perder sua salvação. Esaú e seus descendentes, os edomitas, n

Se Deus é amor, como pôde Ele odiar uma pessoa?

Imagem
Malaquias 1.3 – Se Deus é amor, como pôde Ele odiar uma pessoa? PROBLEMA Na parte final do versículo 2 e na primeira parte do versículo 3, Deus diz: “Todavia amei a Jacó, e odiei a Esaú” (SBTB). Contudo, João diz: “Deus é amor” (1 Jo 4:16). Como um Deus de amor pode odiar alguém? SOLUÇÃO Em primeiro lugar, Deus não está falando  da pessoa  Esaú, mas da  nação  que proveio dele, ou seja, Edom. Portanto, ele não está expressando ódio a uma determinada pessoa, nessa passagem. Além disso, a nação de Edom merecia a indignação de Deus pela “violência feita a teu irmão Jacó [Israel]” (Ob 10). Eles se posicionaram ao lado dos inimigos de Israel, fecharam o caminho por onde poderiam escapar, e até mesmo entregaram aqueles que tinham permanecido (vv. 12-14). Finalmente, como no caso dos nicolaítas, Deus odeia as obras do pecador, mas não o pecador em si. João diz aos crentes que eles devem odiar as obras dos nicolaítas, as quais Deus também odeia (cf. Ap 2:6). Veja também os c

Rm 9.19 mostra uma “Graça forçada”?

Imagem
“Algum de vocês me dirá: ‘Então, por que Deus ainda nos culpa? Pois quem resiste à sua vontade” Isso parece sugerir que o poder de Deus na salvação e simplesmente irresistível, sem levar em  conta  o desejo da pessoa. Resposta Em resposta, assinale-se primeiramente que a frase “quem resiste a sua vontade?” não e uma afirmação do autor bíblico, mas uma pergunta colocada na boca de um objetor. Observe a frase introdutória: “Algum de vocês me dirá”. Um objetor similar e introduzido em Romanos 3.8: “ Por que não dizer como alguns caluniosamente afirmam que dizemos: ‘Façamos o mal, para que nos venha o bem’?”. Assim, a ideia de alguém não poder resistir à vontade de Deus pode não ser parte do ensino de Paulo tanto quanto o pensamento de que devemos praticar o mal para que o bem possa vir. Além disso, Paulo rejeita claramente a postura do objetor no versículo imediato, dizendo:  “Quem e você, o homem, para questionar a Deus?”  (Rm 9.20). Sua resposta sugere que o objetor pode

O homem pode resistir a Deus?

Imagem
Há textos onde o homem resiste a Deus. Em Isaías, por exemplo, Deus diz:  “Quando eu vim,  por que  não encontrei ninguém? Quando eu chamei, por que ninguém respondeu? Será que meu braço era curto demais para resgatá-los? Será que me falta a força para redimi-los? Com uma simples repreensão eu seco o mar, transformo rios em deserto; seus peixes apodrecem por falta de água e morrem de sede”  (Isaías 50.2) Se tudo é decretado por Deus (como ensinam os fatalistas), por que ele não decretou que os israelitas responderiam ao chamado dele e que seriam redimidos? O texto deixa claro que Deus  procurou , mas não encontrou ninguém. Para os deterministas fatalistas, foi o próprio Deus que determinou que ninguém responderia, e ele que decretou que ninguém creria. Em outras palavras, Deus estaria reclamando com os israelitas por estarem obedecendo a um decreto imutável dele mesmo, contra o qual eles nada poderiam fazer em contrário. Mas, que o texto não indica isso, é óbvio pelo fato de

É possível um cristão perecer na sua vida cristã?

Imagem
“ E pela tua ciência destruirá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu ”. 1 Coríntios 8.11 Segundo Roger Olson, nesta passagem, Paulo escreve ao cristão que insiste em ostentar sua liberdade para comer carne em um templo pagão, mesmo em vista dos cristãos que possuem uma consciência mais fraca e que podem, deste modo, “ tropeçar ”. Claramente, Paulo está dando uma advertência aterrorizante aos que possuem uma “fé forte” para que evitem as consciências de seus irmãos mais fracos. Sua advertência é que ao exercer a liberdade cristã do legalismo muito publicamente, um cristão “forte” pode, na verdade, fazer com que uma pessoa amada por Deus, por quem Cristo morreu, seja destruída. Se não houvesse nenhuma possibilidade de um cristão verdadeiro ter em risco sua salvação, a advertência de Paulo é uma ameaça vazia, pois isso não poderia acontecer, o que não é o caso. Os crentes que acreditam apenas na possibilidade de que “não se pode perder a salvação em hipótese alguma” argumentam q

Como pode uma natureza má escolher o bem?

Imagem
Os calvinistas extremados, seguindo Jonathan Edwards, objetam dizendo que a vontade necessariamente segue a natureza. Esse argumento básico afirma que o que e bom por natureza não pode desejar o mal, e o que e mau por natureza não pode desejar o bem. A menos que Deus conceda aos homens o desejo de querer o bem, eles não podem querer o bem, assim como pessoas mortas não podem ressuscitar a si mesmas e voltar a vida. De acordo com o Agostinho “posterior” (v. ap. 3), Adão, antes da Queda, era capaz de pecar ou de não pecar; apos a Queda, era capaz de pecar, mas incapaz de não pecar, apos a regeneração, o ser humano e capaz de pecar ou de não pecar (como Adão antes da Queda); e no céu o ser humano será capaz tanto de não pecar quanto de pecar. Em resposta, deve ser observado que isso e contrario a própria posição anterior de Agostinho (v. ap. 3), de que somos nascidos com a propensão, mas não com a necessidade de pecar. Ela torna o pecado inevitável, antes de fazê-lo evitável. Iss