Subsídios EBD
25/06/2016
11/06/2016
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04/06/2016
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27/05/2016
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21/05/2016
13/05/2016
06/05/2016
O Cultivo das Relações Interpessoais
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 13 – Data: 26/06/2016
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
O apóstolo Paulo concluiu o capítulo 16
de Romanos com uma lista de saudações extensa. Ele cita judeus e gentios, gente
simples e autoridades. Isso mostra que o líder precisa da ajuda de cooperadores,
e cita 18 homens e 11 mulheres que o
ajudariam no ministerio. No capítulo 16 Paulo mostra que cultivava as relações
interpessoais (o relacionamento entre as pessoas).
AS MULHERES NO NOVO
TESTAMENTO
FEBE (v 2).
Significa "luminosa e radiante", o que
apropriadamente corresponde à breve descrição de Paulo a respeito de sua
personalidade e caráter cristão, servindo. Febe procedia de Cencréia, que era o
porto de Corinto. Algumas vezes é chamada diaconisa, mas não é provável que
ocupasse o que poderíamos chamar uma posição oficial na Igreja. (REVISTAS
E-BOOKS, pág. 94).
A qual serve (Gr. Diakonon),
Mateus 20.26.Paulo destaque que Febe era protetora (Gr. Prostatis), protetora. Escritores atenienses usavam
esse termo para descrever aqueles que recebiam forasteiros. Rm 12.8; 1 Timóteo
5.9,10. Sem dúvida, ela hospedou os apóstolos e ministros que iam a Cencreia.
PRISCILA E
ÁQUILA (V. 3).
Priscila e Áquila eram amigos íntimos de Paulo
e durante um tempo trabalharam juntos confeccionando tendas (At 18.2,3).
Priscila era uma romana de classe nobre, casada com Áquila, um judeu da região
do Ponto, ambos cristãos cheios do Espírito.
Acolhiam uma igreja (grupo de crentes em
Cristo) em sua casa, como anteriormente tinham feito em Éfeso (1Co 16.10,19) e
Corinto (At 18.26). A igreja atual tem muito a aprender com essa antiga e
saudável estratégia missionária.
Aparecem pela primeira vez em Atos 18:2.
Por esta passagem sabemos que anteriormente estavam residindo em Roma. Cláudio
promulgou um decreto, em 52 d. C., expulsando os judeus de Roma, talvez eles tivessem voltado para Roma e
tinham uma igreja funcionando em sua casa (v. 3,4). Eles são sempre mencionados
juntos, como marido e mulher (At 18.2,18,26; Rm 16.3;1 Co 16.19; 2 Tm 4.19). Quando
os judeus foram expulsos de Roma, Priscila e Áqüila se radicaram em Corinto.
Quando Paulo deixou Corinto e foi a Éfeso, Priscila e Áquila foram com ele e se
radicaram ali (Atos 18:18).
Tinha chegado a Éfeso aquele douto e brilhante Apolo,
Priscila e Áquila o levaram a sua casa e lhe brindaram amizade e instrução na
fé cristã (Atos 18:24-26).
EPÊNETO (V. 5).
Provavelmente, salvo por meio da pregação de
Paulo e disciplinado de maneira amorosa pelo apóstolo. Ele foi o primeiro
convertido na Asia Menor (atual Turquia), que nos melhores manuscritos
substitui a palavra "Acaia". Citado
somente aqui, mas talvez fosse da casa de Estefanas, que também e chamado de
"as primícias da Acaia" (1 Co 16.15).
MARIA
(V. 6).
A expressão “Trabalhar muito" tem a conotação
de um trabalho pesado ao ponto da exaustão. Heb. Miriam. Quem ela era ou que
serviços prestou a Paulo, nao se sabe.
ANDRÔNICO E
JÚNIAS (V.7).
Esses dois eram parentes de Paulo e seus companheiros na
prisão. Eram discípulos distintos entre os apóstolos e se tornaram cristãos
antes de Paulo (v. 7). Exatamente quando foram companheiros na prisão com Paulo
não sabemos.
TRIFENA E A
TRIFOSA (V.12).
Trifena
e Trifosa eram irmãs gêmeas que se dedicaram à obra do Senhor de forma exemplar.
PÉRSIDE (V. 12).
Pérside,
cujo nome significa “mulher persa” foi uma gentia cristã igualmente notável.
RUFO (V. 13).
Rufo é o mesmo que fora designado como filho de Simão, o
Cireneu (Mc 15.21). Marcos ao escrever para Roma, no ano 60 d.C., usaria
Alexandre e Rufo (membros da igreja em Roma) para identificar Simão, o homem
que ajudou a Jesus a carregar a cruz. A expressão “eleito” tem o sentido de
“distinguido” ou “apreciado”. O Simão Niger de At 13.1 seria o mesmo de Mc
15.21 e, portanto, pai de Rufo. O que faz da mãe de Rufo, mãe sentimental de
Paulo. Quando Barnabé procurou Paulo para cooperar no ministério em Antioquia,
ele estava hospedado na casa dos pais de Rufo (At 11.25,26).
RELAÇÕES INTERPESSOAIS (V.17).
(Gr. Skopeo), tomar cuidado. Estejam alerta em relação
aqueles que causam divisões e não tenham comunhão com eles, para que o rebanho
fique protegido (v. 17; Fp 3.17). Também é traduzido como atentar (2 Co 4.18;
Fp 2.4), ver (LC 11.35) e olhar (Gl 6.1).
10. marcas dos falsos mestres:
1. Causam divisões entre os cristãos.
2. Causam escândalos contra a verdade (v. 17).
3 Não servem a Deus (w. 17,18).
4. Servem ao próprio ventre (v. 18; Fp 3.19).
5. Usam palavras lisonjeiras para enganar (v. 18:
6 São Inimigos da cruz (Fp 3.18).
7. Andam contrários ao evangelho (Fp 3.17).
8. Gloriam-se em sua vergonha (Fp 3.19).
9 Ocupam-se de coisas terrenas (Fp 3.19)
10. Promovem heresias (2 Pe 2.1. veja Mt 7.15
(DAKE, bíblia de estudo, versão almeida revista e corrigida. Edição
de 1995. Pág 288).
Em um segundo conjunto de saudações, vários
cooperadores de Paulo em Corinto são trazidos à memória da comunidade romana de
crentes. Paulo, ao término das cartas, regularmente transmitia saudações de
outros.
Às
vezes ele apenas identificava as partes designadas como um grupo: “os santos”
(2 Co 13-12; Fp 4.22), “os irmãos” (1 Co 16.20; Fp 4.21), ou “todos” (Tt 3-15). Outras vezes, como aqui, os
indivíduos são mencionados (Cl 4.10-14; 2 Tm 4.21; Fm 23,24).
CONCLUSÃO
Paulo
não trabalhava sozinho ele conhecia seus cooperadores, como muitos pensam que
Paulo era ruim de relacionamento.
No
primeiro século as igrejas eram nas casas dos irmãos facilitando as relações
interpessoais, que poderiam ser chamadas de igrejas
lares, a 1º igreja em Roma se encontra no versículo 5 a 2º no versículo 10
a 3º no versículo11 à 4º versículo 14 e à 5º no versículo 15. Isso mostra o
quanto os irmãos deveriam se relacionar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALVES, J.
E-book: Subsídios EBD / Edição: 04 – 2016.
CABRAL, Elienai.
“Romanos O Evangelho Da Justiça De Deus”(Rio de Janeiro: 8 Ed.CPAD.2005).
DAKE, bíblia de estudo, versão almeida revista e corrigida.
(Rio de Janeiro Edição de 1995).
GONÇALVES,
José. Maravilhosa Graça. (Rio de
Janeiro: CPAD.2016).
TO T T , John.
Bíblia, Comentário Bíblico, Série A Bíblia Fala Hoje, Teologia / Doutrina,(São Paulo, Editora ABU, 1988)
LOPES, Dias. Hernandes.
Romanos “O Evangelho segundo Paulo.
(São Paulo: HAGNOS.2010).
PENTECOSTAL,
Bíblia de Estudo. ” João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida: CPAD,
1995.
SOARES,
Ezequias. Romanos O Evangelho da justiça
de Deus.2º trimestre de 1998”.(Rio de Janeiro: CPAD 1998).
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11/06/2016
A Tolerância Cristã
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 11 – Data: 12/06/2016
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
O apóstolos Paulo foi informado de que havia alguns
conflitos na igreja de Roma, os quais giravam em torno da liberdade cristã. A desunião
sempre foi um grande problema no meio do povo de Deus. Até mesmo o Antigo
Testamento registra as guerras civis e conflitos familiares em Israel, e quase
toda igreja local no Novo Testamento teve de lidar com divisões. Os coríntios
dividiram-se por causa de líderes humanos, e alguns membros da igreja chegaram
a levar outros à justiça (1 Co 1:10-13; 6:1-8). Os cristãos da Galácia estavam
"se mordendo e devorando uns aos outros" (ver Gl 5:15), e os cristãos
de Éfeso e Colossos precisaram ser lembrados da importância da união entre os
cristãos (Ef 4:1-3; Cl 2:1, 2). Na igreja de Filipos, o conflito entre duas
mulheres resultou na divisão da igreja (Fp 4:1-3). Não é de se admirar que o
salmista tenha escrito: "Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os
irmãos!" (SI 133:1).
OS
DOIS TIPOS DE CRISTÃOS
Um ponto interessante a ser destacado, é a diferença entre
os vários tipos de crentes na igreja de Roma. Isto significa que há, entre os
filhos de Deus, diferentes níveis de conhecimento e de fé. Há os crentes
meninos, os maduros, os carnais, os espirituais, os fracos, os fortes etc. (Ef
4.14; 1 Co 3.11; 1 Co 8.11). (REVISTAS E-BOOKS, pág 75).
CRISTÃOS
FORTES.
A igreja de Roma enfrentava problemas
semelhantes aos de Corinto e de Colossos (1 Co 8; Cl 2.16-23): conflitos entre
os cristãos fracos e os fortes (1 Co 8.7). Os fortes são os que conhecem a
Palavra de Deus; os fracos ainda não alcançaram o verdadeiro entendimento das
coisas espirituais.
Quando o homem aceita a Cristo, sente
imediatamente a necessidade de crescer no conhecimento da fé que abraçou e de
desenvolver-se na salvação conforme nos ordena a Bíblia: “Operai a vossa
salvação com temor e tremor” (Fp 2.12).
Muitos, infelizmente, negligenciam a busca pelo
crescimento espiritual. O escritor aos Hebreus chegou a dizer que gostaria de
ministrar um ensino mais substancial aos seus leitores; estes, porém, ainda não
podiam receber algo mais substancial devido à sua falta de crescimento (Hb
5.11-14).
CRISTÃOS FRACOS.
Em
geral, por falta de conhecimento, os cristãos fracos suscitam uma infinidade de
barreiras que acabam por comprometer o seu crescimento espiritual. Em Roma, por
exemplo, os cristãos de origem judaica achavam que comer carne era pecado;
outros, ainda presos à lei de Moisés, guardavam o sábado e outros dias tidos
como sagrados pelo judaísmo.
Quanto a tais coisas a Bíblia diz: “Estai,
pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a
colocar-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl 5.1).
Enfermo e fraco (Rm 14 .1,2). As palavras "enfermo" e
"fraco" não significam, nesse contexto, fé vacilante, mas imaturidade
nas questões práticas, pois muitos deles são sinceros e tementes a Deus. A
questão não era sobre pontos vitais da doutrina cristã; do contrário, não
seriam membros da Igreja, mas sobre assuntos secundários.
Quem eram os crentes fracos? John Stott possibilidade que
os fracos sejam ex-idólatras, recém-convertidos do paganismo — aliás, o
mesmo grupo que Paulo havia encontrado em Corinto e sobre o qual escreve em 1
Coríntios 8. Mesmo tendo sido resgatados da idolatria, sua consciência
excessivamente escrupulosa impedia-os de comerem a carne que, antes de ser
vendida no açougue local, fora usada em sacrifício dedicado a algum ídolo. Eles
temiam que comer "carne de ídolos" (eidõlothyta) fosse
comprometê-los e assim contaminá-los.
Os crentes fracos
sejam ascetas. Na verdade, "a ampla divulgação do ascetismo
religioso na antigüidade é ... bem documentada", ideias e práticas ascetas
bem poderiam ter-se infiltrado na igreja de Roma. Havia movimentos ascetas
tanto no paganismo (por exemplo, os pitagoristas) como no judaísmo (como os essênios).
Tal ascetismo poderia explicar a razão por que os fracos se abstinham do vinho,
como também da carne (14.21). Além disso, entretanto, não se tem prova alguma.
Os crentes fracos seriam os legalistas. A expressão
"fraco na fé", segundo ele, "atesta a falha ou incapacidade de compreender
o princípio fundamental, enfatizado página após página deste capítulo, de que
os homens são justificados e reconciliados com Deus, não por meio do
vegetarianismo,
da abstinência ou da guarda do sábado, mas somente pela
fé".3 Em outras palavras, os
fracos (por serem fracos na fé) consideravam a observância
e as abstenções como boas
obras necessárias para a salvação.
Os
fracos seriam, em sua maioria, cristãos judeus, cuja
"fraqueza" consistiria no fato de permanecerem, de sã consciência,
comprometidos com as regras judaicas concernentes a dieta e dias religiosos.
Quanto à dieta, eles continuavam observando as normas alimentares do Antigo
Testamento, comendo apenas coisas limpas (14.14, 20). (TO T T , JOHN. ROMANOS, p. 224)
TOLERAR UNS
AOS OUTROS (ROMANOS 14.13-23).
Podemos afetar a vida uns dos outros de várias maneiras. Podemos
ser causa de tropeço, entristecer ou mesmo destruir a outros. Paulo está se
referindo à maneira dos cristãos mais fortes de afetarem os mais fracos. O
apóstolo trata de um problema semelhante em 1 Coríntios 8 a 9, em que a
pergunta é: "o cristão deve comer carne que foi oferecida a ídolos em
templos pagãos?" Nesta passagem, Paulo ressalta que o conhecimento e o
amor devem andar juntos. "O saber ensoberbece, mas o amor edifica" (1
Co 8:1). O cristão mais forte possui conhecimento espiritual, mas se não
praticar o amor, seu conhecimento ofenderá o cristão mais fraco. O saber deve
ser contrabalançado pelo amor.
"Nenhuma coisa
é de si mesma impura", diz Paulo (Rm 14:14). Nenhum alimento, pessoa ou dia
é impuro (ler Atos 10 para ver como Pedro aprendeu essa lição). O que determina
a qualidade de algo é seu efeito sobre a pessoa. Alguém pode ler certos
livros e não se sentir perturbado, enquanto um cristão mais fraco pode ler os
mesmos livros e ser tentado a pecar. A questão não é tanto "De que maneira
isso nos afeta?", mas sim: "De que maneira isso afetará nosso
irmão?" Será um tropeço para ele? Isso o entristecerá ou destruirá ao
incentivá-lo a pecar? Vale mesmo a pena prejudicar um irmão só para podermos
desfrutar um alimento? De modo algum!( WIERSBE,COMENTARIO.P.727).
O EXEMPLO DO CR ISTÃO (ROMANOS 15.1-33)
N o exemplo de Cristo (15.1-13) De certo modo, Paulo dá
continuidade ao assunto do capítulo 14, porém, com uma visão especial. 15.1,2. Nestes
dois versículos a exortação continua quanto às relações entre os crentes
denominados “ fortes” e os “ fracos” . Os fortes devem suportar os “ fracos”
nas suas fraquezas. Não apenas suportá-los, mas ajudá-los. O propósito do
crente forte não deve ser o de agradar a si mesmo, mas o de ajudar os que
necessitam do seu auxílio (15.2). Paulò exemplifica com Jesus, dizendo: “
Porque também Cristo não agradou a si mesmo” (15.3). Vários textos comprovam o
que foi dito de Jesus nas profecias (SI 69.9; M t 26.39; Jo 5.30; 6.38.)
15.4. “ As
Escrituras” citadas por Paulo indicam que elas foram escritas para a nossa
instrução e para que tenhamos esperança. 15.5-7.
Nestes versículos
aprendemos que as relações entre “ fortes e fracos” devem promover a glória de
Deus. 15.8-12. Aqui Paulo destaca a importância da
unidade
espiritual entre todos os crentes. Essa unidade deve
transcender as diferenças existentes na comunhão cristã. N o versículo 8, o
apóstolo começa: “ Digo pois que Jesus
Cristo foi ministro da circuncisão” . O grande problema estava no fato
das diferenças de costumes entres os judeus
e os gentios. Paulo não desmerece a importância dos pertencentes à “
circuncisão” , mas reafirma que Cristo é Senhor
e Salvador, tanto dos judeus como dos gentios. Para que os crentes gentios não se orgulhassem
sobre os crentes vindos do judaísmo,
Paulo mostra que o Evangelho é superior
aos sistemas de vida. Gentios e judeus, fortes e fracos, todos são um só
povo em Cristo, pois este foi feito ministro
para confirmar as promessas (15.8). .(CABRAL, Êlienal Romanos O
Evangelho Da Justiça De Deus, 5 eds. Rio de Janeiro, 2005, Pág.144).
A ASCENSÃO
DOS FARISEUS
Quem são
os fariseus? Eles surgiram em Israel, em resposta aos acontecimentos religiosos,
culturais e políticos que afetaram a nação desde o império grego e, talvez,
antes desse período “Como os fariseus surgiram”, examina a aparição histórica
dos fariseus. Eles se tornaram proeminentes durante o período
dos Macabeus ( 160-60
a.C.), e os dois principais
rabinos deles, Hillel e Shammai,
apareceram durante as décadas finais antes do nascimento de Cristo. Suas respectivas escolas dominaram a cena
religiosa em Israel pelos dois séculos seguintes. Shammai
era conservador; e Hillel .Na época
de Jesus, os fariseus
já haviam se
tornado os líderes
religiosos de Israel. Eles
controlavam a sinagoga e tinham
representantes no sinédrio. Tinham como
aliados um grupo
cada vez maior
de estudiosos da
Bíblia, homens zelosos pela Lei
de Deus. Depois de
algumas péssimas experiências com a política, eles se
especializaram pela busca espiritual. Embora os fariseus “radicais” fossem
aparentemente menores em
número,3 a influência
deles era considerável. Até mesmo
Herodes, homem que desprezava a
perspectiva deles, foi forçado a respeitar a influência que exerciam sobre o
povo e ele, com frequência, era cuidadoso para não ofendê-los.
A maioria
dos cristãos, indubitavelmente, tem
consciência dos nomes que
Jesus e João
Batista usavam para
os fariseus, inclusive:
“cego” (Mt 23.16,17,19,24,26);
“serpentes” (Mt 23.33); “filho do inferno” (Mt 23.15); e, isso mesmo,
“hipócritas” (Mt 6.2,5,16; 15.7;
22.18; 23.13-15,23,25,27-29;
Lc 13.15).
Embora os insultos sejam
descaradamente bíblicos, muitos
deles ocorrem em um capítulo (Mt 23), em que Jesus também repreende os
líderes religiosos, chamando-os de “insensatos”
(v. 17) e “sepulcros caiados” (v. 27).
Na igreja
primitiva, o apóstolo Paulo trabalhava para prevenir que guardar a lei não destruísse o evangelho. Todavia, quando a
salvação pela graça parecia ter sido aceita (At
15), nasceu a santificação pelo guardar a lei (G1 3.3). E isso vem
amadurecendo desde essa época. A falha
fatal dos fariseus é
o fato de que se acham extremamente justos. Isso é algo que fica à
espreita logo abaixo da superfície de nossa alma evangélica. Todavia, nós não vemos isso! Por
quê? Talvez porque levemos uma vida tão boa que busquemos o pecado em
todos os lugares errados! Sintonizamos os símbolos externos da bondade,
mas eixamos de perceber os sintomas internos da maldade. (HOVESTOL,
TOM A NEUROSE DA RELIGIÃO: O DESASTRE DO EXTREMISMO RELIGIOSO!p.54).
CONCLUSÃO
O que o apóstolo condena? (Rm 14.4,10). Nem o
crente enfermo ou fraco e nem o mais esclarecido espiritualmente são a
preocupação do apóstolo. Isso porque ambos agiam de forma diferente com o
propósito de servir a Deus (vv.6,7).
O
que ele condena é a crítica e não essas práticas: "Quem és tu que julgas o
servo alheio?" (v.4) "Mas, tu, por que julgas teu irmão?" (v.
10). A preocupação do apóstolo era evitar
divisões na Igreja por causa de assuntos secundários.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
ALVES, J.
E-book: Subsídios EBD / Edição: 04 – 2016.
CABRAL, Elienai.
“Romanos O Evangelho Da Justiça De Deus”(Rio de Janeiro: 8 Ed.CPAD.2005).
GONÇALVES,
José. Maravilhosa Graça. (Rio de
Janeiro: CPAD.2016).
TO T T , John.
Bíblia, Comentário Bíblico, Série A Bíblia Fala Hoje, Teologia / Doutrina,(São Paulo, Editora ABU, 1988)
LOPES, Dias. Hernandes.
Romanos “O Evangelho segundo Paulo.
(São Paulo: HAGNOS.2010).
PENTECOSTAL, Bíblia de Estudo. ” João Ferreira de
Almeida. Revista e Corrigida: CPAD, 1995.
SOARES,
Ezequias. Romanos O Evangelho da justiça
de Deus.2º trimestre de 1998”.(Rio de Janeiro: CPAD 1998).
TOM , Hovestol, A Neurose Da
Religião: O Desastre Do Extremismo Religioso!( São Paulo: Ed. Hagnos, 2009).
WIERSBE, Warren W. “
Comentário expositivo do Novo Testamento Vol I”.(Santo André, Ed. Central
Gospel.2006).
04/06/2016
Deveres Civis, Morais e Espirituais
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 10 – Data: 05/06/2016
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
Deus ordena que o cristão
obedeça ao estado, porque este, como instituição, é ordenado e estabelecido por
Deus. Deus instituiu o governo porque, neste mundo caído, precisamos de leis
para nos proteger do caos e da desordem como consequências naturais do pecado.
(1) O governo civil, assim
como tudo mais na vida, está sujeito à lei de Deus.
(2) Deus estabeleceu o
estado para ser um agente da justiça, para refrear o mal mediante o castigo do
malfeitor e a proteção dos elementos bons da sociedade (Rm13.3,4; 1 Pe
2.13-17).
(3) Paulo descreve o governo, tal qual ele deve
ser. Quando o governo deixar de exercer a sua devida função, ele já não é
ordenado por Deus, nem está cumprindo com o seu
propósito.
Quando, por exemplo, o
estado exige algo contrário à Palavra de Deus, o cristão deve obedecer a Deus,
mais do que aos homens (At 5.29, Dn 3.16-18; 6.6-10).
(4) É dever de todos os
crentes orarem em favor das autoridades legalmente constituídas (1 Tm 2.1,2).
GOVERNOS
HUMANOS E AUTORIDADES CIVIS (Romanos 13.1)
O Império Romano reconheceu o cristianismo como
uma seita do judaísmo cerca de uma geração após a morte de Cristo. O judaísmo
gozava de certos privilégios éticos e jurídicos por haver sido considerada religio
licita pelo dominador romano (At 18.12-17).
Paulo, observando que grande parte das
autoridades era, ainda, pagã, preocupou-se em deixar uma instrução escrita para
nortear as relações entre os crentes e as autoridades governamentais. Paulo é
claro em declarar que os cristãos devem obedecer às leis do Estado e viver de
maneira respeitável e honesta, inclusive como forma de testemunhar seu amor
fraterno a Cristo e ao próximo. Ainda que as autoridades não sejam cristãs, o crente lhes deve respeito e
submissão, pois não pode existir qualquer autoridade que Deus não lhe tenha
permitido tal poder (Jo 19.10-11). Todo governo humano é estabelecido por
ordenança divina, e os cristãos, mais do que todos, devem obedecer às leis,
pagar seus impostos e respeitar todas as pessoas em posição de autoridade (v.7
com Mc 12.17).
A única exceção é quando uma autoridade for
francamente contrária à consciência cristã. Embora esse assunto não seja
tratado aqui, quando a decisão for obedecer a Deus ou ao Estado, a Palavra é
clara em nos orientar a optar sempre pela obediência ao Espírito Santo (At 4.19
e 5.29 com Mc 12.17).
Qualquer Estado só pode exigir obediência
dentro dos limites pelos quais foi instituído.
“Toda alma esteja sujeita às
autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as
autoridades que há foram ordenadas por Deus (Rm 13.1)” (REVISTAS E-BOOKS, pág 66).
MANDAMENTO A
RESPEITO DA CONDUTA CRISTÃ COM OPROXIMO (Romanos 13.8-10).
Em primeiro lugar, o
amor ao próximo e uma dívida impagável. “A ninguém fiqueis devendo coisa
alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros...”
Os cristãos devem amor mutuo uns aos outros. Você não tem a
responsabilidade de obedecer a seus irmãos como autoridades civis, mais tem a
responsabilidade de ama-los, pois estão ligados em amor.
O amor ao próximo e o
cumprimento da lei(Lv 19.18; Jo 13.34; 1Pe 1.21). Pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. Pois isto: Não
adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro
mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”
(13.8b,9). O amor é essencialmente obediência.
Dentre os versículos 8 à 10 veremos oito mandamento da
conduta do cristão.
Não transgredir a lei Moral(V 8,10),Não privará nenhum
homem a sua mulher(v9),não roubará a virtude de nenhuma mulher(v9),não falará
da vida alheia(v9),não odiará niguem(v9,Jo3.15),não tomará o que pertence ao
outro(v9)não manchará o bom nome de um homem(v9),não cobiçaras o próximo(v9) e
não falará mal uns dos outros(10).
A CONDUTA
CRISTÃ PARA COM DEUS (Romanos 13.11-14).
E isto digo, conhecendo o tempo". - Que
há dentro desse tempo? - São os sinais predeterminados da vinda de Cristo. Por
isso, a continuação do versículo 11 é uma exortação ao despertamento espiritual
contra toda a indiferença e frieza. Estar despertados implica em estar de
prontidão espiritual.13.12. “ As obras das trevas” se contrapõem às
obras da luz, pois são originadas pelo príncipe das trevas, e suas Obras são
más e traiçoeiras. Entretanto, o Senhor nos oferece as “ armas da luz” que são
a graça, a bondade e a verdade do reino de Cristo.13.13,14. “ Andemos
honestamente” (v 13). Diz respeito ao comportamento moral do crente, “ não em
glutonaria, nem bebedeiras, nem em desonestidade, nem em dissoluções, nem em
contendas e inveja” . Ora, o padrão neotestamentário rejeita as obras da came.
Deus abomina a licenciosidade e a intemperança. Porém, no versículo 14, Paulo
convida: “ Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” . Significa recebê-lo no
coração e deixá-lo dominar inteiramente a nossa vida. Não há vitória moral fora
de Cristo. Estar revestido de Cristo é ter a presença pessoal do Espírito Santo
dentro de nós, limpando e purificando o nosso interior. .(CABRAL, Êlienal Romanos O
Evangelho Da Justiça De Deus, 5 eds. Rio de Janeiro, 2005, Pág.140).
CONCLUSÃO
“Toda alma esteja sujeita às
autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as
autoridades que há foram ordenadas por Deus (Rm 13.1)”
Uma
vez que somente Deus é o governador soberano do universo (Sl 62.11; 103.19;
ITm6.15). Ele instituiu quatro autoridades na terra:
1 ) o governo sobre todos os cidadãos;
2) a igreja sobre todos os cristãos:
3) os pais sobre todos os filhos; e
4) os senhores sobre todos os empregados.
Todas as autoridades são ordenadas ou
instituídas (gr. tasso, nomeada ou determinada) por Deus.
Ou seja, em seu plano, Deus determinou que os
governos humanos existam para ajudá-lo a executar o governo moral e fazer com
que as leis morais sejam cumpridas.
As autoridades são instituídas por Deus, mas
Ele não é responsável pelo que elas fazem (ou deixam de fazer).
Se
não andarem na linha Ele as julgará, da mesma forma que julgará os ministros do
evangelho. Veja Atos 13.48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALVES, J.
E-book: Subsídios EBD / Edição: 04 – 2016.
CABRAL, Elienai.
“Romanos O Evangelho Da Justiça De Deus”(Rio de Janeiro: 8 Ed.CPAD.2005).
DAKE, Biblia de Estudo. “ Anotações, Esboços e Referencias. (Rio de
Janeiro, CPAD, ATOS, 1998).
ENSINADOR
CRISTÃO, n°66 Trimestre: 2° de 2016 – Lição
de Adultos, CPAD.
GONÇALVES,
José. Maravilhosa Graça. (Rio de
Janeiro: CPAD.2016).
HENDRIKSEM,
William. Comentário do Novo Testamento. “ Romanos”(São Paulo: Editora Cultura
Cristã,2001).
LOPES, Dias. Hernandes.
Romanos “O Evangelho segundo Paulo.
(São Paulo: HAGNOS.2010).
PENTECOSTAL,
Bíblia de Estudo. ” João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida: CPAD,
1995).
SOARES,
Ezequias. Romanos O Evangelho da justiça
de Deus.2º trimestre de 1998”.(Rio de Janeiro: CPAD 1998).
RICHARDS,
O. Lawrence. “ Guia do Leitor da Bíblia”. ( Rio de Janeiro: 5 Ed. CPAD.2005)
WIERSBE, Warren W. “
Comentário expositivo do Novo Testamento Vol I”.(Santo André, Ed. Central
Gospel.2006).
___________________________________________________________
27/05/2016
A Nova Vida em Cristo
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 09 – Data: 29/05/2016
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
Depois da parte teológica do livro de Romanos,
em mostrar a doutrina da salvação nos capítulos de (1 à 8), a ser triunfante na
graça, o papel do cristão em relação a lei a carne e o Espirito. Agora veremos o serviço cristão em relação a Deus (12.1,2), o
serviço cristão em relação à igreja (12.3-8) e o serviço cristão em relação aos
nossos irmãos na fé (12.9-21).
Rm
1.1 Rogo-vos, pois, irmãos, apela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso
corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional.
O apóstolo usa o verbo parakaleo, que vem de duas
palavras: para, uma preposição que
significa “ao lado de” e Kaleo, do verdo
chamar. Traduzido no novo testamento por exortar, apelar, recomendar e
solicitar. Deus não está exigindo mais pedindo.
Paulo afirma que esses sacrifícios devem possuir as
seguintes características: devem ser “vivos”, ou seja, devem proceder da nova
vida no interior do crente; “santos”. Paulo diz que a oferta do nosso corpo a
Deus como sacrifício vivo, santo e agradável é nosso culto racional. A palavra
grega logikos, “racional”, carrega a ideia de razoável, lógico e
sensato. Logikos significa
também como espiritual, só aparece uma vez em 1 Pe 2.2 na NVI e na Almeida
Atualizada Cl 1.9.
O “culto racional” é aquele que procede da plena
consciência de que, uma vez livres do pecado pela graça, devemos nos oferecer
voluntariamente como sacrifício espiritual, santo e agradável a Deus como
demonstração da operação da graça divina em nossas vidas.
Seis coisas devemos
agradar a Deus:
1. Apresentar os corpos em
sacrifio vivo a Deus.( V 1; 1 Co 3.16;6.20)
2. Santificar o corpo. ( V1; 2Co
7.1).
3 Ser agradável a Deus. (v1)
4. Prestar culto racional (v1)
5. Não se conformar com este mundo
(v2).
6.Ter mente transformada (v2).
1 Pe 2.5 vós também, como
pedras vivas, sois edificadas casa espiritual e sacerdócio santo, para
oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo.
1Co 6.20 Porque fostes comprados
por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os
quais pertencem a Deus.
Sl 50.14 Oferece a Deus
sacrifício de louvor e paga ao Altíssimo os teus votos.
1.2 E não vos conformeis com
este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus.
palavra mundo, no grego é “ kosmos” ,que significa: ordem
de coisas; sistema. Existe
também em
1 Co 1.20; 2.6; 3.18; 2 Co 4.4; G1 1.4, a palavra século
que no grego é “aion”
e significa “ o
pensamento predominante da época”.
As palavras gregas para “mundo” no Novo
Testamento grego são kosmos e aion. Ambas significam o mundo
físico e também o pecado.
Mundo físico. “Vós sois a luz do mundo [kosmos]”
(Mt 5.13).“Pela fé entendemos que os mundos [aion] pela Palavra de Deus
foram criados” (Hb 11.3). Pecado. A palavra “mundo”, mencionada no
(v.2), é aion, e refere-se ao pecado. Aion tem o sentido de
“sistema de coisas; século”
e aparece, por exemplo, na expressão “deus deste século” (2Co 4.4). ).
(REVISTAS E-BOOKS, pág 60).
O que é mundanismo?
Nenhum crente contesta o fato de que a Bíblia
condena o mundanismo. Isso é ponto inquestionável. Embora a palavra
“mundanismo” não se encontre na Bíblia, todavia, seu conceito sim. E tudo
aquilo que desagrada a Deus (Tg 4.4; 1Jo 2.15-16). O conceito de mundanismo nos
dias dos apóstolos, segundo informa a Enciclopédia Histórico-Teológica da
Igreja Cristã, consistia nos teatros, jogos e devassidão.
O mundanismo hoje.
O mundanismo hoje está multiplicado em relação
aos tempos do Novo Testamento. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal,
Satanás apresenta uma ideia mundana de moralidade, “das filosofias,
psicologia,
desejos, governos, cultura, educação, ciência, arte, medicina, música, sistemas
econômicos, diversões, comunicação de massa, esporte, agricultura, etc, para
opor-se a Deus e ao seu povo, à sua Palavra e aos seus padrões de retidão”. (SOARES, Ezequias. Romanos O Evangelho da justiça
de Deus.2º trimestre de 1998”.(Rio de Janeiro: CPAD 1998).
)
1
PE 1.14 como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que
antes havia em vossa ignorância;
1
Jo 2.15 Não ameis o mundo, onem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o
amor do Pai não está nele.
Ef
4.23 ...e vos renoveis no espírito do vosso sentido,
1TS
4.3 Porque esta é a vontade de Deus, ba vossa santificação: que vos abstenhais
da prostituição,
MORDOMOS
DE DEUS (12.3-8).
Não somos donos, mas sim mordomos. O mordomo
administra e toma conta daquilo que pertence a uma outra pessoa. Deus possui
tudo (Rm 11.36). Mas, na qualidade de mordomos, administramos e tomamos conta
das coisas para Ele. Temos obrigação de sermos fiéis nesta administração.
O Senhor nos responsabiliza na tarefa especial
de administrarmos e tomarmos conta das coisas que Ele nos deu (Leia Mateus
25:14-30).
TUDO QUE TEMOS É DE DEUS
Diante de Deus, a nossa administração como
mordomos cobre toda e cada coisa que nos pertence:
a. A nossa vida (At 17:25; 1 Co 6:19; Gl
2:20; Jó 33:4)
b. O nosso tempo (Sl 90:12; Ef 5:15,16; Cl
4:5)
c. Os nossos talentos
e capacidades (1
Pe 4:10; 1 Co 12:4-7,11)
d. As nossas posses (Mt 6:19-21; Cl 3:1,2)
e. As nossas finanças
(1 Tm
6:6-10,17-19; Mt 6:24)
f. A mensagem do
Evangelho (1 Co
4: 1; 9:16,17; 1 Tm 6:20).
DO SENHOR é a terra e a
sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam (Sl 24.1).
Você tem sido um fiel
mordomo?
O SERVIÇO CRISTÃ O EM
RELAÇÃO AOS NOSSOS IRMÃOS NA FÊ (12.9-21)
Nestes versículos está a base do serviço cristão que é o amor.
Os deveres mencionados e todas as exortações devem estar debaixo do princípio
do amor.
12.9.
“ 0 amor seja não
fingido” . A palavra “ fingimento” fica melhor traduzida por hipocrisia,
que no grego é “
anupokritos” . Na Versão Inglesa do Rei Tiago a expressão é: “ sem
dissimulação” . Portanto, o sentido real é que, a demonstração de qualquer
sentimento para com as pessoas seja puro e “ com toda a sinceridade” .
12.9.
“ Aborrecei o mal e
apegai-vos ao bem” . Aborrecer o mal é negar tudo que possa prejudicar a outrem.
Podemos servir aos nossos irmãos na fé tendo uma atitude, não só de amor (v 9),
mas pelo espírito fraterno desenvolvido entre todos ív 10), pelo fervor do
espírito e serviço
a Deus (v 11), pela esperança e paciência (v 12), pela hospitalidade
e a generosidade entre os domésticos da fé (v13), pela participação sincera dos
sentimentos dos outros
(v 15), pelo perdão aos inimigos (v 16), pela retribuição do
mal com o bem (v 17) e por viver em paz com todos (v 18).
12.19.
“ Não vos vingueis a
vós mesmos” . Em outras palavras, a vingança pertence a Deus, por isso, devemos
deixar com Deus a vingança para com aqueles que nos maltratam. Somos frágeis e
incapazes de fazer vingança com justiça. A expressão “ daí lugar à ira” não
deve ser entendida como o dar razão à manifestação da ira, mas sim com o
sentido de dar tempo à ira para que ela se extinga, isto é, deixá-la passar.
Também tem o sentido de “ dar lugar â ira de Deus”, à vingança divina, uma vez
que a “ vingança pertence a Deus” .
12.20,
O modo de tratar o
inimigo é dado neste versículo: “ Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe
de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber”. A filosofia bíblica do relacionamento
entre o crente e os seus inimigos é o da recompensa do Senhor. A expressão que
dá continuidade ao versículo 20 diz: “ fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre
a sua cabeça”. Que significa isto? - Significa que o
ato de bondade em lugar da vingança fará com que a pessoa sinta
vergonha e remorso pelo mal praticado.
12.21. “ Não te deixes vencer do mal, mas
vence o mal com o bem”. Não se deixar vencer pelo mal significa não se deixar
dominar pelos ímpetos do mal que conduzem á vingança.(CABRAL, Êlienal Romanos O
Evangelho Da Justiça De Deus, 5 eds. Rio de Janeiro, 2005, Pág.137).
CONCLUSÃO
Rogo-vos”. Este
termo no original significa, “eu os exorto” (Rm 12.1), isto é, “os encorajo ou
admoesto”.
O
crente é chamado para ser “conforme” à imagem de Cristo (Rm 8.29), portanto,
não pode se “conformar” ou seguir o modelo do mundo (v.2). Pelo contrário,
viver a vida cristã renovada segundo a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus.
Esta
nova vida requer o uso diligente dos dons espirituais concedidos aos crentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALVES, J.
E-book: Subsídios EBD / Edição: 04 – 2016.
CABRAL, Elienai.
“Romanos O Evangelho Da Justiça De Deus”(Rio de Janeiro: 8 Ed.CPAD.2005)
ENSINADOR
CRISTÃO, n°66 Trimestre: 2° de 2016 – Lição
de Adultos, CPAD.
GONÇALVES,
José. Maravilhosa Graça. (Rio de
Janeiro: CPAD.2016).
HENDRIKSEM,
William. Comentário do Novo Testamento. “ Romanos”( São Paulo: Editora Cultura
Cristã,2001).
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Romanos “O Evangelho segundo Paulo.
(São Paulo: HAGNOS.2010).
PENTECOSTAL,
Bíblia de Estudo. ” João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida: CPAD,
1995.
SOARES,
Ezequias. Romanos O Evangelho da justiça
de Deus.2º trimestre de 1998”.(Rio de Janeiro: CPAD 1998).
RICHARDS,
O. Lawrence. “ Guia do Leitor da Bíblia”. ( Rio de Janeiro: 5 Ed. CPAD.2005)
WIERSBE, Warren W. “
Comentário expositivo do Novo Testamento Vol I”.(Santo André, Ed. Central
Gospel.2006).
21/05/2016
Israel no Plano da Redenção
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 08 – Data: 22/05/2016
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
O apóstolo Paulo explica no capítulo 9 de
Romanos a verdadeira situação espiritual do povo de Israel diante de Deus.
Eles criam que, sendo filhos de Abraão,
automaticamente tinham direito a todas as bênçãos da aliança de Deus com Abraão
e, por conseguinte, a justificação e a glorificação eram direitos exclusivos
dos judeus mediante o seu nascimento natural.
Mas, foi Israel quem rejeitou o Salvador, pelo
seu endurecimento espiritual. Assim como os gentios. Deus colocou os judeus em
situação de desobediência para usar de misericórdia com todos.
Haverá um dia, então, que Israel embora povo
eleito, se voltará para Deus e todos os seus pecados serão tirados. ).( REVISTAS E-BOOKS,pg 53).
A
TRISTEZA 9.1-5.
Para começar, os judeus consideravam Paulo um traidor. Ele
ministrava aos gentios e ensinava a liberdade da Lei de Moisés. Havia pregado
em várias sinagogas e causado inúmeros problemas, e, sem dúvida, muitos dos
cristãos judeus em Roma haviam ouvido falar de sua reputação duvidosa. Nestes
capítulos, Paulo demonstra seu amor por Israel e seu anseio pelo bem de seu
povo. Esse é o motivo pessoal do apóstolo para tratar dessa questão. (Wiersbe,pág,703).
Muitos judeus olhavam para Paulo como um consumado inimigo.
Sentiam-se traídos com sua conversão à fé cristã e o consequente abandono das
fileiras do judaísmo.
Por esta causa, os judeus compatriotas foram seus
perseguidores mais implacáveis. Eles não acreditavam que Paulo os amasse.
(Lopes, pág.323).
O Apostolo ver a incredulidades dos Judeus (Rm 9.1-3), esta
era a razão da sua tristeza, ao ver seus compatriotas segundo a carne na sua
tradição religiosa estarem sem Cristo e sem salvação.
A tristeza de Paulo ainda aumentava ao ver seus irmãos
incrédulos gozando dos privilégios da lei (Rm 9.4,5), sendo da descendência de
Abraão, Isaque e Jacó (Gn 15.4; 17.18; 21.1-3). Ser os únicos filhos (Ex 4.22),
separados das nações pagã, propriedade peculiar (Ex.19.5) e povo escolhido (Is
43.20).
A
ELEIÇÃO DIVINA E AS PROMESSAS.
Israel, como nação eleita e separada pelo
Senhor, não foi zeloso e fiel em cumprir o mandato que recebera de Deus. Por
essa razão, os profetas condenaram-lhe a ingratidão e a deslealdade (Jr
16.10-12).
Os israelitas, apesar do clamor dos profetas,
acabaram por repudiar suas obrigações em relação à aliança divina (Êx 19.5,6;
32.1-25).
Os profetas não hesitaram em ministrar o
imutável amor de Deus para com Israel, objetivando levar os fiéis a cumprirem
os propósitos divinos (Jr 31.3; Os 11.1-4). Os que aceitavam voluntariamente as
condições da aliança usufruíam dos benefícios divinos (Dt 5.1-3; 30.11-20).
Na Bíblia mencionam-se a eleição divina
coletiva, como a de Israel (Is 45.4; 41.8,9) e a da Igreja (Ef 1.4); e
a individual, como a de Abraão (Ne 7.9) e a de cada crente (Rm 8.29). A
vocação e a eleição do crente, do seu lado humano. Em 2 Pedro1.10 lemos:
“Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e
eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçar eis”.
A escolha divina ocorre da maneira como é
descrita em 1Tessalonicenses 1.4-10. Ela se dá pelo recebimento do evangelho,
pela fé, e permanência em Cristo.
Na soberania de Deus, Paulo dar exemplo do
Antigo Testamento para mostrar a Soberania de Deus sobre as criaturas, e o direito
dEle escolher quem quiser para ser seu povo. Ele escolheu a Jacó e rejeitou
Esaú antes do seu nascimento (Rm 9.10-16).
A explicação dos defensores da dupla predestinação
é engenhosa. Como Deus preferiu Jacó e rejeitou Esaú, logo, Deus salva alguns e
rejeita outros. Porém, não é essa a exata interpretação do texto.
Em Romanos 9.9 a 13, o apóstolo Paulo
usa o trecho de Gn 25:23 associando detalhes de Malaquias 1:1-4. Na
referência o uso é menos pessoal e mais nacional. Amei a Jacó, porém me aborreci
de Esaú. Deve ser isto interpretado no sentido de duas nações, não
dos indivíduos, segundo se deduz da referência original das duas citações do
Velho Testamento (Gn 25.23; Mal. 1.2,3). Jacó, o mais novo, teria
um papel mais importante que o do irmão Esaú. Deus o escolheu para
ser o ancestral do Messias. Esaú, citado em Hebreus 12.16 como “impuro” e
“profano”, perdeu seu direito de primogenitura. Contudo, nada se diz dele
ter perdido sua salvação. A escolha de seu irmão Jacó para um papel de destaque
não significava que ele, Esaú, devesse perder sua salvação. Esaú
e seus descendentes, os edomitas, não tiveram a mesma importância
histórica que tiveram Jacó e os israelitas. Foram ”vasos para desonra”, ou
“vasos com menos honra” (Rm 9.21).
Além disso, «amor» e «aborrecimento»
não são fundamentos de eleição, como nós entendemos estes sentimentos
subjetivos. Deus não é arbitrário em Sua escolha e não pode ser acusado de
favoritismo irracional. Os termos sentimentais indicam antes uma função e um
destino nacionais. Judá, e não Edom, foi eleito para a revelação progressiva na
história. Israel deveria ser o veículo das bênçãos espirituais para as outras
nações, e, nesse sentido, se tornar a mais elevada de todas as nações. (Sempredestinacao.wordpress.com).
Encontraremos no céu crentes tanto de Edom (Am
9.12) quanto do país vizinho, Moabe (Rt 1), assim como haverá pessoas no céu de
toda tribo, raça, língua, povo e nação (Ap 7.9).
OBS:
MALAQUlAS 1:3 - Se Deus é
amor, como pôde Ele odiar uma pessoa?
PROBLEMA: Na parte final do versículo
2 e na primeira parte do versículo 3, Deus diz: "Todavia amei a Jacó, e
odiei a Esaú" . Contudo, João diz: "Deus é amor" (1 Jo 4:16).
Como um Deus de amor pode odiar alguém?
SOLUÇÃO: Em primeiro lugar, Deus não
está falando da pessoa Esaú, mas da nação que proveio dele, ou
seja, Edom. Portanto, ele não está expressando ódio a uma determinada pessoa,
nessa passagem.
Além disso, a nação de Edom merecia a
indignação de Deus pela "violência feita a teu irmão Jacó [Israel]"
(Ob 10). Eles se posicionaram ao lado dos inimigos de Israel, fecharam o
caminho por onde poderiam escapar, e até mesmo entregaram aqueles que tinham
permanecido (vv. 12-14).
Finalmente, como no caso dos nicolaítas, Deus odeia as obras do
pecador, mas não o pecador em si. João diz aos crentes que eles devem odiar as
obras dos nicolaítas, as quais Deus também odeiam (cf. Ap 2:6;veja do Salmo 5:5).(GEISLER,pág.202).
A REDENÇÃO DE ISRAEL
Um
plano especial de Deus.
Ao falar sobre o endurecimento de Israel, Paulo
continua mostrando o propósito de Deus em relação ao seu povo. Embora os
israelitas hajam tropeçado e caído, não se pode dizer que esta queda impedirá a
concretização dos propósitos de Deus concernentes ao seu povo: “Digo, pois:
porventura, tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua queda,
veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação” (11.11,17,18,24,33).
O retorno de Israel ao
Senhor.
O retorno de Israel ao Senhor é certo (Zc 12.7-10; Rm 11.26).
Paulo recorre às profecias para confirmar a declaração de que todo o Israel
será salvo (Rm 11.26,27; cf. Is 59.20,21). Isto ocorrerá quando se “completar o
tempo dos gentios” no final da Grande Tribulação (Jr 30.7; Ez 20.34-38; Jo
19.37. ).( REVISTAS
E-BOOKS,pg 57).
Deus rejeitou o seu povo?
Paulo responde a esta pergunta com uma negação
contundente. Apesar de toda a incredulidade e apostasia de Israel, havia um
remanescente fiel que, à semelhança dos sete mil que não dobraram os seus
joelhos diante de Baal no tempo de Elias, conservava piedosa e firmemente os
termos da aliança. Desse remanescente, o próprio Paulo fazia parte, bem como os
israelitas que aceitam a fé em Cristo:
“Digo, pois: porventura, rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum! Porque
também eu sou israelita, da descendência de Benjamim” (Rm 11.1).
A
RESTAURAÇÃO DE ISRAEL
A restauração será espiritual (Ez
36.24-37.22), havia formação de corpo mais não havia espirito (Ez 37.8). Quando
a plenitude dos gentios for cumprida, Deus Voltará a tratar com Israel. A
rejeição de Israel é parcial e temporária. E ainda Israel continua sendo povo
de Deus, havara salvação em massa dos judeus (11.26,27), quando o Messias
voltar (Ap 1.7) e foi previsto pelos profetas. (Is 59.20; Zc 12.10.)
A
eleição de Israel é irrevogável por que é um decreto divino, mesmo sendo judeus
indiferente com o evangelho, por causa de Abraão,Isaque e Jacó, Israel
continuará sendo povo escolhido.( Hb 6.13-18).
A eleição
Eleição é o ato de eleger, escolha.
É o diploma divino com que é agraciado todo o
que recebe a Cristo Jesus como seu único e suficiente salvador (Jo 3. 16).
A eleição subentende que a pessoa, mediante o sacrifício de
Cristo, já atendeu a todos os requisitos exigidos pela justiça de Deus quanto
ao perdão de seus pecados.
Elegeu
- Definição > Isto é, Ele nos escolheu para Ele mesmo.
A eleição é a escolha feita por Deus, “em
Cristo”, de um povo para si mesmo (a igreja verdadeira).
Deus deseja a salvação de todos (1Tm 2.4).
2) Deus enviou o seu unigênito para todos (Jo
3.16).
3) O convite de Jesus é para todos (Mt 11.28).
4) Jesus é a propiciação pelos pecados de todos
(1Jo 2.2).
5) O perdão é para todos os que crêem (At
10.43).
6) O Senhor não quer que nenhum se perca, senão
que todos venham a arrepender-se. "( 2 Pedro 3.9).
7) É a vontade de Deus que todos se arrependam
(At 17.30).
8) Já que o juízo sobre todos os homens para
condenação, assim também por um ato de justiça veio à graça sobre todos os
homens (Rm. 5.18).
9) A morte de Cristo foi por todos (Hb 2.9).
CONCLUSÃO
Acerca da salvação de
Israel, Paulo mostra a inter-relação entre judeus e gentios (Rm 10.11,12,19-21;
11.11,12,15).
A queda de Israel trouxe a
redenção para os gentios (Rm 9.25,26; 11.7-12,23-26). Por outro lado, a
misericórdia divina, demonstrada a estes, trará a compaixão de Deus aos filhos
de Abraão (Rm 11.30,31; 9.27).
Devemos entender que o
endurecimento de Israel é temporário: “até que a plenitude dos gentios haja
entrado” (v.25 cf. Is 59.20,21).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALVES, J.
E-book: Subsídios EBD / Edição: 04 – 2016.
EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood e CHILDERS, Charles L. "Comentário Bíblico Beacon - Vol.
8". (Rio de Janeiro: CPAD,
2006).
ENSINADOR
CRISTÃO, n°66 Trimestre: 2° de 2016 – Lição
de Adultos, CPAD.
CRANFIELD,
C.E.B. “Comentário de Romanos versículos
por versículos”(São Paulo: VIDA NOVA.2005).
GEISLER, Norman. Manual
Popular— Enciclopédia
de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1999.
GONÇALVES,
José. Maravilhosa Graça. (Rio de
Janeiro: CPAD.2016).
LOPES, Dias. Hernandes.
Romanos “O Evangelho segundo Paulo.
(São Paulo: HAGNOS.2010).
PENTECOSTAL,
Bíblia de Estudo. ” João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida: CPAD,
1995.
SOARES,
Ezequias. Romanos O Evangelho da justiça
de Deus.2º trimestre de 1998”.(Rio de Janeiro: CPAD 1998).
STOTT, John, A Mensagem de Romanos, a Bíblia, Comentário Bíblico, Série A Bíblia Fala Hoje. (São Paulo: ABU, Ed.2000).
WIERSBE, Warren W. “ Comentário expositivo do Novo Testamento
Vol I”.(Santo André, Ed. Central Gospel.2006).
_________________________________________________________________
13/05/2016
A Vida segundo o Espírito
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 07 – Data: 15/05/2016
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
A liberdade em
Cristo que gozamos advém do fato de não estarmos debaixo da lei, mas da graça
(Rm 6.14). Uma vez debaixo da graça, "não andamos segundo a carne, mas
segundo o Espírito". É no capítulo 8 que a operação do Espírito Santo na
vida do cristão é manifesta com mais clareza. Desde o capítulo 5 até aqui, o
Espirito Santo foi mencionado apenas uma vez (Rm 5.5), e 20
vezes no cap. 8. Ele nos livra do pecado e da morte (vv. 2-3), capacita-nos a
cumprir a lei de Deus (v. 4), transforma a nossa natureza e nos concede força
para obter vitória sobre a nossa carne não redimida (vv. 5-13), confirma a
nossa adoção tomo filhos de Deus (vv. 14-16) e garante a nossa glória final
(vs. 17-30) ...
LEITURA
Romanos
8.1-17
1 Portanto, agora, nenhuma condenação há
para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o
espírito.
2 Porque a lei do Espírito de vida, em
Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.
3 Porquanto, o que era impossível à lei,
visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança
da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado
na carne,
4 para que a justiça da lei se cumprisse
em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
5 Porque os que são segundo a carne
inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as
coisas do Espírito.
6 Porque a inclinação da carne é morte;
mas a inclinação do Espírito é vida e paz.
7 Porquanto a inclinação da carne é
inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o
pode ser.
8 Portanto, os que estão na carne não
podem agradar a Deus.
9 Vós, porém, não estais na carne, mas
no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem
o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
10 E, se Cristo está em vós, o corpo, na
verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da
justiça.
11 E, se o Espírito daquele que dos
mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a
Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós
habita.
12 De maneira que, irmãos, somos
devedores, não à carne para viver segundo a carne,
13 porque, se viverdes segundo a carne,
morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.
14 Porque todos os que são guiados pelo
Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.
15 Porque não recebestes o espírito de
escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de
adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.
16 O mesmo Espírito testifica com o
nosso espírito que somos filhos de Deus.
17 E, se nós somos filhos, somos, logo,
herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que
com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.
O CONFLITO ENTRE LEI E ESPIRITO
Vida cristã
é descrita não apenas como sendo livre da ira, do pecado e da lei, mas também
como sendo livre da morte.
O cristão é livre da ira. Esse fato, Paulo fundamenta no
amor de Deus em Cristo Jesus (cap. 5).
O cristão é livre do pecado. Aqui Paulo se refere ao
batismo, através do qual nós fomos incorporados ao “corpo de Cristo”, e que o
“corpo do pecado” pode ser destruído (cap. 6).
O cristão é livre da lei. Aqui Paulo se refere à morte de
Cristo. No ‘corpo de Cristo’ nós morremos para a lei (cap.7).
O cristão é
livre da morte. Aqui Paulo se refere ao Espírito, pneumcr, o Espírito de
Cristo é o poder que faz viver (cap. 8) ”. (JOSE GONALVES.pág.79)
“O resultado é nenhuma condenação há”.
William Greathouse diz que
“condenação” aqui é mais
que uma absolvição judicial. John Murray aponta que “nenhuma
condenação” se refere à libertação não apenas da culpa, mas também do poder
escravizante do pecado.
NÃO
É POSSÍVEL O OBEDECER À CARNE E AO ESPÍRITO AO MESMO TEMPO.
É impossível obedecer à
carne e ao Espírito ao mesmo tempo (Rm 8.7,8; Gl 5.17,18). Se alguém deixa de
resistir, pelo poder do Espírito Santo, a seus desejos pecaminosos e, pelo contrário,
passa a viver segundo a carne (Rm 8. 13), torna-se inimigo de Deus (8.7; Tg
4.4), e a morte espiritual e eterna o aguarda (v. 13). Aqueles cujo amor e
solicitude estão prioritariamente fixados nas coisas de Deus, podem esperar a
vida eterna e a comunhão com Ele (Rm 8. 10,11,15,16).
A Lei não tem direito algum
sobre nós (v. 2). Fomos libertos da lei do pecado e da morte. Temos vida no
Espírito. Em Cristo, passamos para uma esfera de existência completamente
distinta. Paulo descreve a "lei do pecado e da morte" em Romanos
7:7-25 e a "lei do Espírito da vida" em Romanos 8: A Lei não tem mais
jurisdição sobre nós; estamos mortos para a Lei (Rm 7:4) e livres da Lei (Rm
8:2).(Bacon,pág,697).
A
ORIENTAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO.
Ele orienta o crente,
principalmente, por impulsos que:
(a) são exortações
interiores para o crente cumprir a vontade de Deus e mortificar as obras
pecaminosas do corpo (v. 13; Fp 2.13; Tt 2.11,12);
(b) estão sempre em harmonia
com as Escrituras (1 Co 2.12,13; cf. 2 Pe 1.20,21);
(c) visam a dar orientação na vida (Lc 4.1; At
10.19,20; 16.6,7); (d) opõem-se aos desejos pecaminosos oriundos das tendências
naturais do crente (Gl 5.17,18; 1 Pe 2.11);
(e) têm a ver com a culpa do pecado, o padrão
da justiça de Cristo e o juízo divino contra o mal (Jo 16.8-11); (f) exortam o
crente a perseverar na fé e o advertem contra a apostasia da sua fé em Cristo
(v.13; Hb 3.7-14);
(g)
enfraquecem à medida que o crente deixa de obedecer aos apelos do Espírito
(1.28; Ef 4.17-19,30,31; 1 Ts 5.19);
(h) resultam em morte espiritual quando
rejeitados (Rm 8. 6,13); e
(i) resultam em vida espiritual e em paz quando
obedecidos (8. 6,10,11,13; Gl 5.22,23).
).( REVISTAS E-BOOKS,pg 48).
A ELEIÇÃO
Definições
etimológicas:
“Predestinação” – pré = antes + destinar =
destino. Que é destinar com antecipação; escolher desde toda a eternidade, etc.
Este termo é do ponto de vista literário.
A
palavra "predestinação" vem do grego proorizo, e aparece seis
vezes no Novo Testamento. Uma vez é traduzida por "ordenou antes" (1
Co 2.7), outra por "anteriormente determinado" (At 4.28) e quatro
vezes por "predestinar" (Ef 1.5,11; Rm 8.29,30).
A palavra predestinar significa "destinar
por antecipação". Vejamos o que, segundo a Bíblia, é determinado por
antecipação.
O melhor de tudo, porém, é saber que seu plano
será bem-sucedido. Esse plano começou na eternidade, quando Deus nos escolheu
em Cristo (Ef 1:4, 5). Ele nos predestinou para que, um dia, sejamos como seu
Filho. A predestinação aplica-se apenas aos salvos. Deus
predestinou, por antecipação, o plano da nossa salvação, isto é, o meio pelo
qual devemos ser salvos. Em Efésios 1.5, está escrito: "E nos predestinou
para filhos de adoção por Jesus Cristo", isto é, Jesus foi dado como o
sacrifício pela expiação dos nossos pecados desde a eternidade.
Esse vocábulo (predestinação) aparece seis
vezes no Novo Testamento, variavelmente traduzido, dependendo da versão
utilizada. Na versão Revista e Corrigida (ARC), a palavra aparece nas seguintes
passagens:
• Atos 4.28 — “anteriormente determinado”.
• Romanos 8.29 — “predestinou”.
• Romanos 8.30 — “predestinou”.
• I Coríntios 2.7 — “ordenou antes”.
• Efésios 1.5 — “predestinou”.
• Efésios I.I I — “predestinados”.
A
PRESCIÊNCIA DE DEUS
“Presciência é o aspecto da
onisciência relacionado com o fato de Deus conhecer todos os eventos e
possibilidades futuros”.
Este atributo divino não
interfere nas decisões do homem, nem do seu livre arbítrio.
As ações do homem não são
permitidas ou impedidas simplesmente porque são previamente conhecidas por
Deus.
Para uma melhor compreensão
do assunto, você poderá ler as seguintes referências bíblicas: At 2.23; 26. 5;
Rm 3. 25; 8. 29; 11. 2; 1 Pe 1. 2, 20; 2 Pe 3.17.
A
ELEIÇÃO DIVINA
Eleição é o ato de eleger,
escolha.
É o diploma divino com que é
agraciado todo o que recebe a Cristo Jesus como seu único e suficiente salvador
(Jo 3. 16).
A eleição subentende que a pessoa, mediante o
sacrifício de Cristo, já atendeu a todos os requisitos exigidos pela justiça de
Deus quanto ao perdão de seus pecados.
Deus é quem toma a
iniciativa na salvação das pessoas.
A necessidade desta
iniciativa vem do fato do homem estar morto espiritualmente e não poder operar
a sua própria salvação (Ef 2. 1-3, 5, 6).
O pecador, sem a graça de Deus (1 Co 2. 14; 2
Co 4. 4; Ef 4. 18). Por isto, Deus toma a iniciativa na salvação do homem.
CONCLUSÃO
Após a morte e ressurreição
de Jesus, existem apenas dois grandes campos: “a carne” e “o Espírito”. É
impossível viver nos dois lugares simultaneamente (Rm 8.9). Fica a grande
alerta divina: “Os que vivem na carne não podem agradar a Deus (Rm 8.8)”.
Portanto, devemos nos afastar da
carne (natureza pecaminosa) e das suas iníquas atitudes, das suas práticas e
suas habituais respostas. Esse é um ato que deve ser realizado e uma atitude
que deve ser tomada; devemos todos os dias nos afastar dos desejos que nos
levam para longe de Deus.
CRISTÃO
TEM:
-
UMA NOVA POSIÇÃO (8.1-4).
-
UM NOVO HÓSPEDE (8.5-13).
-
UMA NOVA ADOÇÃO (8.14-17).
-
UMA NOVA ESPERANÇA (8.18-25).
-
UM NOVO AJUDADOR EM ORAÇÃO (8.26,27).
-
UM NOVO - CONHECIMENTO (8.28).
-
UM NOVO OBJETIVO (8.29-39).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALVES, J.
E-book: Subsídios EBD / Edição: 04 – 2016.
EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood e CHILDERS, Charles L. "Comentário
Bíblico Beacon - Vol. 8". (Rio de
Janeiro: CPAD, 2006).
CRANFIELD,
C.E.B. “Comentário de Romanos versículos por versículos”(São Paulo: VIDA
NOVA.2005).
ENSINADOR CRISTÃO,
n°66 Trimestre: 2° de 2016 – Lição de Adultos, CPAD.
GONÇALVES,
José. Maravilhosa Graça. (Rio de Janeiro: CPAD.2016).
LOPES, Dias. Hernandes.
Romanos “O Evangelho segundo Paulo. (São Paulo: HAGNOS.2010).
PENTECOSTAL,
Bíblia de Estudo. ” João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida: CPAD, 1995.
SOARES,
Ezequias. Romanos O Evangelho da justiça de Deus.2º trimestre de 1998”.(Rio de
Janeiro: CPAD 1998).
WIERSBE, Warren W. “
Comentário expositivo do Novo Testamento Vol I”.(Santo André, Ed. Central
Gospel.2006).
______________________________________________
06/05/2016
A Lei, a Carne e o Espírito
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 06 – Data: 08/05/2016
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
Estudamos na
lição anterior, sobre a necessidade da libertação do pecado, agora vamos
estudar a libertação da lei. O que é lei? Por eu precisamos estar libertos
dela? Não havendo sabia direção, o povo cai (Pv 11.14). Deus é fiel e
verdadeiro cumprirá com sua promessa feita em Gálatas 6.7 “ tudo que o homem semear também ceifará”.
LEITURA
Rm.7.1-15 1 Não sabeis vós, irmãos (pois
que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o
tempo que vive?
2. Porque a mulher que está sujeita ao
marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está
livre da lei do marido.
3. De sorte que, vivendo o marido, será
chamada adúltera se for doutro marido; mas, morto o marido, livre está da lei e
assim não será adúltera se for doutro marido.
4 Assim, meus irmãos, também vós estais
mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que
ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.
5. Porque, quando estávamos na carne, as
paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem
fruto para a morte.
6 Mas, agora, estamos livres da lei,
pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em
novidade de espírito, e não na velhice da letra.
7. Que diremos, pois? É a lei pecado? De
modo nenhum! Mas eu não conheci go pecado senão pela lei; porque eu não
conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.
8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo
mandamento, despertou em mim toda a concupiscência: porquanto, sem a lei,
estava morto o pecado.
9 E eu, nalgum tempo, vivia sem lei,
mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri;
10 e o mandamento que era para vida,
achei eu que me era para morte.
11. Porque o pecado, tomando ocasião
pelo mandamento, me enganou e, por ele, me matou.
12. Assim, a lei é santa; e o
mandamento, santo, justo e bom.
13. Logo, tornou sê-me o bom em morte?
De modo nenhum! Mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a
morte pelo bem, a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse
excessivamente maligno.
14. Porque bem sabemos que a lei é espiritual;
mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.
15. Porque o que faço, não o aprovo, pois
o que quero, isso não faço; mas o que aborreço, isso faço.
DEFINIÇÃO DE LEI.
A lei revelava a vontade de Deus quanto à
conduta do seu povo; O termo lei e usado dezesseis vezes neste
capítulo. ela
não foi dada como meio de salvação. Os judeus definem a Lei de Moisés como a
expressão máxima da vontade de Deus.
A
palavra traduzida 'lei' (gr. nomos. hb. torah) significa 'ensino' ou 'instrução'. O termo lei
pode referir-se aos Dez Mandamentos, ao Pentateuco ou a qualquer mandamento no
Antigo Testamento.
Os legalistas procuravam observar os preceitos da lei
com o propósito de ser salvos (Lv 18.5; Sl 19.7; 119.165;). Uma vez que não
conseguiam cumprir as exigências da lei.
Há quem argumente que, "uma vez que fomos salvos pela
graça, temos liberdade de viver como bem entendermos", o que corresponde a
um extremo de licenciosidade.Gl.(5.13).
ESPECULAÇÕES RABÍNICAS.
Os rabinos afirmavam que a Lei de Moisés
consistia de 613 preceitos divididos em dois grupos.
Os preceitos positivos (o que se deve fazer)
são em número de 248, e representavam o número de órgãos do corpo humano
segundo a medicina da época; os preceitos negativos (o que não é permitido
fazer) são em número de 365, e representam os dias do ano.
RESUMO DA LEI DE MOISÉS.
Estes preceitos, segundo eles, foram reduzidos
ali, nos dias de Davi (SI 15.2-5); a 6, nos dias do profeta Isaías (Is 33.15);
depois a 3 (Mq 6.8); depois a 2 (Am 5.4); e, finalmente a 1: "O justo pela
sua fé viverá" (He 2.4b).
A ANALOGIA DO CASAMENTO (7.1)
A lei tem domínio sobre o homem enquanto este viver,
A palavra grega kyrieuo significa
“ter domínio ou autoridade sobre” Essa autoridade limita-se à duração da nossa
vida. Apenas
a morte pode interromper o domínio da lei sobre nós. Se as
mortes sobrevêm, os relacionamentos estabelecidos e protegidos pela lei são
dados por terminados.
Mortos para a lei (7.4)
Os cristãos estão mortos para a lei; ou seja: estão livres
dela, pois a lei só tem domínio enquanto o homem este vive. Morremos com
cristo, por isso estamos livres da lei (Gl 5.1). Morremos com Cristo, sendo
sepultados com ele no batismo na morte (Rm 6.4).
Mas a morte dá fim ao contrato de casamento e permite
casar-se outra vez. Assim, diz o apóstolo aos romanos, vocês também
morreram para a lei, por meio do corpo de Cristo. Este fato, de termos
"morrido para a lei", nos possibilita casar novamente ou
"pertencer a outro".
Lei não morreu, pois a Lei de Deus
continua a governar sobre os homens. Morremos para a Lei, e ela não tem domínio
sobre nós. No entanto, não nos encontramos "sem lei"; fomos unidos a
Cristo, compartilhamos sua vida e, desse modo, andamos em "novidade de
vida".
"Não podemos ignorar a Lei de
Deus", argumentam outros. "Por certo, somos salvos pela graça, mas
devemos viver sob a Lei a fim de agradar a Deus”. (Wiersbe.pág.691).
A LEI VEIO REVELAR O PECADO
(V.7).
O apóstolo disse que não conheceu o pecado
senão pela lei. Isso, aliás, ele já havia dito antes: "Pela lei vem o
conhecimento do pecado" (Rm 3.20).
O apóstolo afirma ainda que a lei serviu como
um holofote para trazer à tona o pecado: "Veio, porém, a lei para que a
ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça"
(Rm5.20).
Paulo declara que a lei despertou nele toda a concupiscência:
"Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda a
concupiscência: porquanto, sem a lei, estava morto o pecado" (Rm 7.8).
A
lei que o crente é obrigado a cumprir consiste nos princípios éticos e morais
do AT (7.12; 22.36-40; Rm 3.31; Gl 5.14); bem como nos ensinamentos de Cristo e
dos apóstolos (28.20; 1 Co 7.19; Gl 6.2). Essas leis revelam a natureza e a
vontade de Deus para todos e continuam
hoje em vigor.
As leis do Antigo Testamento destinadas
diretamente à nação de Israel, tais como as leis sacrificiais, cerimoniais,
sociais ou cívicas, já não são obrigatórias (Hb 10.1-4; e.g., Lv 1.2,3; 24.10).
O crente não deve considerar a lei como sistema de mandamentos
legais através do qual se pode obter mérito para o perdão e a salvação (Gl
2.16,19). Pelo contrário, a lei deve ser vista como um código moral para
aqueles que já estão num relacionamento salvífico com Deus e que, por meio da
sua obediência à lei, expressam a vida de Cristo dentro de si mesmos (Rm
6.15-22).( REVISTAS E-BOOKS,pg 40).
A CARNE
Conflito
espiritual interiormente no crente envolve a totalidade da sua pessoa. Este
conflito resulta ou numa completa submissão às más inclinações da
"carne", o que significa voltar ao domínio do pecado; ou numa plena
submissão à vontade do Espírito Santo, continuando o crente sob o senhorio de
Cristo (Gl 5. 16; Rm 8.4-14).
O
campo de batalha está no próprio cristão, e o conflito continuará por toda a
vida terrena, visto que o crente por fim reinará com Cristo (Rm 7.7-25; 2 Tm
2.12; Ap 12.11; Ef 6.11).
Carne” (gr. sarx) é a natureza pecaminosa com seus desejos
corruptos, a qual continua no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo
mortal (Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21).
AS
OBRAS DA CARNE (5.19-21) INCLUEM:
“Prostituição”
(gr.
pornéia), i.e., imoralidade sexual de todas as formas. Isto inclui, também,
gostar de quadros, filmes ou publicações pornográficos ( Mt 5.32; 19.9; At
15.20,29; 21.25; 1Co 5.1). Os termos moichéia e pornéia são
traduzidos por um só em português: prostituição.
“Impureza”
(gr. akatharsia), i.e.,
pecados sexuais, atos pecaminosos e vícios, inclusive maus pensamentos e
desejos do coração (Ef 5.3; Cl 3.5).
“Lascívia”
(gr. aselgeia), i.e.,
sensualidade. É a pessoa seguir suas próprias paixões e maus desejos a ponto de
perder a vergonha e a decência (2Co 12.21).
“Idolatria” (gr. eidololatria), i.e., a
adoração de espíritos, pessoas ou ídolos, e também a confiança numa pessoa,
instituição ou objeto como se tivesse autoridade igual ou maior que Deus e sua
Palavra (Cl 3.5).
“Feitiçarias”
(gr.
pharmakeia), i.e., espiritismo, magia negra, adoração de demônios e o uso de
drogas e outros materiais, na prática da feitiçaria (Êx 7.11,22; 8.18; Ap 9.21;
18.23).
“Inimizades”
(gr. echthra), i.e.,
intenções e ações fortemente hostis; antipatia e inimizade extremas.
“Porfias”
(gr. eris), i.e.,
brigas, oposição, luta por superioridade (Rm 1.29; 1Co 1.11; 3.3).
“Emulações”
(gr. zelos), i.e.,
ressentimento, inveja amarga do sucesso dos outros (Rm 13.13; 1Co 3.3).
“Iras”
(gr. thumos), i.e., ira
ou fúria explosiva que irrompe através de palavras e ações violentas (Cl 3.8).
“Pelejas”
(gr. eritheia), i.e.,
ambição egoísta e a cobiça do poder (2Co 12.20; Fp 1.16,17).
“Dissensões” (gr. dichostasia), i.e.,
introduzir ensinos cismáticos na congregação sem qualquer respaldo na Palavra
de Deus (Rm 16.17).
“Heresias”
(gr. hairesis), i.e.,
grupos divididos dentro da congregação, formando conluios egoístas que destroem
a unidade da igreja (1Co 11.19).
“Invejas”
(gr. fthonos), i.e.,
antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que não temos e
queremos.
“Homicídios”
(gr.
phonos), i.e., matar o próximo por perversidade. A tradução do termo phonos na
Bíblia de Almeida está embutida na tradução de methe, a seguir por tratar-se de
práticas conexas.
“Bebedices”
(gr. methe), i.e.,
descontrole das faculdades físicas e mentais por meio de bebida embriagante.
“Glutonarias” (gr. komos), i.e.,
diversões, festas com comida e bebida de modo extravagante e desenfreado,
envolvendo drogas, sexo e coisas semelhantes.
As palavras finais de Paulo sobre as obras da carne são severas e
enérgicas: quem se diz crente em Jesus e participa dessas atividades iníquas
exclui-se do reino de Deus, i.e., não terá salvação (5.21; 1Co 6.9).
O ESPÍRITO
Em contraste com as obras da carne, temos o
modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama
Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele
permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o
crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em
comunhão com Deus (ver Rm 8.5-14; 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe
1.4-9).
O FRUTO DO
ESPÍRITO INCLUI:
“Caridade” (gr. agape), i.e., o
interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (Rm
5.5; 1Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14).
“Gozo” (gr. chara), i.e., a
sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na
presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que creem em Cristo (Sl
119.16; 2Co 6.10; 12.9; 1Pe 1.8; Fp 1.14).
“Paz” (gr. eirene), i.e., a quietude
de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e
seu Pai celestial (Rm 15.33; Fp 4.7; 1Ts 5.23; Hb 13.20).
“Longanimidade” (gr. makrothumia), i.e.,
perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para o desespero (Ef 4.2;
2Tm 3.10; Hb 12.1).
“Benignidade” (gr. chrestotes), i.e., não
querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32; Cl 3.12; 1Pe 2.3).
“Bondade” (gr. agathosune), i.e., zelo pela verdade e pela retidão, e
repulsa ao mal; pode ser expressa em atos de bondade
(Lc 7.37-50) ou na repreensão e na correção do
mal (Mt 21.12,13).
“Fé” (gr. pistis), i.e., lealdade
constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa,
compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt 23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2;
4.7; Tt 2.10).
“Mansidão” (gr. prautes), i.e.,
moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se com
equidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for
preciso (2Tm 2.25; 1Pe 3.15; para a mansidão de Jesus, cf. Mt 11.29 com 23; Mc
3.5; a de Paulo, 2Co 10.1 com 10.4-6; Gl 1.9; a de Moisés, cf. Nm 12.3 com Êx
32.19,20).
“Temperança” (gr. egkrateia), i.e., o
controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a
fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5).
O homem é aquilo que imagina a sua alma
(Pv 23.7). E Jesus afirmou que o homem fala daquilo que o seu coração estiver
cheio (Lc 6.45).
CONCLUSÃO
Já não
dependemos da Lei e dos sacrifícios do Antigo Testamento para sermos salvos e
aceitos diante de Deus (Gl 3.23-25; 4.4,5). Fomos alienados da antiga aliança
da Lei e unidos a Cristo para a salvação. Devemos crer em Jesus (1 Jo 5.13),
receber o seu Espírito e a sua graça e, assim, receber o perdão, ser regenerados
e capacitados para produzir fruto para Deus (6.22,23; 8.3,4; Mt 5.17; Ef 2.10;
Gl 5.22,23; Cl 1.5,6).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALVES, J.
E-book: Subsídios EBD / Edição: 04 – 2016.
APLICAÇÃO,
bíblia de Estudo, Pessoal. “ João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida:
CPAD.2003.
BERGSTEN,
Eurico. “ A pessoa e a obra do Espírito Santo”. 1 trimestre de 2004. (Rio de Janeiro:
CPAD.2004).
CRANFIELD,
C.E.B. “Comentário de Romanos versículos por versículos”(São Paulo: VIDA
NOVA.2005).
LIRA, Eliezer. Salvação e Justificação. Os pilares da
vida cristã.1º trimestre de 2006. (Rio de Janeiro: CPAD,2006)
ENSINADOR
CRISTÃO, n°66 Trimestre: 2° de 2016 – Lição de Adultos, CPAD.
GONÇALVES,
José. Maravilhosa Graça. (Rio de Janeiro: CPAD.2016).
LOPES, Dias. Hernandes.
Romanos “O Evangelho segundo Paulo. (São Paulo: HAGNOS.2010).
PENTECOSTAL, Bíblia de Estudo. ” João Ferreira de
Almeida. Revista e Corrigida: CPAD, 1995.
SOARES,
Ezequias. Romanos O Evangelho da justiça de Deus.2º trimestre de 1998”.(Rio de Janeiro:
CPAD 1998).
STOTT, John, A Mensagem de Romanos, a Bíblia, Comentário Bíblico, Série A Bíblia Fala Hoje. (São
Paulo: ABU, Ed.2000).
WIERSBE, Warren W. “
Comentário expositivo do Novo Testamento Vol I”.(Santo André, Ed. Central
Gospel.2006).
Justificação, somente pela Fé em Jesus Cristo
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 03 – Data: 17/04/2016]
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
Devemos Compreender o que é de fato a justificação e
veremos as bênçãos advindas da justificação. E veremos a ação de Deus ao
justificar-nos. A justificação é mais do que perdão. O perdão remove a
condenação do pecado; a justificação nos declara justos, como se nunca houvéssemos
pecado contra Deus. A doutrina da
justificação envolve um conceito forense, onde alguém culpado é justificado
diante de um juiz.
LEITURA
Rm3.21-31, Mas, agora, se manifestou,
sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas,
22 isto é, a justiça de Deus pela fé em
Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.
23 Porque todos pecaram e destituídos
estão da glória de Deus,
24 sendo justificados gratuitamente pela
sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus,
25 ao qual Deus propôs para 1propiciação
pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados
dantes cometidos, sob a paciência de Deus;
26 para demonstração da sua justiça
neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé
em Jesus.
27. Onde está, logo, a jactância? É
excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé.
28. Concluímos, pois, que o homem é
justificado pela fé, sem as obras da lei.
29 É, porventura, Deus somente dos
judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente.
30 Se Deus ué um só, que justifica, pela
fé, a circuncisão e, por meio da fé, a incircuncisão,
31 anulamos, pois, a lei pela fé? De
maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei.
O TERMO JUSTIFICAÇÃO
Vem do termo
grego Dikaiôsis, que significa absolvição. Ou seja, se refere ao ato de
Deus declarar os homens livres da culpa e aceitáveis a Ele e considerá-los
justos (Rm 3.25; 5.18).
A Justiça de
Deus só pode vir mediante a fé em Cristo para todos que creem, O sentido de
“justificar” aparece 39 vezes no NT, 27 só nos escritos paulinos.
Nele temos
três benção, Redenção, Reconciliação e propiciação.
A redenção significa a completa
libertação através do pagamento de um resgate (2 Pe 2.1; Gl 3.13; Mt 20.28).
A reconciliação significa que, por causa da
morte de Cristo, o relacionamento humano com Deus foi modificado de um estado
de inimizade passando a um estado de comunhão (Rim 5.10).
A propiciação significa que a ira de Deus
foi retirada através da oferta de Cristo (Rm 3.25; 1 Jo 4.10).
Quando uma pessoa crê no Senhor Jesus Cristo,
ela é salva (At 16.31), e assim já está justificada, redimida, reconciliada e
limpa (Jo 13.10; 1 Co 6.11).
Além
disso, a salvação é também progressiva (1 Co 1.18) e o homem precisa da obra
santificadora do Espírito Santo (Rm 8.13; 2 Co 3.18; Fp 2.12). Não existe
individuo mais justiçado que outro.
ABRAÃO JUSTIFICADO PELA FÉ
Abraão
Estava Com 75 Anos Quando Saiu De Harã, Onde Deus Prometeu Multiplicar A Sua
Descendência. A promessa foi validada quando Abraão era velho e não duvidou nem
levou em conta a sua idade. E sua fé foi-lhe imputado por justiça. (Gn 15.6 E creu ele no SENHOR, e foi-lhe
imputado isto por justiça). Abraão foi justificado pela fé e não por obras,
as boas obras de Abraão eram frutos de sua fé em Deus. Assim é todo crente, temos
que mostrar as obras por que é salvo e não para ser salvo.
Se Abraão
tivesse sido justificado pelas obras tinham motivos para gloriar, poderia
louvar a si mesmo por seu próprio merecimento em condição de ser justo. Ninguém
jamais será capaz de ser justificado por obras(Ef 2.9). Em motivo algum Abraão poderia
ser justificado pelas obras.
Tiago
argumentar que Abraão foi justificado por obras (Tg 2.21). As obras pelas quais Abraão foi
justificado não eram "obras da lei" (Rm 3.28), mas da fé e do amor. Sua
disposição de sacrificar Isaque foi uma expressão da sua fé em Deus e da sua dedicação
a Ele (ver Gn 15.6 ; 22.1).Em Genesis 15.6 a justificação de Abraão foi pela fé
ao crê na promessa de Deus acerca da sua descendência. O Deus de Abraão crê é o
Deus que vivifica os mortos (Ef 2.1), Deus chama a existência as cosias que não
existe a “ criação”( Gn 1.1;Jo 1.3;Cl 1.16). Do nada criou tudo, da morte
trouxe a vida. (2Tm 1.10).
Assim
o Apostolo cita o Rei Davi no Salmo 32, “imputar é o mesmo citado em “Gn 15.6, imputar
é creditar ou lançar na conta da pessoa.
Jesus
Cristo tornou-se a nossa justiça (l Co 1.30). Deus credita ou contabiliza (gr. logizomai)
sua justiça em nosso favor. Ela é imputada a nós.
Assim como a
pena pelo pecado fora 'debitada em nossa conta', a retidão de Cristo, no ato da
justificação, é creditada em nossa conta (Fp 3.9; Gn 15.6). Fomos envolvidos
com a pureza de Cristo. Ele tornou-se nossa veste nupcial (Mt 22.11,12).".
Deus credita a justiça na conta do pecador. Bem-aventurado o homem que obtém o
perdão de Deus.
A
justificação do pecador perante Deus procede da sua graça (Rm 3.24).
A JUSTIFICAÇÃO TESTIFICADA
PELA LEI E PELOS PROFETAS
A justificação do pecador, mediante o Sacrifício vicário de
Cristo, pode ser percebida por meio de várias profecias no Antigo Testamento
(Is 53.11; 45.22-25; 61.10; Jr 23.6; 33.16; Sl 85.10; Gl 3.7). Em Gênesis 3.21,
por exemplo, encontramos uma nítida figura do propósito divino neste sentido.
Deus cobrira graciosamente a nudez de nossos primeiros pais, Adão e Eva, após
terem pecado. Outro exemplo digno de nota é o de Abraão que foi justificado por
Deus somente pela fé (Gn 15.6); fato transcendental que a Bíblia confirma em
Romanos4.3. A lei mosaica não tinha a intenção de alcançar a justiça pelo
esforço humano, mas de revelar a justiça de Deus (Rm 8.4; 10.4,10; At 10.39).
Os sacrifícios da lei não visavam retirar os pecados, mas cobri-los temporariamente
até que Cristo viesse como o sacrifício perfeito e substitutivo (Êx 12.123;
Jo1.29). As ordenanças, rituais, sacrifícios e princípios de vida piedosa
ensinados no Antigo Testamento, embora divinamente inspirados, não podiam
quitar as “dívidas” da humanidade, e muito menos, transformar o perdido pecador
num justo.
A JUSTIFICAÇÃO DOS CRENTES
A justificação é por meio da fé (3.24,25;
4.1-25; 5.1; Gl 2.16; 3.24).
A justificação é a solução universal para o
pecado (3.24-31; 4.1-25).
A justificação é o cumprimento da aliança
abraâmica (4.1-25).
A
justificação pela fé ilustrada em Abraão (antes da lei - 4.1-4,9-25); e em Davi
(debaixo da lei - 4.5-
A JUSTIÇA DIVINA ALCANÇA A
TODOS
Assim como o pecado
tornou-se universal, a justificação destina-se a todos quantos queiram ser
salvos (Tt 2.11). A expressão “para que todo aquele que nele crê não pereça”
(Jo 3.16) abrange a todos, indistintamente.
CONCLUSÃO
A justificação
é o anúncio extraordinário de que o pecador já está plenamente justificado. Aos
olhos de Deus, seus pecados já não existem mais, pois 'quanto está longe o
Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões' (SI 103.12;
Is 43.25; Mq 7.18,19). A justificação é um ato divino, e não uma obra humana. (Ef
2.8,9).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALVES, J.
E-book: Subsídios EBD / Edição: 04 – 2016.
LIRA, Eliezer. Salvação e Justificação. Os pilares da
vida cristã.1º trimestre de 2006. (Rio de Janeiro: CPAD,2006)
ENSINADOR
CRISTÃO, n°66 Trimestre: 2° de 2016 – Lição de Adultos, CPAD.
GEISLER, Norman.
Eleitos mais livres. (São Paulo: Editora Vida,2005).
GONÇALVES,
José. Maravilhosa Graça. (Rio de Janeiro: CPAD.2016).
JONES, D.M
Loyd, Romanos “ A Expiação e a Justificação”.( São Paulo: PES, 1999).
LOPES, Dias. Hernandes.
Romanos “O Evangelho segundo Paulo. (São Paulo: HAGNOS.2010).
MACDONALD,
William. “ Comentário do Bíblico Popular, Novo Testamento. (São Paulo: Mundo
Cristão, 2008).
PENTECOSTAL, Bíblia de Estudo. ” João Ferreira de
Almeida. Revista e Corrigida: CPAD, 1995.
SOARES,
Ezequias. Romanos O Evangelho da justiça de Deus.2º trimestre de 1998”.(Rio de
Janeiro: CPAD 1998).
A Necessidade Universal da Salvação em Cristo
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 02 – Data: 10/04/2016]
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
Devemos
compreender que todos estão debaixo do
jugo do pecado e necessitamos de uma salvação.( Rm 6.23).
O HOMEM SOB O JULGAMENTO (1.18-32)
1.18 A IRA DE DEUS. A ira (gr. orge) de Deus é uma
expressão da sua justiça e do seu amor no NT aparece 36 vezes só em romanos
aparece 12 vezes (1.18; 2.5,8;3.5;4.15;5.9;9.22;12.19;13.4,5). A ira de Deus é
a reação de sua Santidade diante da impiedade do homem.É a indignação pessoal
de Deus e sua reação imutável diante de todo o pecado (Ez 7.8,9; Ef 5.6; Ap
19.15) causada pelo comportamento iníquo do ser humano (Êx 4.14; Nm 12.1-9; 2
Sm 6.6,7) e nações (Is 10.5; 13.3; Jr 50.13; Ez 30.15), e pela apostasia e
infidelidade do seu povo (Nm 25.3; 32.10-13; Dt 29.24-28). No passado, a ira de
Deus e seu ódio ao pecado revelou-se através do dilúvio (Gn 6-8), da fome e da
peste (Ez 6.11ss), do abrasamento da terra (Dt 29.22,23), da dispersão do seu
povo (Lm 4.16). No presente, a ira de Deus é vista quando Ele entrega os ímpios
à imundícia e às vis paixões e leva à ruína e à morte toda quantos persistem em
lhe desobedecer (Rm 1.18-3.18; 6.23; Ez 18.4; Ef 2.3). No futuro, a ira de Deus
incluirá a Grande Tribulação para os ímpios deste mundo (Mt 24.21; Ap 6-19) e
um dia vindouro de juízo para todos os povos e nações (Ez 7.19; Dn 8.19)
"dia de alvoroço e de desolação, dia de trevas e de escuridão" (Sf
1.15), um dia de prestação de contas para os iníquos (2.5; Mt 3.7; Lc 3.17; Ef
5.6; Cl 3.6; Ap 11.18; 14.8-10; 19.15).
1.23 MUDARAM A GLORIA DEUS
Em vez de
glorificarem a Deus, o homem se se afastou ainda mais( Is 59.2), e Deus os
integrou à imoralidade, idolatria devido
a suas próprias concupiscências. O homem mergulhou ainda mais no pecado
escolheram o que desejaram, passaram a mudar seus comportamentos a luz das
coisas criadas um abismo chama outro abismo (Sl 47.7b). A imoralidade (Porneia) é usada aqui como uma palavra bem geral para as
relações e relacionamento sexuais ilícitos e imorais. A derivação provável da
palavra lança raios relevantes de luz sobre a atitude mental por trás dela. Porneia é a prostituição. Na Grecia
antinga devido a seus deuses a pratica
de prostituição era normal como exemplo é citado a homossexualidade reprovada
na bíblia Rm 1.26,27); Lv 18.22). Era vista pelo Judeus como uma perversão.
A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO
2.1 És inescusável quando julgas...
TU...
fazes o mesmo
Os judeus condenavam as praticas dos gentios e o apóstolo
Paulo mostra razões que os judeus não eram melhores que os gentios.
Em cada um de nós está sempre bem presente. Paulo
mostrou que os gentios se entregaram à prática do pecado. Agora ele demonstra
que os judeus praticam as mesmas coisas e, igualmente, precisam da salvação em
Cristo.
o fariseu: “ Graças
te dou porque não sou como os demais homens, que s ã o ...” (Luc. 18.11).
Os judeus achavam
que Paulo estava condenando os gentios simplesmente porque era um gentio e isso
bastava os gentios ( pagão) já estavam condenados.
1. Eles praticavam aquilo que
consideravam errado no comportamento gentílico (v. 1). Ao agir assim, acabavam
assumindo uma atitude de hipocrisia diante da lei.
2. Achavam que por serem os guardiões da
Torá estariam isentos de qualquer julgamento (v. 3).
3. Abusavam da bondade de Deus (v. 4).
4. Possuíam um coração impenitente (v.
5).
5. Ignoravam a lei da retribuição (v. 6-10).
6. Eram exclusivistas (v.11).
7. Não conseguiam viver as exigências da lei (v.
12-14).
Não se pode
presumir que o juízo divino seja alterado pelas condições em que se exerce.
Deus conhece o recôndito dos corações (Cf. I Cor.
4.5; Marc. 4.22; Mat. 6.6). Ele vê o que nós não podemos ver, o que escondemos
aos outros e, tão frequentemente, a nós mesmos. Destarte, sem
lei serão julgados,
com toda justiça, porém, quantos sem lei pecaram 22. E isso está de acordo com
o Evangelho que o apóstolo prega, como a prova II Cor. 5.10, confirmando 2.6.
Nenhuma
dificuldade resulta
em que o Evangelho, que proclama a salvação pela fé,
seja evocado em um contexto que afirma que Deus julga o homem
em conformidade com as obras por eles praticadas.
O QUE É
SALVAÇÃO?
A doutrina bíblica da salvação é tecnicamente
chamada de soteriologia. Entendida de forma ativa, a salvação é a obra completa
de Deus que consiste em trazer homens do estado de pecado ao estado de glória
através de Jesus Cristo.
Vários termos que designam a salvação ocorrem
frequentemente ao longo da Bíblia Sagrada.
No Antigo Testamento, a raiz mais importante em
hebraico é yasha', que significa Liberdade daquilo que prende ou restringe.
Portanto, o verbo significa soltar, liberar, dar comprimento e largura a algo
ou a alguém.
Os vários substantivos derivados desta raiz
significam tanto o ato de libertar quanto o de resgatar (1 Sm 11.9), além de
transmitir o estado resultante de segurança, bem estar, prosperidade (2 Sm
23,5; Sl 12.6) e de vitória sobre os adversários (2 Sm 23.10,12; Sl 98.1).
No
Novo Testamento o verbo grego sozo e seus cognatos, soter,
“salvador" e soteria, “salvação”, geralmente traduzem yasha‘ e seus
respectivos substantivos.
No NT, o termo soteria só é encontrado em
conexão com Jesus Cristo como Salvador, e não em qualquer sentido físico ou
temporal.
A salvação traz a justiça de Deus para o homem,
quando este cumpre a condição de ter fé em Cristo (Rm 1.16,17; 1 Co 1.21). A
salvação baseia-se na morte de Cristo para a remissão dos pecados de acordo com
os justos requisitos de um Deus santo e abençoador (Rm 3.21-26).
Em suma. Salvação (gr. soteria) significa
“livramento”, “chegar à meta final com segurança”, “proteger de dano”. Já no
Antigo Testamento, Deus revelou-se como o Salvador do seu povo (Êx 15.2; Sl
27.1; 88.1; ver Dt 26.8 nota; Sl 61.2; Is 25.6; 53.5).
A salvação é descrita na Bíblia como “o caminho”, ou a estrada através
da vida, para a comunhão eterna com Deus no céu (Mt 7.14; Mc 12.14; Jo 14.6; At
16.17; 2Pe 2.21; At 9.2; 22.4; Hb 10.20).
A salvação vem por meio
de Jesus (ver Lc 19.9). Ele veio para salvar (ver Mc 3.4; Lc 4.18; Mt. 18.11;
Lc 9.56 e Mt 20.28). Cristo é a redenção completa e libertação
através do pagamento de um resgate (2 Pe 2.1; Gl 3.13; Mt 20.28). Ele é a reconciliação que por causa da morte
de Cristo, o relacionamento humano com Deus foi modificado de um estado de
inimizade (Is 59.2) passando a um estado de comunhão (Rim 5.10).Ele é a propiciação
que a ira de Deus foi retirada através da oferta de Cristo (Rm 3.25;
1 Jo 4.10).
Quando uma pessoa crê no Senhor Jesus Cristo,
ela é salva (At 16.31), e assim já está justificada, redimida, reconciliada e
limpa (Jo 13.10; 1 Co 6.11).
Além disso, a salvação é também progressiva (1 Co 1.18) e o homem
precisa da obra santificadora do Espírito Santo (Rm 8.13; 2 Co 3.18; Fp 2.12).
CONCLUSÃO
A necessidade da salvação é encontrada
na natureza pecaminosa do homem.
A única condição para a salvação é a fé. O que encobre as suas
transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia
(Pv 18.13).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALVES, J.
E-book: Subsídios EBD / Edição: 04 – 2016.
EARLE,
Ralph; SANNER, A. Elwood e CHILDERS, Charles L. "Comentário Bíblico Beacon
- Vol. 8". (Rio de Janeiro: CPAD, 2006).
ENSINADOR CRISTÃO, n°66 Trimestre: 2° de 2016 – Lição de
Adultos, CPAD.
GONÇALVES, José. Maravilhosa Graça.( Rio de Janeiro:
CPAD.2016).
JONES, D.M Loyd, Romanos “ O justos juízo de Deus”.( São
Paulo: PES, 1999).
LOPES, Dias. Henandes. Romanos “O Evangelho segundo Paulo.(
São Paulo: HAGNOS.2010).
PENTECOSTAL, Bíblia de Estudo. ” João Ferreira de Almeida. Revista e
Corrigida: CPAD, 1995.
SOARES, Ezequias. Romanos O Evangelho da
justiça de Deus. 2º trimestre de 1998”.(Rio de Janeiro: CPAD 1998).
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25/03/2016
O Destino Final dos Mortos
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 13 – Data: 27/03/2016
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
E os que
fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para
a ressurreição da condenação (Jo 5.29).
A vida eterna é
uma dadiva de Deus para com os homens, não deve se confundida com as palavras
Imortalidade. “Imortalidade –
Impossibilidade de morrer. A expressão vida eterna significa continuidade de
vida. A imortalidade, porém, refere-se à impossibilidade de morrer (Jo 1.18).”
e Incorruptilidade, Incorruptível –Que não se corrompe, inalterável. Termo
aplicado ao corpo ressurreto, na ocasião do arrebatamento, ou ao corpo
ressuscitado do Senhor Jesus (1 Co 15.50). A morte não é o fim da nossa
esperança.
O QUE É ESTADO INTERMEDIÁRIO?
É um modo de
existir entre a morte física e a ressurreição final do corpo sepultado.
No Antigo testamento,
esse lugar era chamado de Sheol ( Hebraico),
Sheol –Palavra hebraica para
designar o lugar onde os mortos se encontram. Entre a morte e ressurreição do
Senhor Jesus houve uma mudança nesse lugar. Corresponde a palavra grega Hades
(Gn 25.8).
No Novo Testamento Hades ( Grego), Hades – O hades é o mundo dos mortos. Atualmente é o lugar
de tormento, onde os injustos aguardam o juízo final (Hb 10.28). Os dois termos dizem a respeito do reino
da morte.
O QUE É MORTE?
Existe na
Bíblia 3 tipos de mortes; Física, Espiritual e Eterna:
Morte
Física: A alma e o espirito separam-se do corpo,
Alma como
cidadão. (RM 13.1).
Alma como Sangue.
(Lv 17.11).
Alma como
Sentimento. (Mt 26.28).
Alma como parte
imaterial. (Mt 10.28).
Morte
Espiritual: quando o pecador morre separado de Deus.( Ef 2.1). todos pecaram(
Rm 6.23), iniquidades fazem separação( Is 59.2).
Morte Eterna:
E a eterna separação de Deus, é chamado de segunda morte( Mt 25.46;Ap
20.14,15).
O LUGAR DOS MORTOS.
Baseado em
lucas 16.19-31, ambos morreram, um foi para o seio de Abraão e o outro para o
Hades. Até a morte de Jesus o “Hades” era um lugar intermediário não somente
para ímpios mas também para justos. (At 2.31).
O Havia
nesse estado intermediário?
Hades- Cativeiro.
Abismo- Tártaro.(
2Pe 2.4).
Seio de
Abraão- Lugar alto.( Lc 23.43).
Efésios 4.8-10.
Cristo quando
ressuscitou transportou o seio de Abraão para o Paraíso. ( Ef 4.8-10).
Veja algumas
observações de outra forma.
Efésios 4.8-10.
4.8 - Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons
aos homens. Aqui, Paulo cita o Salmo 68.18 para descrever o Messias subindo ao
alto, levando cativo o cativeiro, triunfante sobre Satanás e suas hostes, e
distribuindo dons espirituais ao Seu povo. A administração fiel de nossos dons
na terra determinará a posição que ocuparemos no Reino messiânico de Cristo.
4.9 - Para muitas pessoas, esta descida se refere à ida de
Jesus ao Hades (literalmente, o lugar abaixo de, o reino dos mortos), após Sua
crucificação e morte, a fim de conduzir os santos que lá estavam ao Paraíso, ao
ressuscitar. A expressão as partes mais baixas da terra também poderia ser
traduzida como as partes mais baixas, a terra, de modo a referir-se à vinda de
Cristo ao nosso humilde mundo, como homem. Esse é o significado mais provável
aqui (Fp 2.5-8).
4.1 0 - Aquele que se humilhou como Servo humilde e sofredor
é o mesmo que subiu acima de todos os céus em supremacia universal (Fp 2.9-11;
Cl 1.18).
OS MORTOS JUSTOS.
Todos os
justos, de Adão até à ressurreição de Cristo, ao morrerem estarão no Paraiso. (Lc
23.43), esperando serem ressuscitados (1Ts 4.16,17), para estar no Tribunal de
Cristo e nas Bodas do Cordeiro ( 2 Co 5.10; Ap 19.9).
OS MORTOS ÍMPIOS.
Desde Adão
até o julagameto do Grande Trono Branco, as almas dos ímpios seguem para o
mundo invisível, ou seja, no Sheol ou Hades, aguardando o seu julgamento para
serem lançados no lago de fogo. (Ap 20.11-15).
A MORTE NÃO É.
Muito grupo
religioso tem confundidos a morte como:
Aniquilacionismo
- Adepto da doutrina da
aniquilação, ou seja, o juízo causará a extinção e não o tormento eterno, alguns crêem numa extinção paulatina; outros,
numa extinção repentina(Gn 2.7).
Sono da Alma – Doutrina que advoga a
inconsciência durante a morte (1 Ts 4.13-17). Quando o homem morre fica inconsciente.
Reencarnação- Refere-se
à doutrina de que Jesus revestiu-se de carne e habitou entre os homens (Jo
1.14). A reencarnação não se encontra no Judaísmo Antigo e nem no
Cristianismo. Claramente Jesus e os Apóstolos se opuseram à crença de que o
homem voltará a viver em outro corpo e pagará os seus pecados cometidos em
outras existências. ( Cl 2.8). os espirita ensina que os médiuns conseguem se
comunicar com os mortos.( Ec 9.5,6;Sl 88.10-12;Is 38.18,19; Jó 7.910).
Purgatório- A doutrina do purgatório foi aprovada em 1439, no Concílio de Florença,
confirmada definitivamente no Concílio de Trento (1549-1563), mas ela já
existia desde 1070. Essa doutrina ensina que os cristãos parcialmente
santificados, que são a maioria, passam por um processo de purificação para
depois entrar no céu. Essa crença veio do paganismo e é muito antiga, e não há
espaço para ela na Bíblia. Vão logo para o céu os que morrem
depois de ter recebido a absolvição, mas antes de terem satisfeito plenamente a
justiça de Deus? Não; eles vão para o Purgatório, para ali satisfazerem à
justiça de Deus e se purificarem inteiramente (“Terceiro Catecismo de Doutrina
Cristã”, Editora Vera Cruz Ltda., 1a edição, agosto de 1976,
resposta à pergunta 787, p. 144).
Quando a bíblia fala de sono da morte refere-se ao corpo. ( Gn 47.30; 1
Co 15.6,18,20).
INFERNO, SHEOL e HADES na V. B.
(Segundo o Dr. Davis)
1. Lugar dos mortos. É uma das traduções da palavra
hebraica Sheol e da grega Hades, Sl
16:10; At 2:27. A versão revista da Bíblia inglesa do Antigo Testamento, tanto
no texto como a margem, usa a palavra Sheol; nos
livros proféticos, emprega-se a palavra Cheol nas margens e a. palavra inferno
no texto, e em Dt 32:22;Sl 55:15; 86:13 emprega Cheol nas margens e abismo no
texto. Em o Novo Testamento usa a palavra Hades, no texto. Ambos os vocábulos
também se traduzem por sepultura, Gn. 37:35; Is. 38:10,18; Os. 13:14. A versão
revista inglesa traduz Sheol por morte
em Ico. 15:55. Não há certeza quanto à etimologia da palavra. Sheol tem o
sentido de insaciável em Pv 27:20 e 30:15, 16. Hades pronunciado sem aspiração,
significa invisível. Tanto como um como outro termo denotam lugar dos mortos. Os antigos hebreus, semelhantes a
outras raças semíticas, imaginavam o Sheol embaixo
da terra, Nm. 16:30, 33; Ez. 31:17; Am. 9:2. Pintavam-no como tendo portas, Is.
38:10 região tenebrosa e melancólica, onde se passa uma existência consciente,
porém triste e inativa, II Sm 22:6; Sl. 6:6; Ec. 9:10. Imaginavam o Sheol como
sendo o lugar para onde vão as almas de todos os homens, sem distinção alguma,
Gn. 37: 35; Sl. 31:17; Is. 38:10, onde os ímpios sofriam e os justos gozavam. É
importante notar que a doutrina autorizada dos hebreus sobre Sheol, dizia que
só Deus era conhecido, e que estava na sua presença, Pv. 15:11; Jó 26:6; que
Deus estava presente a ele, Sl 139:8; e que os espíritos de seu povo e as suas
condições naquela habitação, estavam sob a vigilância de seu olhar. Esta
doutrina inclui a grande bênção de Deus para com o seu povo depois da morte,
gozando da sua presença e de seu constante amor, e, ao mesmo tempo, a miséria
dos ímpios. Dois lugares de habitação para os mortos: um para os justos com
Deus, e outro para os ímpios, banidos para sempre da sua presença.
A doutrina a respeito da glória futura e da ressurreição do corpo, já
era confortadora aos crentes do Antigo Testamento, Já 19:25-27; Sl 16:8-10;
17:15; 49:14, 15; 73:24; Dn 12:2, 3.Uma base para esta doutrina encontra-se no
exemplo de Enoque e de Elias que foram arrebatados, e também na crença dos
egípcios com que se relacionaram, durante séculos, os hebreus. Havia entre
ambos os povos, idéias paralelas a respeito da vida futura e da relação de
moralidade da vida presente com o bem estar futuro, além da sepultura. Porém,
só Jesus Cristo poderia derramar luz plena sobre a imortalidade revelando as
bênçãos para as almas salvas, habitando na presença de Deus, depois da morte,
livres de todos os males da presente vida, Lc. 23:43; Jo. 14:1-3; IICo. 5:6-8;
Fp. 1:23.
2. Lugar de tormentos e miséria. Neste sentido é
que se traduz a palavra grega Gehenna, em Mt.
5:22, 29, 30; 10:28; 18:9; 23:15, 33; Mc. 9:47; Lc. 12:5; e Tg. 3:6. É a forma
grega do hebraico Gehinnom, vale de Hinom, onde
queimavam crianças vivas em honra de Moloque. Por causa destes horríveis
pecados que se cometiam ali, por causa das suas imundícias, e talvez por servir
de depósito ao lixo da cidade, veio a servir de emblema do pecado e da miséria,
e o nome passou a designar o lugar do castigo eterno, Mt. 18:8, 9; Mc. 9:43.
Das cenas que se observam ali, a imaginação tirou as cores para pintar a Geena
dos perdido, Mt. 5:22; comp. 13:42; Mc. 9:48.
Na IIPe 2:4, onde se lê: …. “precípitando-os no
inferno”, é a tradução do verbo tartaroô, significando
— lançar no Tártaro. O Tartarus dos
romanos, o Tartaros dos gregos, era o
lugar por eles imaginado, para onde iam as almas, situado abaixo do Hades.
Ainda que a etimologia seja diferente, Geena e Tártaro incluem essencialmente
a mesma idéia — lugar de punição para os perdidos.
Ainda J. Davis diz o seguinte sobre o Paraíso: “Os Judeus faziam
distinção entre o paraíso superior e paraíso inferior, o primeiro era uma parte
do Céu e o segundo uma divisão do Hades destinado às almas dos justos. No NT a
palavra paraíso, quer dizer céu em dois lugares distintos, II Co. 12:2, 4; Ap.
2:7; 22:2. E por isso é tomada na mesma acepção em Lc. 23:43.
E sobre alma ele afirma: “No sentido ordinário da palavra, a alma é uma
entidade espiritual, incorpórea, que pode existir dentro de um corpo ou fora
dele. (Dicionário Bíblico – Ed. 1989 – Juerp; págs.. 26, 286, 287 e 444).
CONCLUSÃO
Mesmo diante
das muitas lutas da vida, Jesus deixou claro que não seria fácil,( Jo 16.33). Mas
que esperássemos a sua promessa e que a aflição dessa vida não se compara com a
Gloria.( Rm 8.18.) Toda a revelação aponta para o futuro. O futuro consiste num plano
traçado por Deus para que a Igreja caminhe neste mundo “pela fé a esta graça,
na qual estando firme, gloria-se na esperança da glória de Deus”.(Rm. 5.2).
Aguardemos
com expectativa o dia da vinda do Senhor.
A
Nova Ordem Mundial está chegando! Você está preparado?
MARANATA!!!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Vem
o fim, o fim vem: a doutrina das últimas coisas. Revista Lições Bíblicas, CPAD, 4º
Trimestre de 2004.
BERGSTÉN,
Eurico. O livro de Daniel 3 º trimestre (Rio de Janeiro: CPAD 1983).
GILBERTO, Antônio. O calendário da profecia (9ª Edição 1997)
CPAD.de
Janeiro: CPAD, 2006).
MARTINEZ,
João Flávio. “ Céu e Inferno, para onde vão os que morrem?”( www.cacp.org.br; edição de 2006).
MARTINS, A.F.Marcos. O que a bíblia diz
sobre a Reencarnação (3 ed.- Porto
alegre: Actual Edições, 2010).
PEDRO, Severino da silva. Escatologia.
“Doutrina das Ultimas Coisas” (Rio de Janeiro: CPAD, 1998).
PENTECOSTAL, Bíblia de Estudo. ” João
Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida: CPAD, 1995.
RADMACHER, D. Earl. ALLEN, B Ronald. HOUSE Wayne,.H. “O Novo comentário Bíblico do Novo Testamento”.( Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2010).
RENOVATO,
Elinaldo. “Revista Lições Bíblicas - 1º
trimestre de 2016”. (Rio de
Janeiro: CPAD, 2016).
18/03/2016
Novos Céus e Nova Terra
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 12 – Data: 20/03/2016
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
Ao longo da história, o povo de Deus, com razão têm
se preocupado com a sua salvação.
Salmos
119:123 Os meus olhos desfaleceram pela
tua salvação e pela promessa da tua justiça.
. Deus criou os
céus e a terra, mas a Queda o homem maculou a criação divina. Os céus e a terra
serão transformados e purificados pelo Senhor. O Criador vai restaurar,
mediante o seu poder, todo o universo, expurgando os efeitos do pecado. Quem já
não sonhou com uma sociedade mais justa e perfeita? Esse foi e continua sendo o
sonho de muitos. Nossa esperança é a Nova Jerusalém. Um lugar real,
preparado pelo Senhor para toda a humanidade desde a criação
O CÉU E CÉUS.
Através do
Céu podemos ver a grandeza de Deus, como Ele é maravilho (Sl 77.13). Ele é o
único Criador ( Is 44.5-7). Ninguém conhece a mente a mente do Senhor. ( Nm
9.6;Rm 11.33-36). Tudo foi feito por Ele e para Ele, não existe ninguém maior
que Deus. ( Sl 60.12; 63.1,2;Is 44.23,24).
O Apostolo Paulo menciona “Conheço
um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo
não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro céu. ( 2 Co 12.2). Mas que céu é esse?
Primeiro Céu
(inferior): no livro de Gêneses está escrito: No princípio criou Deus os Céus e a
Terra, o primeiro visível e está ao nosso alcance, até onde nossa visão
limitada pode alcançar que se chama firmamento ou atmosférico (Gn 1.7-8; Sl19.1).
O Senhor
te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo
(Dt. 28:12). “Que cobre de nuvens os céus, prepara a chuva para a terra” (Sl.
147:8).
Segundo Céu
(intermediário): É o céu das galáxias onde estão os astros,
estrelas, planetas, sol, lua e tudo Criado por Deus. ( Gn 1.16). “E os colocou no
firmamento dos céus para alumiarem a terra”.
Terceiro Céu (superior): Lugar onde Deus fez sua habitação, o lugar que
Deus escolheu para colocar seu Trono.
“Assim diz o Senhor: O céu
é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés”,(Is 66.1;Sl 11.4; 47.8).
Sabemos que Deus é Onipotente (Sl 1391-12), Ele enche toda a terra e está em
todo lugar(Jr 23.23,24).
“Salmos 103.19 O Senhor estabeleceu o
seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo”.
A origem dos céus. Foram criados por Deus. Deus criou os
céus pelo supremo poder da Palavra (1 Cr 16.26; Jó 26.13; SI 8.3; 33.6; 96.5;
136.5; Pv 8.27).
Os céus
incluindo a terra (Gn 1.1 e ss; 2.1; Êx 20.11; 31.17; Ne 9.6; SI 89.11,12;
102.25; 115.15; 121.2; 124.8; 134.3; 146.6; Pv 3.9; Is 37.16; 42.5; 44.18;
51.13,16; Jr 10.12; 32.17; 51.15; Zc 12.1; At 4.24; 14.15; Ef 3.9; 2 Pd 3.5; Ap
4.11; 10.6; 13.7).
O
Apóstolo João foi muito privilegiado em ver e relatar sobre a cidade celestial
(Apocalipse 21:10-27). João viu que o céu possui a “glória de Deus” (Apocalipse
21:11). Essa é a glória do Shekinah, quer dizer, a presença de Deus. Porque o
céu não tem noite e o Senhor é a luz, o sol e a lua não serão mais necessários
(Apocalipse 22:5).
NOVOS CÉUS E NOVA TERRA.
Os novos Céus e
a nova terra serão um mundo onde habitara justiça (2 Pe 2.13). Porque o próprio
Deus estará presente com seu povo (Ap 21.1-4,22-27). O próprio Apóstolo Paulo
já mencionava uma vida eterna com o senhor Jesus (Rm 5.21), e já eram esperados
pelos Profetas.
·
Isaías
65:17
Porque, eis
que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas
passadas, nem mais se recordarão.
·
Isaías
66:22
Porque, como
os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer,
estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim também há de estar a vossa
posteridade e o vosso nome.
·
2 Pedro
3:13
Mas nós,
segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.
Novo aqui
sugere uma restauração e não apenas um segundo começo, mas os cumprimentos das
profecias citado à cima. Significa uma renovação eterna que já começou na vida
do crente, usando o mesmo termo que diz: “se alguém está em Cristo Jesus nova
criatura é... 2 Co 5.17)”. Não haverá lembranças das coisas passadas.
Antítese
qualitativa entre o primeiro mundo e o segundo é destacada em Isaías 65.17 e
66.22, que estão por trás das palavras utilizadas em Apocalipse 21.1. Observe
Isaías 65.17 LXX: “Haverá um novo céu e nova terra; e eles de modo algum se
lembrarão do antigos” (cf. 66.22). O quadro descrito em Isaías 65.16-18 faz um
contraste qualitativo entre a terra “antiga ”, onde ocorreu a “primeira aflição
” do cativeiro, e os “novos céus e nova terra ”, onde haverá apenas “alegria” e
“júbilo ” duradouros. O texto de Isaías 66.22 afirma que uma das diferenças
qualitativas é que “o novo céu e a nova terra durarão ” para sempre, em
contraste com os antigos, que foram extintos. A cena descrita em Apocalipse
21.1 retrata o cumprimento futuro das duas profecias de Isaías sobre a nova
criação.
A NOVA JERUSALÉM
Esta maravilhosa Cidade é chamada por diversos nomes na bíblia. Vejamos.
1) A nova Jerusalém (Ap 21.2).
2) Santa Jerusalém (Ap 21.10).
3) Jerusalém Celestial (Hb 12.22).
4) Cidade Celestial (Hb 11.16).
5) Cidade do Deus vivo (Hb 12.22).
A palavra Jerusalém significa habitação de paz, cidade de paz.
Nova Jerusalém - Cidade literal.
É uma cidade literal, que tem fundamentos (Hebreus 11.10). Paulo a chama
de “a nossa cidade” (Filipenses 3.20). Tudo sugere uma cidade literal: ouro,
ruas, dimensões e pedras.
A
cidade é cheia do brilho de pedras preciosas e jaspes claros como os cristais.
O céu tem 12 portas (Apocalipse 21:12) e 12 fundamentos (Apocalipse 21:14). O
paraíso do Jardim do Éden é restaurado: o rio da água da vida corre livremente
e a árvore da vida está disponível novamente, dando fruto mensalmente com
folhas que são para “a cura dos povos” (Apocalipse 22:1-2). Por mais eloquente
que João tenha sido em sua descrição do céu, a realidade do céu vai muito além
do que um homem finito pode descrever (1 Coríntios 2:9). No entanto, podemos
saber que o céu é mais real do que essa terra que um dia passará.
A Nova Jerusalém é o local que
substituirá o Éden como morada de Deus com os homens. Ela é explicitamente
mencionada e revelada no capítulo 21 do livro do Apocalipse. A Formosa
Jerusalém Celestial é uma cidade real, visível, palpável; uma Cidade que tem
fundamentos e cujo Artífice e Construtor é o próprio Deus (Hb 11:10). Abraão
pôde crer na existência desta cidade “Pela fé habitou na terra da promessa, como em
terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma
promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e
construtor é Deus”(Hb 11:9,10).
Hb11.13 Todos estes morreram na fé, sem
terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto e saudado, de longe,
confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.
Paulo cria, como creu
Abraão, por isto dizia que “… a nossa cidade está nos céus, donde também
esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3:20).
Segundo o Pr. Antônio Gilberto, no Estado Eterno
haverá:
1.
Governo perfeito. O homem não tem sabido,
nem podido governar bem a Terra. Todas as tentativas humanas nesse sentido
fracassaram: dos gregos, através da cultura; dos romanos, através da força e da
justiça; e dos governantes dos nossos tempos, através da ciência e da política.
Mas Cristo exercerá um governo perfeito, no seu tempo. Nunca haverá desordem, insatisfação,
injustiça.
2.
Habitantes perfeitos – “Nunca mais haverá qualquer maldição” (Ap 22:3).
Não haverá mais pecado, o que resultará em santidade perfeita. Foi o pecado que
trouxe toda sorte de maldição (ler Gn 3:17; Gl 3:13).
3.
Serviço perfeito – “Os seus servos o servirão” (Ap 22:3). O maior
privilégio do homem é servir a Deus. O trabalho para Deus será então perfeito.
Culto perfeito. Atividades perfeitas. Quantas maravilhas não aguardam os
salvos!
4.
Comunhão perfeita – “Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com
eles”(Ap 21:3). O novo céu e a nova Terra é a restauração da
convivência completa e perfeita entre Deus e os homens, que havia antes que o
pecado causasse o atual estado de divisão que existe entre Deus e a humanidade.
Como povo de Deus, desfrutaremos comunhão mais próxima com Ele do que jamais
imaginamos. Deus mesmo estará com todos os seus santos num relacionamento mais
íntimo e afetuoso. Somente na Nova Jerusalém, esta comunhão será restabelecida
por completo, ocorrendo aquilo que é dito pelo apóstolo João, de vermos Deus
como Ele é (1João 3:2).
5.
Visão perfeita – “Contemplarão a sua face” (Ap 22:4). Somente com
uma visão perfeita é possível contemplar a face de nosso Senhor. Nenhum homem
neste mundo viu a face do Senhor. Nem mesmo Moisés que teve uma íntima comunhão
com Deus. Para ele Deus disse: “Não poderás ver a minha face,
porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá” (Êx 33:20). A
esperança dos fiéis é de contemplar a face de Deus (Salmos 11:7; 17:15). Os
vencedores terão este privilégio diante do trono de Deus e do Cordeiro – “Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face” (Ap
22:3,4).
6.
Identificação perfeita – “E nas suas frontes está o nome dele” (Ap 22:4). Nome na
Bíblia fala de caráter; daquilo que a pessoa de fato é. Haverá então uma
perfeita identificação entre Deus e os seus remidos. No Antigo Testamento o
sumo sacerdote levava gravadas numa lâmina de ouro puro, sobre a sua coroa
sagrada, as palavras: “Santidade ao Senhor” (Êx 39:30). Mas no Estado Eterno,
onde a santidade é perfeita, o próprio nome de Deus estará sobre a fronte dos
seus filhos.
7.
Conhecimento Perfeito. Hoje,
conhecemos a Deus apenas em parte, mas no Novo Céu e na Nova Terra o nosso
conhecimento será perfeito dentro do plano humano, em glória (cf 1Co 13:12).
8.
Interação perfeita – “E reinarão pelos séculos dos séculos” (Ap 22:5). No
Estado Eterno, ou seja, no Novo Céu e na Nova Terra todos juntos,
harmonicamente, e sempre, reinaremos. Isso jamais será conseguido aqui, mas no
perfeito Estado Eterno, sim! (O CALENDÁRIO DA PROFECIAS.PÁG101).
CONCLUSÃO
Essa é a
esperança de todo crente que um dia iremos morar para sempre com senhor. ( 1 Ts
4.17). “Mas já está próximo o fim de
todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração”1 Pe 4.7. O
verdadeiro crente tem sua esperança centrada em Deus. Sabe que, neste mundo,
não passa de um peregrino que, orando e chorando, encaminha-se para Jerusalém
Celeste. Pensando nas coisas que são de cima (Cl 3.1,2).
Aguardemos
com expectativa o dia da vinda do Senhor.
A
Nova Ordem Mundial está chegando! Você está preparado?
MARANATA!!!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Vem
o fim, o fim vem: a doutrina das últimas coisas. Revista Lições Bíblicas, CPAD, 4º
Trimestre de 2004.
BEALE, G.K, CARSON, D . A.” Comentário do uso
do Antigo Testamento no Novo Testamento (São Paulo: Vida Nova, 2014).
GILBERTO, Antônio. O calendário da profecia (9ª Edição 1997)
CPAD.de
Janeiro: CPAD, 2006).
ICE, Thomas. DEMY, Timothy. Jerusalém na
Profecia Bíblica. (Porto Alegre; Actual dições,2001).
PEDRO, Severino da Silva. Apocalipse
Versículo por Versículo. ( São Paulo, CPAD,1985).
PEDRO, Severino da silva. Escatologia.
“Doutrina das Ultimas Coisas” (Rio de Janeiro: CPAD, 1998).
PENTECOSTAL, Bíblia de Estudo.
” João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida: CPAD, 1995.
RADMACHER, D. Earl. ALLEN, B
Ronald. HOUSE
Wayne,.H. “O Novo comentário Bíblico do Novo Testamento”.( Rio de Janeiro. Editora
Central Gospel, 2010).
RENOVATO,
Elinaldo. “Revista Lições Bíblicas - 1º
trimestre de 2016”. (Rio de
Janeiro: CPAD, 2016).
11/03/2016
O Juízo Final
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 11 – Data: 13/03/2016]
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
O juízo Final também chamado de Grande Trono Branco, será o grande dia dos
ajustes de conta com todos individualmente, não haverá injusta, porque o Juiz (Cristo)
é perfeito em Justiça ( At 17.31). O juízo Final
ocorrerá depois do término do Reino milenial de Cristo, depois da condenação
definitiva do Diabo e suas hostes. Na Bíblia, esse julgamento é explicitamente
mencionado pela primeira vez por Daniel (Dn 7:9,10).
O QUE É JUÍZO FINAL?
Juízo Final é a ocasião em que Deus
julgara toda a humanidade “E nos mandou
pregar ao povo e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos
vivos e dos mortos” (Atos 10:42). com exceção da Igreja que já terá sido
submetida ao Tribunal de Cristo.
O evento, que terá lugar logo após o Milênio e a derradeira rebelião de Satanás,
e assim descrito no Apocalipse:
“E vi um
grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença
fugiram a terra e o céu; e não foi achado lugar para eles. E vi os mortos,
grandes e pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu- se
outro livro, que e o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que
estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. O mar entregou os mortos
que nele havia; e a morte e o além entregaram os mortos que neles havia: e
foram julgados, cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram
lançados no lago de fogo. Esta e a segunda morte, o lago de fogo. E todo aquele
que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo (Ap
20.11-15).
QUEM SERÁ O
JUIZ?
Certamente
será o Senhor Jesus Cristo, conforme Ele mesmo declarou: “E também o Pai a ninguém
julga, mas deu ao Filho todo o juízo”(João 5:22); “E deu-lhe o poder de exercer
o juízo, porque é o Filho do homem” (João 5:27).
Sua
Justiça será notória e exercida em todo universo, será julgamento do Ímpios
desde Adão até o último homem da face da terra, todos os ímpios falecidos ressuscitarão
com seus corpos literais e imortais (Mt 10.28; Jo 3.18). Todos os rebeldes
serão castigados severamente, onde serão atormentados por toda eternidade.
O Senhor
Jesus sempre avisou sobre o julgamento enquanto esteve na terra.
Mt 11.22 Por isso, eu vos digo que
haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no Dia do Juízo, do que para vós.
Mt 12.36, Mas eu vos digo que de
toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo.
Mt 13.41-42 Mandará o Filho do
Homem os seus anjos, e eles colherão do seu Reino tudo o que causa escândalo e
os que cometem iniquidade.
42 E lançá-los-ão na fornalha de
fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes.
Lc 12.2 Mas nada há encoberto que
não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser revelado.
A punição final do pecado é a morte
eterna, ou seja, o Juízo Final contra o pecado (Hb 9.27). A morte eterna é a
culminância e complementação da morte espiritual. Diz respeito à repugnância da
santidade divina que requer justiça contra o pecado e contra o pecador
impenitente. Significa a retribuição positiva de um Deus pessoal, tanto sobre o
corpo como sobre a sua alma e espírito (Mt 10.28; 2 Ts 1.9; Hb 10.31; Ap
14.11).(TEOLOGIA PENTECOSTA, pág. 326).
Portanto,
a “segunda ressurreição” é a da condenação (Jo 5.29b) e ocorrerá depois do
Milênio e antes do Juízo Final. Os mortos que “não reviveram, até que os mil
anos se acabaram” (Ap 20.5) ressuscitarão para o julgamento do Trono Branco: “E
deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que
neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras” (Ap 20.13).
OS LIVROS
Segundo o livro
“ O Calendário da profecia do Pastor Antônio Gilberto”, nessa ocasião, vários livros serão abertos e tudo o que está gravado nos
corações dos seres humanos, na parte mais profunda de seu ser, virá à tona.( 1
Co 4.5a).
Ap. 20.12 E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante
do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e
os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo
as suas obras.
Ninguém terá
prestigio ou influencia nesse julgamento, nem haverá posição de idade(At
8.10;26.22;Ap 11.18).
Alguns desses livros:
O Livro da
consciência ( Rm 2.15;9.21).
O livro da natureza
(Jó 12.7-9;Sl 19.1-;Rm 1.20).
O Livro da Lei
(Rm 2.12; Obs: a lei revela o pecado (Rm 3.20).
O Livro do Evangelho
(Jo 12.48; Rm 2.16).
O Livro da
nossa memória (Lc 16.44).
O livro dos
atos dos homens ( Ml 3.16;Mc 12.36;Lc 12.7; Ap 20.12).
O Livro da vida
( Sl 69.28;Dn 12.1;Lc 10.20; Fp.4.3).
·
Apocalipse 3:5
O que vencer será vestido de vestes brancas, e
de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai
e diante dos seus anjos.
·
Apocalipse 13:8
E adoraram-na todos os que habitam sobre a
terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a
fundação do mundo.
·
Apocalipse 17:8
A besta que viste foi e já não é, e há de subir
do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na terra (cujos nomes não estão
escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão,
vendo a besta que era e já não é, mas que virá.
·
Apocalipse 20:12
E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam
diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro,
que é o da vida.
E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros,
segundo as suas obras.
·
Apocalipse 20:15
E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.
·
Apocalipse 21:27
E não entrará nela coisa alguma que contamine,
e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.
·
Apocalipse 22:19
E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua
parte do livro da vida,
e da cidade santa, e das coisas que estão
escritas neste livro.
Uma coisa estamos certo sendo Deus perfeito em
justiça terá uma lei para julgar os que estiverem sem lei, (Rm 2.12), Deus não
tem o culpado por inocente. (Nm 14.18).
Na 1.2,3 O Senhor é um Deus zeloso e vingador; o Senhor
é vingador e cheio de indignação; o Senhor toma vingança contra os seus
adversários, e guarda a ira contra os seus inimigos.
3 O Senhor é tardio em
irar-se, e de grande poder, e ao culpado de maneira alguma terá por inocente; o
Senhor tem o seu caminho no turbilhão e na tempestade, e as nuvens são o pó dos
seus pés.
HÁ QUANTOS JULGAMENTOS?
Haverá
sete julgamentos que não iremos mencionar todos, mas iremos tratar somente três
que ocorrerá entre o Arrebatamento ao Juízo do Grande Trono Branco.
O Tribunal de Cristo. Vimos na lição de Nº 6 sobre o
Tribunal de Cristo e Os Galardões, que ocorrerá após o Arrebatamento da igreja
nos Ares. Todos os salvos serão julgados pelas suas obras, para receber galardões.
(Rm 14.10-12; 2 Co 5.9-10), não será julgamento para condenação (Rm 8.1).
Mediante
uma fé sincera, todo cristão é alcançado pela graça da justificação plena e eterna
de Deus, eu todo crente responderá por suas ações.( Rm 5.1; 1 Co 3.13-15).
O Julgamento das Nações. O Senhor Jesus junto com sua igrela
pisará na terra ( Zc 14.4), para por fim a batalha do Armagedom.
O
Julgamento das nações também conhecida como julgamento dos Bodes e das Ovelhas.
Ocorrerá
depois da Volta de Cristo a terra para julgar as nações ímpias. ( Jl 3.2). as
nações serão reunidas diante de Jesus e ele julgará individualmente.(Sl 9.8; Jl
3.12-14; Mt 13.40-46).”veja a lição 09”.
O Trono Branco. Esse será o último julgamento, o Juízo
Final para condenar todos os que não foi achado escrito no livro da vida do
Cordeiro. ( Ap 20.5-11). Assim saberemos realmente quem serve a Deus e quem não
serve. ( Mt 7.21-23; 2 Pe 2.20-22). Deus conhece os seus, os que tem um relacionamento de Amor.( 1Co 8.3;
Gl 4.9).
CONCLUSÃO
Somente através de Cristo somos justificado no
momento em que por fé aceitamos a Jesus como salvador das nossas vidas.
Sendo justificados gratuitamente
pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.
Para que, sendo justificados pela
sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna. Amém...
MARANATA!!!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário de Escatologia. ( Rio de Janeiro: CPAD,2006)
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Vem
o fim, o fim vem: a doutrina das últimas coisas. Revista Lições Bíblicas, CPAD, 4º
Trimestre de 2004.
APOLÔNIO,
José, “ Revista Lições Bíblicas” –
As Dispensações.3º trimestre de 1985. (Rio de Janeiro, CPAD, 1985).
BRUCE, F.F. Comentário Bíblico N V I : Antigo e
Novo Testamento.( São Paulo : Editora Vida, 2008.).
GILBERTO, Antônio. O calendário da profecia (9ª Edição 1997)
CPAD.de
Janeiro: CPAD, 2006).
GILBERTO, Antônio. Daniel e Apocalipse. (Rio de Janeiro: CPAD,
1984)..
PEDRO, Severino da Silva. Apocalipse
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PEDRO, Severino da silva. Escatologia.
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PENTECOSTAL, Teologia Sistemática. Antônio
Gilberto, Claudionor de Andrade≫
Ciro Sanches Zibordi, Elienai Cabral, Elinaldo Renovato, Esequias Soares,
Geremias do Couto, Severino Pedro da Silva, Wagner Gaby. (Rio de Janeiro, CPAD, 2008).
RENOVATO,
Elinaldo. “Revista Lições Bíblicas - 1º
trimestre de 2016”. (Rio de
Janeiro: CPAD, 2016).
RYRIE,
Charles. C. “Vem Depressa Senhor Jesus, (Porto Alegre: Chamada da Meia
Noite,1999).
_____________________________________________________05/02/2016
Milênio- Um Tempo Glorioso para a Terra
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 10 – Data: 06/03/2016]
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
O Milênio será sem dúvida um reinado maravilho de Cristo na terra por
mil anos. Terá início no fim da Grande Tribulação, quando o Anticristo e o
Falso Profeta tiverem sido vencidos e satanás estiver preso.
O QUE É O MILÊNIO?
È um período de mil anos em que Jesus
Cristo reinará sobre toda a Terra, como Rei dos reis e Senhor dos senhores.
(Ap. 20.1-5). O Milênio será o cumprimento dos patriarcas e profetas (At 3.21),
que aguardavam o reino de paz. (Sl 22.27,28;
Is 11:4-9; 60:1-22; 65:8-25; Zc 14:6-9; 16-21).
A palavra Milênio vem do latim “ Mille” significa “ Mil” a palavra grega
é Chilias, que significa “Um MIL”. O termo grego é usado no texto do capitulo 20
de Apocalipse para definir a duração do reino de Cristo.
TEORIAS SOBRE O MILÊNIO
O Milênio é assunto de muita controvérsia entre os estudiosos da Bíblia, por isso existem três teorias sobre a relação de tempo entre o Milênio e a segunda vinda:
1- PÓS-MILENARISMO: essa teoria ensina que Jesus
voltará aqui somente depois do Milênio, portanto seu reino hoje é um reino
espiritual no coração dos homens, e que o mundo será plenamente cristianizado,
tendo como resultado um tempo de muita paz, chamado Milênio.
2- AMILENISMO: segundo esta escola de intérpretes não
haverá Milênio. Os amilenistas espiritualizam todas as referências relativas ao
reinado de Cristo e as aplicam ao seu reinado espiritual. As profecias do
Antigo Testamento a respeito do reino de Cristo sobre o trono de Davi são
igualmente aplicadas à Igreja. Todas as promessas feitas a Israel são cumpridas
através de bênçãos sobre a Igreja, já que esta é a Israel espiritual.
3- PRÉ-MILENARISMO: os pré-milenistas interpretam a
Escritura literalmente, ou seja, Jesus vem para inaugurar o Milênio. As
diferenças no método de interpretação da profecia levam a diferenças de teoria.
Se tudo for simbólico em vez de considerado evento real, é possível fazer com
que os símbolos signifiquem qualquer coisa que o intérprete deseje. Ao aceitar
o livro de Apocalipse e as profecias do reino naturalmente, os pré-milenistas
acreditam que na volta de Cristo Ele irá então, e somente estabelecer o seu
reino de paz e justiça sobre a terra, em que Ele reinará juntamente com os
remidos da era da Igreja sobre o remanescente salvo reunido de Israel e das
nações gentias justas. O pré-milenismo não confunde Israel com a Igreja, nem a
dispensação da Igreja com a era milenar.
QUEM ESTARÁ
NO MILÊNIO?
Os crentes
glorificados, consistindo dos salvos do A.T; os do N.T (A Igreja) E os oriundos
da Grande Tribulação. Sendo que os salvos no arrebatamento, em estado
glorificados, não estarão limitados à terra. Seus corpos ressurretos não serão
limitados pelas coisas físicas como os mortais. (Lc 24.39; Jo
20.19,27).
A Igreja já estará glorificada
com Cristo (Fp 3.20,21), regendo e julgando o mundo, (1 Co 6.2; Ap 2.26,27).
O Milênio será um governo
Teocrático “ Teo Deus + Cracia Poder, “isto é, o próprio Deus regerá o mundo na pessoa do Seu Filho,
o Senhor Jesus Cristo (Lc 1:32,33; Dn 7:13,14). Cristo
reinará na terra como sempre quis estabelecer. ( 1 Sm 8.1-6 ; Dn 2.35 ; Ap
5.10).
Será um reino terreno que que
Cristo reinará em Jerusalém (Is
2.2,3; 62.4; 60.1-3; 66.20; Mq), 4.8-13).
Promessa da terra feita por Abraão. (Gn 12.7).
Em muitas
referências bíblicas vemos que o reino será terreno, leia Isaias 11 e Zacarias
14. 9-21. Os próprios apóstolos perguntaram o dia da restauração. ( At 1.6,7).
QUAL O PROPOSITO DO MILÊNIO?
Todos os povos
provarão da Grandeza de Deus.
Prisão de
Satanás, (Ap. 20.1-3).
A Restauração
da terra. ( Mt 19.27,28; At 3.21).
Regeneração de
Israel.( Jr 31.31-34).
Estabelecer o
trono de Davídico. (2 Sm 7.11-16).
No Milênio é
tempo de extrema felicidade, Jesus no governo e Satanás preso.
A vida humana
será prolongada como no princípio da humanidade. ( Is 65.20,22; Zc 8.4).
Não haverá mais
enfermidades isso contribuirá para a vida prolongada. ( Is 33.24), nem haverá
mais guerras. ( Mq 4.3).
Não haverá
vícios como álcool, drogas e fumos nem paralíticos. ( Is 35.5.6).
O senhor
julgara com justiça no Milênio ( Ap 19.15), ninguém se queixará de opressão e
injustiça, prevalecerá a paz.( Is 11.4).
Nesse período haverá
derramamento do Espirito Santo ( Ez 39.29 ; Zc 12.10), sendo assim o Milênio o
Reino para glorificar a Cristo. “ REI DOS REIS E SENHOR
DOS SENHORES”.
Teremos
mudança no reino animal, todos os animais serão como no princípio,( Gn 1.30 ;
Is 11.6-8; 65,25; Ez 35,25).
Haverá
muita fertilidade no ser humano ( Zc 8.4,5), os óbitos serão reduzidos( Is 65.20), as praças estarão
cheias de crianças. ( Jr 30.19;33.22;Os 1.10).
CARACTERÍSTICAS DO REINO MILENIAL
Será um período
de completa manifestação da gloria de Cristo no Seu domínio, governo, justiça e
reino (Is 9.6, Sl 45.4; Is 11.4; Sl 72.4; Dt 18.18,19; Is 33.21,22; At 3.22).
Vários são os títulos e nomes de Cristo no Milênio. Ele é chamado: o Renovo (Is
4.2; 11.1; Jr 23.5; 33.15; Zc 3.8,9; 6.12,13); Senhor dos Exércitos (Is 24.23;
44.6); o Altíssimo (Dn 7.22-24); o Filho de Deus (Is 9.6; Dn 3.25); o Rei (Is
33.17,22; 44.6; Dn 2.44); o Juiz (Is 11.3,4; 16.5; 33.22; 51.4,5); o Messias
Príncipe (Dn 9.25,26). Muitos outros títulos destacam as atividades do Rei
Jesus.
Justiça. Somente os justos serão admitidos no reino (Mt
25.37; Is 60.21; 26.2). A justiça será sinônimo do Messias (Ml 4.2; Is 46.13;
51.5).
Obediência. Foi o propósito original de Deus na criação
do mundo o estabelecimento de um princípio de obediência completa e voluntaria
a Deus. A arvore da vida foi colocada no Éden como uma prova de obediência (Gn
2.16,17). Diz a Bíblia que Deus sujeitou todas as coisas Àquele que é o Senhor
(Ef 1.22).
Conhecimento universal de Deus (Is 11.9; Jr 31.34). O
conhecimento estará disseminado e determinado em toda a Terra. Na verdade,
todas as pessoas terão conceitos corretos sobre Deus, porque o mal estará
detido naquele tempo.
Paz e prosperidade (Is 2.4; 35.1,2). A maldição do pecado estará
detida, sem poder de alastramento. A paz será universal porque a sua base será
a justiça do Messias.
Longevidade (Is 65.20,21, 22; 33.24). Uma vez que o mal estará
detido, a vida física dos habitantes da Terra naqueles dias não sofrerá tanto
como hoje. É verdade que as pessoas não estarão isentas da morte. Mas viverão
muito mais.
No Milênio
ainda haverá condições infavoráveis contra o governo de Cristo, mesmo Satanás
ainda estando preso.
No milênio
provará que Satanás não tem poder sobre o homem, e sim as suas escolhas.
Caravanas das nações irão a Jerusalém buscar a Lei do Senhor. ( is 2.3; Zc
8.20-23).
Isso não
significa que o pecado seja removido da terra, morrerão apenas os que cometerem
pecado para morte. (Grifo nosso). Todos esses rebeldes serão julgados no Trono
Branco os
que morrerão, quer ainda no Milênio (Is 11.4). No
Juízo Final será o julgamento de todos os mortos ímpios que não participarem da
“primeira ressurreição” (cf. Ap 20.11-15).
Cremos que no
Milênio haverá uma remoção parcial da maldade e das consequências do pecado
original. A morte será
apenas em caráter punitivo pela desobediência e rebeldia como
vimos em cima. Os pecados só serão removidos até a Criação dos novos céus e da
nova terra no estado eterno depois do Milênio.
POR QUE SATANÁS SERÁ SOLTO?
Essa atividade
oferece a toda criação a supremacia do pecado e suas consequências. Satanás não
mudará e mesmo assim alguns humanos, mesmo num mundo quase perfeito se
manifestará a natureza pecaminosa.
Depois Satanás
será liberto e todos os rebeldes se revelarão e incentiva a humanidade para
confrontar o Todo Poderoso. ( Ap 20. 7-10).
A NOVA JERUSALÉM.
A Nova Jerusalém é a cidade celestial que foi feita para ser
o local onde Deus habitará juntamente com os homens que lhe foram fiéis e
aceitaram a sua oferta de submissão e obediência à sua Palavra. É o local que
substituirá o Éden como morada de Deus com os homens. Ela é explicitamente
mencionada e revelada no capítulo 21 do livro do Apocalipse, mas, antes da
visão do apóstolo João, já havia referências a ela nas Escrituras. O próprio
Jesus já havia mencionado existir um lugar que seria por Ele preparado para que
os seus servos nele habitassem para sempre com o Senhor (João 14:1-3). O
objetivo de Deus é fazer com que tenhamos, novamente, um lugar onde possamos
habitar com Deus, e a Nova Jerusalém é este local. Ela é “… a cidade que tem
fundamento, da qual a artífice e construtor é Deus”(Hb 11:10), na qual Abraão,
pela fé, esperava morar (Hb 11:10). Ela é a cidade desejada por Paulo, quando
disse: “Mas a nossa cidade está nos céus…”(Fp 3:20). Ela é “… o tabernáculo de
Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo e o mesmo
Deus estará com eles e será o seu Deus”(Ap 21:3).( LUCIANO,blog,2015)
CONCLUSÃO
Alegremos e regozijemos ante a face do
Senhor, porque ele vem para reinar.
- Podemos terminar dizendo:
Sl. 67.4-6- Alegrem-se e regozijem-se as nações, pois julgarás
os povos com equidade, e governarás as nações sobre a terra.
Louvem-te a ti, ó
Deus, os povos, louvem-te os povos todos.
Então, a terra dará
o seu fruto; e Deus, o nosso Deus, nos abençoará.
MARANATA!!!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário de Escatologia. ( Rio de Janeiro: CPAD,2006).
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Vem
o fim, o fim vem: a doutrina das últimas coisas. Revista Lições Bíblicas, CPAD, 4º
Trimestre de 2004).
APOLÔNIO,
José, “ Revista Lições Bíblicas” –
As Dispensações.3º trimestre de 1985. (Rio de Janeiro, CPAD, 1985).
FROESE, Arno. Como a Democracia elegerá o
Anticristo.
(Porto Alegre: Actual Edições,1999).
FROESE, Arno. Perguntas frequentes sobre as
Profecias.
(Porto Alegre: Actual Edições,2003).
GILBERTO, Antônio. O calendário da profecia (9ª Edição 1997)
CPAD.de
Janeiro: CPAD, 2006).
GILBERTO, Antônio. Daniel e Apocalipse. (Rio de Janeiro: CPAD,
1984)..
ICE, Thomas. DEMY, Timothy. Verdade Sobre
Milênio. (Porto Alegre; Actual Edições,2001).
ICE, Thomas. DEMY, Timothy. Verdade
Sobre O Céu e a Eternidade. (Porto Alegre; Actual Edições,2001).
LIETH, Norbert. As Profecias de Daniel,
Perspectivas de Futuro. (Porto Alegre: Actual Edições,2004).
PEDRO, Severino da Silva. Apocalipse
Versículo por Versículo. (São Paulo, CPAD,1985).
PEDRO, Severino da silva. Escatologia.
“Doutrina das Ultimas Coisas” (Rio de Janeiro: CPAD, 1998).
PENTECOSTAL, Bíblia de Estudo. ” João
Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida: CPAD, 1995.
RENOVATO,
Elinaldo. “Revista Lições Bíblicas - 1º
trimestre de 2016”. (Rio de
Janeiro: CPAD, 2016).
RYRIE,
Charles. C. “Vem Depressa Senhor Jesus, (Porto Alegre: Chamada da Meia
Noite,1999).
_________________________________________________________________________________
26/02/2016
A Vinda de Jesus em Glória
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 09 – Data: 28/02/2016]
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
Após sete anos de grande aflição aqui na terra (Mt 24.21), Cristo
voltará para implantar seu Reino milenar e por fim em todo pecado do mundo.
O QUE É A VOLTA DE CRISTO?
É o glorioso regresso de Cristo a terra juntamente com sua Igreja, para
instaurar seu reino, como predisseram seus profetas, apóstolos e o próprio Cristo.
( Is 9.6;Dn 7.13;Mt 6.10).
A doutrina da segunda vinda de Jesus é a mais mencionada na Bíblia
depois da salvação, no NT ocupa espaço que qualquer outra doutrina.
SEGUNDA
FASE, SUA VINDA EM GLÓRIA: (Ap
1.7).
Virá visível aos olhos do mundo. (Ap.1.7; Mt.24.29).
Virá visível aos olhos do mundo. (Ap.1.7; Mt.24.29).
Virá com os salvos, a Igreja.
(Jd.14,15).
Vem para livrar Israel das mãos
do anticristo. (Zc. 12.8,9; Zc.14.3-5; 2Ts.2.8; Ap.19.11-21).
Vem para julgar as nações.
(Mt.25.31,32; Joel.3.1,2).
Haverá ressurreição dos mártires
(que morreram na grande tribulação por sua fé em Jesus - Ap.20.4-6).
Vem para estabelecer o seu reino
milenar sobre toda a terra. (Zc.14.9).
Israel, (o remanescente) reconhecerá Jesus, como o verdadeiro Messias (Zc.12.10; 13.8,9). (Rm.11.1 e 26).
VOCÁBULOS DA VOLTA DE CRISTO
Parousia, “vinda”, “chegada”,
ou “ presença”, é usada para descrever os dois eventos. 1Ts 4.15); e em (Mt
24.27).
Apokalupsis, “ Revelação ” palavra
usada para a vinda do Senhor. ( 1 Co 1.7; 2 Ts 2.7;1Pe 1.7,4.13).
Epiphaneia, “ Manifestação”,
palavra principal para segunda vinda, Cristo destruirá o Anticristo pela
manifestação de Sua vinda. ( Lc 17.30; 2 Ts 2.8). a palavra é usada em
referência a esperança do cristão. ( 2Tm 4.8;Tt 2.13).
No
Sermão profético em Mateus 24, Jesus alertou seus discípulos sobre os fatos que
deveriam acontecer, após a ascensão de Jesus foi confirmada pelos Anjos a sua
volta.
“Atos
1.11 os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o
céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim
como para o céu o vistes ir”.
JESUS VOLTARÁ COM PODER
E GLÓRIA
Após
a grande tribulação aqui na terra durante 7 anos, nesse período a Igreja estará
nas Bodas do Cordeiro no céu. ( Mt 5.12). Jesus prometeu a seus discípulos que retornaria.
( Jo 14.2-3).
Sua
vinda será tão gloriosa que acabará com a grande tribulação e livrará Israel do
Anticristo e implantar seu reino por mil anos. Sua vinda será vista por todo
mundo,( Ap 1.7; Mt 24.30). o mais glorioso do Seu retorno é a promessa do
regresso com sua esposa ( Igreja). ( Cl 3.4;1 Ts 3.13).
QUANDO JERUSALÉM
ESTIVER CERCADA DOS EXÉRCITOS
As
nações serão confederadas a Besta e os Judeus estiverem sem esperança de
salvação, já perto de serem tragado pelos seus inimigos os dez chifres que fara
guerra aos santos. ( Dn 7.8,25;Ap 13.1;17.3). Então clamaram angustiado por
Deus. (GILBERTO, 2015, pg65).
Jesus
virá triunfante. AP 19.14).
Jesus
virá visivelmente. (Ap 1.7; Zc 12.10).
Jesus
virá com seus Santos Anjos. ( Mt 25.31;Jd 14,15).
PROPOSITO DA SUA VINDA
DE JESUS
Julgar
as nações. Mt 25.31; Ap 19.11-15).
Revelar
as coisas ocultas, ( 1 Co 4.5).
Libertar
e abençoar a criação, ( Rm 8.19-22).
Derrotar
o Anticristo e prender Satanás ( Dn 7.9-11;Ap 20.1,2).
Implantar
eu reino Milenar, (Ap. 20.3).
A BATALHA DO ARMAGEDOM
Lemos
sobre Armagedom em “Daniel 11.40-45; Joel 3.9-17; Zacarias 14.1-3 e Apocalipse
16.14-16”. Será uma grande batalha que acontecerá nos últimos anos da grande
tribulação.
Ap. 16.12
E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água
secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do Oriente.
O
rio secará deixando acesso livre para nações do Oriente de Israel, para dar início
a batalha do amagedom.
O
vocábulo Reis do Oriente em Grego significa (Ἀνατολή); “Anatólia”, anatolê “Leste”
ou ergue/nascer do sol.
A
palavra Armagedom significa “ montanha do Megido” hoje seu nome é ( Al Lejjun),
vale que os Judeus chama de planície de Jesreel, que vai do monte Tabor até o
monte Carmelo.
O
rio Eufrates nas na Ásia ao Noroeste da Turquia e percorre cerca de 3,000 km, e
desemborca no Golfo Pérsico. O rio Eufrates é o limite entre o Oriente e o
Ocidente sempre foi obstáculo para os exércitos da antiguidade.
Vários
personagens do passado foram derrotados aí neste vale: Sísera (Jz 5.8, 31);
Acazias (2Rs 9.27); Josias (2Rs 23.29, 30). Ao nome de Jesreel (cidade) está
ligado a violenta morte da rainha Jezabel, cujo nome se tornou proverbial e
simbolicamente profético. Saul e seus filhos tombaram mortos em Armagedom ao
lado da montanha de Glboa (1Sm 29.1, 11 e 31.1). Seja como for, ali, pois,
haverá a grande conflagração e mortandade, naquele vale e no extremo ocidente
do Jordão, naquele grande dia do Deus Todo-poderoso. (SEVERINO,1985, pg 63).
Observação;
A China pode ser identificada como os
"reis do oriente" mencionados no Apocalipse por ser o único país
capaz de mobilizar o exército de 200 milhões de soldados. Ela concluiu a
construção de uma estrada até o Afeganistão; agora, está se equipando com
armamento sofisticado para ter a capacidade de matar um terço de toda a
humanidade, exatamente como predito na profecia bíblica.
Resumo
da Notícia: "China e Rússia Flexionam Seus Músculos ao Unirem Forças para
os Jogo de Guerra", Simon Tisdall, The Guardian,- Reino Unido, 8/8/2005.
Resumo
da Notícia: "China Ameaça EUA com Armas Nucleares Por Causa de
Taiwan", www.rediff.com, 15/7/2005.
Resumo
da Notícia: "China Copia Códigos Russos Ultra-secretos de Controle de Fogo
Para o Caça SU-27", DEBKAfile, 29/7/2002.
Resumo
da Notícia: "EUA e China Entrando em Nova Guerra Fria", Taipei Times,
13/8/2005.
Na vinda de Jesus, o Anticristo e o Falso
profeta serão lançados no lago de fogo e enxofre, que é o inferno final. ( 2Ts
2.8;Ap 19.20).
O
SEPARAÇÃO DAS OVELHAS E DOS BODES OU JULGAMENTO DA NAÇÕES
O julgamento das ovelhas e dos bodes
ocorre depois da tribulação e da volta de Cristo à terra e antes do início do
seu reino terrenal (cf. Ap 19.11 20.4; cf. Dn 7.9-14). Cristo julgará as
“nações gentias”,Joel 3.2 congregarei
todas as nações, e as farei descer ao vale de Josafá; e ali com elas entrarei
em juízo, por causa do meu povo, e da minha herança, Israel, a quem elas
espalharam por entre as nações; repartiram a minha terra.
À palavra gentia em Mateus 25.32 é um
substantivo neutro. As nações serão reunidas diante de Jesus e ele julgará
individualmente. Não confundir esse julgamento com o Grande Trono Branco (Ap
20.11-15). O julgamento descrito nessa passagem ocorrerá na Terra logo depois
da batalha do Armagedom. O julgamento do trono branco ocorrerá em algum outro lugar
do espaço ("fugiram a terra e o céu", Ap 20:11). O julgamento em
Mateus 25 ocorre antes do
estabelecimento do reino na Terra, pois aos salvos é dito: "Entrai na
posse do reino" (Mt25:34). O julgamento do trono branco ocorrerá depois dos mil anos do reinado
de Cristo
(Ap 20:7ss).
CONCLUSÃO
“ Que tipo de pessoas temos que ser? Pedro diz que devemos viver de
maneira santa e piedosa, esperando o dia de deus e apressando-vos para a vinda.
(2 Pe 3.11-12).a espera do futuro não é permissão para viver irresponsavelmente
no presente.
Aguardemos com expectativa o dia da vinda
do Senhor.
A
Nova Ordem Mundial está chegando! Você está preparado?
MARANATA!!!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRADE, Claudionor
Corrêa de. Dicionário de Escatologia. ( Rio de Janeiro: CPAD,2006).
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Vem
o fim, o fim vem: a doutrina das últimas coisas. Revista Lições Bíblicas, CPAD, 4º
Trimestre de 2004).
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. “Geografia Bíblica”.(Rio de
Janeiro: CPAD,2010).
APOLÔNIO,
José, “ Revista Lições Bíblicas” –
As Dispensações.3º trimestre de 1985. (Rio de Janeiro, CPAD, 1985).
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Janeiro: CPAD, 2006).
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Sobre Armagedom e o Oriente Médio. (Porto Alegre; Actual dições,2001).
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Raphael S. “A Espada do Espírito”. ( Vargem Grande Paulista / SP,2005).
PEDRO, Severino da Silva. Apocalipse
Versículo por Versículo. ( São Paulo, CPAD,1985).
PEDRO, Severino da silva. Escatologia.
“Doutrina das Ultimas Coisas” (Rio de Janeiro: CPAD, 1998).
PENTECOSTAL, Bíblia de Estudo. ” João
Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida: CPAD, 1995.
RENOVATO,
Elinaldo. “Revista Lições Bíblicas - 1º
trimestre de 2016”. (Rio de
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RYRIE,
Charles. C. “Vem Depressa Senhor Jesus, (Porto Alegre: Chamada da Meia
Noite,1999).
WIERSBE, Warren W. “ Comentário expositivo do Novo Testamento
Vol I”.(Santo André,Editora Central Gospel.2006).
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
20/02/2016
A Grande Tribulação
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 08 – Data: 21/02/2016]
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
Após os salvos serem arrebatados e passar pelo tribunal e bodas do
cordeiro no período de sete anos. Na terra esse mesmo período terá um evento
que nunca houve na terra desde que a terra. Deus lançará maior juízos por causa
da iniquidade do se humano. (Is 59.2).
O QUE É
TRIBULAÇÃO E GRANDE TRIBULAÇÃO?
Segundo o dicionário de escatologia, Do latim; tribulatione. contrariedade] Período de aflição e
angustia incomuns que terá início após o arrebatamento da Igreja. A Grande
Tribulação terá a duração de três anos e meio (Dn 9.27). Ou seja: abrangera a última
metade da Septuagésima Semana de Daniel.
Eis os objetivos da Grande Tribulação:
1) Julgar os que rejeitaram a Cristo e trataram
indevidamente os judeus;
2) Desnudar a hipocrisia dos sistemas mundanos;
3) Desestabilizar o
reino do Anticristo;
4) Preparar a humanidade para o estabelecimento do Reino
Milenial do Senhor Jesus.
No antigo
testamento a tribulação era conhecida como:
Dia de trevas-
Jl 2.2
Dia de
angustia- sf 1.15
Dia de angustia
de Jacó- Jr 30.1-7
Dia de vingança
– Is 34.8;Jr 46.10
Dia do Senhor –
Is 13.6;Jl 2.1;Ob 5.20
O grande dia –
Sf 1.14
No novo testamento;
Dia da Ira Ap
1.7
Ira vindoura 1
Ts 1.10
O QUE ACONTECERÁ NA TRIBULAÇÃO E NA
GRANDE TRIBULAÇÃO
Israel fara concerto com o anticristo
por sete anos ( Dn 7.27), os Judeus rejeitaram o Messias ( Jo 1.12). Depois de três
anos e meio ou primeiro período descrito (Ap 6 a 9), chamado de “tribulação ou
princípio de dores”, haverá sensação de paz e segurança no mundo 1 Ts 5.3).
Israel romperá a aliança com o anticristo. Não aceitarão a imposição de adorar
o anticristo e perseguirá duramente os Judeus e todos que recusarem. (Ap
11.2,3;12.6).
...Haverá
repentina destruição- os Juízos de Deus sobre a terra é descrito em apocalipse
como: Selos, Sete Trombetas e sete Taças. Os primeiros selos são apresentados
como quatro cavalos.
Cavalo branco –
Aparecimento do Anticristo, com paz e progressos falsos. Esse cavalo não é o
Cristo do Apocalipse 19, o Senhor nunca segue Guerra, fome e morte.
Cavalo vermelho
– Guerras, assassinos e homicidas em todos os lugares.
Cavalo preto –
Fome, o cavalo anterior já exigiu muitas vítimas, a fome virá devido a muitas
guerras.
Cavalo amarelo
– tem autoridade para matar e arrastar atrás de si o inferno dos cadáveres das
suas vítimas ele recolhe uma grande e terrível colheita. O anticristo trará ao
mundo morte e destruição.
A grande
tribulação - segundo período dos três
anos e meio descritos no Apocalipse 10 à 16. Será manifesto a trindade satânica
constituída por satanás “ Antipai”, a besta, “Antifilho” e o falso profeta ou a
segunda besta “ Antiespirito”.( Ap 13.1-11;16.13).
Dá-se início
com a quebra do pacto entre Israel e o Anticristo, com a profanação do templo reconstruído,
(Mt 24.15), a cessação dos sacrifícios, ( Dn 9.27) a cidade ficará sob o
controle de gentios ( Lc 21.24;Ap 11.2).
Nesse período tenebroso, o Anticristo
consolidará a nova religião mundial, de adoração a sua pessoa, pois todo o
mundo se convencerá dos seus poderes sobrenaturais, provavelmente em razão de
uma suposta ressurreição, como será pregado por parte do falso profeta (Ap
13:8,12-15). Também, consolidará o seu poder político-econômico-militar,
estabelecendo um governo mundial ditatorial (o “domínio” de Dn 7:25, o “rei” de
Dn 8:25 e o “poder” de Ap 13:7b, o “oitavo rei” de Ap 17:11). Terá, então, todo
o controle sobre as transações econômicas e exigirá que todos os homens
ponham sobre si o seu sinal, mas quem o fizer estará irremediavelmente perdido
na eternidade (Ap 13:8-11, 14:11). Iniciará a implacável perseguição sobre
Israel a fim de destruí-lo totalmente, o que somente não conseguirá porque o
Senhor Jesus, pessoalmente, o impedirá. (LUCIANO, blog,2016).
AS SETE TROMBETAS
Primeira
trombeta- Atinge a terra, saraiva, fogo e sangue, um terço da vegetação será
destruído. Ap 8.7).
Segunda
trombeta- Atinge o mar, meteoro ardendo cai no mar e contamina-o tornando-se em
sangue. (Ap 8.8,9).
Terceira
trombeta- atinge as fontes das aguas, cai do céu um absinto ( planta amargosa )
e contaminou os rios e das fontes.(Ap 8.10,11).
Quarta
trombeta- atinge o universo, trevas na terra. O sol, e estrelas deixarão
brilhar. (Ap 8.112,13).
Quinta
trombeta- penetra noutra dimensão: muitos demônios em forma de gafanhotos
gigantes e infernais invadem a terra durante um tempo atormenta os homens. (Ap
9.1-12).
Sexta
trombeta- atinge os homens, um exército de 200 milhões de seres infernais e
matam um terço dos homens. (Ap 9.13-21).
Sétima
trombeta- esses são os últimos e piores juízos de Deus sobre o reino do
Anticristo, sob as sete taças. (Ap 11-15).
A IRA DE DEUS
Primeira
taça- úlceras malignas sobre os adoradores da besta ( Ap 16.2).
Segunda
taça mar torna-se em sangue, todos os peixes e outros morrerá.( Ap 16.3.).
Terceira
taça- todas as fonts torna-se em sangue.(Ap16.4).
Quarta
taça- o calor do sol terá multiplicado e queimará dos os seres da terra.(Ap 16.8).
Quinta
taça- o reino da Besta tornou-se tenebroso e os homens mordiam a línguas das
dores que estão sentindo. (AP 16.10).
Sexta
taça- o rio Eufrates seca, deixando livre o caminho para o avanço de países do
Oriente para Israel, para batalha do Armagedom. (Ap 16.12).
Sétima
taça- saira trovões, vozes, relâmpagos e um grande terremoto que nunca houve
terra, que derrubará grandes cidades.(Ap 16.17-21).
OS 144,000 MIL SELADOS
Existe
muita falta de clareza sobre quem são os 144.00 selados de apocalipse 7 e 14.
Esses
144,000 selados são Judeus das tribos de Israel, que não aceitaram a besta e
serão convertidos a Jesus Cristo e terão o selo do Pai e do Filho.( Ap 14.1).
Durante
a Grande Tribulação Israel experimentará muitas coisas, ,mas antes que todo
Israel se converta, vai converte-se um remanescente de 144,000, serão mortos
por três dias e naquela hora haverá grande terremoto e muitos serão mortos.
AS DUAS TESTEMUNHA
Existes diversas opiniões a respeito da
identidade das duas testemunhas. Antes, tratar dos versículos.
As duas testemunhas profetizarão na
primeira metade da grande tribuçaão, enquanto durar o pacto do Anticristo “
Daniel 9.27” com Israel até cumpri sua missão.(Ap 7.14).
As duas testemunhas surgirão entre o sexta
e sétima trombeta, quando a cidade Santa for pisada pelos gentios. (Lc 21.24; Ap 11.2). serão mortos pela
Besta depois de darem seu testemunho por 1,260 dias ( Zc 4.11-14; Ap 11.4),
essas duas testemunham devem ser Enoque e Elias, ambos ainda não passaram pela
morte.(Gn 5.24; 2 Rs 2.11).
Elias:
representa o profetas do Antigo testamento; evitou que chovesse. (1 Rs 17.1 cf.
Ap 11.6).
Ainda
não provou a morte e precisa cumprir. ( Hb 9.27).
Enoque:
homem santo; ainda não provou a morte e precisa cumprir. ( Hb 9.27).
Algumas
observações:
Ml
4.5,6.
5 Eis que eu vos enviarei o profeta
Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor;
6 e ele converterá o coração dos pais aos
filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a
terra com maldição.
Mt
11.14 E, se quereis dar
crédito, é este o Elias que havia de vir.
Mt
17.11,12 11 Respondeu
ele: Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as coisas;
12 digo-vos, porém, que Elias já veio, e
não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho
do homem há de padecer às mãos deles.
Lc
1.17 irá adiante dele no espírito e poder de Elias,
para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos
justos, a fim de preparar para o Senhor um povo apercebido.
Jl 2.11 E o Senhor levanta a sua voz diante do
seu exército, porque muito grande é o seu arraial; e poderoso é quem executa a
sua ordem; pois o dia do Senhor é grande e muito terrível, e quem o poderá
suportar?
A Grande tribulação terminará quando
Cristo retornar com seus santos e pisar no monte das Oliveiras. ( Zc 14.4;
Cl 3.4).
CONCLUSÃO
Estejamos apercebidos para não sermos pegos de surpresa como as virgens,
a Grande tribulação não se destina à Igreja de Cristo e sim para o povo Israel.
A segunda vinda de Cristo é mencionada 318 vezes no N.T que será um mistério
compreendido quando ocorrer. ( 1Co 15.51). MARANATA!!!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário de Escatologia. ( Rio de Janeiro: CPAD,2006).
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Vem
o fim, o fim vem: a doutrina das últimas coisas. Revista Lições Bíblicas, CPAD, 4º
Trimestre de 2004.
APOLÔNIO,
José, “ Revista Lições Bíblicas” –
As Dispensações.3º trimestre de 1985. (Rio de Janeiro, CPAD, 1985).
CABRAL, Elienai.
“ Revista Lições Bíblicas” – Escatologia, Estudo da Ultimas Coisas. 3º
trimestre de 1998”.(Rio de Janeiro: CPAD 1998).
BERGSTÉN, Eurico. “ Revista
Lições Bíblicas” – Daniel Estadista Profeta. 3º trimestre de 1995. (Rio de Janeiro,
CPAD,1995).
GILBERTO, Antônio. O calendário da profecia (9ª Edição 1997)
CPAD.de
Janeiro: CPAD, 2006).
ICE, Thomas. DEMY, Timothy. Verdade Sobre
a Tribulação. (Porto Alegre; Actual dições,2001).
MALGO, Wim. Apocalipse de Jesus Cristo,
comentário para nossa época. (Porto Alegre:
Chamada da Meia Noite,2000).
MALGO, Wim. Quem são os 144,000 selados
e as Duas Testemunhas? (Porto Alegre, Chamada da Meia Noite,1999).
PEDRO, Severino da Silva. Apocalipse
Versículo por Versículo. ( São Paulo, CPAD,1985).
PEDRO, Severino da silva. Escatologia.
“Doutrina das Ultimas Coisas” (Rio de Janeiro: CPAD, 1998).
PENTECOSTAL, Bíblia de Estudo. ” João
Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida: CPAD, 1995.
RENOVATO,
Elinaldo. “O final de todas as coisas”. (Rio de Janeiro: CPAD, 2015).
RENOVATO,
Elinaldo. “Revista Lições Bíblicas - 1º
trimestre de 2016”. (Rio de
Janeiro: CPAD, 2016).
15/01/2016
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 03 – Data:
17/01/2016]
Por Joseone Bezerra da Silva*
INTRODUÇÃO
Esperar Jesus voltar a qualquer momento
influencia o nosso estilo de vida. A grande crise de mornidão espiritual em que
vivemos tem a ver com as prioridades de vida de alguns crentes. Quem espera
Jesus voltar estabelece prioridades na vida que leve à espera desse encontro;
mas quem não espera estabelece outras.
ATITUDES CORRETAS ANTE
A VOLTA DO SENHOR
A primeira fase da volta de Jesus para
buscar a sua Igreja, integrada pelos crentes fiéis e santos, será tão repentina
que não haverá tempo para ninguém preparar-se de última hora. Os meios de
comunicação antigos e os mais modernos não terão oportunidade para anunciar a
iminência da volta de Cristo. Essa premência e surpresa do arrebatamento dos
salvos já foi anunciada há muitos séculos, e estão bem claras nas Escrituras.
Diante dessa realidade profética e real, o cristão verdadeiro, que tem
consciência do que é ser salvo para ir para o céu, onde Cristo está (Jo 14.3),
deve viver num estilo de vida e conduta de quem está esperando seu Senhor a
qualquer momento.
COM FÉ E VIGILÂNCIA
A raça humana se divide, basicamente, em dois grupos - aqueles que
vigiam, esperando a vinda de Cristo, e aqueles que não vigiam. O princípio da
separação está graficamente exemplificado aqui. Estando dois no campo, será levado um
e deixado o outro (40).
A mesma coisa acontecerá com as duas mulheres moendo
no moinho (41) - um pequeno moinho manual
operado por duas mulheres, como ainda se pode ver na Palestina. Então Jesus faz
a seguinte alusão: Vigiai, pois, porque não sabeis
a que hora há de vir o vosso Senhor (42).
Este é o ponto principal do Sermão do Monte (cf. 25.13). Vigiai significa,
literalmente: “Estejam completamente alertas!” Pois ninguém sabe quando Cristo
virá.
O versículo 43 contém uma breve parábola. Se o pai de família (oikodespotes,
veja 20:1,11) soubesse quando o ladrão viria, vigiaria e estaria à sua espera.
Como não sabemos quando Jesus poderá vir, devemos estar sempre preparados (44).
Estar preparado a qualquer momento para a volta de Cristo é a primeira
responsabilidade de cada cristão.
b)
O Servo Fiel e o Servo Infiel (24.45-51). A advertência final deste
capítulo é feita sob a forma de uma breve parábola sobre um servo fiel e prudente (45; um escravo), e um
mau servo (48). 0 primeiro se mantém ocupado, cumprindo fielmente as suas
tarefas. Assim, ele está preparado para quando o seu Senhor chegar.
Mas se o escravo pensar que o seu senhor
se atrasará, e começar a se divertir e a maltratar os seus companheiros, o seu
mestre chegará em uma hora em que ele não sabe. O resultado será uma severa
punição - ele separa-lo-á (51; literalmente, “dividido em duas partes”) e
colocará junto com os hipócritas, onde haverá pranto e ranger de dentes (cf.
8.12; 13.42,50; 22.13; 25.30; Lc 13.28). O castigo eterno é o destino dos
infiéis.
Maclaren intitula esta seção (42-51) como:
“Vigiando à espera do Rei”. Ele observa: 1) A ordem de vigiar, reforçada pela
nossa ignorância da ocasião da Sua vinda, 42-44; 2) A imagem e a recompensa de
vigiar, 45-47; 3) A imagem e a condenação do servo que não vigiou, 48-51.
CHEIO DO ESPÍRITO SANTO
Na Parábola das dez virgens, ter azeite na
lâmpada significa ser cheio do Espírito Santo. O Azeite é um dos Símbolos do
Espírito Santo. No Tabernáculo e no Templo as sete lâmpadas do candelabro
tinham que permanecer acesas, continuamente, e, para isto, não podia faltar o
azeite. Este tinha que ser renovado duas vezes ao dia, de manhã e à tarde (Êx
27:20,21). Sem o azeite as sete lâmpadas do candeeiro, ou candelabro, se
apagariam. Daí a necessidade de renovação do azeite, diariamente.
Observação:
As
“virgens loucas” não representam os crentes que não são batizados com o
Espírito Santo. Há uma corrente de comentaristas que afirma que as “virgens
loucas” representam os crentes que não são batizadas com o Espírito Santo.
Biblicamente nós afirmamos que esta interpretação não tem fundamento. Há
crentes que não são batizados com o Espírito Santo, mas que são cheios do
Espírito Santo. A salvação não é um privilégio apenas das denominações
pentecostais, não. Entre as “virgens prudentes” estão muitos que não são
batizados com o Espírito Santo, mas que são salvos. O batismo com o Espírito
Santo não é garantia de salvação. O que a Bíblia recomenda a todos os crentes
(ela não diz os crentes batizados com o Espírito Santo), é “segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor”(Hb 12:14).
Assim,
entre as “virgens prudentes” estão crentes que são e que não são batizados com
o Espírito. Entre as “virgens loucas” estão crentes que são e que não são
batizados com o Espírito Santo.
Não se
pode negar que os Apóstolos já tinham o Espírito Santo, habitando com eles. É o
que podemos entender do disposto em João 20:22 – “E, havendo dito isto, assoprou
sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”. Isto aconteceu
no dia em que Jesus ressuscitou. Eles só foram batizados com o Espírito Santo
cinquenta dias depois. Nesse período acreditamos não ser correto afirmar que
eles eram “virgens loucas”.
EM SANTIDADE E EM AMO
. Conforme Jesus Cristo
ensinou, devemos amar uns aos outros assim como Ele nos amou (João 15:12). Este
é o mandamento de Cristo e devemos pô-lo em prática. Sem o amor de uns para com
os outros, a Igreja não tem condições de subsistir. Se não amamos os nossos
irmãos, não temos como testificar que somos crentes (1João 2:9-11).
O
amor é o
cartão de identidade do salvo – “Aquele que ama a seu irmão está
na luz, e nele não há escândalo” (1João 2:10). Foi o Senhor Jesus
quem estabeleceu uma maneira de identificar os seus discípulos. Conforme disse
Jesus, o salvo é identificado pelo seu viver em amor – “nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros” (João 13:35).
–
Santidade. Se
o amor é a marca registrada do cristão, a santidade é o meio pelo qual ele
poderá chegar a Deus (Hb 12:14) – “O que anda num caminho reto,
esse me servirá” (Sl 101:6). Portanto, viver em santidade deve ser
uma das características dos crentes salvos que estão esperando desejosos a
volta do Senhor Jesus, porquanto esta é uma das exigências de Deus.
“Como
filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia
em vossa ignorância; mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós
também santosem toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: sede
santos, porque eu sou santo”(1Pd 1:14-16).
Portanto, para viver como salvo esperando
o retorno de Jesus é necessário o viver em santidade, principalmente o obreiro
que precisa ser exemplo dos infiéis (1Tm 4:12). Muitos líderes preocupam-se,
hoje em dia, com a santificação do povo de Deus sob sua responsabilidade, mas,
a cada dia, estão a diminuir o espaço da Palavra de Deus nas reuniões. Cânticos
e mais cânticos, apresentações de toda sorte, ensaios e mais ensaios tomam todo
o tempo das atividades eclesiásticas. Desta maneira, não haverá mesmo como
contribuir para que a igreja local promova a santificação dos crentes.
Santificação vem com Palavra, Palavra, Palavra e, para finalizar, Palavra.
II. ATITUDES
ERRÔNEAS DIANTE DA VINDA DE JESUS
IGNORAR A VINDA DE JESUS.
Certa feita, ao ensinar a respeito do seu
retorno, Jesus contou uma parábola
sobre um servo fiel e prudente e um mau servo (Mt 24:45-51). Essa
parábola se refere à volta visível de Cristo para a Terra como Messias-Rei. Mas
o princípio aplica-se de igual modo ao Arrebatamento. Jesus mostra que um servo
manifesta seu verdadeiro caráter pelo seu comportamento enquanto espera a volta
do Senhor.
O que
caracteriza o mau servo é a certeza de que “o senhor tarde viria” e, por causa
disto, passa a espancar os conservos, a comer e a beber com os temulentos, isto
é, com pessoas que se embriagam, que não têm uma conduta aprovada diante de
Deus, ou seja, que se mistura com os pecadores, com os desregrados e os
dominados com os vícios. O pecado é o fator que nos distancia de Deus
(Is.59:2), é o elemento que impedirá que muitos crentes sejam arrebatados
naquele dia (Mt 24:12). Como diz o início da terceira estrofe do hino 125 da
Harpa Cristã: “Em santidade [Jesus] nos deve achar”.
ESCARNECER DAS PROFECIAS
“ Sabendo primeiro isto: que nos últimos
dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências e
dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram
todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação”(2Pd
3:3-4).
Um dos
sinais da Vinda de Jesus é, exatamente, a incredulidade, ou a falta de
esperança quanto a sua vinda. Os “escarnecedores” mencionados pelo apóstolo
Pedro, não estão, por certo, entre os não evangélicos – estes nada sabem sobre
a volta de Jesus -, eles estão entre aqueles que deveriam estar vigiando e
esperando seu retorno. Esta incredulidade pode ser contagiante. Faz-se
necessário vigiar, e crer que o Senhor Jesus, realmente, virá. Assim, se algum
“escarnecedor” levantar dúvidas e perguntar: “onde está a promessa da sua
vinda?”, possamos estar atentos para responder, com convicção, que a “promessa
da sua vinda” está confirmada pelas próprias palavras ditas por Jesus, enquanto
homem, aqui na Terra, quando afirmou: “ E,
se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo,
para que, onde eu estiver, estejais vós também”(Jo 14:3).
III. ATITUDES DO SERVO FIEL ANTE A VOLTA DO SENHOR.
NÃO DAR
LUGAR A CARNE.
O mundo vive habitualmente segundo a
carne, pois o espírito que conduz é determinado pela “ Operação do erro ( 2 Ts 2.11). ( 1 Ts
5.23 ) Os termos espirito, alma e corpo referem-se mais ao ser de uma
pessoa, como um todo, do que as suas partes distintas.
Esta expressão e o modo de Paulo dizer que Deus deve estar envolvido em
cada aspecto da nossa vida. É errado pensar que podemos separar a nossa vida
espiritual do restante da nossa vida. obedecendo a Deus apenas sob certo
sentido ou vivendo para Ele somente um dia por semana. Cristo deve controlar
todo o nosso ser, não apenas nossa parte "religiosa '.
DAR FRUTO.
O Espírito de Deus nos é dado para que
possamos andar de uma maneira diferente, mas não significa andar sob sua
direção. Quem tiver o Espírito pode andar de modo para produzir frutos.
Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e
honesto que a Bíblia chama “o fruto do
Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite
que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue
o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus
(ver Rm 8.5-14 nota; 8.14 nota; cf. 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe
1.4-9). O fruto do Espírito inclui:
(1) “Caridade” (gr. agape), i.e.,
o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (Rm
5.5; 1Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14).
(2) “Gozo” (gr. chara), i.e., a
sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na
presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que crêem em Cristo (Sl 119.16;
2Co 6.10; 12.9; 1Pe 1.8; ver Fp 1.14 nota).
(3) “Paz” (gr. eirene), i.e., a
quietude de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o
crente e seu Pai celestial (Rm 15.33; Fp 4.7; 1Ts 5.23; Hb 13.20).
(4) “Longanimidade” (gr. makrothumia),
i.e., perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para o desespero (Ef
4.2; 2Tm 3.10; Hb 12.1).
(5) “Benignidade” (gr. chrestotes),
i.e., não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32; Cl 3.12; 1Pe
2.3).
(6) “Bondade” (gr. agathosune),
i.e., zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa ao mal; pode ser expressa em
atos de bondade (Lc 7.37-50) ou na repreensão e na correção do mal (Mt
21.12,13).
(7) “Fé” (gr. pistis), i.e.,
lealdade constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa,
compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt 23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2;
4.7;Tt 2.10).
(8) “Mansidão” (gr. prautes),
i.e., moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode
irar-se com eqüidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se
quando for preciso (2Tm 2.25; 1Pe 3.15; para a mansidão de Jesus, cf. Mt 11.29
com 23; Mc 3.5; a de Paulo, cf.2Co 10.1 com 10.4-6; Gl 1.9; a de Moisés, cf. Nm
12.3 com Êx 32.19,20).
(9) “Temperança” (gr. egkrateia),
i.e., o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive
a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5). O
ensino final de Paulo sobre o fruto do Espírito é que não há qualquer restrição
quanto ao modo de viver aqui indicado. O crente pode — e realmente deve —
praticar essas virtudes continuamente.
Nunca haverá uma lei que lhes impeça de viver segundo os princípios aqui
descritos.
CONCLUSÃO
Em breve Jesus virá. Você
está preparado para
a sua vinda? As consequências de nossas escolhas
serão eternas. A salvação é individual. Que o Senhor nos ajude a ter
consciência e vivência, dentro do padrão divino para esperarmos a volta de
Jesus, conforme os ditam es de sua santa Palavra, amando a sua vinda.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ENSINADOR CRISTÃO, n°65 Trimestre: 1° de 2016 – Lição de
Adultos, CPAD
RENOVATO, Elinaldo. “O final de todas as
coisas”. Rio de Janeiro: CPAD, 2015
EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood e
CHILDERS, Charles L. "Comentário Bíblico Beacon - Vol. 6". Rio de
Janeiro: CPAD, 2006.
PENTECOSTAL, Bíblia de Estudo.”
João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida: CPAD, 1995.
APLICAÇÃO PESSOAL, Bíblia de
estudo. João Ferreira de almeida.
Revista e Corrigida: CPAD 2003.
RENOVATO, Elinaldo. “Revista Lições
Bíblicas - 1º trimestre de 2016”. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
09/01/2016
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 02 – Data: 10/01/2016]
Por Joseone Bezerra da Silva*
DESCRIÇÃO
Jesus ensinou, por semelhante modo, a importância
do serviço, enquanto o crente espera ansiosamente pela intervenção celestial. No
meio do serviço cristão, devemos estar prontos para ir ao seu encontro a
qualquer instante (Mat. 24:43-57); devemos estar totalmente preparados (25:4);
Devemos desempenhar um
serviço completo, lançando mão de tudo quanto possuímos (25:14-30), e, em meio
a essa atividade, não nos devemos olvidar das obras de misericórdia (25:31-46).
OS SINAIS DO FIM (24.4-14)
Para assombro e surpresa dos discípulos, o
Mestre informou: Não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. O
cumprimento literal desta predição em 70 d.C. é confirmado por Josefo, que foi
uma testemunha ocular do acontecimento. A área do Templo estava ao lado da
muralha leste de Jerusalém, e ele diz que tudo, exceto a muralha oeste da
cidade “foi tão completamente derrubado ao nível do solo por aqueles que a
golpearam até os seus alicerces, que não sobrou nada para que alguém que viesse
a essa área pudesse acreditar que ela já tivesse sido habitada. ”
Jesus parece responder, em primeiro lugar,
a última pergunta. Nesta seção são dados nada menos que dez sinais do final
desta era. O primeiro é o surgimento
dos falsos messias (5): muitos virão, dizendo: Eu sou o Cristo (isto é, “o Messias”). Já no
primeiro século, apareceram 3 falsos messias, registrados em Atos: Teudas
(5.36), Judas da Galiléia (5.37) e o egípcio (21.28). Este último, egípcio,
levou 30 mil pessoas ao deserto, prometendo-lhes libertação do jugo romano e
muitos sinais. A maioria dessas 30 mil pessoas que o acompanharam foram mortas
pelo procurador Félix (Champlin, 1982), evidenciando assim que aquele messias
era falso. Nos dias atuais, muitos também aparecem se dizendo o Cristo.
O segundo sinal é a informação de guerras e de rumores de guerras (6).
Praticamente todas as gerações têm sofrido este mal. Porém isso vai piorar
ainda mais durante o período mais próximo do final dos tempos. Jesus disse: ainda não é o fim; isto é, o fim se
aproxima, mas ainda não é agora. Só na I Guerra Mundial - 8 milhões morreram-
15 milhões mutilados e na II Guerra Mundial - 55 milhões morreram.
O terceiro sinal é fomes, Milhares de pessoas morrem [de fome] diariamente no mundo.
O quarto é pestes - estes dois caminham, frequentemente, juntos Câncer, Cólera, Aids e outras.
O quinto é terremotos (7) 1985: 8.000 mortos no México,1988: 25.000 mortos na Armênia
1990: 35.000 mortos no Irã e 1993: 30.000 mortos na Índia. Todas essas coisas, disse Jesus, são o princípio das dores (8). A última palavra quer dizer, literalmente, “pontadas do parto” (cf. 1 Ts 5.3, e pode ser traduzida como “dores de parto”, vindo sobre “aquela que está grávida”). Os problemas enumerados aqui serão característicos do período precedente à era messiânica, em sua manifestação final no milênio. O sexto sinal é a perseguição. Os seguidores de Cristo serão entregues para serem atormentados (8) - literalmente “atribulados”. “ Aristóteles o utilizou em seu sentido literal: “pressão”. Na Septuaginta e no Novo Testamento ele é usado metaforicamente para “tribulação”. Este termo vem do latim tribulum, um mangual (um tipo de chicote) usado para separar os grãos das cascas. O sétimo sinal, intimamente relacionado, é que muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão (10). O oitavo sinal é o surgimento de falsos profetas, que enganarão a muitos (11). Não se pode deixar de mencionar a multiplicidade de falsas seitas nos últimos anos. O nono sinal é a falta de amor: por se multiplicar a iniquidade (literalmente “ilegalidade”), o amor de muitos se esfriará (12). No Novo Testamento, o último verbo só é encontrado aqui. Esta é uma advertência solene e muito pertinente nestes nossos tempos de ilegalidade. É interessante observar que o substantivo ágape (amor) no texto de Mateus só aparece aqui. A maior utilização do substantivo ágape é nas epístolas. Para os perseguidos, é feita uma promessa: Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo (13). Marcos (13.13) tem as mesmas palavras. Lucas 21.19 diz: “Na vossa paciência, possuí a vossa alma”. Mas o substantivo “paciência” aqui tem a mesma raiz de perseverar. Além disso, “possuir” significa “ganhar” ou “adquirir”. Assim, a frase de Lucas tem o mesmo significado da frase de Marcos, ou da de Mateus. O décimo sinal (somente no texto de Mateus) é a evangelização do mundo (14). Este evangelho do Reino - sinônimo de “evangelho de Jesus Cristo” (Mc 1.1) - será pregado (“anunciado”, “proclamado”) em todo o mundo (oikoumene, “a terra habitada”) em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim. A palavra oikoumene foi usada primeiramente no mundo grego (por exemplo, por Demóstenes), mais tarde no Império Romano, e finalmente no mundo inteiro. Uma vez que, provavelmente, todas as gentes, no sentido geral da expressão, ouviram o Evangelho pelo menos em parte - e os meios de comunicação estão acelerando esse processo nos dias atuais - parece que ninguém poderia negar a possibilidade de que este sinal já tenha sido totalmente cumprido. O fim dos tempos pode chegar a qualquer momento.
O quarto é pestes - estes dois caminham, frequentemente, juntos Câncer, Cólera, Aids e outras.
O quinto é terremotos (7) 1985: 8.000 mortos no México,1988: 25.000 mortos na Armênia
1990: 35.000 mortos no Irã e 1993: 30.000 mortos na Índia. Todas essas coisas, disse Jesus, são o princípio das dores (8). A última palavra quer dizer, literalmente, “pontadas do parto” (cf. 1 Ts 5.3, e pode ser traduzida como “dores de parto”, vindo sobre “aquela que está grávida”). Os problemas enumerados aqui serão característicos do período precedente à era messiânica, em sua manifestação final no milênio. O sexto sinal é a perseguição. Os seguidores de Cristo serão entregues para serem atormentados (8) - literalmente “atribulados”. “ Aristóteles o utilizou em seu sentido literal: “pressão”. Na Septuaginta e no Novo Testamento ele é usado metaforicamente para “tribulação”. Este termo vem do latim tribulum, um mangual (um tipo de chicote) usado para separar os grãos das cascas. O sétimo sinal, intimamente relacionado, é que muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão (10). O oitavo sinal é o surgimento de falsos profetas, que enganarão a muitos (11). Não se pode deixar de mencionar a multiplicidade de falsas seitas nos últimos anos. O nono sinal é a falta de amor: por se multiplicar a iniquidade (literalmente “ilegalidade”), o amor de muitos se esfriará (12). No Novo Testamento, o último verbo só é encontrado aqui. Esta é uma advertência solene e muito pertinente nestes nossos tempos de ilegalidade. É interessante observar que o substantivo ágape (amor) no texto de Mateus só aparece aqui. A maior utilização do substantivo ágape é nas epístolas. Para os perseguidos, é feita uma promessa: Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo (13). Marcos (13.13) tem as mesmas palavras. Lucas 21.19 diz: “Na vossa paciência, possuí a vossa alma”. Mas o substantivo “paciência” aqui tem a mesma raiz de perseverar. Além disso, “possuir” significa “ganhar” ou “adquirir”. Assim, a frase de Lucas tem o mesmo significado da frase de Marcos, ou da de Mateus. O décimo sinal (somente no texto de Mateus) é a evangelização do mundo (14). Este evangelho do Reino - sinônimo de “evangelho de Jesus Cristo” (Mc 1.1) - será pregado (“anunciado”, “proclamado”) em todo o mundo (oikoumene, “a terra habitada”) em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim. A palavra oikoumene foi usada primeiramente no mundo grego (por exemplo, por Demóstenes), mais tarde no Império Romano, e finalmente no mundo inteiro. Uma vez que, provavelmente, todas as gentes, no sentido geral da expressão, ouviram o Evangelho pelo menos em parte - e os meios de comunicação estão acelerando esse processo nos dias atuais - parece que ninguém poderia negar a possibilidade de que este sinal já tenha sido totalmente cumprido. O fim dos tempos pode chegar a qualquer momento.
SINAIS NA VIDA RELIGIOSA
Os “ últimos dias”, na linguagem profética, referem-se aos
dias que antecedem a volta de Jesus. Como nos revelam as Escrituras Sagradas, a
vinda de Jesus dar-se-á em duas fases. A primeira corresponde ao arrebatamento,
quando Jesus virá “ para os Seus”, ou seja, para os que estão salvos, que fazem
parte da Igreja do Senhor. Antes da sua morte e sua ascensão aos céus, Jesus
disse aos seus discípulos: “ E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez
e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver estejais vós também” (
Jo 14.3).Jesus vira no arrebatamento, para “todos que amarem a sua vinda”( 2 Tm
4.8). Na sua vinda em glória, Ele virá com seu santos, e com os anjos (Jd
14,16;2 Ts 1.7; Ap 19.14). È preciso cuidado para não confundir o arrebatamento
( 1ª fase da vinda de Jesus, com sua vinda em gloria – 2ª de sua vinda).
Com relação à
primeira fase de sua vinda, ou o arrebatamento, há interpretações muito
estranhas e sem respaldo bíblico. Há ensinadores que dizem que Jesus já voltou,
no dia de pentecostes, na pessoa do Espirito Santo, mas Jesus foi enfático no
seu discurso, “ convém que eu vá” (Jo 16.7). As testemunhas de Jeová, Depois de
terem falhado várias vezes ao marcar a volta de Jesus, dizem que ele voltou a
terra em 1874. O novo cálculo para
chegar ao ano 2034 é dos mais prosaicos e até hilariantes. Vejam: 1914, somado
a 120 de pregação antes do dilúvio (?) resulta no ano de 2034. A liderança do
grupo continua com a obsessão por 1914, ano em que Jesus teria vindo de forma
invisível. Onde foram buscar essa data? Chegaram a um ponto em que não podem
voltar. O único remédio é continuar sustentando o insustentável.
APOSTASIA
“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos
últimos tempos, alguns apostatarão da fé” (ITm 4:1).
O apóstolo Paulo é enfático ao dizer isto, o
fato é que o inicio do cristianismo foi marcado por alguns movimentos locais
que traziam variações ao cristianismo recém-inaugurado. As comunidades cristãs
que se formavam eram lideradas muitas vezes por pessoas que tinham um
conhecimento muito limitado a respeito
de Cristo, não havia a palavra escrita, portanto muito do que se dizia não era
bem verdade. No entanto o que Paulo quer dizer a Timóteo é referente aos últimos tempos, é
claro que Timóteo não necessitava desta advertência, isto porque ela era para o
tempo do fim, ou melhor, para a igreja
que viveria esta época.
A tradução de apostasia no grego é,
revolta, rebelião, afastamento doutrinário e religioso. Podemos dizer que no
sentido de fé significa o desvio ou
afastamento de um propósito definido, que é o de servir a Deus, podemos
encarar o apóstata com desertor da fé. A palavra traduzida por divórcio no grego é uma palavra derivada de apostasia,
daí então, da para nos termos uma idéia mais clara do que é apostatar da fé, é
divorciar-se de Deus.
Esse grande mal que assola o meio cristão tem se desenvolvido
rapidamente. A igreja de Laodicéia (Ap 3:14-22) que é uma representação da
igreja atual traz consigo a evidente
marca da apostasia espiritual, “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem
quente. Quem dera fosses frio ou quente! ”.
A PROVA
Quatorze vezes nos Evangelhos, Jesus
advertiu os discípulos a se precaverem dos líderes enganadores (Mt 7.15;
16.6,11; 24.4,24; Mc 4.24; 8.15; 12.38-40; 13.5; Lc 12.1; 17.23; 20.46; 21.8).
Noutros lugares, o crente é exortado a pôr à prova mestres, pregadores e
dirigentes da igreja (1Ts 5.21; 1 Jo 4.1). Seguem-se os passos para testar
falsos mestres ou falsos profetas:
(1). Discernir o caráter da pessoa. Ela tem uma vida de
oração perseverante e manifesta uma devoção sincera e pura a Deus? Manifesta o
fruto do Espírito (Gl 5.22,23), ama os pecadores (Jo 3.16), detesta o mal e ama
a justiça (Hb 1.9 nota) e fala contra o pecado (Mt 23; Lc 3.18-20)?
(2). Discernir os motivos da pessoa. O líder cristão
verdadeiro procurará fazer quatro coisas: (a) honrar a Cristo (2Co 8.23; Fp
1.20); (b) conduzir a igreja à santificação (At 26.18; 1Co 6.18; 2Co6.16-18);
(c) salvar os perdidos (1Co 9.19-22); e (d) proclamar e defender o evangelho de
Cristo edos seus apóstolos (ver Fp 1.16 nota; Jd 3 nota).
(3). Observar os frutos da vida e da mensagem da pessoa. Os
frutos dos falsos pregadores comumente consistem em seguidores que não obedecem
a toda a Palavra de Deus (ver Mt 7.16).
(4). Discernir até que ponto a pessoa se baseia nas
Escrituras. Este é um ponto fundamental. Ela crê e ensina que os escritos
originais do AT e do NT são plenamente inspirados por Deus, e que devemos
observar todos os seus ensinos (ver 2Jo 9-11. Caso contrário, podemos estar
certos de que tal pessoa e sua mensagem não provêm de Deus.
(5). Finalmente, verifique a integridade da pessoa quanto
ao dinheiro do Senhor. Ela recusa grandes somas para si mesma, administra todos
os assuntos financeiros com integridade e responsabilidade, e procura realizar
a obra de Deus conforme os padrões do NT para obreiros cristãos? (1Tm 3.3;
6.9,10). Apesar de tudo que o
crente fiel venha a fazer para avaliar a vida e o trabalho de tais pessoas, não
deixará de haver falsos mestres nas igrejas, os quais, com a ajuda de Satanás,
ocultam-se até que Deus os desmascare e revele aquilo que realmente são.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
CHAMPLIN, Russel Norman. "O novo testamento
interpretado versículo por versículo". São Paulo: Candeia, 1982.
EARLE, Ralph;
SANNER, A. Elwood e CHILDERS, Charles L. "Comentário Bíblico Beacon - Vol.
6". Rio
de Janeiro: CPAD, 2006
RENOVATO, Elinaldo.
“O final de todas as coisas”. Rio de Janeiro: CPAD, 2015
DUARTE, Mateus. “Filemom Escola Superior de
Teologia”. Uberaba – Mg
CPAD. “Bíblia de Estudo Pentecostal”, p. 1488
28/12/2015
[Escola Dominical - Subsídio para Lição 01 – Data: 03/01/2016]
Por Joseone Bezerra da Silva*
DESCRIÇÃO
O que é
escatologia? Quais as três Escolas Escatológicas mais
conhecidas: Pré-milenar; Pós-milenar e A-milenar ?
DEFININDO O TERMO ESCATOLOGIA.
O termo
escatologia deriva de duas palavras gregas: escathos e logos, que se traduzem
por “últimas coisas” e “estudo” ou “tratado”. É o estudo ou doutrina das
últimas coisas. É chamada bíblica, no nosso caso, porque ela pode ser extra bíblica.
OS QUATRO TIPOS DE ESCATOLOGIA.
Além de ser um dos capítulos da dogmática cristã, ou seja, o estudo
sistemático e lógico das doutrinas concernentes às últimas coisas, há quatro
outros tipos de escatologia, segundo nos apresenta o Dicionário Teológico
(CPAD).
a)
Escatologia consistente.
Termo nascido com Alberto Schweitzer, segundo o qual a ações e a
doutrina de Cristo, tinha um caráter essencialmente escatológico. Não resta
dúvida, pois de que o Senhor Jesus haja se preocupado em ensinar aos discípulos
as doutrinas das últimas coisas. Todavia, sua preocupação básica era a salvação
do ser humano. Ele jamais deixou de se referir à vida prática e sofrida do
homem.
b)
Escatologia idealista.
Corrente doutrinária que relaciona a escatologia bíblica às verdades
infinitas. Os que defendem tal posicionamento, alegam que a doutrina das
últimas coisas não terá qualquer efeito sobre a história da humanidade.
Relegam-na, pois, à condição de mera utopia, ou seja, projeto irrealizável,
fantasia.
Mas, o que dirão elas, por exemplo, acerca das profecias já cumpridas?
Será que estas não referendam as que estão por se cumprirem? Não esqueçamos,
pois, ser a profecia a essência da Bíblia. Se descremos daquela, não podemos
crer nesta.
c)
Escatologia individual.
Estudo das últimas coisas que dizem respeito exclusivamente ao
indivíduo, tratando de sua morte, estado intermediário, ressurreição e destino
eterno. Neste contexto, nenhuma abordagem é feita, quer a Israel, quer a
Igreja.
d) Escatologia realizada.
Ponto de vista defendida por C.H.
Dodd, segundo o qual as previsões escatológicas das Sagradas
Escrituras foram cumpridas nos tempos bíblicos. Atualmente, portanto, não nos resta
nenhuma expectativa profética de acordo com o ensino de Dodd.
Gostaríamos, porém que ele nos
respondesse as seguintes perguntas: ·
A 2ª vinda de Cristo já foi realizada?
· A grande Tribulação já é história?
· O julgamento final já foi consumado?
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA
ESCATOLOGIA.
Nesta seção aprenderemos os métodos utilizados na interpretação de
porções bíblicas que concerne ao futuro. Lembrando que, na história da Igreja
tem sido adotados vários métodos de interpretação no que tange às escrituras
proféticas. No entanto, faz-se necessário o bom conhecimento e a maneira
correta de se aplicar dois métodos de interpretação que devem merecer nossa
atenção.
1 – Método alegórico ou figurado
O termo alegoria é definido, por alguns teólogos, como qualquer
declaração de fatos supostos que admite a interpretação literal, mas que
requer, também, uma interpretação moral ou figurada. Se não atentarmos para o
sentido real, figurado ou literal, de uma profecia bíblica, negamos o seu valor
histórico, dando uma interpretação de menos importância, e assim corremos o
risco de anular a revelação de Deus naquela profecia.
Portanto, o método alegórico deve ser utilizado de maneira correta. Leia
Gl. 4.21-31 e observe que Paulo tomou figuras ilustradas no texto com focos
literais da antiga dispensação, mas apresentou-os como sobras de eventos
futuros.
2 – Método literal ou textual
Este método se preocupa em dar um sentido literal às palavras da profecia,
interpretando-as conforme o significado ordinário, de uso normal. A preocupação
básica é interpretar o texto sagrado consoante a natureza da inspiração da
profecia.
Ambos os métodos são válidos. Há uma perfeita ralação entre as verdades
literais e a linguagem figurada. Por exemplo, no texto de Jo.1.6 diz: “Houve um
homem enviado de Deus, cujo nome era João. E em Jo. 1.29 nos fala: “Eis aí o
Cordeiro de Deus.” Palavras pronunciadas pelo próprio João Batista ao ver a
Jesus.
Agora vejamos os métodos de interpretação aplicado em ambos os textos. O
1º está falando literalmente de um homem, cujo nome, de fato, era João. No 2º
texto João Batista usou a forma figurada para denotar a pessoa de Jesus.
Em se tratando do livro de Apocalipse, que em sua parte, é um livro
escatológico, têm surgido diversas classes de intérpretes, as quais devem ser
conhecidas pelos pastores e por aqueles que exercem o Ministério da Palavra.
Por quê?
Porque os crentes pentecostais, em sua maioria, não sabem em que classe
de intérpretes do Apocalipse, eles se encaixam, e por conseguinte deixam ser
levados por ensinos deturpantes que contradizem a Palavra de Deus. Por exemplo,
os Adventistas do 7º Dia, vêem a vinda de Cristo, a este mundo, como em uma
única vez, sem ser dividida em duas fases distintas, e assim não dão espaço
para o período da Grande Tribulação e a restauração de Israel.
Vejamos os principais intérpretes com seus respectivos ensinos.
1º – Os Preteristas. Esta classe crê
que a maior parte do Apocalipse já foi cumprida, a muito tempo atrás. Eles
relegam tudo ao passado. O relacionamento que eles fazem entre o texto e o
evento é muito subjetivo e precário.
2º – Os
Historicistas. Os intérpretes que assumem esta posição procuram encaixar todos os
acontecimentos previstos no Apocalipse em várias épocas da história humana.
Interpretam o Apocalipse como um estudo progressivo dos destinos da Igreja
desde o seu início até a consumação. Estes asseveram que as profecias estão
cumpridas em parte e em parte estão por cumprir e algumas estão sendo cumpridas
diante de nós.
3º –
Os futuristas.
Estes interpretes dividem-se em dois grupos:
a) Futuristas extremos – acham que todo o Apocalipse refere-se à vinda
do Senhor Jesus Cristo.
b) Futuristas simples – Aceitam que os 3 primeiros caps. do livro como
já cumpridos; tudo o que se segue refere-se à aparição vindoura de Cristo. A
maioria dos Pentecostais Fundamentalistas têm uma visão futurista do livro. Sob
esta perspectiva tudo, ou quase tudo que é narrado após o cap. 4, será cumprido
num curto espaço de tempo (sete anos) após o término da Dispensação da Igreja.
Os intérpretes do Apocalipse estão também divididos na forma COMO
ABORDAM O MILÊNIO. (Os mil anos mencionados no cap. 20). A maneira como se
encara o Milênio afeta a interpretação do Apocalipse como um todo. É necessário
levantarmos, aqui, alguns pontos.
1º – Amilenistas. Ensinam que
não haverá nenhum Milênio, pelo menos não na terra. Alguns simplesmente dizem
que, como o Apocalipse é simbólico, não há sentido algum em se falar em Milênio
Literal. Outros interpretam os mil anos como algo que ocorrerá no céu. Pegam o
número mil como um algarismo ideal, um período indefinido. Assim, esperam que
este período da Igreja termine com a ressurreição e julgamento geral, tanto do
justo como do ímpio, seguindo-se imediatamente o reinado eterno no novo céu e
na nova terra. A maioria dos amilenistas consideram Agostinho (o bispo de
Hipona, no Norte da África 396 – 430 d.C.) um dos principais promotores do
amilenismo.
2º – Pós-Milenista. Começou a
espalhar-se a partir do século XVIII. Seus adeptos interpretam os mil anos do
Milênio, como uma extensão do período atual da Igreja. Ensinam que o poder do
Evangelho ganhará todo o mundo para Cristo, e a Igreja assumirá o controle dos
reinos seculares. Após haverá a ressurreição e o julgamento geral tanto do
justo como do ímpio, seguido pelo reinado eterno no novo céu e na nova terra. O
pós-milenismo também espiritualiza irritadamente as profecias da Bíblia, não
dando espaço à restauração de Israel ou reinado literal de Cristo sobre a terra
durante o Milênio.
3º – Pré-Milenista. Acreditam
que, o retorno de Cristo, a ressurreição dos salvos e o tribunal de Cristo,
será antes do Milênio. No final deste, Satanás será solto, engana as nações,
mas há de ser prontamente derrotado para todo o sempre. Segue-se o julgamento
do GTB, que sentenciará o restante dos mortos. Aí sim, teremos o reino eterno
no novo céu e na nova terra.
A perspectiva Pré-Milenista e futurista simples,
juntas, encaixam-se melhor nas orientações de Jesus. É essa classe de
intérpretes do Apocalipse que a maioria dos Pentecostais pertence.
O TEMPO DO FIM
Muitos estudiosos têm
buscado nas Escrituras sinais evidentes que marquem efetivamente o tempo da
volta de Cristo, o fato é que muitos destes
argumentos são apenas especulações infundadas. Grande é a diversidade de
pensamentos quanto aos sinais da vinda de Cristo ou mesmo do arrebatamento da igreja, o que procuraremos
tratar neste capítulo serão pontos chave que marcam e denunciam o tempo do fim,
ou seja, fatos e características que
indicam, biblicamente, como estaria a sociedade, a igreja e até o meio político
no tempo próximo à vinda do Senhor.
MATEUS 24
Um dos grandes
problemas teológicos a respeito dos sinais da vinda de Cristo, se encontra em
Mateus 24 e suas passagens paralelas, Marcos 13 e Lucas 21, neste texto os discípulos fazem uma
pergunta a Jesus: “Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá
da tua vinda e da consumação do século”.
(Mt 24:3), a mesma pergunta é feita em Lucas e Marcos, porém, de maneira
diferente: “Mestre, quando sucederá isto? E que sinal haverá de quando estas coisas estiverem para se
cumprir?” (Mc 13:4 e Lc 21:7). A diferença na pergunta se dá devido o
interesse do autor do evangelho, no caso de Mateus, seu evangelho foi escrito para
judeus que conheciam as promessas messiânicas e aguardavam ansiosamente seu
cumprimento, sendo necessário incluir a
parte originalmente feita pelos discípulos a Jesus onde era perguntado quando
seria sua volta para inaugurar o reino messiânico, isto também demonstra que os discípulos viam Jesus como
o messias esperado. No caso de Marcos e Lucas, seus evangelhos foram escritos
para gentios, estes não conheciam as
profecias referentes a um reino messiânico, portanto era desnecessário incluir
esta parte evitando dúvidas por parte dos futuros leitores, é importante ressaltar que nunca o Espírito
Santo deixou de estar no controle da inspiração de todos os textos sagrados, se
estas aparentes diferenças existem o
Espírito Santo as permitiu.
Os discípulos fizeram uma pergunta dupla: 1) quando
sucederão estas coisas 2) e que sinal haverá da tua vinda e da
consumação do século. Alguns
escritores entendem que a pergunta foi tripla, dizendo que quando
perguntaram que sinal haveria da consumação do século, desvinculavam esta consumação de sua volta, no entanto, a frase
não permite isso, pois eles perguntaram de uma forma que demonstra claramente que
os discípulos associavam seu retorno ao
fim desta era. Existe, também um grande problema em várias traduções com
relação “consumação do século”, o caso é que em algumas bíblias encontramos uma tradução mal
aplicada de (sinteléias tú aiônos) que é traduzido por “fim do mundo”,
sinteléias segundo o dicionário grego
de Carey, significa consumação, fim, acabamento, completamento e aiõn (os),
significa: ciclo, era, época, eternidade; também pode ser traduzido por mundo, porém, apenas na questão
temporal, espaço de tempo. O mundo físico, o planeta, no original grego
é(kosmos). Sobre a tradução do termo
Strong faz a seguinte o seguinte comentário:
“Freqüentemente traduzem aion (por mundo,
dessa forma obscurecendo a distinção entre esta e kosmos). Aion é geralmente
melhor traduzida como geração, é
o mundo num dado momento, um período particular na história mundial”.
A
tradução de fim do mundo não tem apoio do texto original nem do contexto, já
que os discípulos aguardavam Jesus para governar a terra como rei, portanto ao perguntarem não se referiam ao
término da humanidade, ou a destruição do planeta, mas sim o fim de um tempo,
para dar-se início a outro, que no caso
era o reino messiânico.
Devido o que Jesus
havia dito referente à destruição do templo, veio dúvida, quando isto acontecerá?
Diante também de outros ensinos sobre um futuro retorno para reinar e julgar a terra eles
perguntaram, que sinal haveria para identificar a destruição do templo como
também o seu retorno.
O PROBLEMA DOS SINAIS
Existe uma grande dificuldade para
qualquer que se deter a estudar Mateus 24, pois este capítulo trata de assuntos
de acontecimentos breves, mas também de
acontecimentos mais distantes, Jesus faz comentário de sua volta a terra e
também de juízos vindouros, todos os assuntos se misturam no decorrer do discurso trazendo dificuldade de
interpretação. O que nos cabe é buscar a melhor harmonização possível dos
textos sem ferir o contexto, numa busca
das verdades escatológicas. Existem basicamente três teorias a respeito dos
sinais de Mateus 24 1:15, que são:
a) Os
sinais apontam apenas para a destruição de Jerusalém.
Esta é defendida pelos amilenistas que
dizem ser os sinais, a resposta de Jesus a respeito da destruição do templo e
da cidade, a qual se cumpriu no ano 70d.C.
O fato de Jesus iniciar
sua resposta aos discípulos dando-lhes sinais, isso não indica que estes se
referiam a destruição do templo, já que a pergunta também era com respeito a sua volta. Também
podemos destacar que predições feitas por Jesus não se cumpriram naquele tempo,
como, por exemplo,
terremotos em grande
escala, guerras mundiais (v.7), e muito menos a pregação do evangelho em todo o
mundo vindo após isso o fim (v.14). Portanto é
impossível afirmar que os sinais indicam a destruição de Jerusalém.
b) Os sinais apontam para o
arrebatamento da igreja,
estes vem se
cumprindo ao longo
dos anos, porém
tendo se intensificado
nos últimos tempos.
Esta teoria é defendida por
uma parte dos pré-milenistas, estes acreditam que os sinais estão ligados
diretamente ao arrebatamento.
A partir de Mateus 24.15 passa a referir-se à
metade da 70ª semana de Daniel, o começo dos últimos três anos e meio de
tribulação. “A abominação desoladora” teve seu cumprimento parcial na
destruição do templo em 70 d.C., pois refere-se à afirmação de Daniel, que
aponta claramente para o fim dos tempos Dn 12.1,4,7,9,11.
CABRAL, Elienai.
Revista Lições Bíblicas (3º trimestre 1998) CPAD.
GILBERTO, Antônio.
O calendário da profecia (9ª Edição 1997) CPAD.
GOMES, Gesiel
Nunes. O Rei está voltando (1ª Edição 1978) LEAL.
SHEDD, Russell.
Escatologia (e a influência do futuro no dia a dia do cristão)
LIETH, Norbert. O sermão profético (uma
interpretação de Mateus 24 e 25)
Este método se preocupa em dar um sentido literal às palavras da profecia, interpretando-as conforme o significado ordinário, de uso normal. A preocupação básica é interpretar o texto sagrado consoante a natureza da inspiração da profecia.
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23/10/2014
Texto Base: Daniel 3:1-7,14
“Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que
nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei”
(Dn 3:17).
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Nesta Aula, trataremos acerca da fidelidade de
Hananias, Misael e Azarias. Três jovens que tinham uma fé imutável no seu Deus.
Eles foram provados numa fornalha ardente, todavia permaneceram fiéis e Deus os
livrou da maldade do rei Nabucodonosor e de seus inimigos. Esses jovens não
concordaram em se dobrar diante de uma estátua, que representava o orgulho de
um déspota, e desobedeceram a uma lei que ia contra os princípios divinos.
Nabucodonosor era um homem embriagado pelo poder; ficou cego pelo fulgor de sua
própria glória. Ele não se contentou em ser rei de reis, em ser o maior rei da
terra, mas quis ser adorado como deus.Obedecer a Deus é sempre a melhor
alternativa, mesmo que nos leve até a fornalha ardente. Às vezes cruzamos os
vales da sombra da morte, mas temos a presença amiga e consoladora do divino
Pastor para nos encorajar. Passamos pelas ondas, pelos rios e até pelo fogo,
mas o Senhor sempre aparece para nos livrar (Is 43:2) - “quando
passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te
submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em
ti“. Jesus é o quarto Homem na fornalha ardente (Dn 3:24-25). O senhor não
nos livra da fornalha, mas nos salva do fogo da fornalha. Na jornada da fé há
tempestade, mas também há Deus conosco; há fornalha ardente, mas há o quarto
Homem. As provações vêm, e às vezes com ímpeto, mas Jesus sempre vem ao nosso
encontro na hora da crise.
I. A TENTATIVA DE SE INSTITUIR UMA RELIGIÃO MUNDIAL
1. A grande estátua. ”O Rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura era
de sessenta côvados, e a sua largura, de seis côvados; levantou-a no campo de
Dura, na província de Babilônia” (Dn 3:1).O Império Babilónico foi o
primeiro grande império mundial a construir uma grande estátua que deveria ser
adorada por todos súditos do império. Provavelmente a imagem que o rei mandou
erguer fosse uma estátua dele próprio. Isto significava uma espécie de culto ao
rei; uma divinização do governante. É uma prova de que ele não se converteu
depois que o seu sonho foi interpretado por Daniel. Adorar a estátua
significava, além da idolatria, a adoração ao rei. Judá havia “sentido na
pele”, recentemente, o resultado desastroso da idolatria.Era uma estátua muito
alta, uma clara demonstração da altivez do rei. Um côvado em Israel media cerca
de 40 cm; na época de Ezequiel, media 51,8 cm, porém o côvado babilônico media
aproximadamente 49 cm, o que daria à estátua uma altura próxima dos 29 metros
(um edifício de mais de nove andares).A obsessão pelo poder faz a pessoa perder
o bom senso. O rei Nabucodonosor estava dopado pela ideia de ser o maior e
perdeu a autocrítica embriagado pelo próprio poder e cego pelo fulgor de sua
própria glória. Ele não se contentou em ser apenas a cabeça de ouro da estátua
do seu sonho. No capítulo dois havia uma estátua no seu sonho e no capitulo
três ele constrói literalmente uma estátua para si. Essa presunção vislumbra
profeticamente outra estátua (imagem) que será erguida pelo último império
mundial gentílico profetizado como o reino do Anticristo e será no “tempo do
Fim” (Ap 13:14,15). (1)2. A diferença entre as estátuas.
É necessário destacar a diferença entre a estátua do capítulo 2 e a do capítulo
3. A estátua do capítulo 2 era simbólica, que surgiu no sonho do rei
Nabucodonosor, e a estátua do capítulo 3 era literal, construída pelos homens.
A estátua do capítulo 3 tinha a forma de um obelisco e tinha um aspecto um
tanto grotesco que revelava a intenção vaidosa de Nabucodonosor de impor-se
pela idolatria do homem e sua autodeificação aos olhos dos súditos (cf Dn
4:30).3. A inauguração da estátua de ouro. Todos compareceram
à inauguração da estátua, por força do edito do rei, e todos deveriam adorar a
estátua de ouro (Dn 3:4). O rei testava seu poder de dominação requerendo dos
exilados que renegassem suas crenças e substituíssem seus deuses pelos deuses
da Babilônia. O objetivo era escravizar todos os seus súditos e obrigá-los a
servirem às divindades caldeias. Ele queria uma religião totalitária em que as
pessoas obedecessem não pela lealdade, mas pela força bruta (Dn
3:5,6).Nabucodonosor foi seduzido por seu ego presunçoso que se via superior a
tudo e a todos. Ele estava embriagado por sua própria glória temporal e
passageira, por isso seu coração se engrandeceu e ele desejou ser adorado como
deus. Não lhe bastou a revelação de que o único Deus verdadeiro triunfaria na história
conforme está expresso no capitulo dois. Ele preferiu exaltar a si mesmo e para
tal instituiu o culto a si e, também, a adoração dos seus falsos deuses. O
objetivo era escravizar as consciências e obrigá-las a servirem aos seus
deuses.
II. O DESAFIO A IDOLATRIA
1. A ordem do rei a todos os seus súditos (Dn
3:4-7). ”Então, se ajuntaram os sátrapas, os
prefeitos, os governadores, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os
conselheiros e todos os oficiais das províncias, para a consagração da imagem
que o rei Nabucodonosor tinha levantado; e estavam em pé diante da imagem que
Nabucodonosor tinha levantado. E o arauto apregoava em alta voz:
Ordena-se a vós, ó povos, nações e gente de todas as línguas: Quando ouvirdes o
som da buzina, do pífaro, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles
e de toda sorte de música, vos prostrareis e adorareis a imagem de ouro que o
rei Nabucodonosor tem levantado. E qualquer que se não prostrar e não a adorar
será na mesma hora lançado dentro do forno de fogo ardente. Portanto, no mesmo
instante em que todos os povos ouviram o som da buzina, do pífaro, da harpa, da
sambuca, do saltério e de toda sorte de música, se prostraram todos os povos,
nações e línguas e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tinha
levantado“.Os Sátrapas eram altos funcionários,
representantes do rei, cabeças do governo provincial. Os
prefeitos aqui neste texto, eram, provavelmente,
comandantes. Os governadores eram senhores de
distritos; quanto a conselheiros, o sentido é o mesmo da
palavra, ou seja, conselheiros do povo. Tesoureiros eram
administradores públicos. Os juízes administravam as
leis enquanto os magistrados executavam as leis.
Por fim, de um modo geral, o rei diz: “todos os oficiais”, afim de
não esquecer nenhum, apanhando a todos de uma forma mais
abrangente.Nabucodonosor exigiu obediência cega dos seus súditos de todos os
territórios ao seu edito. Quando os instrumentos musicais fossem tocados, todos
deveriam se ajoelhar diante da estátua e adorá-la, sob pena de serem
arremessados na fornalha de fogo ardente em caso de desobediência. Era a
punição mais terrível que alguém poderia sofrer, ser queimado vivo numa
fornalha grandemente aquecida. Segundo o profeta Jeremias, o rei Zedequias de
Judá foi queimado no fogo na Babilônia (Jr 29:22).De todas as nações presentes
com seus exilados estavam lá os judeus que serviam ao Deus vivo de Israel. Na
história contada por Daniel, estavam lá os seus três amigos. Não há uma
explicação plausível para a ausência de Daniel naquele evento. O que importa,
de fato, é que os três hebreus deram uma tangível demonstração de fidelidade fé
no seu Deus.2. A intenção do rei e o espírito do Anticristo. Nabucodonosor
tornou-se um homem embriagado pelo poder e ofuscado pela sua própria glória. Ele
não se contentou com a mais alta posição da terra, ser rei de reis; ele quis
ser adorado como deus (Dn 3:1-5). Diante da revelação da soberania e triunfo de
Deus na história (capítulo 2), em vez de se humilhar, exaltou-se. Ele instituiu
o culto a si mesmo e a adoração a seus deuses. Ele ordenou a todos os súditos
de seu reino para se prostrarem e adorarem sua imagem. Ele escravizou as
consciências e usou a religião para consolidar sua política opressora. A
intenção do rei prenunciava o espírito do Anticristo, que levantará a imagem da
Besta para ser adorado no tempo do Fim (Ap 13:11-17).O objetivo de
Nabucodonosor era a instituição de uma religião totalitária (Dn 3:6,7). “A
religião totalitária exige a lealdade das pessoas pela força. Não conquista os
corações, mas obriga as consciências. As pessoas se dobram por medo, não por
devoção. É a religião do terror, não do amor. Estabelece uma pena para a
desobediência: a morte. Estabelece um método para matar: a fornalha ardente.
Nabucodonosor institui uma inquisição bárbara, uma adoração compulsória, uma
religião opressora. Quando a religião se desvia da verdade, torna-se o braço da
intolerância e da truculência” (Rev. Hernandes Dias Lopes).3.
Coragem para não fazer concessões à idolatria (Dn 3:6). “E qualquer
que se não prostrar e não a adorar será na mesma hora lançado dentro do forno
de fogo ardente“.Hananias, Misael e Azarias estavam no local determinado
por força do edito do rei. Todos os ilustres homens do império, os chefes de
governos, os sátrapas, os governadores das províncias, os sábios, os sacerdotes
dos vários cultos pagãos, todos estavam lá. A ordem era que quando a música
fosse tocada todos deveriam ajoelhar-se e adorar a estátua do rei. Quem não
obedecesse seria lançado na fornalha de fogo ardente. Os três servos de Deus
(segundo estudiosos, nessa época eles estavam na faixa dos 40 anos de idade)
preferiram morrer queimados naquela fornalha a negar a fé no Deus de Israel.
Eles não fizeram concessões que comprometessem a sua fé em Deus. Eles não se acovardaram
diante da ameaça de Nabucodonosor. Eles estavam seguros do cuidado do Deus vivo
e verdadeiro, como falou o profeta Isaias: “… quando passares pelo
fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti” (Is 43:2).
III. A FIDELIDADE A DEUS ANTE A FORNALHA ARDENTE
(Dn 3:8-12)
1. Os jovens hebreus foram acusados e denunciados
(Dn 3:8-12). ”Ora, no mesmo instante, se chegaram
alguns homens caldeus e acusaram os judeus. Há uns homens judeus,
que tu constituíste sobre os negócios da província de Babilônia: Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego; esses homens, ó rei, não fizeram caso de ti; a teus
deuses não servem, nem a estátua de ouro, que levantaste, adoraram” (Dn
3:8,12).As pessoas ingratas têm memória curta. Os caldeus tinham sido poupados
da morte pela intervenção de Daniel e de seus amigos (Dn 2:5,18). Agora eles,
de forma ingrata, acusam as pessoas que lhes ajudaram, no passado, a se livrar
da morte. E, ainda, faz três acusações graves contra eles: ”não fizeram
caso de ti; a teus deuses não servem; nem a estátua de ouro, que levantaste,
adoraram” (Dn 3:12). A ingratidão é uma atitude que fere as pessoas e
entristece a Deus. A acusação dos caldeus foi maliciosa.Os caldeus
acrescentaram um fato inverídico: “Não fizeram caso de ti”. Isso
denota que eles eram tremendos bajuladores do rei. Eles não queriam informar,
mas distorcer os fatos e destruir os judeus. As pessoas invejosas tentam se
promover buscando a destruição dos concorrentes. Isso, apenas porque esses
judeus foram constituídos sobre os negócios da província. A inveja foi o pecado
que levou Lúcifer a ser um querubim descontente, mesmo no céu, e a tornar-se um
demônio. A inveja provoca contendas, brigas, mortes e desastres.Entretanto,
esses jovens entenderam que a fidelidade a Deus é uma questão inegociável; eles
entenderam que agradar a Deus é mais importante que preservar a própria vida.
Três jovens tiveram coragem de discordar de todos; preferiram a morte ao
pecado. Estavam dispostos a morrer, não a pecar. Transigir era uma palavra que
não constava no vocabulário deles.2. A resposta corajosa dos jovens
hebreus (Dn 3:16-19). O rei foi informado da desobediência dos três
servos de Deus. Quando o rei soube da atitude deles, ficou furioso e convocou
os três imediatamente (Dn 3:19). Sem dar-lhes chance de se defenderem, deu-lhes
mais uma oportunidade de prestar adoração após o som especial da música. A
recusa em fazê-lo significaria a imediata execução do decreto irreversível:
eles seriam lançados “dentro da fornalha de fogo ardente; e quem é o Deus
que vos poderá livrar das minhas mãos?”, vociferou o rei. Porém, os três
jovens, de forma corajosa e destemida, responderam ao rei Nabucodonosor: “Não
necessitamos de te responder (”defender-nos”, NVI) sobre este negócio. Eis que
o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do
forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que
não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste”
(Dn 3:16-18).A verdadeira fé não está ligada às circunstâncias nem às
consequências. Ela está fundada na imutável fidelidade de Deus. Poderia ter
parecido algo de menor valor racionalizar apenas um pouco. Afinal, eles não
deviam uma certa consideração ao rei? Porventura, eles não poderiam dobrar seus
joelhos, mas ficar em pé em seus corações? Uma pequena concessão à limitada
compreensão das coisas divinas por parte do rei seria uma questão
insignificante. Mas não! A reputação do caráter do Deus vivo e verdadeiro
dependia desse momento. Multidões de pagãos de muitos países estavam
observando. Quer Deus os libertasse das chamas, quer não, eles deveriam ser
fiéis em honrar o seu nome(2). A fidelidade incondicional não é uma
barganha com Deus.Muitas vezes, nossa fidelidade a Deus nos levará à fornalha,
à cova dos leões, à prisão, a sermos rejeitados pelo grupo, a sermos despedidos
de uma empresa, a sermos rejeitados na escola. Nosso compromisso não é com o
sucesso, mas com a fidelidade a Deus.Os três jovens não cederam às
ameaças e não ficaram livres da fornalha, mas o quarto Homem já os esperava ali
(Dn 3:25). Ele está conosco sempre. Ele caminha conosco no meio do fogo, da
dor, da doença, do abandono, da solidão, do luto e da morte. Quando todos os
recursos da terra acabam, encontramos o livramento no quarto Homem, ainda que
em meio da fornalha (Dn 3:24,25). Aqueles servos de Deus saíram ilesos e sem um
único fio de cabelo queimado, porque foram fieis a seu Deus e confiaram nEle
(Dn 3:28).Quando o quarto Homem nos faz sair da fornalha, até nossos inimigos
precisam reconhecer a majestade de Deus e dar glória a Seu nome:28. Falou
Nabucodonosor e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego,
que enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois não
quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos, para que
não servissem nem adorassem algum outro deus, senão o seu Deus.29. Por mim,
pois, é feito um decreto, pelo qual todo povo, nação e língua que disser
blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado, e
as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto não há outro deus que possa
livrar como este.Ceder à pressão da maioria pode destruir sua
vida mais que o fogo da fornalha. Muitos jovens crentes são tentados a ceder.
Jovens cristãos são instados a se embriagar com seus amigos ou a perder a
virgindade antes do casamento. São tentados a mentir aos pais, a ver filmes
indecentes, a curtir músicas maliciosas do mundo. O mundo tem sua própria
fornalha ardente à espera daqueles que não se conformam em adorar seus ídolos.
É a fornalha de ser desprezado, ridicularizado. Os que são fiéis a Deus são
chamados de retrógrados. Cuidado com a opinião da maioria, ela pode estar
errada e, via de regra, está (Rev. Hernandes Dias Lopes). (3)3.
Reação à intimidação (Dn 3:15). “Quem é o Deus que vos poderá
livrar das minhas mãos?” (Dn 3:15). Os jovens responderam a essa
ameaça da seguinte forma: “Eis que o nosso Deus, a quem nós
servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da
tua mão, ó rei” (Dn 3:17).Os três servos de Deus não entraram numa
discussão infrutífera. Eles apenas testemunharam de Deus, mostrando que estavam
prontos a morrer, mas não a ser infiéis a Ele. Nabucodonosor tenta
intimidá-los, dizendo que deus nenhum poderia livrá-los de sua mão. Mas eles
não tentam defender a reputação de Deus, procuram apenas obedecê-lo (Dn
3:16,17). Os três jovens dizem que Deus pode livrar, mas não dizem que Deus o
fará. Eles não são donos da agenda de Deus. Eles não decretam nada para Deus.
Eles não dizem: “Eu não aceito isto”; “Eu rejeito aquilo”; “Eu repreendo o
fogo”‘; “O rei está amarrado”. Eles não determinam o que Deus deve fazer. Nem
sempre é da vontade de Deus livrar Seus filhos dos padecimentos e da morte. O
patriarca Jó, no auge da sua dor gritou: “Ainda que Deus me mate, eu ainda
confiarei nele” (Jó 13:15, ARA). Tiago, Paulo, Pedro, John Huss, dentre
inúmeros servos de Deus da história do cristianismo, foram mortos, não forma
poupados. Às vezes, Deus livra Seus filhos da morte; outras vezes, não. Não
importa, pois “se vivemos para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor
morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor” (Rm 14:8).
CONCLUSÃO
Apreendemos
nesta Aula que:- Devemos
ser fiéis a Deus, não apenas pelo que Deus faz, mas por quem Deus é. Hananias,
Misael e Azarias não serviam a Deus por causa dos benefícios recebidos. A
religião deles não era um negócio, uma barganha com Deus. Eles serviam a Deus
por causa do caráter de Deus. Eles tinham uma fé cristocêntrica, não
antropocêntrica. Hoje as pessoas buscam a Deus, não por causa de Deus, mas por
causa das dádivas de Deus. Querem bênçãos, não Deus.- Devemos ser
fiéis a Deus independente das circunstâncias. Nem sempre Deus nos livra dos
problemas, mas nos problemas. Deus não impediu a fabricação da imagem, não
impediu que Nabucodonosor acendesse a fornalha, não impediu a divulgação do
decreto, não impediu que os três jovens fossem acusados, não os livrou da fúria
do rei nem do fogo da fornalha. Deus não impediu que eles fossem atados e
jogados na fornalha acesa e aquecida sete vezes mais, mas livrou-os do fogo da
fornalha.- Deus
sempre honrará a nossa fé. Deus nos promove quando saímos da fornalha. O mesmo
rei que ficou com o rosto transtornado de ira contra Hananias, Misael e
Azarias, agora os chama reverentemente de servos do Deus Altíssimo (Dn 3:26). O
mesmo rei que decretou a morte deles, agora os faz prosperar (Dn 3:30). Saíram
da fornalha mais fortes e mais próximos de Deus!——–Elaboração:
Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus. Disponível no Blog:
http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.Bíblia de
estudo - Aplicação Pessoal.(1)
Integridade Moral e Espiritual - Elienai
Cabral. CPAD.(2)
Roy E. Swim. Comentário Bíblico
Beacon. CPAD.
Daniel - As visões para estes últimos dias.
Severino Pedro da Silva. CPAD.(3)
Hernandes Dias Lopes - Daniel (Um homem
amado do Cé). Hagnos.
Revista Ensinador Cristão - nº 60 - CPAD.
18/10/2014
O Deus que Intervém na História - Luciano de Paula Lourenço
Texto Base: Daniel 2:12-23
“Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes” (Dn 2:20,21).
INTRODUÇÃO
Trataremos nesta Aula da maravilhosa revelação de Deus acerca de Sua intervenção na história da humanidade. Veremos isso à luz do capítulo 2 de Daniel, que trata do sonho de Nabucodonosor, no qual Deus revela sua soberania sobre os governos do mundo, a destruição dos megalomaníacos impérios e o estabelecimento vitorioso do Reino de Cristo. A Babilônia era a dona do mundo. Nabucodonosor era o rei de reis. As glórias da Babilônia atingiram seu apogeu. De repente, o sonho do rei tira não apenas seu sono, mas também a paz de todos os sábios. Os privilégios dos sábios transformam-se em iminente ameaça. Mas lá estava Daniel, homem de Deus, para fazer a diferença. O rei desafiou os seus magos a contarem o sonho e sua interpretação, que era humanamente impossível ser atendido. Mas “Daniel ora e pede a ajuda do Senhor. Temos um Deus que revela os seus mistérios aos seus profetas. Daniel, com a ajuda do Senhor, revelou ao rei detalhes do sonho que ele vagamente lembrava. A imagem vista por Nabucodonosor representava sucessivos reinos futuros, até que o Rei dos reis venha e estabeleça o seu reino eterno”.
I. O SONHO PERTURBADOR DE NABUCODONOSOR (Dn 2:1-15)
O sonho revelou a fragilidade do rei Nabucodonosor. Tirou-lhe o sono e perturbou seu espírito (Dn 2:1). O rei encheu-se de ansiedade, insegurança e medo. Aparentemente nada nem ninguém podia ameaçar a fortaleza do seu reino. Ele tinha poder, riqueza e fama. Sua palavra era lei. Suas ordens não podiam ser questionadas. Mas, agora ele foi abalado. Sentiu que alguém maior que ele o ameaçava. A segurança de seu império estava ameaçada por algo fora de seu controle, algo invisível e além deste mundo. Por isso, ficou inseguro, inquieto e perturbado.
1. O tempo do sonho (Dn 2:1). “No segundo ano…”. Tendo em vista que o sistema babilônico começou a contar o reinado de Nabucodonosor oficialmente no começo do ano seguinte, o“segundo ano” do reinado de Nabucodonosor poderia significar o fim dos três anos de treinamento de Daniel (Dn 1:5). De outro modo, os eventos aqui historiados teriam acontecido durante o treinamento de Daniel.
2. A habilidade dos sábios é desafiada no palácio (Dn 2:2). “E o rei mandou chamar os magos, e os astrólogos, e os encantadores, e os caldeus, para que declarassem ao rei qual tinha sido o seu sonho; e eles vieram e se apresentaram diante do rei”.
O pr. Severino Pedro da Silva em seu livro Daniel (as visões para estes últimos dias) define assim estes “sábios” da Babilônia:
- Os magos - eram os escribas sagrados - uma ordem de sábios que tinham a seu cargo os escritos ditos sacros, que vieram passando de mão em mão desde o tempo da Torre de Babel. Algumas literaturas, das mais primitivas que se conhecem na terra, eram constituídas desses livros de magia, astrologia, feitiçaria, etc”(ver At 19:19).
- Os astrólogos - tinham acesso ao conhecimento sobrenatural por meio do estudo dos céus.
- Os encantadores - eram manipuladores de poderes sobrenaturais por meio da feitiçaria. Usavam fórmulas mágicas, atuadas por espíritos médiuns. Simão, o mágico, de Samaria e Elimas, “o encantador”, da ilha de Pafos pertenciam a essa classe (ver At 8:9 e 13:8).
- Os feiticeiros - eram dedicados à magia negra. A mesma palavra emprega-se a respeito dos encantadores egípcios Janes e Jambres, que resistiram a Moisés na corte de Faraó (Ex 7:11; 2Tm 3:8).
- Os caldeus - denominava a casta sacerdotal deles todos. Dizem alguns estudiosos que os caldeus estudavam o dia do nascimento de uma pessoa, indagando até a hora, e então lançavam o horóscopo do seu destino. A prática foi levada para Roma, onde os Césares consultavam os áugures (peritos em magia negra, espiritismo e astrologia). No primeiro século da Era Cristã, a prática tinha se desenvolvido em toda a Ásia Menor.
Ao esquecer-se do sonho (alguns estudiosos dizem que ele não esqueceu) Nabucodonosor desafiou as habilidades desses “sábios” do reino em revelar e interpretar o que ele havia sonhado. Observe que Daniel e seus amigos não foram convocados, embora pouco tempo antes tivessem sido avaliados dez vezes mais sábios que os entendidos do reino (Dn 1:20). É bem provável que eles ainda não houvessem conquistado um lugar reconhecido entre os conselheiros sábios e profissionais. Além disso, Daniel e seus amigos, apesar de serem altamente dotados, não haviam sido aceitos na casta sacerdotal. Daniel e seus amigos só foram lembrados mais tarde para serem mortos (Dn 2:13).
Inicialmente o rei prometeu uma recompensa (Dn 2:6) e terminou sua mensagem ameaçando matar todos os sábios. Como não puderam dar a resposta que o rei exigia, então, foi decretado o extermínio de todos os sábios da Babilônia. Daniel e seus amigos foram agora lembrados para serem mortos (Dn 2:13); isto mostra que eles, efetivamente, faziam parte do grupo de conselheiros do rei.
É impossível alguém revelar o sonho de uma pessoa, sem que essa pessoa o conte primeiramente. Portanto, o que Nabucodonosor exigia de seus “sábios” era uma clara evidência de uma mente perturbada e despótica. Sem dúvida, uma demonstração clara de prepotência. E Nabucodonosor demonstrou isto de três maneiras: (1)
- Primeiro, exigindo dos homens o que eles não poderiam oferecer (Dn 2:5,10,11). Há coisas que são impossíveis aos homens. Exigir deles isso é um ato de prepotência. Os magos da Babilônia tinham limitações.
- Segundo, oferecendo vantagens financeiras e promoções (Dn 2:6). O rei tem poder e riqueza nas mãos. Com essas duas armas deseja o mundo aos seus pés.
- Terceiro, determinando o extermínio dos sábios para satisfazer um capricho pessoal (Dn 2:5,8,9,12,13). O rei não respeitou a limitação dos “sábios”. Acusou-os de esperteza (Dn 2:8), conspiração (Dn 2:9) e determinou o extermínio sumário deles (Dn 2:12).
Alguém disse que esse sentimento de insegurança, bem como esse complexo de ansiedade, é a causa da tirania política moderna. Quanto mais alto um homem sobe, mais medo ele tem de perder o poder, mais inseguro se torna. Isso prova que o poder, a riqueza e a fama não dão segurança ao homem nem satisfazem sua alma.
3. O fracasso da sabedoria pagã (Dn 2:3-13). A sabedoria dos sábios deste mundo tem limites. O rei mandou chamar os sábios da Babilônia, mas eles não puderam contar o sonho nem dar sua interpretação ao rei. Nabucodonosor suspeitava que os seus magos e encantadores se aproveitavam da situação para quererem usar de engano com vãs palavras, então os ameaça com pena de morte (Dn 2:13). Essa casta de “sábios” era mantida pelo palácio para prestar serviços especiais ao rei. Porém, diante do desafio, eles foram inaptos e inoperantes para revelarem o sonho do rei e dar a sua interpretação. Por isso, o rei decretou que todos esses sábios fossem mortos, inclusive Daniel e seus amigos.
Os caldeus e todos os sábios do palácio, desesperados ante a ameaça de Nabucodonosor, apenas disseram ao rei: “Não há ninguém sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei” (Dn 2:10). No versículo 11 está escrito assim: “Porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o possa declarar diante do rei“. Ora, esses sábios e magos do palácio não só confessavam sua incapacidade de revelar o sonho e sua interpretação, mas admitiam que, apesar de suas pretensões de comunicação com os espíritos, reconheciam que havia algo mais poderoso que eles, pois se referem a “deuses cuja morada não é com a carne” (2:11). Todos os demais sábios do palácio eram politeístas. Somente Daniel e seus amigos eram monoteístas. Quando Daniel teve a oportunidade de se apresentar diante do rei, disse-lhe: “Há um Deus no céu, o qual revela os mistérios” (Dn 2:28).
A teologia dos sábios deste mundo é deficiente. Eles reconhecem que há uma divindade acima e além, mas não têm uma visão do Deus pessoal, presente entre Seu povo (Is 57:15).
II. A ATITUDE SÁBIA DE DANIEL (Dn 2:16-30)
1. A cautela de Daniel (Dn 2:16-18). Daniel “falou avisada e prudentemente com Arioque, o capitão da guarda do rei” (Dn 2:14).
Quando o chefe da guarda do rei recebeu ordens para matar a todos os sábios da Babilônia, inclusive a Daniel e seus companheiros, Deus entrou em ação interferindo naquele episódio. Ele deu inteligência a Daniel para falar com Arioque. Daniel solicitou que Arioque pedisse ao rei para ser ouvido, e foi-lhe concedida a audiência com o rei. Daniel achou graça diante de Arioque porque Deus amenizou seu coração para que a soberana vontade de Deus prevalecesse naquela situação. Daniel teve iniciativa e ousadia. Ele não fugiu, não se escondeu, nem tentou enrolar o rei. Ele reconheceu sua limitação, mas demonstrou confiança na intervenção divina. Foi um grande passo de fé, e mostrou que ele já sabia, por experiência própria, que Deus nunca falha. Daniel tomou três atitudes importantes na solução daquele complicado problema: (2)
- Em primeiro lugar, ele vai ao rei e pede tempo (Dn 2:16). Daniel, sabedor do decreto real, pediu que lhe fosse dado um tempo para que pudesse revelar e interpretar o sonho do rei. Arioque deu a entender que não poderia adiar o mandado do rei (Dn 2:15). Mas foi-lhe concedida a oportunidade de se apresentar diante do rei, e ele, com respeito ao rei e com palavras prudentes, se identificou e pediu tempo ao rei para trazer, posteriormente, a revelação do sonho.
- Em segundo lugar, Daniel vai aos amigos e pede oração (Dn 2:17). Quando, para o mundo, só resta o desespero, para os filhos de Deus ainda há o recurso da oração. Os magos suplicaram ao rei da Babilônia que lhes contasse o sonho, mas Daniel fez o mesmo pedido ao Rei dos reis, o Senhor Deus Todo-Poderoso. Daniel compreendeu a importância de termos um grupo de oração. Ele sabia que quando os crentes se unem em oração, isto agrada a Deus, e a vitória é certa. Precisamos buscar ajuda nas pessoas certas na hora da crise. - Em terceiro lugar, Daniel vai a Deus e pede misericórdia quanto ao segredo (Dn 2:18). Ele ora ao Deus do céu para que ele fosse o instrumento para a salvação não só dele e de seus amigos, mas também dos sábios da Babilônia, naquele momento crítico para todos (Dn 2:17,18). O nosso Deus está acima do céu, isto é, acima do sol, da lua e das estrelas que os babilônios adoravam. Enquanto os caldeus adoravam os astros, Daniel adorava o Deus criador dos astros. Ele revela sua fé no Deus vivo. Daniel chega a Deus pedindo misericórdia. A oração é um ato de humildade, não de arrogância.
2. Deus ainda revela mistérios (Dn 2:19-27). ”Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite” (Dn 2:19).
No versículo 18 está escrito que “Daniel foi para a sua casa”, que era o lugar da sua intimidade com Deus, onde ninguém mais o perturbaria. Foi na sua casa que ele pediu ao Pai que revelasse aquele mistério a fim de salvar a sua própria vida e a dos seus amigos hebreus, bem como dos demais sábios do palácio. Sua intimidade com Deus lhe propiciou a graça divina para receber a revelação do sonho do rei em visão de noite. Uma prova indiscutível de que Deus se utiliza desses meios para revelar a sua glória aos seus servos (Elienai Cabral).
A confiança de Daniel em Deus e na resposta que havia recebido era completa: “darei ao rei a interpretação” (Dn 2:24). A visão que Deus tinha lhe dado era idêntica à do rei. Sendo assim, ele nem precisou inquirir o rei para testá-la.
A alegria de Arioque em ver que Daniel estava pronto para dar a resposta ao rei ficou evidente em suas ações: “Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei “(Dn 2:25). Quando o incrédulo rei perguntou se Daniel poderia cumprir sua difícil exigência, ele se deparou com um homem que estava firmado sobre um fundamento mais sólido do que o solo da Babilônia. Daniel fez questão de dizer ao rei que o mistério do seu sonho “nem sábios, nem astrólogos, nem adivinhos o podem declarar ao rei” (Dn 2:27), mas humildemente declarou que sua fonte de conhecimento era uma revelação do “Deus nos céus, o qual revela os mistérios” (Dn 2:28). Daniel negou qualquer revelação própria. Além disso, essa revelação particular foi dirigida de Deus para o próprio rei, para que soubesse os pensamentos do seu próprio coração e “o que há de ser no fim dos dias“.
O primeiro pensamento de Daniel após o Senhor revelar-lhe o sonho e a sua interpretação foi louvar ao Senhor por sua bondade e poder. Expressões espontâneas de louvor a Deus são típicas daqueles que verdadeiramente O amam e O servem.
3. O caráter profético do sonho de Nabucodonosor (Dn 2:28,29). O sonho do rei dizia respeito ao próprio reino da Babilônia, mas continha uma visão futura dos próximos reinos que haveriam de suceder ao reino da Babilônia. Daniel usou a expressão “fim dos dias” (v.28) que é escatológica e não significa simplesmente a sucessão dos impérios representados no texto. Segundo a escatologia judaica do Antigo Testamento “o fim dos dias” pode significar todo o espaço de tempo desde o começo do cumprimento da profecia até a inauguração do reino messiânico na terra.
Inteirar-se do significado desta visão é de suma importância para a Igreja do Senhor que vive na iminência da volta de Cristo, pois esta visão ajuda a compreender globalmente a palavra profética.
III. DANIEL CONTA O SONHO E INTERPRETA-O (Dn 2:31-45).
1. A correta descrição do sonho (Dn 2:31-35). O sonho de Nabucodonosor tinha uma estrutura de uma mensagem profética. Os estudiosos veem o capítulo 2 apenas numa perspectiva histórica, porque os quatro impérios pagãos que a visão anunciava já passaram. Porém, a visão tinha também um sentido escatológico, porque estabelece ao final o reino universal de Cristo. É algo que Deus tem preparado para o futuro.
A estátua continha quatro divisões principais: a cabeça de ouro (Dn 2:32); o peito e os braços eram de prata (2:32); o ventre e as coxas eram de cobre (2:32); as pernas eram de ferro (2:33) e os pés continham ferro e barro (2:33). No versículo 34 lemos: “uma pedra que foi cortada, sem mãos”, a qual feriu a estátua nos pés destruindo-a completamente. Naqueles tempos, o misticismo e a utilização de figuras de representação faziam parte das crendices existentes na cultura pagã. Na mente de Nabucodonosor havia essa cultura e Deus aproveita para revelar realidades presentes e futuras daquele império através de sonhos. Todavia o rei esqueceu o sonho, mas sabia que havia sonhado algo importante que tinha algum significado para si mesmo e para o seu império (Elienai Cabral).
2. A interpretação dos elementos materiais da grande estátua (Dn 2:34-45). Daniel revela que o sonho do rei é profético, não histórico (Dn 2:28,29). O sonho do rei diz respeito ao plano de Deus na história da humanidade. Por intermédio desse sonho do rei, Deus abre as cortinas da história e revela que o futuro está em Suas próprias mãos.
A estátua visualizada em sonho por Nabucodonosor tinha cinco destaques: (3)
“Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes” (Dn 2:20,21).
INTRODUÇÃO
Trataremos nesta Aula da maravilhosa revelação de Deus acerca de Sua intervenção na história da humanidade. Veremos isso à luz do capítulo 2 de Daniel, que trata do sonho de Nabucodonosor, no qual Deus revela sua soberania sobre os governos do mundo, a destruição dos megalomaníacos impérios e o estabelecimento vitorioso do Reino de Cristo. A Babilônia era a dona do mundo. Nabucodonosor era o rei de reis. As glórias da Babilônia atingiram seu apogeu. De repente, o sonho do rei tira não apenas seu sono, mas também a paz de todos os sábios. Os privilégios dos sábios transformam-se em iminente ameaça. Mas lá estava Daniel, homem de Deus, para fazer a diferença. O rei desafiou os seus magos a contarem o sonho e sua interpretação, que era humanamente impossível ser atendido. Mas “Daniel ora e pede a ajuda do Senhor. Temos um Deus que revela os seus mistérios aos seus profetas. Daniel, com a ajuda do Senhor, revelou ao rei detalhes do sonho que ele vagamente lembrava. A imagem vista por Nabucodonosor representava sucessivos reinos futuros, até que o Rei dos reis venha e estabeleça o seu reino eterno”.
I. O SONHO PERTURBADOR DE NABUCODONOSOR (Dn 2:1-15)
O sonho revelou a fragilidade do rei Nabucodonosor. Tirou-lhe o sono e perturbou seu espírito (Dn 2:1). O rei encheu-se de ansiedade, insegurança e medo. Aparentemente nada nem ninguém podia ameaçar a fortaleza do seu reino. Ele tinha poder, riqueza e fama. Sua palavra era lei. Suas ordens não podiam ser questionadas. Mas, agora ele foi abalado. Sentiu que alguém maior que ele o ameaçava. A segurança de seu império estava ameaçada por algo fora de seu controle, algo invisível e além deste mundo. Por isso, ficou inseguro, inquieto e perturbado.
1. O tempo do sonho (Dn 2:1). “No segundo ano…”. Tendo em vista que o sistema babilônico começou a contar o reinado de Nabucodonosor oficialmente no começo do ano seguinte, o“segundo ano” do reinado de Nabucodonosor poderia significar o fim dos três anos de treinamento de Daniel (Dn 1:5). De outro modo, os eventos aqui historiados teriam acontecido durante o treinamento de Daniel.
2. A habilidade dos sábios é desafiada no palácio (Dn 2:2). “E o rei mandou chamar os magos, e os astrólogos, e os encantadores, e os caldeus, para que declarassem ao rei qual tinha sido o seu sonho; e eles vieram e se apresentaram diante do rei”.
O pr. Severino Pedro da Silva em seu livro Daniel (as visões para estes últimos dias) define assim estes “sábios” da Babilônia:
- Os magos - eram os escribas sagrados - uma ordem de sábios que tinham a seu cargo os escritos ditos sacros, que vieram passando de mão em mão desde o tempo da Torre de Babel. Algumas literaturas, das mais primitivas que se conhecem na terra, eram constituídas desses livros de magia, astrologia, feitiçaria, etc”(ver At 19:19).
- Os astrólogos - tinham acesso ao conhecimento sobrenatural por meio do estudo dos céus.
- Os encantadores - eram manipuladores de poderes sobrenaturais por meio da feitiçaria. Usavam fórmulas mágicas, atuadas por espíritos médiuns. Simão, o mágico, de Samaria e Elimas, “o encantador”, da ilha de Pafos pertenciam a essa classe (ver At 8:9 e 13:8).
- Os feiticeiros - eram dedicados à magia negra. A mesma palavra emprega-se a respeito dos encantadores egípcios Janes e Jambres, que resistiram a Moisés na corte de Faraó (Ex 7:11; 2Tm 3:8).
- Os caldeus - denominava a casta sacerdotal deles todos. Dizem alguns estudiosos que os caldeus estudavam o dia do nascimento de uma pessoa, indagando até a hora, e então lançavam o horóscopo do seu destino. A prática foi levada para Roma, onde os Césares consultavam os áugures (peritos em magia negra, espiritismo e astrologia). No primeiro século da Era Cristã, a prática tinha se desenvolvido em toda a Ásia Menor.
Ao esquecer-se do sonho (alguns estudiosos dizem que ele não esqueceu) Nabucodonosor desafiou as habilidades desses “sábios” do reino em revelar e interpretar o que ele havia sonhado. Observe que Daniel e seus amigos não foram convocados, embora pouco tempo antes tivessem sido avaliados dez vezes mais sábios que os entendidos do reino (Dn 1:20). É bem provável que eles ainda não houvessem conquistado um lugar reconhecido entre os conselheiros sábios e profissionais. Além disso, Daniel e seus amigos, apesar de serem altamente dotados, não haviam sido aceitos na casta sacerdotal. Daniel e seus amigos só foram lembrados mais tarde para serem mortos (Dn 2:13).
Inicialmente o rei prometeu uma recompensa (Dn 2:6) e terminou sua mensagem ameaçando matar todos os sábios. Como não puderam dar a resposta que o rei exigia, então, foi decretado o extermínio de todos os sábios da Babilônia. Daniel e seus amigos foram agora lembrados para serem mortos (Dn 2:13); isto mostra que eles, efetivamente, faziam parte do grupo de conselheiros do rei.
É impossível alguém revelar o sonho de uma pessoa, sem que essa pessoa o conte primeiramente. Portanto, o que Nabucodonosor exigia de seus “sábios” era uma clara evidência de uma mente perturbada e despótica. Sem dúvida, uma demonstração clara de prepotência. E Nabucodonosor demonstrou isto de três maneiras: (1)
- Primeiro, exigindo dos homens o que eles não poderiam oferecer (Dn 2:5,10,11). Há coisas que são impossíveis aos homens. Exigir deles isso é um ato de prepotência. Os magos da Babilônia tinham limitações.
- Segundo, oferecendo vantagens financeiras e promoções (Dn 2:6). O rei tem poder e riqueza nas mãos. Com essas duas armas deseja o mundo aos seus pés.
- Terceiro, determinando o extermínio dos sábios para satisfazer um capricho pessoal (Dn 2:5,8,9,12,13). O rei não respeitou a limitação dos “sábios”. Acusou-os de esperteza (Dn 2:8), conspiração (Dn 2:9) e determinou o extermínio sumário deles (Dn 2:12).
Alguém disse que esse sentimento de insegurança, bem como esse complexo de ansiedade, é a causa da tirania política moderna. Quanto mais alto um homem sobe, mais medo ele tem de perder o poder, mais inseguro se torna. Isso prova que o poder, a riqueza e a fama não dão segurança ao homem nem satisfazem sua alma.
3. O fracasso da sabedoria pagã (Dn 2:3-13). A sabedoria dos sábios deste mundo tem limites. O rei mandou chamar os sábios da Babilônia, mas eles não puderam contar o sonho nem dar sua interpretação ao rei. Nabucodonosor suspeitava que os seus magos e encantadores se aproveitavam da situação para quererem usar de engano com vãs palavras, então os ameaça com pena de morte (Dn 2:13). Essa casta de “sábios” era mantida pelo palácio para prestar serviços especiais ao rei. Porém, diante do desafio, eles foram inaptos e inoperantes para revelarem o sonho do rei e dar a sua interpretação. Por isso, o rei decretou que todos esses sábios fossem mortos, inclusive Daniel e seus amigos.
Os caldeus e todos os sábios do palácio, desesperados ante a ameaça de Nabucodonosor, apenas disseram ao rei: “Não há ninguém sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei” (Dn 2:10). No versículo 11 está escrito assim: “Porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o possa declarar diante do rei“. Ora, esses sábios e magos do palácio não só confessavam sua incapacidade de revelar o sonho e sua interpretação, mas admitiam que, apesar de suas pretensões de comunicação com os espíritos, reconheciam que havia algo mais poderoso que eles, pois se referem a “deuses cuja morada não é com a carne” (2:11). Todos os demais sábios do palácio eram politeístas. Somente Daniel e seus amigos eram monoteístas. Quando Daniel teve a oportunidade de se apresentar diante do rei, disse-lhe: “Há um Deus no céu, o qual revela os mistérios” (Dn 2:28).
A teologia dos sábios deste mundo é deficiente. Eles reconhecem que há uma divindade acima e além, mas não têm uma visão do Deus pessoal, presente entre Seu povo (Is 57:15).
II. A ATITUDE SÁBIA DE DANIEL (Dn 2:16-30)
1. A cautela de Daniel (Dn 2:16-18). Daniel “falou avisada e prudentemente com Arioque, o capitão da guarda do rei” (Dn 2:14).
Quando o chefe da guarda do rei recebeu ordens para matar a todos os sábios da Babilônia, inclusive a Daniel e seus companheiros, Deus entrou em ação interferindo naquele episódio. Ele deu inteligência a Daniel para falar com Arioque. Daniel solicitou que Arioque pedisse ao rei para ser ouvido, e foi-lhe concedida a audiência com o rei. Daniel achou graça diante de Arioque porque Deus amenizou seu coração para que a soberana vontade de Deus prevalecesse naquela situação. Daniel teve iniciativa e ousadia. Ele não fugiu, não se escondeu, nem tentou enrolar o rei. Ele reconheceu sua limitação, mas demonstrou confiança na intervenção divina. Foi um grande passo de fé, e mostrou que ele já sabia, por experiência própria, que Deus nunca falha. Daniel tomou três atitudes importantes na solução daquele complicado problema: (2)
- Em primeiro lugar, ele vai ao rei e pede tempo (Dn 2:16). Daniel, sabedor do decreto real, pediu que lhe fosse dado um tempo para que pudesse revelar e interpretar o sonho do rei. Arioque deu a entender que não poderia adiar o mandado do rei (Dn 2:15). Mas foi-lhe concedida a oportunidade de se apresentar diante do rei, e ele, com respeito ao rei e com palavras prudentes, se identificou e pediu tempo ao rei para trazer, posteriormente, a revelação do sonho.
- Em segundo lugar, Daniel vai aos amigos e pede oração (Dn 2:17). Quando, para o mundo, só resta o desespero, para os filhos de Deus ainda há o recurso da oração. Os magos suplicaram ao rei da Babilônia que lhes contasse o sonho, mas Daniel fez o mesmo pedido ao Rei dos reis, o Senhor Deus Todo-Poderoso. Daniel compreendeu a importância de termos um grupo de oração. Ele sabia que quando os crentes se unem em oração, isto agrada a Deus, e a vitória é certa. Precisamos buscar ajuda nas pessoas certas na hora da crise. - Em terceiro lugar, Daniel vai a Deus e pede misericórdia quanto ao segredo (Dn 2:18). Ele ora ao Deus do céu para que ele fosse o instrumento para a salvação não só dele e de seus amigos, mas também dos sábios da Babilônia, naquele momento crítico para todos (Dn 2:17,18). O nosso Deus está acima do céu, isto é, acima do sol, da lua e das estrelas que os babilônios adoravam. Enquanto os caldeus adoravam os astros, Daniel adorava o Deus criador dos astros. Ele revela sua fé no Deus vivo. Daniel chega a Deus pedindo misericórdia. A oração é um ato de humildade, não de arrogância.
2. Deus ainda revela mistérios (Dn 2:19-27). ”Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite” (Dn 2:19).
No versículo 18 está escrito que “Daniel foi para a sua casa”, que era o lugar da sua intimidade com Deus, onde ninguém mais o perturbaria. Foi na sua casa que ele pediu ao Pai que revelasse aquele mistério a fim de salvar a sua própria vida e a dos seus amigos hebreus, bem como dos demais sábios do palácio. Sua intimidade com Deus lhe propiciou a graça divina para receber a revelação do sonho do rei em visão de noite. Uma prova indiscutível de que Deus se utiliza desses meios para revelar a sua glória aos seus servos (Elienai Cabral).
A confiança de Daniel em Deus e na resposta que havia recebido era completa: “darei ao rei a interpretação” (Dn 2:24). A visão que Deus tinha lhe dado era idêntica à do rei. Sendo assim, ele nem precisou inquirir o rei para testá-la.
A alegria de Arioque em ver que Daniel estava pronto para dar a resposta ao rei ficou evidente em suas ações: “Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei “(Dn 2:25). Quando o incrédulo rei perguntou se Daniel poderia cumprir sua difícil exigência, ele se deparou com um homem que estava firmado sobre um fundamento mais sólido do que o solo da Babilônia. Daniel fez questão de dizer ao rei que o mistério do seu sonho “nem sábios, nem astrólogos, nem adivinhos o podem declarar ao rei” (Dn 2:27), mas humildemente declarou que sua fonte de conhecimento era uma revelação do “Deus nos céus, o qual revela os mistérios” (Dn 2:28). Daniel negou qualquer revelação própria. Além disso, essa revelação particular foi dirigida de Deus para o próprio rei, para que soubesse os pensamentos do seu próprio coração e “o que há de ser no fim dos dias“.
O primeiro pensamento de Daniel após o Senhor revelar-lhe o sonho e a sua interpretação foi louvar ao Senhor por sua bondade e poder. Expressões espontâneas de louvor a Deus são típicas daqueles que verdadeiramente O amam e O servem.
3. O caráter profético do sonho de Nabucodonosor (Dn 2:28,29). O sonho do rei dizia respeito ao próprio reino da Babilônia, mas continha uma visão futura dos próximos reinos que haveriam de suceder ao reino da Babilônia. Daniel usou a expressão “fim dos dias” (v.28) que é escatológica e não significa simplesmente a sucessão dos impérios representados no texto. Segundo a escatologia judaica do Antigo Testamento “o fim dos dias” pode significar todo o espaço de tempo desde o começo do cumprimento da profecia até a inauguração do reino messiânico na terra.
Inteirar-se do significado desta visão é de suma importância para a Igreja do Senhor que vive na iminência da volta de Cristo, pois esta visão ajuda a compreender globalmente a palavra profética.
III. DANIEL CONTA O SONHO E INTERPRETA-O (Dn 2:31-45).
1. A correta descrição do sonho (Dn 2:31-35). O sonho de Nabucodonosor tinha uma estrutura de uma mensagem profética. Os estudiosos veem o capítulo 2 apenas numa perspectiva histórica, porque os quatro impérios pagãos que a visão anunciava já passaram. Porém, a visão tinha também um sentido escatológico, porque estabelece ao final o reino universal de Cristo. É algo que Deus tem preparado para o futuro.
A estátua continha quatro divisões principais: a cabeça de ouro (Dn 2:32); o peito e os braços eram de prata (2:32); o ventre e as coxas eram de cobre (2:32); as pernas eram de ferro (2:33) e os pés continham ferro e barro (2:33). No versículo 34 lemos: “uma pedra que foi cortada, sem mãos”, a qual feriu a estátua nos pés destruindo-a completamente. Naqueles tempos, o misticismo e a utilização de figuras de representação faziam parte das crendices existentes na cultura pagã. Na mente de Nabucodonosor havia essa cultura e Deus aproveita para revelar realidades presentes e futuras daquele império através de sonhos. Todavia o rei esqueceu o sonho, mas sabia que havia sonhado algo importante que tinha algum significado para si mesmo e para o seu império (Elienai Cabral).
2. A interpretação dos elementos materiais da grande estátua (Dn 2:34-45). Daniel revela que o sonho do rei é profético, não histórico (Dn 2:28,29). O sonho do rei diz respeito ao plano de Deus na história da humanidade. Por intermédio desse sonho do rei, Deus abre as cortinas da história e revela que o futuro está em Suas próprias mãos.
A estátua visualizada em sonho por Nabucodonosor tinha cinco destaques: (3)
a) “A cabeça de ouro” (Dn 2:32,36-38). Nabucodonosor foi chamado de rei de reis (v. 37). Ele era a cabeça de ouro. Ele representava o império. Sua palavra era lei. Ele governou durante 41 anos. Transformou a Babilônia no maior império e na maior cidade do mundo. Alargou as fronteiras de seu domínio. Mas, a riqueza e o poder da Babilônia foram dados por Deus (v. 37,38). A Babilônia deu ao mundo a organização da legislação (código de Hamurahi).
b) “O peito e os braços de prata” (Dn 2:32,39). O peito e os braços de prata simbolizam o império medo-persa. Como a figura já indica, os dois braços ligados pelo peito representam um império que seria formado pela união de dois povos: os medos e os persas. Nesse reino, o rei não estava acima da lei, mas sob ela. A lei era maior que o rei. O rei tinha menos autoridade. O império medo-persa deu ao mundo o aperfeiçoamento do Sistema Tributário.
c) “Ventre os quadris” (Dn 2:32,39). O ventre e os quadris de bronze representam o império grego estabelecido por Alexandre Magno, em 333 a.C. Este dominou o mundo inteiro, mas seu reino desintegrou-se com sua morte. O império grego deu ao mundo a cultura, a língua e os jogos.
d) “Pernas de ferro” (Dn 2:33,40-43). Trata-se do império romano. Era o mais forte dos quatro. Mas, internamente, seu valor era inferior aos seus predecessores, como o ferro é inferior aos outros metais. Ao mesmo tempo, o império romano era forte como o ferro (exército, leis e organização política), mas débil como o barro (baixo nível moral). O império romano deu ao mundo o aperfeiçoamento da legislação (o Direito Romano).
3. “A pedra cortada, sem ajuda de mãos” (Dn 2:45). Aqui, Daniel explica a respeito da pedra que esmiúça a estátua (Dn 2:34,35,44,45). Qual é o significado da pedra? Ela representa o Reino Messiânico de Cristo que virá intervindo no poder dos reinos do mundo. Ele é a pedra cortada que virá para desfazer no último tempo o poder mundial do Anticristo (Dn 2:45; Zc 12:3).
A pedra tronou-se um reino que encheu toda a Terra (Dn 2:35). Este quinto reino é o reino de Deus, estabelecido por Jesus, o Messias. Ele encherá a Terra inteira e se estenderá até aos novos céus e a nova terra (cf. Ap 21:1). Este reino durará para sempre (cf 2Pe 3:10-13).
”… o Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso…”. Daniel foi explicito em sua interpretação. Ele disse que o alvo final não é o governo do homem em esplendor crescente, mas o governo de Deus sobre as ruinas da loucura do homem. A presente Ordem Mundial com a sua filosofia de vida e valores deve desaparecer completamente para que o Reino de Cristo seja plenamente estabelecido aqui. Amém! Vem, Senhor Jesus!.
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta Aula que a história está nas mãos de Deus. Ele não apenas prevê o futuro, Ele tem o controle do futuro. Ninguém pode frustrar Seus desígnios. Seu plano é eterno. Ele está com as rédeas da história nas mãos e Ele a levará a um fim glorioso: a vitória triunfante do Reino de Cristo sobre os reinos do mundo.
Depreendemos desse sonho de Nabucodonosor que o Reino de Cristo triunfará. Os poderosos deste mundo, os reis e os déspotas, não têm as rédeas nas mãos. Os grandes impérios já caíram. Outros ainda cairão. Só o Reino de Cristo triunfará. Não precisamos ter medo quanto ao futuro da causa de Cristo. Ele já determinou o fim: sua vitória gloriosa!
b) “O peito e os braços de prata” (Dn 2:32,39). O peito e os braços de prata simbolizam o império medo-persa. Como a figura já indica, os dois braços ligados pelo peito representam um império que seria formado pela união de dois povos: os medos e os persas. Nesse reino, o rei não estava acima da lei, mas sob ela. A lei era maior que o rei. O rei tinha menos autoridade. O império medo-persa deu ao mundo o aperfeiçoamento do Sistema Tributário.
c) “Ventre os quadris” (Dn 2:32,39). O ventre e os quadris de bronze representam o império grego estabelecido por Alexandre Magno, em 333 a.C. Este dominou o mundo inteiro, mas seu reino desintegrou-se com sua morte. O império grego deu ao mundo a cultura, a língua e os jogos.
d) “Pernas de ferro” (Dn 2:33,40-43). Trata-se do império romano. Era o mais forte dos quatro. Mas, internamente, seu valor era inferior aos seus predecessores, como o ferro é inferior aos outros metais. Ao mesmo tempo, o império romano era forte como o ferro (exército, leis e organização política), mas débil como o barro (baixo nível moral). O império romano deu ao mundo o aperfeiçoamento da legislação (o Direito Romano).
3. “A pedra cortada, sem ajuda de mãos” (Dn 2:45). Aqui, Daniel explica a respeito da pedra que esmiúça a estátua (Dn 2:34,35,44,45). Qual é o significado da pedra? Ela representa o Reino Messiânico de Cristo que virá intervindo no poder dos reinos do mundo. Ele é a pedra cortada que virá para desfazer no último tempo o poder mundial do Anticristo (Dn 2:45; Zc 12:3).
A pedra tronou-se um reino que encheu toda a Terra (Dn 2:35). Este quinto reino é o reino de Deus, estabelecido por Jesus, o Messias. Ele encherá a Terra inteira e se estenderá até aos novos céus e a nova terra (cf. Ap 21:1). Este reino durará para sempre (cf 2Pe 3:10-13).
”… o Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso…”. Daniel foi explicito em sua interpretação. Ele disse que o alvo final não é o governo do homem em esplendor crescente, mas o governo de Deus sobre as ruinas da loucura do homem. A presente Ordem Mundial com a sua filosofia de vida e valores deve desaparecer completamente para que o Reino de Cristo seja plenamente estabelecido aqui. Amém! Vem, Senhor Jesus!.
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta Aula que a história está nas mãos de Deus. Ele não apenas prevê o futuro, Ele tem o controle do futuro. Ninguém pode frustrar Seus desígnios. Seu plano é eterno. Ele está com as rédeas da história nas mãos e Ele a levará a um fim glorioso: a vitória triunfante do Reino de Cristo sobre os reinos do mundo.
Depreendemos desse sonho de Nabucodonosor que o Reino de Cristo triunfará. Os poderosos deste mundo, os reis e os déspotas, não têm as rédeas nas mãos. Os grandes impérios já caíram. Outros ainda cairão. Só o Reino de Cristo triunfará. Não precisamos ter medo quanto ao futuro da causa de Cristo. Ele já determinou o fim: sua vitória gloriosa!
———-
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Integridade Moral e Espiritual - Elienai Cabral. CPAD.
Ensinador Cristão - nº 60. CPAD,
Daniel - As visões para estes últimos dias. Severino Pedro da Silva. CPAD.
(1) Hernandes Dias Lopes - Daniel (Um homem amado do Cé). Hagnos.
(2) ibidem
(3) ibidem
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Integridade Moral e Espiritual - Elienai Cabral. CPAD.
Ensinador Cristão - nº 60. CPAD,
Daniel - As visões para estes últimos dias. Severino Pedro da Silva. CPAD.
(1) Hernandes Dias Lopes - Daniel (Um homem amado do Cé). Hagnos.
(2) ibidem
(3) ibidem
05/10/2014
Lição de 1
4º Trimestre de 2014
Texto Base: Dn 1:1,2; 7:1; 12:4
“Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta
Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda)” (Mt 24:15)
INTRODUÇÃO
Estudaremos neste trimestre sobre o Livro de Daniel. É um livro histórico
e também profético. Ele descreve o passado, discerne o presente e antecipa o
futuro. É chamado de “O Apocalipse do Antigo Testamento”. Ao
estudarmos este livro estaremos com o mapa do futuro nas mãos e saberemos
que o final da história já está definido: a vitória gloriosa de Cristo e de Sua
igreja. Também, este livro tem uma mensagem profundamente consoladora. Ele abre
a janela do tempo e mostra-nos a linda paisagem de Deus governando o mundo e
conduzindo Sua igreja a um final vitorioso. Não importa se aqui cruzamos vales
escuros, estradas crivadas de espinhos; não importa se aqui somos despojados
dos tesouros da terra e somos banidos para as prisões; não importa se o mundo
inteiro nos odeia e se o diabo lança contra nós sua fúria indômita, a Igreja de
Deus, selada por Deus, amada por Deus é mais que vencedora. Ela, em breve,
tomará posse de sua herança. Sua herança é incorruptível e imarcescível. Sua
glória é eterna. Seu destino é o Céu.
I. A HISTÓRIA POR TRÁS DO LIVRO DE DANIEL
1. A formação histórica de Israel. A história de Israel
começa com a chamada de Abraão (Gn 12:1-3). Ele constituiu uma família, sua
mulher chamava-se Sara e o filho da promessa chamava-se Isaque (Gn 15:4).
Isaque, por sua vez, gerou dois filhos, Esaú e Jacó. Este gerou 12 filhos, que
se multiplicaram, e que por circunstâncias adversas mudaram-se para o Egito.
Ali formou-se um grande povo, o qual permaneceu quatrocentos anos no Egito. No
tempo determinado, este povo saiu do Egito sob a mão forte de Deus, em direção
à Terra Prometida, Canaã, surgindo daí a nação de Israel. Dez pragas vieram
sobre o Egito, desbancando as divindades do maior império do mundo. Israel
perambulou no deserto quarenta anos sob a liderança de Moisés. Durante sete
anos conquistou a terra, sob a liderança de Josué.
2. O governo teocrático. Durante o período que Israel
caminhou pelo deserto, o povo aprendeu a depender de Deus sob uma liderança
teocrática através de Moisés. Quando Moisés morreu, Deus levantou Josué para
substituí-lo e, sob o seu comando, Israel conquista a terra de Canaã. O período
seguinte corresponde o dos juízes que dura aproximadamente trezentos anos,
quando o governo teocrático continua. O período dos juízes foi um período
difícil porque Israel afastou-se da direção divina preferindo a Monarquia.
3. O governo monárquico. Depois da Teocracia veio
a Monarquia, cento e vinte anos de Reino Unido sob Saul, Davi
e Salomão. Com a morte de Salomão em 931 a. C, sob o governo de seu filho
Roboão, o reino se dividiu em dois: reino do Norte e Reino do Sul. O Reino do
Norte, formado por dez tribos teve dezenove reis, com 8 dinastias e nenhum rei
piedoso. Por causa de sua obstinação e desobediência Israel foi levado cativo
em 722 a. C, pela Assíria, e jamais foi restaurado.
O Reino do Sul, formado pelas tribos de Judá e Benjamim, procedia da dinastia
davídica. Esse reino teve vinte reis e experimentou altos e baixos, momentos de
glória e tempos de calamidade, reis piedosos no trono e reis perversos e maus.
Esse reino alternou momentos de volta para Deus e momentos de rebeldia. Acabou
por ser invadido pelo império Babilônico. Porque o povo abandonou a Deus e não
quis ouvir sua Palavra, Deus enviou seu juízo sobre a nação. Os caldeus vieram
contra eles, e Deus os entregou nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia.
Entre os anos de 606 a. C e 587 a.C., Nabucodonosor levou em cativeiro os
nobres de Jerusalém: príncipes, intelectuais e homens de guerra, etc., dentre
eles estavam Daniel, Hananias, Misael, Azarias e Ezequiel. “Toda a história
proporcionou a intervenção divina na vida de Israel para preservação do projeto
original de Deus”.
II. OS FATOS QUE PROPICIARAM O EXÍLIO NA BABILÔNIA
1. O contexto político do reino de Judá. Nos anos 608 a 597
a. C, reinava em Jerusalém Jeoaquim, que havia sido empossado por Neco, faraó
do Egito (2Rs 23:34). Naqueles dias, duas nações lutavam pelo domínio da
região: a Assíria e o Egito. Neco, rei do Egito, subira para batalhar contra o
rei da Assíria (2Rs 23:29). Josias, rei de Judá, temendo pela segurança de seu
reino, achou melhor atacar o exército egípcio, mas morreu na batalha de
Carquemis, em 608 a.C. Neco, que agora estava com todos os trunfos na mão,
destituiu a Jeoacaz, filho de Josias, quando este havia reinado apenas três
meses, impôs pesado tributo a Judá e constituiu rei a Jeoaquim, irmão do
deposto Jeoacaz (2Rs 23:31-35).
Jeoaquim foi um rei ímpio. Seu pai Josias rasgou suas roupas em
sinal de contrição e arrependimento. Jeoaquim, ao contrário, rasgou e queimou o
rolo da Palavra de Deus que continha as mensagens do profeta Jeremias e mandou
prender o mensageiro (Jr 36:20-26).
Jeoaquim era também assassino. Porque as mensagens do profeta Urias
eram contrárias aos seus interesses, ele mandou matá-lo. Urias fugiu para o
Egito, mas Jeoaquim mandou sequestrá-lo. Ele foi trazido à sua presença e morto
à espada (Jr 26:20-23).
No ano 606 a.C., novos acontecimentos vieram modificar o cenário político-militar
da conturbada região. Uma vitória de Nabucodonosor, rei da Babilônia, sobre o
faraó Neco, consolidou a Babilônia como nova potência mundial em ascensão.
O Egito e a Assíria haviam disputado o predomínio, mas a luta enfraquecera a
ambos. Assim, a Babilônia foi quem mais ganhou com essas brigas. “Quando dois
cães brigam por um osso, pode aparecer um terceiro e levá-lo com a maior
facilidade”.
Nabucodonosor fez três incursões sobre Jerusalém: em 606 a.C.,
levou os nobres (dentre eles Daniel) e os vasos do templo. Em 597 a.C.,
noutra incursão, levou mais cativos. O rei Jeoaquim rendeu-se sem resistência.
Nesse tempo, também, foi ao cativeiro o profeta Ezequiel (2Rs 24:8).Em 586
a.C., após dezoito meses de sítio, os exércitos do rei da Babilônia
saquearam a cidade de Jerusalém. Arrasaram-na totalmente, destruindo também o
templo. O rei Zedequias foi capturado quando tentava fugir e levado à presença
de Nabucodonosor. Seus filhos foram mortos em sua presença, seus olhos foram
vazados, e ele levado cativo para a Babilônia com o seu povo (2Rs 25).
O povo de Judá foi arrancado da cidade santa, e o templo destruído. O cerco
babilônico trouxe morte e desespero. As crianças morriam de fome, os velhos
eram pisados, e as jovens forçadas. Isso trouxe dor e lágrimas ao jovem profeta
Jeremias. Ele chega a dizer que mais felizes foram os que foram mortos à espada
que aqueles que morreram pela fome (Lm 4:9). O povo levado ao cativeiro se
assenta, chora, curte a sua dor, dependura as harpas e sonha com uma vingança
sangrenta (Sl 137:1-9).
2. Judá no exílio babilônico. Os judeus que sobreviveram à
longa jornada para a Babilônia certamente foram colocados em assentamentos
separados dos babilônios e receberam permissão de se dedicar à agricultura e
trabalhar para sobreviver (Ez 3:15; Jr 29:5), mas o trauma do exílio é
expressado claramente pelo salmista:
“Às margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos,
lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos as nossas
harpas, pois aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções, e os nossos
opressores, que fossemos alegres, dizendo: entoai-nos algum dos cânticos de
Sião. Como, porém, haveríamos de entoar o canto do Senhor em terra estranha?”(Sl
137:1-4). Ciro, o grande dominador do novel império medo-persa,
tratou bem os babilônios. Na verdade, ele procurou tratar com respeito todos os
seus súditos leais, inclusive os judeus.
Daniel, ciente da profecia de Jeremias, segundo a qual a desolação
de Jerusalém duraria setenta anos, ele pediu a Deus para intervir (Dn
9:2,18b,19). As orações de Daniel foram respondidas prontamente. Em 538 a.C.,
Ciro fez uma grande proclamação, registrada no final de 2Crônicas:
“Assim diz Ciro, rei da Pérsia: o Senhor, Deus dos céus, me deu todos os
reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está
em Judá; quem entre vós é de todo o seu povo, que suba, e o senhor, seu Deus,
seja com ele“ (2Cr 36:23; Ed 1:2-3).
O salmo 126 é um cântico de louvor a Deus porque fez retirar do
cativeiro o seu povo. Cumpriu-se, desse modo, a predição feita pelo profeta
Isaías há, aproximadamente, 160 anos antes acerca de Ciro, o ungido do Senhor
(Is 44:28).
Entretanto, a maioria dos judeus da dispersão preferiu permanecer em suas
casas, especialmente os que moravam em Babilônia, mas aqueles que tinham seus
olhos voltados para o propósito eterno de Deus viram no cativeiro um
instrumento de correção. E o retorno à pátria era o sinal de que ainda tinham
um papel redentor a desempenhar.
O reino terreno de Judá estava absolutamente destruído. Mas através de
profetas, como Ezequiel e Daniel, que também eram exilados, Deus pôde manter
seu reino espiritual vivo nos corações de muitos judeus.
Os 19 anos iniciais do cativeiro de Daniel também foram os últimos do reino de
Judá, sob domínio da Babilônia. A resistência judia ao jugo babilônico causou
muitas represálias por parte do reino dominante.
Daniel e seus amigos (Hananias, Misael e Azarias) receberam, durante anos, uma
nova educação babilônica, a fim de melhor servirem ao governo. Chegaram a
compor o chamado grupo dos sábios do reino, servindo ao rei como
conselheiros. Por isso, Daniel teve a chance de interpretar os sonhos que
atormentavam o confuso rei Nabucodonosor e de expressar suas próprias visões.
Daniel ficou no cargo por décadas (Dn 1:21; 6:28), o que lhe permitiu fazer com
que os reis babilônicos conhecessem o poder do verdadeiro Deus, O temessem e
respeitassem.
Daniel testemunhou vários reis no trono da Babilônia e chegou a ver o fim
daquele império em 538 a. C., tomado por Ciro, que, influenciado pelo
conselheiro judeu, libertou seu povo judeu e o devolveu à terra de origem.
3. Resultados do cativeiro.
a) Cura da idolatria. Este foi um
dos grandes benefícios espirituais de Israel durante o cativeiro. Com o
transcorrer dos dias no exílio, a idolatria que tenazmente assediava os judeus
não mais tinha atração alguma para eles. Na verdade, engendrou um despertar
antagônico com relação à idolatria, por suas associações de caráter nacional
(ver Sl 137), bem como por suas profundas convicções, nascidas da grandeza e
divindade de sua antiga religião, que não podia se comparar com a dos
babilônios. Eles amavam intensamente o seu culto, sendo mais forte do que até
aí tinha sido a crença de que Jeová era o Senhor de toda a Terra. Desta forma
os judeus se transformaram em testemunhas do poder e amor do Deus Jeová perante
os babilônios, e exerceram sobre aqueles com os quais mais conviviam uma forte
influência moral.
b) Maior liberdade de
culto. No cativeiro os seus princípios e crenças se
consolidaram. O próprio fato de terem sido destituídos do Templo, altar e dos
sacrifícios gerou neles uma retomada aos princípios fundamentais da fé judaica.
Por este motivo foram formadas no exílio escolas de teologia judaica
(precursoras das sinagogas - lugar de reunião e adoração - Mt 4:23) e,
portanto, quando enfim, chegou o dia da restauração, não eram fracas as suas
convicções, nem desordenado o seu sistema doutrinário e possuíam uma austera
crença monoteísta e um credo religioso distinto, não podendo efetuar domínio na
sua alma as fascinações da idolatria.
c) Remanescente fiel. O
cativeiro revelou um remanescente fiel, preservado de modo sobrenatural por
Deus, para que retornassem a Jerusalém. Esse remanescente fiel não foi
absorvido no meio da terra do seu cativeiro, como havia sucedido a outros povos
conquistados. Certamente o tempo do exílio foi um período de grande atividade
literária entre os judeus no sentido de coligir, preservar e editar antigas narrações.
Por conseguinte, podemos atribuir ao povo judeu a preparação do caminho para a
vinda do cristianismo, uma vez que forneceu, por meio desta preservação
literária, ao povo da nova aliança - a Igreja de Cristo -, sua mensagem, a
saber, o Antigo Testamento.
III. DANIEL, O AUTOR E
O LIVRO
1. O homem Daniel. Quanto
à pessoa de Daniel, há pouca informação da sua família senão a de que ele era
um nobre da linhagem real de Israel (Dn 1:3). Ele e seus três amigos, Hananias,
Misael e Azarias, eram jovens de boa aparência, instruídos, bem educados (Dn
1:4), mas, sobretudo, servos de Deus, com profundas convicções (Dn 1:8). Ainda
muito jovem, foi levado para a Babilônia, uma terra eivada de idolatria. No
meio de uma cultura sem Deus e sem absolutos morais, Daniel não se corrompeu.
Foi levado para esse panteão de divindades pagãs, para a capital mundial da
astrologia e da feitiçaria. Daniel vai como escravo para uma terra que não
conhecia a Deus, onde não havia a Palavra de Deus, nem o temor de Deus, onde o
pecado campeava solto. Mas, mesmo na cidade das liberdades sem fronteiras, do
pecado atraente e fácil, Daniel mantém-se íntegro, fiel e puro diante de Deus e
dos homens. Sua vida é um farol a ensinar-nos o caminho certo no meio da
escuridão do relativismo. Seu testemunho rompeu a barreira do tempo e ainda
encoraja homens e mulheres em todo o mundo a viver com integridade. Em sua vida
religiosa Daniel possuía convicções firmes em Jeová, o Deus de Israel, e foi
contemporâneo de dois importantes profetas - Jeremias e Ezequiel -, porque os
mesmos exerciam seus ministérios em Jerusalém. O profeta Ezequiel foi marcado
por uma profunda impressão de Daniel, citando-o no seu livro como um homem de
sabedoria e de justiça, colocando-o no mesmo nível de Noé e de Jó (Ez 14:14).
2. A importância do
Livro. Daniel é um livro histórico e profético. Olha para
o passado, interpreta o presente e descobre o futuro. Nada escapa ao controle
de Deus, mesmo quando Sua presença ou Sua providência parecem não ser vistas na
terra. As rédeas da história não estão nas mãos dos poderosos deste mundo, mas
nas mãos dAquele que está assentado no alto e sublime trono.
Daniel tem uma mensagem ética clara para nosso tempo. Revela-nos como podemos
ser íntegros na adversidade ou na prosperidade. Mostra-nos como devemos confiar
em Deus não simplesmente por aquilo que Ele faz, mas por quem Ele é. Também,
este livro tem uma mensagem profundamente consoladora. Ele abre a janela do
tempo e mostra-nos a linda paisagem de Deus governando o mundo e conduzindo Sua
igreja a um final vitorioso. (1)
Em virtude da sua mensagem apocalíptica, Daniel é chamado de “O Apocalipse do
Antigo Testamento”; é um livro essencialmente profético, e muitas profecias
nele narradas se referem ao final dos tempos.
O estudo do livro é necessário para a compreensão de textos importantes, tais
como o sermão profético de Jesus (Mt 24;25; Lc 21:5-36), e o texto
de 2Ts 2:1-12 que fala sobre o Anticristo. Também é fundamental para
melhor entendimento do livro do Apocalipse.
Não devemos esquecer o fato do livro de Daniel estar repleto de linguagem
figurada quando formos lê-lo ou meditarmos nele. A simbologia requer um estudo
bastante acurado, criterioso e cuidadoso, a fim de que não cometamos erros
sérios de interpretação.
3. A autoria, as
características e propósito do livro.
Autoria.
O livro é de autoria do profeta Daniel, durante o período do exílio, entre
os anos 606 e 536 a.C. Podemos perceber esta autoria no emprego da primeira
pessoa do singular - “Eu,
Daniel” - nos capítulos de sete a doze (Dn 7:13,28;
8:1; 9:1,2; 10:2; 11:2; 12:13). Como o livro faz parte de uma unidade,
conclui-se que todo o livro foi escrito por Daniel. O próprio Senhor Jesus
afirmou a autoria de Daniel em Mt 24:15. Ao longo dos séculos tem sido
mantida tradicionalmente a autoria de Daniel pela Igreja cristã. Deduz-se que
ele iniciou escrevendo na Babilônia e o restante no palácio de Susã (Dn 8:2). O
conteúdo do livro de 12 capítulos e 357 versículos foi escrito em hebraico, e
parte do texto a partir do capítulo 2:4 até o capitulo 7:28 foi escrito em
aramaico. Dos capítulos 1 a 6 temos a parte histórica e nos capítulos 7 a 12
temos a parte escatológica, isto é, profética.
Características.
Na formação do cânon das Escrituras, alguns críticos literários da Bíblia,
especialmente quando surgiu o liberalismo teológico, não reconheciam o livro de
Daniel como autêntico, nem como inspirado. Entretanto, o livro de Daniel
encontra-se na Bíblia hebraica entre “os Escritos” e não entre os “livros
proféticos”. Posteriormente, outros estudiosos reconheceram a autenticidade do
livro de Daniel como livro, não apenas histórico, mas como “profético”.
Principalmente, a segunda parte do livro contém revelações proféticas que
tratavam de fatos que já cumpriram, mas com revelações futuras, tanto em
relação ao próprio povo de Israel, como em relação aos gentios. Em relação aos
gentios, Deus revelou a Daniel o quadro futuro dos tempos dos gentios
representado por figuras alegóricas. Portanto, o livro de Daniel pode ser
classificado como apocalíptico porque desvenda o futuro do mundo, tendo o povo
de Israel como ponto convergente para os fatos futuros.
Propósito.
Encorajar os judeus do exílio babilônico mostrando que Deus, apesar de
puni-los, estava no controle de todas as coisas, e que o Senhor tem o domínio
sobre o tempo e sobre a história, bem como é soberano sobre cada ser humano
individualmente e sobre todos os reinos da terra; logo, os judeus deveriam
animar-se, pois Deus os traria de volta a Terra Prometida e julgaria todos os
reinos.
CONCLUSÃO
“Daniel é um profeta contemporâneo porque sua mensagem revela o plano de Deus
para com o povo de Israel através da história com eventos já cumpridos e outros
que apontam para o futuro. A relação da profecia de Daniel com a Igreja é da
maior importância, porque é como olhar para o relógio do tempo. A ênfase e o
lugar que Israel ocupa como povo de Deus, objeto direto da profecia de Daniel e
de outros profetas, mostram e indicam o futuro da Igreja de Cristo”. (2)
———-
Elaboração:
Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no
Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Roy E. Swim. Comentário
Bíblico Beacon. CPAD.
Integridade Moral e Espiritual - Elienai Cabral. CPAD.
Daniel - As visões para estes últimos dias. Severino Pedro da Silva. CPAD.
(1) Hernandes Dias Lopes - Daniel (Um homem amado do Cé).
Hagnos.
(2) Revista Ensinador Cristão - nº 60 - CPAD.
Publicado no Blog do Luciano de Paula
Lourenço
“Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda)” (Mt 24:15)
Estudaremos neste trimestre sobre o Livro de Daniel. É um livro histórico e também profético. Ele descreve o passado, discerne o presente e antecipa o futuro. É chamado de “O Apocalipse do Antigo Testamento”. Ao estudarmos este livro estaremos com o mapa do futuro nas mãos e saberemos que o final da história já está definido: a vitória gloriosa de Cristo e de Sua igreja. Também, este livro tem uma mensagem profundamente consoladora. Ele abre a janela do tempo e mostra-nos a linda paisagem de Deus governando o mundo e conduzindo Sua igreja a um final vitorioso. Não importa se aqui cruzamos vales escuros, estradas crivadas de espinhos; não importa se aqui somos despojados dos tesouros da terra e somos banidos para as prisões; não importa se o mundo inteiro nos odeia e se o diabo lança contra nós sua fúria indômita, a Igreja de Deus, selada por Deus, amada por Deus é mais que vencedora. Ela, em breve, tomará posse de sua herança. Sua herança é incorruptível e imarcescível. Sua glória é eterna. Seu destino é o Céu.
I. A HISTÓRIA POR TRÁS DO LIVRO DE DANIEL
1. A formação histórica de Israel. A história de Israel começa com a chamada de Abraão (Gn 12:1-3). Ele constituiu uma família, sua mulher chamava-se Sara e o filho da promessa chamava-se Isaque (Gn 15:4). Isaque, por sua vez, gerou dois filhos, Esaú e Jacó. Este gerou 12 filhos, que se multiplicaram, e que por circunstâncias adversas mudaram-se para o Egito. Ali formou-se um grande povo, o qual permaneceu quatrocentos anos no Egito. No tempo determinado, este povo saiu do Egito sob a mão forte de Deus, em direção à Terra Prometida, Canaã, surgindo daí a nação de Israel. Dez pragas vieram sobre o Egito, desbancando as divindades do maior império do mundo. Israel perambulou no deserto quarenta anos sob a liderança de Moisés. Durante sete anos conquistou a terra, sob a liderança de Josué.
2. O governo teocrático. Durante o período que Israel caminhou pelo deserto, o povo aprendeu a depender de Deus sob uma liderança teocrática através de Moisés. Quando Moisés morreu, Deus levantou Josué para substituí-lo e, sob o seu comando, Israel conquista a terra de Canaã. O período seguinte corresponde o dos juízes que dura aproximadamente trezentos anos, quando o governo teocrático continua. O período dos juízes foi um período difícil porque Israel afastou-se da direção divina preferindo a Monarquia.
3. O governo monárquico. Depois da Teocracia veio a Monarquia, cento e vinte anos de Reino Unido sob Saul, Davi e Salomão. Com a morte de Salomão em 931 a. C, sob o governo de seu filho Roboão, o reino se dividiu em dois: reino do Norte e Reino do Sul. O Reino do Norte, formado por dez tribos teve dezenove reis, com 8 dinastias e nenhum rei piedoso. Por causa de sua obstinação e desobediência Israel foi levado cativo em 722 a. C, pela Assíria, e jamais foi restaurado.
O Reino do Sul, formado pelas tribos de Judá e Benjamim, procedia da dinastia davídica. Esse reino teve vinte reis e experimentou altos e baixos, momentos de glória e tempos de calamidade, reis piedosos no trono e reis perversos e maus. Esse reino alternou momentos de volta para Deus e momentos de rebeldia. Acabou por ser invadido pelo império Babilônico. Porque o povo abandonou a Deus e não quis ouvir sua Palavra, Deus enviou seu juízo sobre a nação. Os caldeus vieram contra eles, e Deus os entregou nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia. Entre os anos de 606 a. C e 587 a.C., Nabucodonosor levou em cativeiro os nobres de Jerusalém: príncipes, intelectuais e homens de guerra, etc., dentre eles estavam Daniel, Hananias, Misael, Azarias e Ezequiel. “Toda a história proporcionou a intervenção divina na vida de Israel para preservação do projeto original de Deus”.
II. OS FATOS QUE PROPICIARAM O EXÍLIO NA BABILÔNIA
1. O contexto político do reino de Judá. Nos anos 608 a 597 a. C, reinava em Jerusalém Jeoaquim, que havia sido empossado por Neco, faraó do Egito (2Rs 23:34). Naqueles dias, duas nações lutavam pelo domínio da região: a Assíria e o Egito. Neco, rei do Egito, subira para batalhar contra o rei da Assíria (2Rs 23:29). Josias, rei de Judá, temendo pela segurança de seu reino, achou melhor atacar o exército egípcio, mas morreu na batalha de Carquemis, em 608 a.C. Neco, que agora estava com todos os trunfos na mão, destituiu a Jeoacaz, filho de Josias, quando este havia reinado apenas três meses, impôs pesado tributo a Judá e constituiu rei a Jeoaquim, irmão do deposto Jeoacaz (2Rs 23:31-35).
Jeoaquim foi um rei ímpio. Seu pai Josias rasgou suas roupas em sinal de contrição e arrependimento. Jeoaquim, ao contrário, rasgou e queimou o rolo da Palavra de Deus que continha as mensagens do profeta Jeremias e mandou prender o mensageiro (Jr 36:20-26).
Jeoaquim era também assassino. Porque as mensagens do profeta Urias eram contrárias aos seus interesses, ele mandou matá-lo. Urias fugiu para o Egito, mas Jeoaquim mandou sequestrá-lo. Ele foi trazido à sua presença e morto à espada (Jr 26:20-23).
No ano 606 a.C., novos acontecimentos vieram modificar o cenário político-militar da conturbada região. Uma vitória de Nabucodonosor, rei da Babilônia, sobre o faraó Neco, consolidou a Babilônia como nova potência mundial em ascensão.
O Egito e a Assíria haviam disputado o predomínio, mas a luta enfraquecera a ambos. Assim, a Babilônia foi quem mais ganhou com essas brigas. “Quando dois cães brigam por um osso, pode aparecer um terceiro e levá-lo com a maior facilidade”.
Nabucodonosor fez três incursões sobre Jerusalém: em 606 a.C., levou os nobres (dentre eles Daniel) e os vasos do templo. Em 597 a.C., noutra incursão, levou mais cativos. O rei Jeoaquim rendeu-se sem resistência. Nesse tempo, também, foi ao cativeiro o profeta Ezequiel (2Rs 24:8).Em 586 a.C., após dezoito meses de sítio, os exércitos do rei da Babilônia saquearam a cidade de Jerusalém. Arrasaram-na totalmente, destruindo também o templo. O rei Zedequias foi capturado quando tentava fugir e levado à presença de Nabucodonosor. Seus filhos foram mortos em sua presença, seus olhos foram vazados, e ele levado cativo para a Babilônia com o seu povo (2Rs 25).
O povo de Judá foi arrancado da cidade santa, e o templo destruído. O cerco babilônico trouxe morte e desespero. As crianças morriam de fome, os velhos eram pisados, e as jovens forçadas. Isso trouxe dor e lágrimas ao jovem profeta Jeremias. Ele chega a dizer que mais felizes foram os que foram mortos à espada que aqueles que morreram pela fome (Lm 4:9). O povo levado ao cativeiro se assenta, chora, curte a sua dor, dependura as harpas e sonha com uma vingança sangrenta (Sl 137:1-9).
2. Judá no exílio babilônico. Os judeus que sobreviveram à longa jornada para a Babilônia certamente foram colocados em assentamentos separados dos babilônios e receberam permissão de se dedicar à agricultura e trabalhar para sobreviver (Ez 3:15; Jr 29:5), mas o trauma do exílio é expressado claramente pelo salmista:
“Às margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos as nossas harpas, pois aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções, e os nossos opressores, que fossemos alegres, dizendo: entoai-nos algum dos cânticos de Sião. Como, porém, haveríamos de entoar o canto do Senhor em terra estranha?”(Sl 137:1-4). Ciro, o grande dominador do novel império medo-persa, tratou bem os babilônios. Na verdade, ele procurou tratar com respeito todos os seus súditos leais, inclusive os judeus.
Daniel, ciente da profecia de Jeremias, segundo a qual a desolação de Jerusalém duraria setenta anos, ele pediu a Deus para intervir (Dn 9:2,18b,19). As orações de Daniel foram respondidas prontamente. Em 538 a.C., Ciro fez uma grande proclamação, registrada no final de 2Crônicas:
“Assim diz Ciro, rei da Pérsia: o Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá; quem entre vós é de todo o seu povo, que suba, e o senhor, seu Deus, seja com ele“ (2Cr 36:23; Ed 1:2-3).
O salmo 126 é um cântico de louvor a Deus porque fez retirar do cativeiro o seu povo. Cumpriu-se, desse modo, a predição feita pelo profeta Isaías há, aproximadamente, 160 anos antes acerca de Ciro, o ungido do Senhor (Is 44:28).
Entretanto, a maioria dos judeus da dispersão preferiu permanecer em suas casas, especialmente os que moravam em Babilônia, mas aqueles que tinham seus olhos voltados para o propósito eterno de Deus viram no cativeiro um instrumento de correção. E o retorno à pátria era o sinal de que ainda tinham um papel redentor a desempenhar.
O reino terreno de Judá estava absolutamente destruído. Mas através de profetas, como Ezequiel e Daniel, que também eram exilados, Deus pôde manter seu reino espiritual vivo nos corações de muitos judeus.
Os 19 anos iniciais do cativeiro de Daniel também foram os últimos do reino de Judá, sob domínio da Babilônia. A resistência judia ao jugo babilônico causou muitas represálias por parte do reino dominante.
Daniel e seus amigos (Hananias, Misael e Azarias) receberam, durante anos, uma nova educação babilônica, a fim de melhor servirem ao governo. Chegaram a compor o chamado grupo dos sábios do reino, servindo ao rei como conselheiros. Por isso, Daniel teve a chance de interpretar os sonhos que atormentavam o confuso rei Nabucodonosor e de expressar suas próprias visões. Daniel ficou no cargo por décadas (Dn 1:21; 6:28), o que lhe permitiu fazer com que os reis babilônicos conhecessem o poder do verdadeiro Deus, O temessem e respeitassem.
Daniel testemunhou vários reis no trono da Babilônia e chegou a ver o fim daquele império em 538 a. C., tomado por Ciro, que, influenciado pelo conselheiro judeu, libertou seu povo judeu e o devolveu à terra de origem.
b) Maior liberdade de culto. No cativeiro os seus princípios e crenças se consolidaram. O próprio fato de terem sido destituídos do Templo, altar e dos sacrifícios gerou neles uma retomada aos princípios fundamentais da fé judaica. Por este motivo foram formadas no exílio escolas de teologia judaica (precursoras das sinagogas - lugar de reunião e adoração - Mt 4:23) e, portanto, quando enfim, chegou o dia da restauração, não eram fracas as suas convicções, nem desordenado o seu sistema doutrinário e possuíam uma austera crença monoteísta e um credo religioso distinto, não podendo efetuar domínio na sua alma as fascinações da idolatria.
c) Remanescente fiel. O cativeiro revelou um remanescente fiel, preservado de modo sobrenatural por Deus, para que retornassem a Jerusalém. Esse remanescente fiel não foi absorvido no meio da terra do seu cativeiro, como havia sucedido a outros povos conquistados. Certamente o tempo do exílio foi um período de grande atividade literária entre os judeus no sentido de coligir, preservar e editar antigas narrações. Por conseguinte, podemos atribuir ao povo judeu a preparação do caminho para a vinda do cristianismo, uma vez que forneceu, por meio desta preservação literária, ao povo da nova aliança - a Igreja de Cristo -, sua mensagem, a saber, o Antigo Testamento.
III. DANIEL, O AUTOR E O LIVRO
1. O homem Daniel. Quanto à pessoa de Daniel, há pouca informação da sua família senão a de que ele era um nobre da linhagem real de Israel (Dn 1:3). Ele e seus três amigos, Hananias, Misael e Azarias, eram jovens de boa aparência, instruídos, bem educados (Dn 1:4), mas, sobretudo, servos de Deus, com profundas convicções (Dn 1:8). Ainda muito jovem, foi levado para a Babilônia, uma terra eivada de idolatria. No meio de uma cultura sem Deus e sem absolutos morais, Daniel não se corrompeu. Foi levado para esse panteão de divindades pagãs, para a capital mundial da astrologia e da feitiçaria. Daniel vai como escravo para uma terra que não conhecia a Deus, onde não havia a Palavra de Deus, nem o temor de Deus, onde o pecado campeava solto. Mas, mesmo na cidade das liberdades sem fronteiras, do pecado atraente e fácil, Daniel mantém-se íntegro, fiel e puro diante de Deus e dos homens. Sua vida é um farol a ensinar-nos o caminho certo no meio da escuridão do relativismo. Seu testemunho rompeu a barreira do tempo e ainda encoraja homens e mulheres em todo o mundo a viver com integridade. Em sua vida religiosa Daniel possuía convicções firmes em Jeová, o Deus de Israel, e foi contemporâneo de dois importantes profetas - Jeremias e Ezequiel -, porque os mesmos exerciam seus ministérios em Jerusalém. O profeta Ezequiel foi marcado por uma profunda impressão de Daniel, citando-o no seu livro como um homem de sabedoria e de justiça, colocando-o no mesmo nível de Noé e de Jó (Ez 14:14).
2. A importância do Livro. Daniel é um livro histórico e profético. Olha para o passado, interpreta o presente e descobre o futuro. Nada escapa ao controle de Deus, mesmo quando Sua presença ou Sua providência parecem não ser vistas na terra. As rédeas da história não estão nas mãos dos poderosos deste mundo, mas nas mãos dAquele que está assentado no alto e sublime trono.
Daniel tem uma mensagem ética clara para nosso tempo. Revela-nos como podemos ser íntegros na adversidade ou na prosperidade. Mostra-nos como devemos confiar em Deus não simplesmente por aquilo que Ele faz, mas por quem Ele é. Também, este livro tem uma mensagem profundamente consoladora. Ele abre a janela do tempo e mostra-nos a linda paisagem de Deus governando o mundo e conduzindo Sua igreja a um final vitorioso. (1)
Em virtude da sua mensagem apocalíptica, Daniel é chamado de “O Apocalipse do Antigo Testamento”; é um livro essencialmente profético, e muitas profecias nele narradas se referem ao final dos tempos.
O estudo do livro é necessário para a compreensão de textos importantes, tais como o sermão profético de Jesus (Mt 24;25; Lc 21:5-36), e o texto de 2Ts 2:1-12 que fala sobre o Anticristo. Também é fundamental para melhor entendimento do livro do Apocalipse.
Não devemos esquecer o fato do livro de Daniel estar repleto de linguagem figurada quando formos lê-lo ou meditarmos nele. A simbologia requer um estudo bastante acurado, criterioso e cuidadoso, a fim de que não cometamos erros sérios de interpretação.
3. A autoria, as características e propósito do livro.
Autoria.
O livro é de autoria do profeta Daniel, durante o período do exílio, entre os anos 606 e 536 a.C. Podemos perceber esta autoria no emprego da primeira pessoa do singular - “Eu, Daniel” - nos capítulos de sete a doze (Dn 7:13,28; 8:1; 9:1,2; 10:2; 11:2; 12:13). Como o livro faz parte de uma unidade, conclui-se que todo o livro foi escrito por Daniel. O próprio Senhor Jesus afirmou a autoria de Daniel em Mt 24:15. Ao longo dos séculos tem sido mantida tradicionalmente a autoria de Daniel pela Igreja cristã. Deduz-se que ele iniciou escrevendo na Babilônia e o restante no palácio de Susã (Dn 8:2). O conteúdo do livro de 12 capítulos e 357 versículos foi escrito em hebraico, e parte do texto a partir do capítulo 2:4 até o capitulo 7:28 foi escrito em aramaico. Dos capítulos 1 a 6 temos a parte histórica e nos capítulos 7 a 12 temos a parte escatológica, isto é, profética.
Características.
Na formação do cânon das Escrituras, alguns críticos literários da Bíblia, especialmente quando surgiu o liberalismo teológico, não reconheciam o livro de Daniel como autêntico, nem como inspirado. Entretanto, o livro de Daniel encontra-se na Bíblia hebraica entre “os Escritos” e não entre os “livros proféticos”. Posteriormente, outros estudiosos reconheceram a autenticidade do livro de Daniel como livro, não apenas histórico, mas como “profético”. Principalmente, a segunda parte do livro contém revelações proféticas que tratavam de fatos que já cumpriram, mas com revelações futuras, tanto em relação ao próprio povo de Israel, como em relação aos gentios. Em relação aos gentios, Deus revelou a Daniel o quadro futuro dos tempos dos gentios representado por figuras alegóricas. Portanto, o livro de Daniel pode ser classificado como apocalíptico porque desvenda o futuro do mundo, tendo o povo de Israel como ponto convergente para os fatos futuros.
Propósito.
Encorajar os judeus do exílio babilônico mostrando que Deus, apesar de puni-los, estava no controle de todas as coisas, e que o Senhor tem o domínio sobre o tempo e sobre a história, bem como é soberano sobre cada ser humano individualmente e sobre todos os reinos da terra; logo, os judeus deveriam animar-se, pois Deus os traria de volta a Terra Prometida e julgaria todos os reinos.
CONCLUSÃO
“Daniel é um profeta contemporâneo porque sua mensagem revela o plano de Deus para com o povo de Israel através da história com eventos já cumpridos e outros que apontam para o futuro. A relação da profecia de Daniel com a Igreja é da maior importância, porque é como olhar para o relógio do tempo. A ênfase e o lugar que Israel ocupa como povo de Deus, objeto direto da profecia de Daniel e de outros profetas, mostram e indicam o futuro da Igreja de Cristo”. (2)
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Integridade Moral e Espiritual - Elienai Cabral. CPAD.
Daniel - As visões para estes últimos dias. Severino Pedro da Silva. CPAD.
(1) Hernandes Dias Lopes - Daniel (Um homem amado do Cé). Hagnos.
(2) Revista Ensinador Cristão - nº 60 - CPAD.
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04/09/2014
PALAVRA CHAVE
Autorrealização: Ato ou
efeito de realizar a si próprio.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Realização profissional, pessoal e o desejo de uma melhor qualidade de vida são anseios legítimos do ser humano. Entretanto, o problema existe quando esse anseio torna-se uma obsessão, um desejo cego, colocando o Senhor nosso Deus à margem da vida para eleger um ídolo: o sonho pessoal. Ao concluirmos o estudo dessa semana veremos que não se pode abrir mão de Deus para realizarmos os nossos sonhos, pois os dEle devem estar em primeiro lugar!. [Comentário: O título desta lição é interessante e instigante. Hoje veremos que a busca pela autorrealização humana não é contraria à Bíblia, pelo contrário, ela só é nociva quando for colocada como um fim em si mesma. O Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa define o termo realizar como: “alcançar seu objetivo ou ideal” (FERREIRA, 2004, p. 1190). Realização das suas próprias capacidades ou habilidades. O texto de Tiago 4.1-10 nos apresenta o ensino de que Deus não nos concede aquilo que pedirmos se as nossas motivações forem equivocadas. A vida cristã autêntica exige a renúncia de nós mesmos! Tiago exorta ainda que os crentes não devem estar em conflitos uns com o outros; e, por fim, ele lembra que aqueles que decidiram seguir a Cristo devem se desligar completamente do mundo, pois o Senhor exige exclusividade. Depois de discorrer sobre dois perigos que ameaçam a vida cristã - a língua e a sabedoria animal, terrena e diabólica, Tiago passa a discorrer sobre a indevida prevalência do ego humano, ou da natureza pecaminosa do homem, aquilo que o apóstolo Paulo chama de carne, que tantos transtornos causam, também, à vida cristã.] Vamos mergulhar mais fundo?
I. A ORIGEM DOS CONFLITOS E DAS DISCÓRDIAS (Tg 4.1-3)
1. Que sentimentos são esses? Tiago abre o capítulo 4 perguntando: “Donde vêm as guerras e pelejas entre vós?”. Em seguida, responde retoricamente: “Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?” (v.1). Aqui, o líder da igreja de Jerusalém denuncia o tipo de sabedoria que estava predominando na igreja: a terrena, animal e diabólica. Por quê? Ora, entre aqueles crentes havia “guerras e pelejas” e “interesses dos próprios deleites”, enquanto os menos favorecidos estavam à margem dessas ambições. Estava nítido que eles não semeavam a paz. [Comentário: Em Tiago 4.1, a palavra “pelejas” refere-se a Luta, combate, briga.Desentendimento, desavença. Em contraste à sabedoria divina que produz uma atmosfera de paz, na qual crescerá a semente da justiça (Tg 3.18), a sabedoria terrena provoca um conflito interpessoal crônico. A fonte é uma natureza contenciosa e egoísta. Tiago não está falando de conflitos deflagrados entre pessoas que não servem à Deus, mas ele fala a pessoas convertidas; são disputas dentro da igreja, entre os crentes. Tiago está descrevendo uma situação em que um grupo chega a um estado de guerra. Quando se atinge este grau, os crentes deixaram de ser pacificadores (Tg 3.18) e passaram a viver em antagonismo aberto uns contra os outros. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal (Editora CPAD), tratando desta perícope, traz o seguinte: ”A palavra “guerras” refere-se a batalhas com armas, um conflito armado. Esta palavra é usada de maneira figurada para indicar a luta entre poderes, tanto terrenos quanto espirituais. Obviamente, haverá desacordos em qualquer igreja. Mas, quando isto acontecer, será que seremos suficientemente sábios para entender a razão? Identificaremos a sua origem? Quando tratados de maneira correta, com sabedoria devota, estes problemas podem levar ao crescimento. Infelizmente, entretanto, algumas igrejas tornam-se campos de batalha permanentes. Os novos crentes encontram-se em meio a um fogo cruzado de discussões, ressentimentos e lutas pelo poder que aparentam ser uma verdade espiritual, mas que frequentemente são simplesmente conflitos pessoais. Neste processo, os observadores inocentes são, a umas vezes, profundamente feridos. Muitos de nós conhecem pessoas que se afastaram da igreja por causa de um conflito que nada tinha a ver com o Evangelho. Guerras e pelejas têm sido causadas não por alguma força externa, mas pelos maus desejos (versão NTLH) das pessoas. Quando cada pessoa procura o seu próprio prazer, o resultado só pode ser conflito, ódio, e divisão. A expressão “lutando dentro de vocês” (versão NTLH) sugere uma batalha furiosa entre o desejo de fazer o bem e o desejo de fazer o mal“.Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 682.]
2. A origem dos males (Tg 4.2). ”Combateis e guerreais” (v.2), é a afirmação do meio-irmão do Senhor em relação àquelas igrejas. Tiago não mascara o que está no coração humano: a cobiça e a inveja. Estas são as predisposições básicas da nossa natureza para desenvolver uma atitude combativa e de guerra contra as pessoas, até mesmo em nome de Deus (Jo 16.2). Quem procede assim ainda não entendeu o Evangelho e nem mesmo atina para a verdade de que Deus não tem compromisso algum com os desejos egoístas, mas atenta à pureza e a verdadeira motivação do coração (1Sm 16.7; Lc 18.9-14). [Comentário: Em Tiago 4.2, os desejos descritos tornam-se tão fortes, que as pessoas estão prontas até paramatar, como traz a versão NTLH, no intuito de conseguir aquilo que desejam. Talvez Tiago esteja aqui lançando mão da hipérbole (figura de retórica no qual o significado da expressão é exagerado) para o ódio e a amargura. Em lugar de reavaliarem os seus desejos, as pessoas descritas por Tiago recorrem à inveja, a lutas, a disputas, e a coisas piores do que estas. Mas, apesar de todo o seu egoísmo e antagonismo para conseguirem o que desejam, elas ainda não podem alcançar estas coisas. Russell Norman Champlin, em sua obra intitulada Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo (Editora Hagnos), discorrendo sobre o texto de 1 Sm 16.7, afirma o seguinte: “Não atentes para a sua aparência. Saul era homem de elevada estatura, algo muito apreciado pelos antigos. Ver os comentários sobre I Sam. 9.2 e 10.23. Samuel estava caindo no erro de julgar um homem por sua aparência física. Samuel não estava olhando para o interior, mas YAHWEH era observador dos corações. Há a aparência e há a realidade. O homem vê a aparência de uma pessoa ou coisa, e assim faz julgamentos precipitados. Mas Deus vê a realidade do homem ou coisa, e faz um juízo verdadeiro. Samuel tinha de ajustar-se à maneira divina de avaliar pessoas e coisas. É frequentemente verdadeiro que as aparências enganam. Os homens são facilmente enganados e atos tolos ocorrem por causa de decepções. A questão da escolha do segundo rei de Israel era muito importante para ser feita de acordo com sua aparência física. Por isso mesmo, YAHWEH teve de intervir desde o começo, certificando-se de que Davi fosse ungido. O coração de Eliabe não era tão bom quanto a sua aparência física. Ele não era um candidato apropriado.” CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1180.] 3. O porquê de não recebermos bênçãos (Tg 1.3). O texto sagrado mostra o porquê de as pessoas que agem assim não receberem as bênçãos de Deus, apesar de muitas vezes aparecerem “profetas” profetizando o contrário. Em primeiro lugar, Deus não é um garçom que está diuturnamente ao nosso serviço. Segundo, como vimos, Ele não têm compromisso com os nossos interesses mundanos. E, finalmente, quando pedimos, o pedimos mal, pois não é a vontade divina que está em nosso coração, mas o desejo egoístico da natureza humana pedindo a Deus para chancelá-lo. [Comentário: Quase tão ruim quanto não pedir é pedir de maneira equivocada. Se não entendermos bem o uso correto da oração, poderemos deixar de orar, ou tentar manipular a Deus, encostá-Lo na parede (como se isso fosse possível). Mais adiante, Tiago deixa claro que, quando oramos, precisamos nos humilhar diante de Deus (4.7). Se não for assim, poderemos não ser atendidos. Nós não deveríamos ficar surpresos quando as nossas orações não forem atendidas, isso porque os nossos motivos são, frequentemente, equivocados. Muitos de nós gastaríamos o que recebêssemos em nossos próprios deleites. Esta passagem é um convite à reflexão! Mais uma vez cito Russell Norman Champlin: “Tg 4.3 Para eles, orar era apenas um meio de fomentar a ganância. Se conseguissem qualquer coisa com esse propósito dúbio, teriam a certeza que não fora Deus quem lhe dera. Tinham perdido completamente o conceito do uso apropriado da oração. Tinham-na transformado em um instrumento da carnalidade. Em que eles se importavam acerca da oração como um avanço na santidade e no bem-estar espiritual? Agiam como se houvesse apenas a dimensão terrena na existência, sem céu e sem Deus. Eram teístas professos, mas eram ateus na prática, porquanto, na realidade, imaginavam que Deus não desempenhava qualquer papel vital em suas vidas. Do «eu» e seus prazeres tinham feito os seus deuses. Eram idólatras da pior espécie. Nada há de errado nas orações que pedem a prosperidade e o bem-estar físico; conforme se depreende de III João 2. E bom alguém gozar de boa saúde e estar financeiramente próspero. Mas é mau fazer dessas coisas a finalidade central de nossas vidas. Outrossim, os leitores originais da epístola tinham como alvos verdadeiros de suas vidas a busca pelos prazeres, pelo conforto e pelo poder; e assim não se preocupavam apenas com uma abastança mais razoável. Tinham substituído a dimensão eterna pela dimensão temporal; tinham feito da autoindulgência algo mais importante do que cumprir a vontade de Deus, sendo transformados segundo a imagem de Cristo, o que é e deverá ser sempre o alvo de toda a existência. (Ver Ef 1.10). «…buscai pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas» (Mt 6.33). «Uma vida consagrada ao serviço de Deus é a melhor oração que pede bênçãos temporais. A oração feita com espírito ganancioso é como a de um bandido, que pede sucesso para os seus assaltos.» (Plummer, in loc.). «…mal…», isto é, erradamente. Aquela gente pedia com «propósitos egoístas», para obter os frutos ilegítimos dos prazeres. Essas orações não são ouvidas por Deus. (Quanto ao fato que Deus ouve as orações dos justos e penitentes, (ver Sl 34.15-17; 145.18; Pv 10.24); Salmos de Salomão 6:6; Luc. 18:9 e ss.; Tg. 1:6 e ss.-, I João 5:14). «…esbanjares em vossos prazeres…» A ideia central é que eles desejam a abastança financeira, a fim de se ocuparem mais diligentemente na busca pelos prazeres; e existem ainda outros meios pelos quais os prazeres podem ser obtidos, e as petições de tais pessoas incluem qualquer coisa mediante o que o «eu» pode ser satisfeito. «Até mesmo as orações dos crentes com frequência são melhor respondidas quando os seus desejos são menos atendidos». (Faucett, in loc.). «Queriam fazer de Deus o ministro de suas próprias concupiscências». (Calvino, in loc.). «O sentido geral é: se realmente orásseis corretamente, esse senso de contínua sede por coisas mundanas em maior quantidade não existiria: todas as vossas necessidades apropriadas seriam supridas; e aqueles desejos impróprios, que geram guerras e contendas entre vós desapareceriam. Pediríeis, e pediríeis bem, e, consequentemente, obteríeis». (Alford, in loc.). «É grande a misericórdia de Deus quando ele não ouve aos homens que fazem orações injustas. (Ver Sal. 66:18)» (Quesnel, in loc.).”CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 63.].
INTRODUÇÃO
Realização profissional, pessoal e o desejo de uma melhor qualidade de vida são anseios legítimos do ser humano. Entretanto, o problema existe quando esse anseio torna-se uma obsessão, um desejo cego, colocando o Senhor nosso Deus à margem da vida para eleger um ídolo: o sonho pessoal. Ao concluirmos o estudo dessa semana veremos que não se pode abrir mão de Deus para realizarmos os nossos sonhos, pois os dEle devem estar em primeiro lugar!. [Comentário: O título desta lição é interessante e instigante. Hoje veremos que a busca pela autorrealização humana não é contraria à Bíblia, pelo contrário, ela só é nociva quando for colocada como um fim em si mesma. O Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa define o termo realizar como: “alcançar seu objetivo ou ideal” (FERREIRA, 2004, p. 1190). Realização das suas próprias capacidades ou habilidades. O texto de Tiago 4.1-10 nos apresenta o ensino de que Deus não nos concede aquilo que pedirmos se as nossas motivações forem equivocadas. A vida cristã autêntica exige a renúncia de nós mesmos! Tiago exorta ainda que os crentes não devem estar em conflitos uns com o outros; e, por fim, ele lembra que aqueles que decidiram seguir a Cristo devem se desligar completamente do mundo, pois o Senhor exige exclusividade. Depois de discorrer sobre dois perigos que ameaçam a vida cristã - a língua e a sabedoria animal, terrena e diabólica, Tiago passa a discorrer sobre a indevida prevalência do ego humano, ou da natureza pecaminosa do homem, aquilo que o apóstolo Paulo chama de carne, que tantos transtornos causam, também, à vida cristã.] Vamos mergulhar mais fundo?
I. A ORIGEM DOS CONFLITOS E DAS DISCÓRDIAS (Tg 4.1-3)
1. Que sentimentos são esses? Tiago abre o capítulo 4 perguntando: “Donde vêm as guerras e pelejas entre vós?”. Em seguida, responde retoricamente: “Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?” (v.1). Aqui, o líder da igreja de Jerusalém denuncia o tipo de sabedoria que estava predominando na igreja: a terrena, animal e diabólica. Por quê? Ora, entre aqueles crentes havia “guerras e pelejas” e “interesses dos próprios deleites”, enquanto os menos favorecidos estavam à margem dessas ambições. Estava nítido que eles não semeavam a paz. [Comentário: Em Tiago 4.1, a palavra “pelejas” refere-se a Luta, combate, briga.Desentendimento, desavença. Em contraste à sabedoria divina que produz uma atmosfera de paz, na qual crescerá a semente da justiça (Tg 3.18), a sabedoria terrena provoca um conflito interpessoal crônico. A fonte é uma natureza contenciosa e egoísta. Tiago não está falando de conflitos deflagrados entre pessoas que não servem à Deus, mas ele fala a pessoas convertidas; são disputas dentro da igreja, entre os crentes. Tiago está descrevendo uma situação em que um grupo chega a um estado de guerra. Quando se atinge este grau, os crentes deixaram de ser pacificadores (Tg 3.18) e passaram a viver em antagonismo aberto uns contra os outros. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal (Editora CPAD), tratando desta perícope, traz o seguinte: ”A palavra “guerras” refere-se a batalhas com armas, um conflito armado. Esta palavra é usada de maneira figurada para indicar a luta entre poderes, tanto terrenos quanto espirituais. Obviamente, haverá desacordos em qualquer igreja. Mas, quando isto acontecer, será que seremos suficientemente sábios para entender a razão? Identificaremos a sua origem? Quando tratados de maneira correta, com sabedoria devota, estes problemas podem levar ao crescimento. Infelizmente, entretanto, algumas igrejas tornam-se campos de batalha permanentes. Os novos crentes encontram-se em meio a um fogo cruzado de discussões, ressentimentos e lutas pelo poder que aparentam ser uma verdade espiritual, mas que frequentemente são simplesmente conflitos pessoais. Neste processo, os observadores inocentes são, a umas vezes, profundamente feridos. Muitos de nós conhecem pessoas que se afastaram da igreja por causa de um conflito que nada tinha a ver com o Evangelho. Guerras e pelejas têm sido causadas não por alguma força externa, mas pelos maus desejos (versão NTLH) das pessoas. Quando cada pessoa procura o seu próprio prazer, o resultado só pode ser conflito, ódio, e divisão. A expressão “lutando dentro de vocês” (versão NTLH) sugere uma batalha furiosa entre o desejo de fazer o bem e o desejo de fazer o mal“.Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 682.]
2. A origem dos males (Tg 4.2). ”Combateis e guerreais” (v.2), é a afirmação do meio-irmão do Senhor em relação àquelas igrejas. Tiago não mascara o que está no coração humano: a cobiça e a inveja. Estas são as predisposições básicas da nossa natureza para desenvolver uma atitude combativa e de guerra contra as pessoas, até mesmo em nome de Deus (Jo 16.2). Quem procede assim ainda não entendeu o Evangelho e nem mesmo atina para a verdade de que Deus não tem compromisso algum com os desejos egoístas, mas atenta à pureza e a verdadeira motivação do coração (1Sm 16.7; Lc 18.9-14). [Comentário: Em Tiago 4.2, os desejos descritos tornam-se tão fortes, que as pessoas estão prontas até paramatar, como traz a versão NTLH, no intuito de conseguir aquilo que desejam. Talvez Tiago esteja aqui lançando mão da hipérbole (figura de retórica no qual o significado da expressão é exagerado) para o ódio e a amargura. Em lugar de reavaliarem os seus desejos, as pessoas descritas por Tiago recorrem à inveja, a lutas, a disputas, e a coisas piores do que estas. Mas, apesar de todo o seu egoísmo e antagonismo para conseguirem o que desejam, elas ainda não podem alcançar estas coisas. Russell Norman Champlin, em sua obra intitulada Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo (Editora Hagnos), discorrendo sobre o texto de 1 Sm 16.7, afirma o seguinte: “Não atentes para a sua aparência. Saul era homem de elevada estatura, algo muito apreciado pelos antigos. Ver os comentários sobre I Sam. 9.2 e 10.23. Samuel estava caindo no erro de julgar um homem por sua aparência física. Samuel não estava olhando para o interior, mas YAHWEH era observador dos corações. Há a aparência e há a realidade. O homem vê a aparência de uma pessoa ou coisa, e assim faz julgamentos precipitados. Mas Deus vê a realidade do homem ou coisa, e faz um juízo verdadeiro. Samuel tinha de ajustar-se à maneira divina de avaliar pessoas e coisas. É frequentemente verdadeiro que as aparências enganam. Os homens são facilmente enganados e atos tolos ocorrem por causa de decepções. A questão da escolha do segundo rei de Israel era muito importante para ser feita de acordo com sua aparência física. Por isso mesmo, YAHWEH teve de intervir desde o começo, certificando-se de que Davi fosse ungido. O coração de Eliabe não era tão bom quanto a sua aparência física. Ele não era um candidato apropriado.” CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1180.] 3. O porquê de não recebermos bênçãos (Tg 1.3). O texto sagrado mostra o porquê de as pessoas que agem assim não receberem as bênçãos de Deus, apesar de muitas vezes aparecerem “profetas” profetizando o contrário. Em primeiro lugar, Deus não é um garçom que está diuturnamente ao nosso serviço. Segundo, como vimos, Ele não têm compromisso com os nossos interesses mundanos. E, finalmente, quando pedimos, o pedimos mal, pois não é a vontade divina que está em nosso coração, mas o desejo egoístico da natureza humana pedindo a Deus para chancelá-lo. [Comentário: Quase tão ruim quanto não pedir é pedir de maneira equivocada. Se não entendermos bem o uso correto da oração, poderemos deixar de orar, ou tentar manipular a Deus, encostá-Lo na parede (como se isso fosse possível). Mais adiante, Tiago deixa claro que, quando oramos, precisamos nos humilhar diante de Deus (4.7). Se não for assim, poderemos não ser atendidos. Nós não deveríamos ficar surpresos quando as nossas orações não forem atendidas, isso porque os nossos motivos são, frequentemente, equivocados. Muitos de nós gastaríamos o que recebêssemos em nossos próprios deleites. Esta passagem é um convite à reflexão! Mais uma vez cito Russell Norman Champlin: “Tg 4.3 Para eles, orar era apenas um meio de fomentar a ganância. Se conseguissem qualquer coisa com esse propósito dúbio, teriam a certeza que não fora Deus quem lhe dera. Tinham perdido completamente o conceito do uso apropriado da oração. Tinham-na transformado em um instrumento da carnalidade. Em que eles se importavam acerca da oração como um avanço na santidade e no bem-estar espiritual? Agiam como se houvesse apenas a dimensão terrena na existência, sem céu e sem Deus. Eram teístas professos, mas eram ateus na prática, porquanto, na realidade, imaginavam que Deus não desempenhava qualquer papel vital em suas vidas. Do «eu» e seus prazeres tinham feito os seus deuses. Eram idólatras da pior espécie. Nada há de errado nas orações que pedem a prosperidade e o bem-estar físico; conforme se depreende de III João 2. E bom alguém gozar de boa saúde e estar financeiramente próspero. Mas é mau fazer dessas coisas a finalidade central de nossas vidas. Outrossim, os leitores originais da epístola tinham como alvos verdadeiros de suas vidas a busca pelos prazeres, pelo conforto e pelo poder; e assim não se preocupavam apenas com uma abastança mais razoável. Tinham substituído a dimensão eterna pela dimensão temporal; tinham feito da autoindulgência algo mais importante do que cumprir a vontade de Deus, sendo transformados segundo a imagem de Cristo, o que é e deverá ser sempre o alvo de toda a existência. (Ver Ef 1.10). «…buscai pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas» (Mt 6.33). «Uma vida consagrada ao serviço de Deus é a melhor oração que pede bênçãos temporais. A oração feita com espírito ganancioso é como a de um bandido, que pede sucesso para os seus assaltos.» (Plummer, in loc.). «…mal…», isto é, erradamente. Aquela gente pedia com «propósitos egoístas», para obter os frutos ilegítimos dos prazeres. Essas orações não são ouvidas por Deus. (Quanto ao fato que Deus ouve as orações dos justos e penitentes, (ver Sl 34.15-17; 145.18; Pv 10.24); Salmos de Salomão 6:6; Luc. 18:9 e ss.; Tg. 1:6 e ss.-, I João 5:14). «…esbanjares em vossos prazeres…» A ideia central é que eles desejam a abastança financeira, a fim de se ocuparem mais diligentemente na busca pelos prazeres; e existem ainda outros meios pelos quais os prazeres podem ser obtidos, e as petições de tais pessoas incluem qualquer coisa mediante o que o «eu» pode ser satisfeito. «Até mesmo as orações dos crentes com frequência são melhor respondidas quando os seus desejos são menos atendidos». (Faucett, in loc.). «Queriam fazer de Deus o ministro de suas próprias concupiscências». (Calvino, in loc.). «O sentido geral é: se realmente orásseis corretamente, esse senso de contínua sede por coisas mundanas em maior quantidade não existiria: todas as vossas necessidades apropriadas seriam supridas; e aqueles desejos impróprios, que geram guerras e contendas entre vós desapareceriam. Pediríeis, e pediríeis bem, e, consequentemente, obteríeis». (Alford, in loc.). «É grande a misericórdia de Deus quando ele não ouve aos homens que fazem orações injustas. (Ver Sal. 66:18)» (Quesnel, in loc.).”CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 63.].
1. Adúlteros e amigos do sistema mundano (Tg 4.4). Tiago chama de “adúlteros e adúlteras” os crentes que flertaram
com o sistema do mundo. Mas a qual sistema mundano o escritor da epístola se
refere? Olhando para o contexto anterior da passagem em apreço, veremos que
Tiago se refere às más atitudes (a inveja, a cobiça, o deleite carnal, as
pelejas e as guerras, isto é, o egoísmo do coração humano) que caracterizam o
sistema presente deste mundo. Os que flertaram com tal sistema fizeram-se
inimigos de Deus. [Comentário:Adúlteros e adúlteras são
termos metafóricos no Antigo Testamento para aqueles que violam seus votos de
amar a Deus e, em vez disso, seguem seus ídolos. Um relacionamento ilícito com
o mundanismo resulta em estranhamento e hostilidade com Deus. A palavraadúlteros descreve
claramente a infidelidade espiritual das pessoas e tenciona despertá-las para
que encarem a sua verdadeira condição espiritual. Tiago escreve à pessoas
convertidas, à crentes que estavam tentando amar a Deus e ao mesmo tempo,
mantinham um relacionamento com o mundo. O fato de Deus expressar, nos termos
mais fortes possíveis, a importância da fidelidade tem o objetivo de nos
inquietar. Os padrões bíblicos de comportamento pessoal, conjugal e espiritual
estão sob constante ataque de erosão. O Comentário Bíblico Beacon (Editora
CPAD), comentando Tiago 4.4, traz o seguinte: “As palavras Adúlteros e
adúlteras não se encontram nos textos gregos mais antigos. Deveríamos
interpretar adúlteras figuradamente, como Jesus usou esse termo quando chamou
as pessoas falsas e infiéis dos seus dias de “geração […] adúltera” (Mt 12.39).
A expressão não sabeis vós supõe que os leitores estavam familiarizados com
essa verdade mas a estavam ignorando. O mundo aqui, como em outras partes do
Novo Testamento, significa tudo que as pessoas pensam e fazem que desconsidera
Deus e é contrário à sua vontade. Por meio de palavras retumbantes, Tiago
declara que o povo de Deus deve tomar uma decisão clara entre Deus e todas as
atitudes não-cristãs. Se pertencemos a Deus, a amizade do mundo precisa nos
deixar. Se nos agarramos a qualquer caminho errado, nutrindo-o como um amigo,
nos tornamos inimigos de Deus e não temos mais uma base bíblica para crer que
estamos em um relacionamento de salvação com Ele“. A. F. Harper.
Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 182.]
2. “Inimigos de Deus”. O líder da igreja de Jerusalém faz esta afirmação baseado nas duas imagens linguísticas usadas por ele para configurar a amizade dos crentes com o sistema mundano: “adúlteros e adúlteras”. Quando Tiago usa essas duas imagens, ele quer mostrar que da mesma forma que Israel procurou estabelecer acordos não só com o Deus de Abraão, mas também com Baal, Asera e outras divindades de Canaã, os leitores de Tiago também procuraram estabelecer tanto a amizade com o mundo, quanto com Deus. Todavia, Tiago mostra que a amizade com Deus e com o mundo, transformará as pessoas em “inimigas de Deus”. [Comentário: O Rev Hernandes Dias Lopes, escreve em sua obra intitulada TIAGO - Transformando provas em triunfo, (Editora Hagnos): “Em guerra contra De (Tg 4.s4-10). A raiz de toda a guerra é rebelião contra Deus. Mas como um crente pode estar em guerra contra Deus? Cultivando amizade com os inimigos de Deus. Tiago cita três inimigos com quem não podemos ter amizade, se desejamos viver em paz com Deus. Tiago fala de tentações que estão fora de nós (o mundo e o diabo) e tentações que estão dentro de nós (a carne). Tiago fala do mundo (4.4). A palavra kosmos foi empregada em um sentido ético, para indicar uma sociedade corrupta, ou o princípio do mal que opera sobre os homens. O mundo aqui é a sociedade humana com seus valores, princípios e filosofia vivendo à parte de Deus. Esse sistema que rege o mundo é anti- Deus. Se o mundo valoriza a riqueza, começamos a valorizar a riqueza também. Se o mundo valoriza o prestígio, começamos a valorizar o prestígio. Temos a tendência de assimilar esses valores do mundo. Um crente pode tornar-se amigo do mundo gradativamente: primeiro, sendo amigo do mundo (4.4). Segundo, sendo contaminado pelo mundo (1.27). Terceiro, amando o mundo (I Jo 2.15-17). Quarto, conformando-se com o mundo (Rm 12.2). O resultado é ser condenado com o mundo (I Co 11.32). Assim, seremos salvos como que por meio do fogo (I Co 3.11-15). Amizade com o mundo é uma espécie de adultério espiritual. O crente está casado com Cristo (Rm 7.4) e deve ser fiel a Ele (Is 54.5; Jr 3.1-5; Ez 23; Os 1-2; ICo 11.2). O mundo é inimigo de Deus e ser amigo do mundo é constituir-se em inimigo de Deus. Não dá para ser amigo do mundo e de Deus ao mesmo tempo. Temos que tomar cuidado com as pequenas coisas. O mundo envolve as pessoas pouco a pouco. Ninguém se torna um viciado em álcool do dia para a noite. Ninguém se lança de cabeça nas aventuras loucas das drogas no primeiro trago ou na primeira picada. Ninguém começa uma vida licenciosa num primeiro flerte. A sedução do mundo é como uma fenda numa barragem, começa pequena, mas pode conduzir a um grande desastre. LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag. 86-88.]
3. O Espírito tem “ciúmes” (Tg 4.5). O Espírito Santo que em nós habita é zeloso. Ele é o selo que marca-nos como propriedade exclusiva de Deus (2Co 1.21,22; 1Pe 2.9). No versículo cinco do capítulo quatro, os leitores de Tiago aparecem como o objeto dos “ciúmes do Espírito”. Por isso, o autor sagrado os confronta chamando-os de “adúlteros e adúlteras”. Tal advertência é a admoestação de Deus para o seu povo. Aqui, também cabe lembrar-nos de uma promessa registrada na Primeira Epístola Universal de João: temos um advogado à destra de Deus (2.1,2). [Comentário: Parece estranha a ideia de que Deus tem ciúmes, mas é exatamente disso que Tiago está falando no versículo 5. E a expressão “…diz a Escritura…” não quer dizer que as palavras que vêm a seguir - “O Espírito que em nós habita tem ciúmes” - se trata de uma citação fiel, ao pé da letra, de algum texto do Antigo Testamento. O que Tiago diz é que essa é uma das mensagens das Sagradas Escrituras no Antigo Testamento: o Espírito do Senhor tem ciúmes de seus filhos. O Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal (Editora CPAD) comentando Tg 4.5, diz: “O texto em Tiago 4.6 (o próximo versículo) é uma citação do Antigo Testamento - especificamente Provérbios 3.34. No entanto, esta expressão não é uma citação direta de nenhum versículo do Antigo Testamento. Tiago está adotando uma abordagem usada em outras passagens do Novo Testamento, que consiste em resumir ensinamentos do Antigo Testamento em vez de citá-los diretamente. O texto grego da frase “o Espírito que em nós habita tem ciúmes” oferece diversas traduções alternativas, de modo que o contexto deve nos ajudar a determinar o que o autor quis dizer. Tiago estava dizendo que Deus, que fazia com que o seu Espírito residisse nos crentes, tem ciúme do seu relacionamento, ou estava dizendo que o espírito que Deus pôs no homem é inclinado aos ciúmes - e por essa razão deve ser mantido em observação. O objetivo desta declaração é confirmar a comunhão do crente com Deus, e a sua posição contrária ao mundo. Podemos dizer que nos relacionaremos tanto com Deus como com o mundo, mas, na prática, só poderemos escolher um caminho. Quanto mais nos entregarmos ao mundo, mais forte será a nossa fidelidade ao mundo. Quanto mais nos entregarmos a Deus, mais forte será a nossa ligação com Ele. “Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.21), disse Jesus. Para aqueles que fazem a escolha sábia, enfrentando aquilo que pode parecer uma batalha desanimadora, Tiago acrescenta uma mensagem maravilhosa de esperança.” Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 683.]
2. “Inimigos de Deus”. O líder da igreja de Jerusalém faz esta afirmação baseado nas duas imagens linguísticas usadas por ele para configurar a amizade dos crentes com o sistema mundano: “adúlteros e adúlteras”. Quando Tiago usa essas duas imagens, ele quer mostrar que da mesma forma que Israel procurou estabelecer acordos não só com o Deus de Abraão, mas também com Baal, Asera e outras divindades de Canaã, os leitores de Tiago também procuraram estabelecer tanto a amizade com o mundo, quanto com Deus. Todavia, Tiago mostra que a amizade com Deus e com o mundo, transformará as pessoas em “inimigas de Deus”. [Comentário: O Rev Hernandes Dias Lopes, escreve em sua obra intitulada TIAGO - Transformando provas em triunfo, (Editora Hagnos): “Em guerra contra De (Tg 4.s4-10). A raiz de toda a guerra é rebelião contra Deus. Mas como um crente pode estar em guerra contra Deus? Cultivando amizade com os inimigos de Deus. Tiago cita três inimigos com quem não podemos ter amizade, se desejamos viver em paz com Deus. Tiago fala de tentações que estão fora de nós (o mundo e o diabo) e tentações que estão dentro de nós (a carne). Tiago fala do mundo (4.4). A palavra kosmos foi empregada em um sentido ético, para indicar uma sociedade corrupta, ou o princípio do mal que opera sobre os homens. O mundo aqui é a sociedade humana com seus valores, princípios e filosofia vivendo à parte de Deus. Esse sistema que rege o mundo é anti- Deus. Se o mundo valoriza a riqueza, começamos a valorizar a riqueza também. Se o mundo valoriza o prestígio, começamos a valorizar o prestígio. Temos a tendência de assimilar esses valores do mundo. Um crente pode tornar-se amigo do mundo gradativamente: primeiro, sendo amigo do mundo (4.4). Segundo, sendo contaminado pelo mundo (1.27). Terceiro, amando o mundo (I Jo 2.15-17). Quarto, conformando-se com o mundo (Rm 12.2). O resultado é ser condenado com o mundo (I Co 11.32). Assim, seremos salvos como que por meio do fogo (I Co 3.11-15). Amizade com o mundo é uma espécie de adultério espiritual. O crente está casado com Cristo (Rm 7.4) e deve ser fiel a Ele (Is 54.5; Jr 3.1-5; Ez 23; Os 1-2; ICo 11.2). O mundo é inimigo de Deus e ser amigo do mundo é constituir-se em inimigo de Deus. Não dá para ser amigo do mundo e de Deus ao mesmo tempo. Temos que tomar cuidado com as pequenas coisas. O mundo envolve as pessoas pouco a pouco. Ninguém se torna um viciado em álcool do dia para a noite. Ninguém se lança de cabeça nas aventuras loucas das drogas no primeiro trago ou na primeira picada. Ninguém começa uma vida licenciosa num primeiro flerte. A sedução do mundo é como uma fenda numa barragem, começa pequena, mas pode conduzir a um grande desastre. LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag. 86-88.]
3. O Espírito tem “ciúmes” (Tg 4.5). O Espírito Santo que em nós habita é zeloso. Ele é o selo que marca-nos como propriedade exclusiva de Deus (2Co 1.21,22; 1Pe 2.9). No versículo cinco do capítulo quatro, os leitores de Tiago aparecem como o objeto dos “ciúmes do Espírito”. Por isso, o autor sagrado os confronta chamando-os de “adúlteros e adúlteras”. Tal advertência é a admoestação de Deus para o seu povo. Aqui, também cabe lembrar-nos de uma promessa registrada na Primeira Epístola Universal de João: temos um advogado à destra de Deus (2.1,2). [Comentário: Parece estranha a ideia de que Deus tem ciúmes, mas é exatamente disso que Tiago está falando no versículo 5. E a expressão “…diz a Escritura…” não quer dizer que as palavras que vêm a seguir - “O Espírito que em nós habita tem ciúmes” - se trata de uma citação fiel, ao pé da letra, de algum texto do Antigo Testamento. O que Tiago diz é que essa é uma das mensagens das Sagradas Escrituras no Antigo Testamento: o Espírito do Senhor tem ciúmes de seus filhos. O Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal (Editora CPAD) comentando Tg 4.5, diz: “O texto em Tiago 4.6 (o próximo versículo) é uma citação do Antigo Testamento - especificamente Provérbios 3.34. No entanto, esta expressão não é uma citação direta de nenhum versículo do Antigo Testamento. Tiago está adotando uma abordagem usada em outras passagens do Novo Testamento, que consiste em resumir ensinamentos do Antigo Testamento em vez de citá-los diretamente. O texto grego da frase “o Espírito que em nós habita tem ciúmes” oferece diversas traduções alternativas, de modo que o contexto deve nos ajudar a determinar o que o autor quis dizer. Tiago estava dizendo que Deus, que fazia com que o seu Espírito residisse nos crentes, tem ciúme do seu relacionamento, ou estava dizendo que o espírito que Deus pôs no homem é inclinado aos ciúmes - e por essa razão deve ser mantido em observação. O objetivo desta declaração é confirmar a comunhão do crente com Deus, e a sua posição contrária ao mundo. Podemos dizer que nos relacionaremos tanto com Deus como com o mundo, mas, na prática, só poderemos escolher um caminho. Quanto mais nos entregarmos ao mundo, mais forte será a nossa fidelidade ao mundo. Quanto mais nos entregarmos a Deus, mais forte será a nossa ligação com Ele. “Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.21), disse Jesus. Para aqueles que fazem a escolha sábia, enfrentando aquilo que pode parecer uma batalha desanimadora, Tiago acrescenta uma mensagem maravilhosa de esperança.” Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 683.]
1. Humilhando-se perante Deus (Tg 4.6,7). Uma vez admoestados pelo Espírito Santo, temos a promessa de que
Ele nos dará “maior graça”. Tal maior graça é o fato de que “Deus resiste aos
soberbos”, mas “dá, porém, graça aos humildes”. Se acolhermos a advertência do
Senhor, a tão almejada realização humana acontecerá de maneira completa em
Deus. Humilharmo-nos diante do Senhor é reconhecermos quem somos à luz da sua
admoestação. É acolher com humildade o confronto do Senhor. O arrogante, o
soberbo e o ganancioso nunca terão esta atitude e, por isso, serão abatidos. E
ainda, à luz do ensino de Tiago, resistir ao Diabo significa não desejar as
mesmas coisas que a falsa sabedoria nos oferece: egoísmo, orgulho, soberba etc.
É não almejarmos a posição dos mestres orgulhosos e soberbos, mas
contentarmo-nos com a vocação de servirmos ao Senhor, voluntária e
espontaneamente, em espírito e em verdade (Jo 4.23). [Comentário: Mais
uma vez, lanço mão da obra do Rev. Hernandes Dias Lopes, já citada
anteriormente, para comentar este tópico da lição: “Tiago fala do diabo (4.6,7).
O pecado predileto do diabo é a vaidade, o orgulho. Ele tenta as pessoas nessa
área (4.6,7). Ele tentou Eva e tenta os novos crentes (I Tm 3.6). Deus quer que
dependamos dEle enquanto o diabo quer que dependamos de nós. O diabo gosta de
encher a nossa bola. O grande problema da igreja hoje é que temos muitas
celebridades e poucos servos. Há tanta vaidade humana que não sobra espaço para
a glória de Deus. Como podemos vencer esses três inimigos? Tiago nos informa
que Deus está incansavelmente do nosso lado (4.6). Ele sempre nos dá graça
suficiente para vencer. Mas a graça de Deus não nos isenta de responsabilidade.
Nos versículos 7-10 há vários mandamentos para obedecer. A graça não nos isenta
da obediência. Quanto mais graça, mais obediência. Tiago menciona quatro
atitudes, segundo Warren Wiersbe, que podem nos dar vitória; submissão a Deus,
resistência ao diabo, comunhão com Deus e humildade diante de Deus. Em primeiro
lugar, devemos nos submeter a Deus (4.7). Essa palavra é um termo militar que
significa fique no seu próprio posto, ponha-se no seu lugar. Quando um soldado
quer se colocar no lugar do general ele tem grandes problemas. Renda-se
incondicionalmente. Ponha todas as áreas da sua vida sob a autoridade de Deus.
Por isso um crente rebelde não pode viver consigo nem com os outros. Davi pecou
contra Deus, adulterando, mentindo, matando Urias e escondendo o seu pecado.
Mas quando ele se humilhou, se submeteu e confessou, encontrou paz novamente
com Deus. Em segundo lugar, devemos resistir ao diabo (4.7). O diabo não é para
ser temido, mas resistido. Somente quem se submete a Deus pode resistir ao
diabo. A Bíblia nos ensina a não dar lugar ao diabo (Ef 4.27). LOPES.
Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag.
88-89. Nós precisaremos confiar no poder de Deus para resistir a tais
desejos malignos. Este poder está disponível. Citando Provérbios 3.34, Tiago
oferece esperança àqueles que desejam a comunhão com Deus. Deus resiste aos
soberbos porque o orgulho nos torna egocêntricos e nos leva a concluir que nós
merecemos tudo o que podemos ver, tocar, ou imaginar. Ele cria apetites
avarentos que superam em muito aquilo de que necessitamos. O orgulho pode
sutilmente fazer com que não mais vejamos os nossos pecados ou a nossa necessidade
de perdão. Mas a humildade abre o caminho para que a graça de Deus flua em
nossa vida; assim.]
2. Convertendo a soberba em humildade (Tg 4.8,9). Se o orgulhoso e o soberbo decidirem-se por se achegarem a Deus, o Senhor lhes será propício. A mão de Deus “não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado, para não poder ouvir” (Is 59.1). O que precisa acontecer é um verdadeiro arrependimento! A exortação bíblica de Tiago a essas pessoas é que o “riso” e a “aparente felicidade” delas, produzidos pela amizade do mundo, convertam-se em “choro”, “lamento” e “miséria” (v.9; cf. 2Co 7.10), assim que elas perceberem-se como “inimigas de Deus”. Esta é a atitude genuína de um verdadeiro arrependimento. [Comentário: Uma pessoa com duplo ânimo tenta apegar-se a Deus e ao mundo ao mesmo tempo. O homem de coração dobre é uma pessoa atraída em direções opostas. Sua fidelidade é divididae, devido à sua falta de sinceridade, ele vacila entre a crença e a descrença. Veja o que o Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal (Editora CPAD) nos fala sobre a perícope de Tg 4.8,9: “A ideia de humildade diante de Deus agora inclui o benefício adicional da resposta imediata de Deus. Nós podemos nos chegar a Deus e Ele se chegará a nós. A instrução de limpar as mãos significa purificar os nossos atos e modificar o nosso comportamento exterior. A maneira como nós vivemos é importante para Deus. A medida que nos aproximamos de Deus, nós nos tornamos conscientes de hábitos e atos na nossa vida que não agradam a Ele. Limpar as mãos dá a ideia de remover estas coisas da maneira como vivemos. Precisamos nos afastar dos pecados que Deus nos mostra. De maneira similar, a instrução de purificar o coração pede a pureza de pensamentos e motivos - modificações em nosso interior. As pessoas não podem continuar sendo hipócritas, tentando amar tanto a Deus como ao mundo. A pureza de coração, portanto, implica sinceridade. À medida que Deus se aproxima de nós, devemos sentir a nossa falta de merecimento. Afinal, estamos obtendo a permissão de nos aproximarmos do Deus santo e perfeito. Tiago descreveu um longo processo espiritual nos oito últimos versículos. Ele começou descrevendo as pessoas em conflito umas com as outras e consigo mesmas. A seguir, ele descreveu a origem de tais conflitos nos desejos inapropriados, que são motivados, em grande parte, pela tentativa de permanecer próximas tanto do mundo como de Deus. O desmascarar de uma vida como esta e a convocação dos crentes à humildade pode não ser uma mensagem bem recebida. A rendição pode não vir com facilidade. Desejos arraigados há muito tempo podem reagir com desobediência. O arrependimento poderá ter que incluir a recordação do quanto nós nos afastamos do caminho de Deus antes de termos retornado. Estes termos diferentes, misérias, lamentações, pranto e tristeza captam a luta de uma alma que se aproxima de Deus. Existe uma morte que está acontecendo. É um chamado ao arrependimento profundo e sincero. O riso das pessoas (o riso escarnecedor que se recusou a levar o pecado a sério) e a sua alegria com os prazeres do mundo precisam ser completamente transformados - em tristeza pelos seus pecados (veja também Lc 6.25). Até que isto ocorra, não há espaço para o riso da liberdade verdadeira e a alegria do Senhor. A vida cristã envolve alegria, mas, quando nós percebemos os nossos pecados, precisamos nos lamentar, para que possamos nos arrepender. Somente depois da lamentação é que podemos passar para a alegria na graça que Deus nos dá.” Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 684.]
3. “Humilhai-vos perante o Senhor” (Tg 4.10). Ao abrir mão de nossa autorrealização sob as perspectivas mundanas do egoísmo, do individualismo, da soberba e da inveja, seremos pessoas satisfeitas e realizadas com o Dono da vida. Como poderemos ser felizes sem a presença do Doador da vida (Jo 12.25)? A exaltação do Senhor ser-nos-á dada mediante a sua graça e bondade infinitas. Humilhemo-nos, portanto, debaixo da potente mão de Deus (1Pe 5.6)! [Comentário: Humilhar-nos perante o Senhor e admitir a nossa dependência dele significa reconhecer que o nosso valor vem somente de Deus. É reconhecermos a necessidade desesperada que temos de sua ajuda e sujeitarmo-nos à sua vontade para a nossa vida. Embora nós não mereçamos a graça de Deus, Ele nos alcança no seu amor e nos dá valor e dignidade, apesar dos nossos defeitos humanos. considerando que pode vir a ser necessário que uma pessoa se curve perante outra que a ama e à qual magoou severamente, quanto mais será preciso que nos humilhemos diante do santo e puro Deus, que nos ama de modo inconcebível, por causa de nossa culpa em pensamentos, palavras e ações, com a qual magoamos o seu amor da forma mais grave possível. Humilhar-se perante Deus significa reconhecer a própria culpa e o juízo justo de Deus sem objeções e réplicas, sem restrições e tentativas de se justificar. É essa a única atitude com a qual se pode suplicar por perdão e graça. “E ele vos exaltará”: exaltará, hupsoo; Strong 5312: Relacionada ao substantivo hupsos, “altura”, o verbo significa erguer ou levantar. É usado literalmente em Jo 3.14; 8.28; 12.32,34; figuradamente, a respeito de privilégios espirituais concedidos a uma cidade (Mt 11.23; Lc 10.15), e metaforicamente, no sentido de exaltar a nós mesmos resultará em uma queda desonrosa, mas humilhar a nós mesmos leva à exaltação neste e no mundo seguinte. Deus não mantém prostrada e cheia de vergonha a pessoa que se humilha diante dele. Reveste-a com sua justiça, que nos foi conquistada por meio de Jesus Cristo (2Co 5.21; Rm 8.1)]
2. Convertendo a soberba em humildade (Tg 4.8,9). Se o orgulhoso e o soberbo decidirem-se por se achegarem a Deus, o Senhor lhes será propício. A mão de Deus “não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado, para não poder ouvir” (Is 59.1). O que precisa acontecer é um verdadeiro arrependimento! A exortação bíblica de Tiago a essas pessoas é que o “riso” e a “aparente felicidade” delas, produzidos pela amizade do mundo, convertam-se em “choro”, “lamento” e “miséria” (v.9; cf. 2Co 7.10), assim que elas perceberem-se como “inimigas de Deus”. Esta é a atitude genuína de um verdadeiro arrependimento. [Comentário: Uma pessoa com duplo ânimo tenta apegar-se a Deus e ao mundo ao mesmo tempo. O homem de coração dobre é uma pessoa atraída em direções opostas. Sua fidelidade é divididae, devido à sua falta de sinceridade, ele vacila entre a crença e a descrença. Veja o que o Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal (Editora CPAD) nos fala sobre a perícope de Tg 4.8,9: “A ideia de humildade diante de Deus agora inclui o benefício adicional da resposta imediata de Deus. Nós podemos nos chegar a Deus e Ele se chegará a nós. A instrução de limpar as mãos significa purificar os nossos atos e modificar o nosso comportamento exterior. A maneira como nós vivemos é importante para Deus. A medida que nos aproximamos de Deus, nós nos tornamos conscientes de hábitos e atos na nossa vida que não agradam a Ele. Limpar as mãos dá a ideia de remover estas coisas da maneira como vivemos. Precisamos nos afastar dos pecados que Deus nos mostra. De maneira similar, a instrução de purificar o coração pede a pureza de pensamentos e motivos - modificações em nosso interior. As pessoas não podem continuar sendo hipócritas, tentando amar tanto a Deus como ao mundo. A pureza de coração, portanto, implica sinceridade. À medida que Deus se aproxima de nós, devemos sentir a nossa falta de merecimento. Afinal, estamos obtendo a permissão de nos aproximarmos do Deus santo e perfeito. Tiago descreveu um longo processo espiritual nos oito últimos versículos. Ele começou descrevendo as pessoas em conflito umas com as outras e consigo mesmas. A seguir, ele descreveu a origem de tais conflitos nos desejos inapropriados, que são motivados, em grande parte, pela tentativa de permanecer próximas tanto do mundo como de Deus. O desmascarar de uma vida como esta e a convocação dos crentes à humildade pode não ser uma mensagem bem recebida. A rendição pode não vir com facilidade. Desejos arraigados há muito tempo podem reagir com desobediência. O arrependimento poderá ter que incluir a recordação do quanto nós nos afastamos do caminho de Deus antes de termos retornado. Estes termos diferentes, misérias, lamentações, pranto e tristeza captam a luta de uma alma que se aproxima de Deus. Existe uma morte que está acontecendo. É um chamado ao arrependimento profundo e sincero. O riso das pessoas (o riso escarnecedor que se recusou a levar o pecado a sério) e a sua alegria com os prazeres do mundo precisam ser completamente transformados - em tristeza pelos seus pecados (veja também Lc 6.25). Até que isto ocorra, não há espaço para o riso da liberdade verdadeira e a alegria do Senhor. A vida cristã envolve alegria, mas, quando nós percebemos os nossos pecados, precisamos nos lamentar, para que possamos nos arrepender. Somente depois da lamentação é que podemos passar para a alegria na graça que Deus nos dá.” Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 684.]
3. “Humilhai-vos perante o Senhor” (Tg 4.10). Ao abrir mão de nossa autorrealização sob as perspectivas mundanas do egoísmo, do individualismo, da soberba e da inveja, seremos pessoas satisfeitas e realizadas com o Dono da vida. Como poderemos ser felizes sem a presença do Doador da vida (Jo 12.25)? A exaltação do Senhor ser-nos-á dada mediante a sua graça e bondade infinitas. Humilhemo-nos, portanto, debaixo da potente mão de Deus (1Pe 5.6)! [Comentário: Humilhar-nos perante o Senhor e admitir a nossa dependência dele significa reconhecer que o nosso valor vem somente de Deus. É reconhecermos a necessidade desesperada que temos de sua ajuda e sujeitarmo-nos à sua vontade para a nossa vida. Embora nós não mereçamos a graça de Deus, Ele nos alcança no seu amor e nos dá valor e dignidade, apesar dos nossos defeitos humanos. considerando que pode vir a ser necessário que uma pessoa se curve perante outra que a ama e à qual magoou severamente, quanto mais será preciso que nos humilhemos diante do santo e puro Deus, que nos ama de modo inconcebível, por causa de nossa culpa em pensamentos, palavras e ações, com a qual magoamos o seu amor da forma mais grave possível. Humilhar-se perante Deus significa reconhecer a própria culpa e o juízo justo de Deus sem objeções e réplicas, sem restrições e tentativas de se justificar. É essa a única atitude com a qual se pode suplicar por perdão e graça. “E ele vos exaltará”: exaltará, hupsoo; Strong 5312: Relacionada ao substantivo hupsos, “altura”, o verbo significa erguer ou levantar. É usado literalmente em Jo 3.14; 8.28; 12.32,34; figuradamente, a respeito de privilégios espirituais concedidos a uma cidade (Mt 11.23; Lc 10.15), e metaforicamente, no sentido de exaltar a nós mesmos resultará em uma queda desonrosa, mas humilhar a nós mesmos leva à exaltação neste e no mundo seguinte. Deus não mantém prostrada e cheia de vergonha a pessoa que se humilha diante dele. Reveste-a com sua justiça, que nos foi conquistada por meio de Jesus Cristo (2Co 5.21; Rm 8.1)]
CONCLUSÃOA partir dos
ensinamentos do Senhor Jesus, desfrutaremos da verdadeira felicidade em Deus.
Que venhamos atentar para o ensinamento desta lição, humilhando-nos na presença
de Deus através de Cristo Jesus. [Comentário: Tiago nos
ensina nessa bela passagem de sua epístola que não há vitória sobre as paixões
pecaminosas e nem exaltação espiritual na vida do cristão sem humilhação diante
de Deus, sem submissão total à sua vontade através de Sua Palavra! A solução
para as desavenças e conflitos entre nós é a humilhação, porque nossas
motivações, desejos e formas de agir estarão completamente harmonizados com a
perfeita vontade do Senhor. Se nos considerarmos miseráveis, como realmente o
somos, se chorarmos e lamentarmos a nossa vil condição, alcançaremos o favor
imerecido de Deus, receberemos a Sua graça e desfrutaremos da Sua glória!]”NaquEle
que me garante: “Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós,
é dom de Deus” (Ef 2.8)”,Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!
Hoje, em Recife-PE
Hoje, em Recife-PE
Setembro de 2014.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural
do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007.
ARRINGTON, French L; STRONSTD
(Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. 4ª
Edição. RJ: CPAD, 2009.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2014 - CPAD -
Jovens e Adultos;-. Bíblia de Estudo Pentecostal - BEP (Digital);-. Bíblia de
Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do
Brasil, 1999;
Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
LIÇÃO 09 - A VERDADEIRA SABEDORIA SE MANIFESTA NA
PRÁTICA - 3º TRIM. 2014
(Tg 3.13-18)
INTRODUÇÃO
Nos dias de Tiago, muitos mestres se diziam sábios,
mas, viviam em contendas, se auto gloriando e eram invejosos. Por isso, o
apóstolo adverte que a verdadeira sabedoria não se manifesta, necessariamente,
em discursos e palavras, mas, principalmente, em obras: “Quem dentre
vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em
mansidão de sabedoria” (Tg 3.13). Em outras palavras: aquele que é
sábio não é invejoso e nem contencioso. Nesta lição veremos a definição de
sabedoria; estudaremos o contraste entre a sabedoria que vem de Deus e a que
vem do diabo; e, finalmente, a diferença entre o mestre que é carnal e o que é
espiritual.
I - DEFINIÇÃO
O termo grego para sabedoria é “sophia” e
significa “habilidade nas questões da vida”, “sabedoria prática”,
“administração sábia e sensata” ou “uso correto do conhecimento” (Lc 21.15; At
6.3; 7.10; Cl 1.28; 3.16; 4.5). “A sabedoria é a capacidade espiritual de ver e
avaliar nossa vida e conduta do ponto de vista de Deus. Inclui fazer escolhas
acertadas e praticar as coisas certas de conformidade com a Palavra de Deus e
na direção do Espírito Santo (STAMPS, 1995, p. 1926). “Ter sabedoria é pensar
bem e agir bem em qualquer empreendimento realizado, seja secular ou
espiritual” (CHAMPLIN, 2004, p. 7).
II - DOIS TIPOS DE SABEDORIA
No capítulo 3 de sua epístola, o apóstolo Tiago
enumera dois tipos de sabedoria. Vejamos:
2.1 A sabedoria que não vem do alto (Tg
3.15). Esta sabedoria não procede de Deus e possui três
características principais: é terrena, animal e diabólica. É a sabedoria que
produz maus frutos e não promovem a paz e a comunhão.
Vejamos:
- É terrena. O termo
deriva-se do grego “epigeios” e significa “da
terra”, “terrestre”. É a sabedoria deste mundo, em contraste com a que
procede do céu (Jo 3.12; I Co 1.20,21; Tg 1.5). É uma sabedoria limitada,
egocêntrica, como a dos inimigos da cruz de Cristo, que só pensam nas
coisas terrenas (Fp 3.19).
- É animal. Ou
seja, não é espiritual. A palavra grega para animal é“psykikos” e
é traduzida por natural em contraste com a sobrenatural ou espiritual (ICo
2.14; 15.44,46). É uma sabedoria totalmente à parte do Espírito de Deus.
- É diabólica. O termo
grego é “daemon” e significa “demoníaca” ou
“diabólica”. Essa foi a sabedoria usada pela serpente para enganar Eva,
induzindo-a a querer ser igual a Deus e fazendo-a descrer de Deus para
crer nas mentiras do diabo (Gn 3.1-5). O diabo tenta os homens de várias
formas: pela cobiça (Lc 22.3); pelo ódio (Jo 8.44) e pelo engano e pela
malícia (II Co 11.3).
2.2 A sabedoria que vem do alto (Tg 3.17). “A verdadeira sabedoria vem de Deus, do alto, visto que ela é fruto de
oração (Tg 1.5), ela é dom de Deus (Tg 1.17). Essa sabedoria está em Cristo:
Ele é a nossa sabedoria (ICo 1.30). Em Jesus temos todos os tesouros da
sabedoria (Cl 2.3). Essa sabedoria está na Palavra, visto que ela nos torna
sábios para a salvação (2Tm 3.15). Ela nos é dada como resposta de oração” (Ef
1.17; Tg 1.5). (LOPES, 2006, p. 77)
- É pura. A
sabedoria de Deus é incontaminada, sem qualquer defeito moral e livre de
impureza. O termo derivase do grego “hagnos” e
pode ser traduzido por “limpo”, “puro”, “inocente”. A sabedoria que vem do
alto não pode conduzir o homem ao pecado e impureza (Pv 2.7; 4.11).
- É pacífica. A
palavra deriva-se de dois termos gregos “eirene”, que
significa “paz” e “poeiõ”, que quer dizer “fazer” e
pode ser traduzida por “pacificador” ou “fazer a paz”. A sabedoria divina
não é contenciosa, nem facciosa (Pv 3.17; Mt 5.9). Logo, aquele que é
sábio não vive em contendas e dissenções (Tg 3.14).
- É moderada. O termo
grego traduzido por moderada é “piekes”, e significa:
“cheio de consideração”, “gentil”, qualidades essas que os homens
facciosos e ambiciosos não possuem (Tg 3.14,16). Essa característica da
sabedoria do alto trata da atitude de não criar conflitos nem comprometer
a verdade para manter a paz.
- É tratável. A
palavra grega é eupeithes e significa “facilmente
persuadido” ou “contrário de obstinado”. Essa sabedoria é aberta à razão.
É ser uma pessoa comunicável, de fácil acesso, que é capaz de mudar de
opinião quando necessário (Fp 3.7).
- É cheia de misericórdia. A
palavra misericórdia significa lançar o coração na miséria do outro. É
inclinar-se para socorrer o aflito e sentir ternura pelo necessitado e
estender-lhe a mão, ainda que ele nada mereça. A verdadeira sabedoria
produz profundo sentimento de misericórdia no homem interior (Rm 12.30; Cl
2.12).
- É cheia de bons frutos. A
sabedoria de Deus é prática. Ela muda a vida e produz bons frutos para a
glória de Deus. Nesse texto, os bons frutos tem o sentido de boas obras
(Gl 5.22; Ef 5.8; Fp 1.11). Uma das principais características da epístola
de Tiago é o ensino sobre a teoria e a prática. Ele já havia ensinado
sobre a necessidade de ouvir e praticar a Palavra (Tg 1.19-27); e entre a
fé e as obras (Tg 2.14-16). Agora ele fala da necessidade de demonstrar a
sabedoria pelas obras (Tg 3.13-18).
- É sem parcialidade. A
palavra grega é adiákritos e significa “não
dividido em julgamento”. Quando temos a sabedoria de Deus, julgamos
conforme a verdade e não conforme a pressão ou conveniência (I Rs
3.16-28).
- É sem hipocrisia. A
palavra traduzida por hipocrisia é “anypokritos” e
significa “sinceridade”, “sem fingimento”, “sem disfarce”, “não fingido”.
O hipócrita é como um ator que representa um papel diferente ao da sua
vida real. Onde existe a verdadeira sabedoria não há lugar para hipocrisia
(Rm 12.9; II Co 6.6).
III - A DIFERENÇA ENTRE O MESTRE CARNAL E O
ESPIRITUAL
“Quem dentre vós é sábio e inteligente?…” (Tg 3.13-a). Essa pergunta de Tiago evidencia que entre os membros da
igreja do primeiro século a quem ele dirigiu esta epístola havia aqueles que se
consideravam mestres e sábios, mas, suas obras não demonstravam a prática da
sabedoria. Por isso, o apóstolos os exorta a demonstrarem sua “sabedoria” pelo
seu proceder “…mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão
de sabedoria?” (Tg 3.13-b).
Para Tiago, o mestre carnal difere do espiritual a
partir dos seus frutos, conforme destacaremos abaixo:
O MESTRE CARNAL (TG 3.14-16)
|
O MESTRE ESPIRITUAL (TG 3.13;17-18)
|
a) É invejoso. Considera os outros mestres como inimigos que têm que ser aniquilados
e não como amigos que devem ser persuadidos. A inveja é obra da carne (I Co
3.3; Gl 5.16-21).
|
a) É moderado. Trata os outros mestres como superiores a ele, tendo-os em máxima
consideração. A Palavra de Deus nos diz que devemos considerar os outros como
superiores a nós mesmos (Fp 2.3).
|
b) Promove facção. Está mais disposto a dividir, atraindo discípulos para si, do que para
Cristo. Este era um dos problemas da igreja de Corinto (I Co 1.11-13; 3.1-4).
|
b) Promove unidade. Empenha-se ao ensino com o objetivo de unir, conduzindo as pessoas a
Cristo. A comunhão é uma característica do povo de Deus (At 2.42; Ef 4.1-6).
|
c) Auto gloria-se. Toda sua atitude é orgulhar-se de seu próprio conhecimento, antes, que
humilhar-se por sua ignorância. A Bíblia ensina que ninguém deve gloria-se, a
não ser em conhecer ao Senhor (I Co 1.29,31; II Co 10.17).
|
c) É humilde. O verdadeiro erudito está muito mais consciente daquilo que não sabe,
do que aquilo que já aprendeu. Sabedoria e humildade são duas virtudes que
devem andar juntas (Pv 11.2; Jr 9.23).
|
d) É mentiroso. Está mais interessado em exibir-se a si mesmo do que mostrar a
verdade. A mentira é um mal que não deve existir no meio do povo de Deus (Jo
8.44; Ef 4.25).
|
d) Fala a verdade. Tem maior interesse na verdade do que em suas próprias opiniões. A
Bíblia nos exorta a falar sempre a verdade (Ef 4.15; 6.14).
|
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, a verdadeira sabedoria não deve
ser demonstrada por discursos e palavras, e sim, pelas ações. Alguém que se diz
sábio e inteligente e vive em contendas, invejas e auto glorificação, não pode
ter a sabedoria de Deus, e sim, a que é terrena e diabólica. A verdadeira
sabedoria consiste em viver de acordo com os preceitos divinos e é pura,
pacífica, cheia de misericórdia e de bons frutos. Assim, podemos identificar os
verdadeiros e falsos mestres pelas suas obras, assim como podemos identificar
as árvores pelos seus frutos.
REFERÊNCIAS
- Bíblia de Estudo Palavras Chave. CPAD.
- CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e
Filosofia. HAGNOS.
- CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. HAGNOS.
- COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Fé & Obras. CPAD.
- LOPES, Hernandes Dias. Tiago - transformando provas em
triunfo.HAGNOS.
- STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
28/08/2014
Texto Base: Tiago 3:13-18
“Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria” (Tg 3:13).
“Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria” (Tg 3:13).
INTRODUÇÃO
Dando continuidade ao estudo da Epístola de Tiago,
estudaremos nesta Aula “a sabedoria como a habilidade de exercer uma ética
correta com vistas a praticar o que é certo. Veremos a pessoa sábia como alguém
que se mostra madura em todas as circunstâncias da vida, pois é no cotidiano
que a sabedoria do crente deve se mostrar”. A Carta de Tiago é um conjunto de
sermões que trata de modo muito prático a forma como um servo de Deus deve
viver, e isso inclui agir com sabedoria em todos os momentos. Na vida cristã
não vale a máxima faça o que eu digo, mas não faça o que eu
faço. Na visão de Tiago, as atitudes corretas têm mais sentido do que
palavras vazias e sem exemplo de vida.
I. A CONDUTA PESSOAL DEMONSTRA SE A NOSSA SABEDORIA É DIVINA OU DEMONÍACA (Tg 3:13-15)
1. Sabedoria não se mostra com discurso (Tg 3:13). ”Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria“.
Um cristão desejoso de crescer na vida cristã certamente privilegia a palavra falada e escrita. Lemos a Bíblia e ouvimos as pregações em nossas igrejas, e cremos que os discursos são elementos de comunicação que atingem sua finalidade: convencer pessoas e motivá-las a que tenham atitudes que agradem a Deus. Entretanto, devemos nos lembrar de que a sabedoria não é demonstrada apenas em nossos discursos, mas também em nossas atitudes. Palavras, como diz a sabedoria popular, o vento leva. Entretanto, atitudes falam mais alto do que nossas próprias palavras, e ficam marcadas em nossas vidas.
Discursos, por mais elaborados que sejam, tornam-se inócuos se desprovidos de atitudes que os espelhem. Deus espera ver em nós atitudes condizentes com o que ensinamos e pregamos, para que a mensagem do evangelho seja não apenas um conjunto de palavras bem apresentadas, mas acima de tudo, o poder de Deus manifesto em nossas vidas, moldando-nos de acordo com a sua vontade e mostrando ao mundo a diferença que Deus faz. (1)
2. A inveja e facção (Tg 3:14). “Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade“. Inveja e facção são dois sentimentos que andam muito próximos de nós.
A inveja é caracterizada pelo desgosto que uma pessoa tem em relação a outra pessoa e contra o que essa outra pessoa possui. Diferente da arrogância, que faz com que o arrogante veja outras pessoas como se ele estivesse em uma posição superior, o invejoso vê a si próprio como uma pessoa que está em posição inferior. Ele imagina que a pessoa alvo de seu sentimento não é digna de ter o que tem, e se imagina como merecedora daqueles talentos, dons ou bens que a pessoa tem. (2)
O sentimento facccioso. É outra característica de quem alega ter a sabedoria e não consegue demonstrá-la na prática. A falsa sabedoria manifesta-se através de um sentimento faccioso. Há grandes feridas nos relacionamentos dentro das famílias e das igrejas. A palavra que Tiago usa,erithia, significa espírito de partidarismo. Subentende a inclinação por usar meios indignos e divisórios para promover os próprios interesses. Era a palavra usada por um político à cata de votos. As pessoas estão a seu favor ou estão contra você. Tiago, então, propõe à igreja um desafio àqueles que afirmavam ter a verdadeira sabedoria: eles precisavam observar a verdadeira sabedoria que vem do Céu.
Paulo alertou os crentes de Filipos sobre o perigo de estarem envolvidos na obra de Deus com motivações erradas: vanglória e partidarismo (cf Fp 2:3). Essa exortação é bastante atual!
3. Sabedoria do alto e sabedoria diabólica (Tg 3:15). “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica”.
De modo meio irônico, Tiago agora compara a sabedoria possuída por aquelas pessoas invejosas e facciosas com a sabedoria que desce lá do alto. A verdadeira sabedoria, e as Escrituras deixam isso claro, procede somente de Deus: “… o Senhor dá a sabedoria” (Pv 2:6). É por isso que ela pode ser obtida apenas se a pedirmos a Deus (Tg 1:5).
A sabedoria que não produz um bom estilo de vida (Tg 3:13) é, em suma, caracterizada “pelo mundo, pela carne e pelo demônio”. Em cada uma destas formas, ela é a antítese direta da “sabedoria que desce lá do alto” - celestial em natureza, espiritual em essência e divina em sua origem.
II. ONDE PREVALECEM A INVEJA E SENTIMENTO FACCIOSO, PREVALECE TAMBÉM O MAL (Tg 3:16)
“Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa”.
1. A maldade do coração humano. Uma das questões mais difíceis com que temos de lidar é a capacidade de o coração humano ser mal. Há muitos gestos de bondade, generosidade e altruísmo ao longo da história em todas as culturas, mas há muito mais registros da capacidade má do homem agindo tanto em grupo quanto individualmente.
A maldade humana se desenvolve na mais tenra idade, e não são poucos os atos maldosos cometidos por crianças e adolescentes. Veja o que está escrito em Gênesis 8:21: “… disse o SENHOR em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice...”. Assim sendo, a igreja deve investir com muita dedicação na apresentação do evangelho também para as crianças, a fim de que ainda pequenas tenham a oportunidade de conhecer a Jesus Cristo e receberem a salvação.
A maldade do coração humano é vista não apenas entre as pessoas que não conheciam ao Senhor, mas igualmente entre o povo de Deus houve manifestação de maldades e de pensamentos ruins. Jeremias, usado por Deus, reclamou com os habitantes de Jerusalém sobre suas atitudes: “Lava o teu coração da malicia, ó Jerusalém, para que sejas salva; até quando permanecerão no meio de ti os teus maus pensamentos?” (Jr 4:14). Jeremias ainda reitera a capacidade má que o coração humano possui: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jr 17:9). Isso não ocorreu somente com Israel, mas também dentro da própria igreja (Tg 3:12; 4:1-3; 2Co 12:20).
A maldade do coração humano, certamente, terá resultados terríveis. Veja estas palavras do Senhor através do Jeremias: “Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações” (Jr 17:10).
2. A inveja e a facção instauram a desordem. ”… aí há perturbação…”. Inveja e sentimento faccioso são evidências da falsa sabedoria. São atitudes a serem evitadas pelos salvos em Cristo, pois, inevitavelmente, trazem desordem no meio do povo de Deus.
A facção é o desejo de divisão. É aquele sentimento que não se contenta em presenciar a unidade de um grupo. Pessoas unidas tendem a ser mais exitosas em seus intentos, mas grupos divididos não costumam ter força suficiente para alcançar desafios. Por isso o sentimento faccioso é tão importante para Satanás. Ele sabe que quando há unidade na igreja local, as pessoas oram mais umas pelas outras, são mais misericordiosas, ajudam-se e buscam sempre a solução de possíveis conflitos, de forma que a igreja fica fortalecida. Mas se uma igreja é dominada pelo espírito faccioso, não poderá crescer, mesmo que seja rica em dons e manifestações espirituais.
A igreja de Corinto é um exemplo clássico de comunidade que foi atingida pela desordem, fruto de facções. Nessa igreja encontravam-se cristãos que haviam recebido dons espirituais de poder, elocução e de revelação. Mas, desconhecia a forma correta de utilização desses dons. Por causa disso, passou por diversos problemas, até que fosse orientada pelo apóstolo Paulo não apenas em relação ao uso correto dos dons, mas igualmente quanto à prática da comunhão.
O problema não estava nos dons espirituais, pois eles foram dados por Deus para a edificação da igreja. O problema estava no partidarismo daquela congregação. Aqueles crentes eram muito divididos. Uns eram de Paulo, outros de Apolo, outros de Pedro e outros, de Jesus. Como pode uma igreja ser sadia se seus membros competem entre si, e trabalham em prol de grupos internos? O problema não eram os dons espirituais, e sim a desunião do grupo.
E o que dizer da inveja? De acordo com Tiago, a inveja colabora com a perturbação e toda obra perversa. Pessoas dominadas pela inveja não conseguem contribuir nem com sua própria vida nem com as pessoas que a cercam. A inveja faz a pessoa perder o foco em si mesma e em Deus, além de fazer com que ela se concentre em outras pessoas, como se elas tivessem tudo e o invejoso, nada. Os talentos e bens dos outros são o alvo dos invejosos, que buscam ter justamente aquilo que outras pessoas têm. Não raro, pessoas dominadas pela inveja não desejam apenas ter o que o outro tem, mas se possível, desejam ver aquela pessoa sem aquilo que tem. Quer dizer, não basta para o invejoso ter alguma coisa; ele precisa ver o outro sem nada. Pessoas invejosas não conseguem ser agradecidas, pois estão em busca do que ainda não possuem e não conseguem agradecer a Deus por aquilo que já conquistaram e receberam. Elas só enxergam o que ainda lhes falta.
Não há possibilidade de crescimento espiritual para pessoas cheias de inveja e facciosas, a menos que elas renunciem esses sentimentos e sejam cheias do Espírito Santo, a fim de que sejam controladas por Ele. (3)
3. Obras perversas. “… e toda obra perversa”. Tiago trata em sua Carta sobre boas obras, mas ele também fala sobre obras perversas. Enquanto as boas obras são um fruto da sabedoria divina e demonstração da nossa fé em Cristo, as obras perversas são uma extensão da malignidade humana. Pode haver pessoas que se consideram corretas com essas coisas, mas aos olhos de Deus, precisam agir de forma a renunciar tudo isso e abandonar tais práticas, e não ocultá-las. (4)
III. AS QUALIDADES DA VERDADEIRA SABEDORIA (Tg 3:17,18)
“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia “(Tg 3:17).
1. Características da verdadeira sabedoria. A sabedoria que vem de Deus tem características específicas, e pela forma como estão descritas, entendemos que são demonstradas na prática do dia a dia. Lembremo-nos de que Deus é a fonte dessa sabedoria, e, portanto, suas características estão estampadas na Palavra de Deus.
a) A sabedoria que vem de Deus é pura. Isto quer dizer que é limpa em pensamentos, palavras e atos. É incontaminada de espírito e corpo, na doutrina e na pratica, na fé e na moralidade.
b) A sabedoria que vem de Deus é pacífica. O homem sábio ama a paz e faz todo o possível para mantê-la sem sacrificar a pureza. Esse fato é ilustrado por uma história contada por Lutero. Dois homens se encontraram numa ponte estreita sobre um rio profundo. Não podiam voltar e não desejavam brigar. Depois de uma curta negociação, um deles se deitou e deixou que o outro passasse sobre ele. A “moral”, dizia Lutero, “é simples: fique contente se precisar ser pisado para manter a paz; refiro-me, porém, à sua pessoa, e não à sua consciência”.
c) A sabedoria que vem de Deus é moderada (indulgente -ARA). É tranquila, e não tirana; gentil, e não grosseira. Um homem sábio é um cavaleiro que respeita os sentimentos dos outros.
d) A sabedoria que vem de Deus é tratável. Ou seja, é conciliatória, acessível, pronta a ouvir e ceder quando a verdade assim o requer. Não é, portanto, obstinada e inflexível.
e) A sabedoria que vem de Deus é cheia de misericórdia e de bons frutos. É cheia de misericórdia para com aqueles que trilham o caminho errado e desejosa de ajuda-los a encontrar o caminho certo. É compassiva e bondosa. Em vez de ser vingativa, retribui a indelicadeza com benevolência.
f) A sabedoria que vem de Deus é imparcial. Ou seja, não gera favoritismo. Trata os outros com imparcialidade.
g) A sabedoria que vem de Deus é sem hipocrisia (sem fingimento-ARA). É sincera e genuína. Não simula ser o que não é.
2. O fruto da justiça (Tg 3:18). ”Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz“.
Descobrimos aqui que a verdadeira vida cristã é uma semeadura e uma colheita. Nós colhemos o que semeamos. O sábio semeia justiça e não pecado. Ele semeia paz e não guerra. O que nós somos, nós vivemos e o que nós vivemos, nós semeamos. O que nós semeamos determina o que nós colhemos. Temos que semear a paz e não problemas no meio da família de Deus.
Entendendo melhor, a vida cristã é como o processo de plantio, que envolve o agricultor (o sábio pacífico), as condições do tempo (paz) e a colheita (justiça). O agricultor deseja produzir uma colheita de justiça, mas seu objetivo não pode ser alcançado num ambiente de brigas e desavenças. A semeadura deve ocorrer em condições de paz - “para os que exercitam a paz” -, e os semeadores precisam ter disposição pacífica. O resultado é uma colheita de justiça na vida dos semeadores e na vida daqueles a quem ministram.
I. A CONDUTA PESSOAL DEMONSTRA SE A NOSSA SABEDORIA É DIVINA OU DEMONÍACA (Tg 3:13-15)
1. Sabedoria não se mostra com discurso (Tg 3:13). ”Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria“.
Um cristão desejoso de crescer na vida cristã certamente privilegia a palavra falada e escrita. Lemos a Bíblia e ouvimos as pregações em nossas igrejas, e cremos que os discursos são elementos de comunicação que atingem sua finalidade: convencer pessoas e motivá-las a que tenham atitudes que agradem a Deus. Entretanto, devemos nos lembrar de que a sabedoria não é demonstrada apenas em nossos discursos, mas também em nossas atitudes. Palavras, como diz a sabedoria popular, o vento leva. Entretanto, atitudes falam mais alto do que nossas próprias palavras, e ficam marcadas em nossas vidas.
Discursos, por mais elaborados que sejam, tornam-se inócuos se desprovidos de atitudes que os espelhem. Deus espera ver em nós atitudes condizentes com o que ensinamos e pregamos, para que a mensagem do evangelho seja não apenas um conjunto de palavras bem apresentadas, mas acima de tudo, o poder de Deus manifesto em nossas vidas, moldando-nos de acordo com a sua vontade e mostrando ao mundo a diferença que Deus faz. (1)
2. A inveja e facção (Tg 3:14). “Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade“. Inveja e facção são dois sentimentos que andam muito próximos de nós.
A inveja é caracterizada pelo desgosto que uma pessoa tem em relação a outra pessoa e contra o que essa outra pessoa possui. Diferente da arrogância, que faz com que o arrogante veja outras pessoas como se ele estivesse em uma posição superior, o invejoso vê a si próprio como uma pessoa que está em posição inferior. Ele imagina que a pessoa alvo de seu sentimento não é digna de ter o que tem, e se imagina como merecedora daqueles talentos, dons ou bens que a pessoa tem. (2)
O sentimento facccioso. É outra característica de quem alega ter a sabedoria e não consegue demonstrá-la na prática. A falsa sabedoria manifesta-se através de um sentimento faccioso. Há grandes feridas nos relacionamentos dentro das famílias e das igrejas. A palavra que Tiago usa,erithia, significa espírito de partidarismo. Subentende a inclinação por usar meios indignos e divisórios para promover os próprios interesses. Era a palavra usada por um político à cata de votos. As pessoas estão a seu favor ou estão contra você. Tiago, então, propõe à igreja um desafio àqueles que afirmavam ter a verdadeira sabedoria: eles precisavam observar a verdadeira sabedoria que vem do Céu.
Paulo alertou os crentes de Filipos sobre o perigo de estarem envolvidos na obra de Deus com motivações erradas: vanglória e partidarismo (cf Fp 2:3). Essa exortação é bastante atual!
3. Sabedoria do alto e sabedoria diabólica (Tg 3:15). “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica”.
De modo meio irônico, Tiago agora compara a sabedoria possuída por aquelas pessoas invejosas e facciosas com a sabedoria que desce lá do alto. A verdadeira sabedoria, e as Escrituras deixam isso claro, procede somente de Deus: “… o Senhor dá a sabedoria” (Pv 2:6). É por isso que ela pode ser obtida apenas se a pedirmos a Deus (Tg 1:5).
A sabedoria que não produz um bom estilo de vida (Tg 3:13) é, em suma, caracterizada “pelo mundo, pela carne e pelo demônio”. Em cada uma destas formas, ela é a antítese direta da “sabedoria que desce lá do alto” - celestial em natureza, espiritual em essência e divina em sua origem.
II. ONDE PREVALECEM A INVEJA E SENTIMENTO FACCIOSO, PREVALECE TAMBÉM O MAL (Tg 3:16)
“Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa”.
1. A maldade do coração humano. Uma das questões mais difíceis com que temos de lidar é a capacidade de o coração humano ser mal. Há muitos gestos de bondade, generosidade e altruísmo ao longo da história em todas as culturas, mas há muito mais registros da capacidade má do homem agindo tanto em grupo quanto individualmente.
A maldade humana se desenvolve na mais tenra idade, e não são poucos os atos maldosos cometidos por crianças e adolescentes. Veja o que está escrito em Gênesis 8:21: “… disse o SENHOR em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice...”. Assim sendo, a igreja deve investir com muita dedicação na apresentação do evangelho também para as crianças, a fim de que ainda pequenas tenham a oportunidade de conhecer a Jesus Cristo e receberem a salvação.
A maldade do coração humano é vista não apenas entre as pessoas que não conheciam ao Senhor, mas igualmente entre o povo de Deus houve manifestação de maldades e de pensamentos ruins. Jeremias, usado por Deus, reclamou com os habitantes de Jerusalém sobre suas atitudes: “Lava o teu coração da malicia, ó Jerusalém, para que sejas salva; até quando permanecerão no meio de ti os teus maus pensamentos?” (Jr 4:14). Jeremias ainda reitera a capacidade má que o coração humano possui: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jr 17:9). Isso não ocorreu somente com Israel, mas também dentro da própria igreja (Tg 3:12; 4:1-3; 2Co 12:20).
A maldade do coração humano, certamente, terá resultados terríveis. Veja estas palavras do Senhor através do Jeremias: “Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações” (Jr 17:10).
2. A inveja e a facção instauram a desordem. ”… aí há perturbação…”. Inveja e sentimento faccioso são evidências da falsa sabedoria. São atitudes a serem evitadas pelos salvos em Cristo, pois, inevitavelmente, trazem desordem no meio do povo de Deus.
A facção é o desejo de divisão. É aquele sentimento que não se contenta em presenciar a unidade de um grupo. Pessoas unidas tendem a ser mais exitosas em seus intentos, mas grupos divididos não costumam ter força suficiente para alcançar desafios. Por isso o sentimento faccioso é tão importante para Satanás. Ele sabe que quando há unidade na igreja local, as pessoas oram mais umas pelas outras, são mais misericordiosas, ajudam-se e buscam sempre a solução de possíveis conflitos, de forma que a igreja fica fortalecida. Mas se uma igreja é dominada pelo espírito faccioso, não poderá crescer, mesmo que seja rica em dons e manifestações espirituais.
A igreja de Corinto é um exemplo clássico de comunidade que foi atingida pela desordem, fruto de facções. Nessa igreja encontravam-se cristãos que haviam recebido dons espirituais de poder, elocução e de revelação. Mas, desconhecia a forma correta de utilização desses dons. Por causa disso, passou por diversos problemas, até que fosse orientada pelo apóstolo Paulo não apenas em relação ao uso correto dos dons, mas igualmente quanto à prática da comunhão.
O problema não estava nos dons espirituais, pois eles foram dados por Deus para a edificação da igreja. O problema estava no partidarismo daquela congregação. Aqueles crentes eram muito divididos. Uns eram de Paulo, outros de Apolo, outros de Pedro e outros, de Jesus. Como pode uma igreja ser sadia se seus membros competem entre si, e trabalham em prol de grupos internos? O problema não eram os dons espirituais, e sim a desunião do grupo.
E o que dizer da inveja? De acordo com Tiago, a inveja colabora com a perturbação e toda obra perversa. Pessoas dominadas pela inveja não conseguem contribuir nem com sua própria vida nem com as pessoas que a cercam. A inveja faz a pessoa perder o foco em si mesma e em Deus, além de fazer com que ela se concentre em outras pessoas, como se elas tivessem tudo e o invejoso, nada. Os talentos e bens dos outros são o alvo dos invejosos, que buscam ter justamente aquilo que outras pessoas têm. Não raro, pessoas dominadas pela inveja não desejam apenas ter o que o outro tem, mas se possível, desejam ver aquela pessoa sem aquilo que tem. Quer dizer, não basta para o invejoso ter alguma coisa; ele precisa ver o outro sem nada. Pessoas invejosas não conseguem ser agradecidas, pois estão em busca do que ainda não possuem e não conseguem agradecer a Deus por aquilo que já conquistaram e receberam. Elas só enxergam o que ainda lhes falta.
Não há possibilidade de crescimento espiritual para pessoas cheias de inveja e facciosas, a menos que elas renunciem esses sentimentos e sejam cheias do Espírito Santo, a fim de que sejam controladas por Ele. (3)
3. Obras perversas. “… e toda obra perversa”. Tiago trata em sua Carta sobre boas obras, mas ele também fala sobre obras perversas. Enquanto as boas obras são um fruto da sabedoria divina e demonstração da nossa fé em Cristo, as obras perversas são uma extensão da malignidade humana. Pode haver pessoas que se consideram corretas com essas coisas, mas aos olhos de Deus, precisam agir de forma a renunciar tudo isso e abandonar tais práticas, e não ocultá-las. (4)
III. AS QUALIDADES DA VERDADEIRA SABEDORIA (Tg 3:17,18)
“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia “(Tg 3:17).
1. Características da verdadeira sabedoria. A sabedoria que vem de Deus tem características específicas, e pela forma como estão descritas, entendemos que são demonstradas na prática do dia a dia. Lembremo-nos de que Deus é a fonte dessa sabedoria, e, portanto, suas características estão estampadas na Palavra de Deus.
a) A sabedoria que vem de Deus é pura. Isto quer dizer que é limpa em pensamentos, palavras e atos. É incontaminada de espírito e corpo, na doutrina e na pratica, na fé e na moralidade.
b) A sabedoria que vem de Deus é pacífica. O homem sábio ama a paz e faz todo o possível para mantê-la sem sacrificar a pureza. Esse fato é ilustrado por uma história contada por Lutero. Dois homens se encontraram numa ponte estreita sobre um rio profundo. Não podiam voltar e não desejavam brigar. Depois de uma curta negociação, um deles se deitou e deixou que o outro passasse sobre ele. A “moral”, dizia Lutero, “é simples: fique contente se precisar ser pisado para manter a paz; refiro-me, porém, à sua pessoa, e não à sua consciência”.
c) A sabedoria que vem de Deus é moderada (indulgente -ARA). É tranquila, e não tirana; gentil, e não grosseira. Um homem sábio é um cavaleiro que respeita os sentimentos dos outros.
d) A sabedoria que vem de Deus é tratável. Ou seja, é conciliatória, acessível, pronta a ouvir e ceder quando a verdade assim o requer. Não é, portanto, obstinada e inflexível.
e) A sabedoria que vem de Deus é cheia de misericórdia e de bons frutos. É cheia de misericórdia para com aqueles que trilham o caminho errado e desejosa de ajuda-los a encontrar o caminho certo. É compassiva e bondosa. Em vez de ser vingativa, retribui a indelicadeza com benevolência.
f) A sabedoria que vem de Deus é imparcial. Ou seja, não gera favoritismo. Trata os outros com imparcialidade.
g) A sabedoria que vem de Deus é sem hipocrisia (sem fingimento-ARA). É sincera e genuína. Não simula ser o que não é.
2. O fruto da justiça (Tg 3:18). ”Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz“.
Descobrimos aqui que a verdadeira vida cristã é uma semeadura e uma colheita. Nós colhemos o que semeamos. O sábio semeia justiça e não pecado. Ele semeia paz e não guerra. O que nós somos, nós vivemos e o que nós vivemos, nós semeamos. O que nós semeamos determina o que nós colhemos. Temos que semear a paz e não problemas no meio da família de Deus.
Entendendo melhor, a vida cristã é como o processo de plantio, que envolve o agricultor (o sábio pacífico), as condições do tempo (paz) e a colheita (justiça). O agricultor deseja produzir uma colheita de justiça, mas seu objetivo não pode ser alcançado num ambiente de brigas e desavenças. A semeadura deve ocorrer em condições de paz - “para os que exercitam a paz” -, e os semeadores precisam ter disposição pacífica. O resultado é uma colheita de justiça na vida dos semeadores e na vida daqueles a quem ministram.
CONCLUSÃO
A sabedoria que é pura, pacifica, moderada,
tratável, cheia de misericórdia, de bons frutos, imparcial e sem hipocrisia, é
o padrão de Deus na demonstração de sua sabedoria. Que assim possamos ser, para
realmente fazer um diferencial no Reino de Deus neste mundo.
——
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - nº 59 - CPAD.
William Macdonald - Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.
Rev. Hernandes Dias Lopes - Tiago (Transformando Provas em Triunfo). Hagnos.
Douglas J. Môo. Tiago. Introdução e Comentário. Vida Nova.
Comentário do Novo Testamento - Aplicação Pessoal. CPAD.
(1) Silas Daniel & Alexandre Coelho - Tiago - Fé e Obras. CPAD.
(2) ibidem
(3) Ibidem
(4) Ibidem
——
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - nº 59 - CPAD.
William Macdonald - Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.
Rev. Hernandes Dias Lopes - Tiago (Transformando Provas em Triunfo). Hagnos.
Douglas J. Môo. Tiago. Introdução e Comentário. Vida Nova.
Comentário do Novo Testamento - Aplicação Pessoal. CPAD.
(1) Silas Daniel & Alexandre Coelho - Tiago - Fé e Obras. CPAD.
(2) ibidem
(3) Ibidem
(4) Ibidem
08/082014
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS
LIÇÃO Nº06-
DATA: 10/08/2014
TÍTULO: “A VERDADEIRA FÉ NÃO FAZ ACEPÇÃO DE
PESSOAS”
TEXTO ÁUREO - Tg 2.8-9
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Tg 2.1-13
I - INTRODUÇÃO:
Em nossa cultura, é comum encontrarmos exemplos de
acepção de pessoas em todas as áreas da sociedade. Que o Senhor nos ajude, de
modo que, nas igrejas não haja distinção de pessoas pela condição econômica,
social, de raça ou de sexo. Que aceitemos a todos como filhos de Deus, amados e
salvos em Cristo Jesus.
II - A CONDENAÇÃO NA BÍBLIA:
(1) - O que é acepção de pessoas -
É a preferência de pessoa ou pessoas, em atenção à classe, qualidade, títulos ou privilégios. Este é o
significado do termo, utilizado por Tiago.
(2) - Acepção d pessoas Antigo
Testamento:
(2.1) - Poucas referências -
Não há muitas referências sobre o tema no Antigo Testamento. Entretanto, os
poucos textos que aludem ao assunto, nos indicam que Deus determinava ao Seu
povo que seguisse o Seu exemplo, não fazendo acepção de pessoas.
(2.2) - Deus não faz acepção de pessoas-
Quando Moisés, o grande líder de Israel, se despediu do povo, dentre as
instruções transmitidas, consta a exortação à obediência, na qual o
Senhor orientava o povo a temê-Lo, amando e servindo-O (Dt 10.12, 17).
(2.3) - Deus não quer a acepção de pessoa -
Com todas essas qualidades divinas, Deus diz ao povo que não faz acepção de
pessoas, indicando que assim deveriam proceder. Outros textos podem ser lidos como Jó
32.21 e 34.19.
(3) - Acepção de pessoas no Novo Testamento - Nesta
parte da Bíblia há mais referências sobre a condenação à acepção de pessoas.
(3.1) - Com relação a raças ou
nacionalidades - Deus não faz acepção de pessoas, não levando em
conta a raça ou etnia, nação, povo, ou língua. Pedro, ao chegar à casa de
Cornélio, iniciou a pregação, dizendo: “Reconheço, por verdade, que Deus não
faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação,
o teme e faz o que é justo” (At 10.34,35).
Israel rejeitou a salvação de Deus.
O Verbo Divino foi enviado (Jo 1.1,9,10), de modo
que “…a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de
Deus; aos que crêem no seu nome” (Jo 1.12).
Não tem o mínimo sentido dizer que os negros, os
africanos, foram pessoas escolhidas para serem rejeitadas por Deus, como
queriam (e querem) alguns adeptos do apartheid, ou da discriminação racial e de
cor. João viu “uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e
tribos e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro…”
(Ap 7.9).
(3.2) - Com relação à obediência -
Deus “recompensará cada um segundo as suas obras”, dando “vida eterna aos que,
com perseverança em fazer bem, procuram glória, e honra e incorrupção” (Rm
2.6,7): dando, porém, “indignação e ira aos que são
contenciosos e desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade” (Rm 2.8); e,
ainda, dando “glória, porém, e honra e paz a qualquer que faz o bem;
primeiramente ao judeu e também ao grego” (Rm 2.10); “porque, para com Deus,
não há acepção de pessoas” (Rm 2.11).
A escolha dos judeus foi apenas prioridade e não
acepção de pessoas, como lemos cm Rm 2.10: “primeiramente ao judeu…”. Na
verdade, “Deus amou o mundo…” (Jo 3.16a), e não somente a Israel.
O que interessa para Deus é a aceitação de Sua
Palavra, com obediência, em qualquer lugar do mundo.
(2.3) - Com relação à condição social -
Tg 2.2-3 - Estes versos alertam para a discriminação entre pobres e ricos na
igreja, tomando o exemplo de alguém que, chegando à congregação, com anel no
dedo, vestidos preciosos, é chamado “para cima”, enquanto o pobre é mandado
ficar “lá embaixo”.
Paulo, exortando aos senhores e patrões de Éfeso,
quanto ao tratamento que deveriam dar aos servos, lhes ordenou, com a autoridade do
Espírito Santo: “E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as
ameaças, sabendo que o Senhor deles e vosso está no céu e que para com ele não
há acepção de pessoas” (Ef 6.9).
Senhores e servos ou escravos dividiam a sociedade.
Mas o evangelho levou a mensagem do respeito à dignidade humana,
como nenhuma outra filosofia o fez. Paulo, cm sua carta a Filemom, (Fm v.16)
roga que o patrão, crente, receba o escravo fugitivo, mas convertido, não como
escravo, mas como irmão em Cristo (Fm 15,16). Só um cristão poderia conceber
esse comportamento.
Hoje, é importante que os patrões crentes tenham
seus empregados (domésticos, funcionários, etc.) em respeito e honra, para
testemunho do amor de Deus em seus corações.
(3.4)- Em relação à distinção por sexo -
Ensinando sobre as mulheres no culto, Paulo diz que “…nem o varão é
sem a mulher, nem a mulher, sem o varão, no Senhor. Porque, como a mulher
provém do varão, assim também o varão provém da mulher, mas tudo vem de Deus”
(l Co 11.11,12).
Em Gl 3.27,28, diz o apóstolo que entre os que
foram revestidos de Cristo, “…não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um
em Cristo Jesus”.
No Antigo Testamento, havia discriminação de sexo,
não por orientação de Deus, mas pela influência da cultura oriental.
Entre os judeus, a mulher era considerada inferior
na vida religiosa. Josefo, historiador judeu, diz que naquele tempo entre os
judeus, “uma centena de mulheres não vale mais do que dois homens”. Um rabino
disse: “Eu te agradeço porque não nasci escravo, nem gentio, nem mulher”.
Machismo puro. Quão diferente é no Cristianismo. Jesus valorizou o trabalho
feminino (ler Mt 27.55; Mc 15.41; Lc 8.2-3). Nas epístolas paulinas, temos
mulheres em destaque (ver 2 Tm 1.5; Rm 16.1-17).
(3.5) - Com relação à salvação -
Há igrejas que pregam que Deus predestinou pessoas para serem salvas e outras,
para serem irremediavelmente perdidas.
O teólogo João Calvino ensinava que “é o decreto de
Deus… para alguns é preordenada a vida eterna, e para outros, a condenação
eterna”.
Isso vai de encontro ao caráter de Deus, revelado
na Bíblia, que diz, como vimos acima, que “… não faz acepção de pessoas” (cf.
Dt 10.17; Jó 34.19; At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9, 25; l Pe 1.17).
Não faz sentido nascerem dois bebês, na
maternidade, e um ter uma “etiqueta” de salvo e, outro, a “etiqueta” de
perdido.
Cremos, sim, que Deus, em casos especiais, dentro
de Sua soberania, escolhe pessoas com certos propósitos, como João Batista e
Jeremias. Deus nos predestinou coletivamente como Igreja, e não
individualmente, por acepção de pessoas (cf. Ef 1.11-13).
III - RAZÕES PARA NÃO SE FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS:
(1) - Toda a humanidade foi criada por Deus. Deus
criou o ser humano, homem e mulher, à Sua imagem e semelhança (Gn 1.27). Ambos
receberam a imagem divina, independente do sexo. Ambos perderam a glória de
Deus com a queda, e não pela condição de ser homem ou mulher. Deus fez a Terra
e criou nela o homem (Is 45.12). Ele não faz acepção de pessoas. Nós também não
o devemos fazer.
(2) - Toda humanidade tem a origem comum em Adão e
Eva. Paulo, em Atenas, discursando no Areópago, disse que Deus “…de um só fez
toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra…” (At
17.26a). Por influência de condições genéticas, climáticas e de outra ordem,
foram-se reunindo as raças, e sendo espalhadas pela Terra, mas todos vêm da
mesma origem.
(3) - Em Cristo, todos somos um. O brasileiro,
resultante da miscigenação do índio, do europeu e do negro; os asiáticos, de
cor amarela; os japoneses, de olhos amendoados; os chineses de olhos apertados;
os europeus, louros e de olhos azuis; os africanos de cor negra e dentes bem
brancos, enfim, todos de qualquer raça, aparência ou cultura, quando salvos,
são um em Cristo Jesus (Gl 3.28).
IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A
acepção de pessoas por condição social, econômica, familiar ou de outra ordem é
comportamento incompatível com o caráter inclusivo do evangelho. Jesus veio
trazer salvação, amor e paz para todos os que crêem, em qualquer nação, raça ou
povo do mundo. Que Deus nos abençoe, não permitindo a discriminação de pessoas
em nosso meio.
Para combater a acepção de pessoas,
precisamos fazer três coisas: amar a todos igualmente (inclusive os
não-crentes); tratar a todos com equidade e mostrar que os preconceitos são
contrários a Deus.
FONTE DE PESQUISA E
CONSULTA:
Lições Bíblicas CPAD - 1º TRIMESTRE DE 1999 - Comentarista:
Elinaldo Renovato de Lima
Lições Bíblicas CPAD - 1º TRIMESTRE DE 1999 - Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
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24/07/2014
Texto Básico: Tiago 1:9-11,16-18
“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre” (1Pe 1:23).
“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre” (1Pe 1:23).
INTRODUÇÃO
Nesta Aula, trataremos de três assuntos
importantes. Primeiro - com base Tiago 1:9 - 11 -, trataremos
sobre a forma como os cristãos devem encarar a pobreza e a riqueza. Estas
condições sociais são enfatizadas por Tiago como circunstâncias transitórias da
vida, como situações efêmeras, e também como conjunturas em meio às quais o
cristão deve aprender a estar sempre satisfeito. Os cristãos verdadeiros,
gerados pela Palavra da verdade e por estarem ligados pelo Evangelho, devem
saber se relacionar com o outro independente da sua condição econômica e
social. Segundo - com base em Tg 1:16,17 -, trataremos acerca
de Deus como a fonte de todo bem verdadeiro. Terceiro - com
base em Tg 1:18 -, trataremos acerca do maior de todos os dons que o
Senhor nos concede: o de sermos gerados de novo pelo poder da Palavra de
Deus. I. A RELAÇÃO ENTRE OS POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1:9-11)
A Bíblia jamais ensina que a riqueza em si é um mal. O próprio Deus deu a Salomão tanto a riqueza como a sabedoria (1Rs 3:12,13). Tudo depende de como a riqueza é adquirida, como é usada e qual o lugar que ela ocupa no coração de quem a possui. À luz das Escrituras Sagradas, o pobre é convidado a gloriar-se em Cristo pela sua nova posição de filho de Deus e pelo que tem permanente no Céu; enquanto o rico, no encontro com o Evangelho de Cristo, é convidado por Cristo a se humilhar para compreender a natureza passageira da sua riqueza.
1. Os pobres na igreja do primeiro século. A história da igreja e os estudos mostram que a igreja do primeiro século era composta de irmãos de condição muito pobre financeiramente. A maioria vinha das classes mais humildes da sociedade; havia ricos, mas poucos. Se Tiago está escrevendo para cristãos judeus na Palestina e Síria, muitos deles, ou quem sabe todos, deviam ser pobres. Temos noticias de uma grande fome que aconteceu por volta daquela época, e é possível que os cristãos, que padeciam no ostracismo, tenham sofrido de modo particularmente severo (veja Atos11:28,29).
A pobreza, a carência, é uma das situações na vida em que o cristão é muito tentado. Ele é tentado pela falta daquilo que lhe é essencial para sua subsistência; ele também é tentado pela cobiça, pela inveja, pelo ressentimento ao ver outras pessoas receberem aquilo que ele não tem e não pode ter. Então, o irmão carente - materialmente falando - é muito provado por causa de sua situação.
A orientação de Tiago em 1:9 é que o cristão, cuja posição social e econômica é realmente baixa, deve gloriar-se na sua dignidade - “glorie-se na sua dignidade” (Tg 1:9) -, ou seja, não é pecado ser pobre, embora as igrejas neopentecostais ensinam que a vontade de Deus é que nós sejamos ricos e prósperos financeiramente. Este ensino é falso; não há em lugar nenhum do Novo Testamento esse tipo de ensino. Uma pessoa pode ser pobre e digna, especialmente se ela é cristã, se ela ama a Deus; se ela é discípula de Jesus Cristo, existe uma certa dignidade nisso. É claro que o “gloriar-se“, neste contexto, não significa a vanglória arrogante de alguém considerada poderosa, mas o alegre orgulho possuído pela pessoa que valoriza aquilo que Deus valoriza.
A palavra “dignidade” (”exaltação”, ARC) é usada em outros lugares do Novo Testamento como descrição do reino celestial ao qual Cristo foi elevado (Ef 4:8) e de onde desce o Espírito Santo (Lc 24:49). Pela fé, agora os crentes pertencem ao reino celestial como cidadãos (Fp 3:20) e também aguardam do Céu o Senhor Jesus, que transformará o “nosso corpo de humilhação” em “corpo da sua glória” (Fp 3:21). Podemos afirmar, então, que “dignidade” inclui o gozo atual que o crente tem em seu “status” espiritual exaltado e também a esperança de participar do glorioso e eterno reino de Cristo.
É justamente esta combinação do “status” atual e da herança futura que Tiago destaca em Tiago 2.5: “Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam?“. É claro que Tiago não é da Teologia da Libertação, que diz que Deus fez uma opção preferencial pelos pobres; aqui, ele está constatando uma realidade de que através da história o número de cristãos que vem das camadas mais humildes da sociedade é muito maior do que aqueles que vieram de entre os ricos, nobres, poderosos, influentes, intelectuais e os fazedores de opiniões deste mundo. É só ler a história da igreja que veremos que isso é uma verdade. Então há uma dignidade que os irmãos humildes se lembrem disso, e que Deus os recebe em seu reino.
2. Os ricos na igreja Antiga. ”E o rico, na sua insignificância, porque ele passará como a flor da erva“(Tg 1:10). No início existiam poucos ricos na igreja; muitos que eram detentores de posses vendiam suas propriedades para serem repartidos com os pobres. Também, por serem cristãos, estavam sujeitos a todo tipo de assédio da classe dominante do governo local: havia prisões, arrestamento de bens, tortura e morte. E os judeus - não cristãos - proprietários de muitos bens negligenciavam as obrigações que pesavam sobre eles (Lv 19:10; 23:22; Dt 15:1-18; 1Tm 6:9,17-19). Por causa disso, e pelas suas atitudes, eles eram frequentemente repreendidos por Deus (Am 2:4-8; Lc 6.24; 18.24,25).
Tiago diz que os ricos são como a flor da erva, aquela flor bonita que existe nas campinas, mas que com o calor do sol se secam, se murcham; assim, os ricos passarão na sua insignificância. Portanto, não cobicem as riquezas, diz Tiago para aqueles crentes pobres do primeiro século; não fiquem com inveja dos ricos porque eles passarão num instante e vocês são herdeiros do reino que Deus tem reservado àqueles que O amam.
A lição aqui é que não devemos permitir que as alterações da nossa situação financeira influenciem o nosso compromisso com Deus. Se somos pobres, se temos uma condição humilde, gloriemo-nos nisso, demos graças a Deus por isso. Contudo, se temos condição de progredir, que o façamos; mas se não, lembremos que Deus nos tem reservado um tesouro ainda muito maior e infinitamente muito melhor. E se temos alguma riqueza material aqui neste mundo, lembremos que ela é passageira! Recentemente, o mundo passou por uma crise financeira, que veio de repente, de um dia para o outro muitos milionários ficaram na miséria, entre eles cristãos. Nos Estados Unidos, pessoas venderam suas mansões por míseros dólares, mansões que valiam milhões de dólares, para ter alguma coisa para sobreviver. O mundo está cheio de histórias de pessoas que eram riquíssimas, eram tranquilas financeiramente, mas que no dia seguinte amanheceram pobres sem absolutamente nada.
Se a nossa felicidade e estabilidade espiritual vão depender da oscilação da nossa situação financeira ou do sistema financeiro mundial, então nunca seremos cristãos perseverantes. Nós não devemos depender dessas coisas. Devemos, sim, colocar a nossa confiança em Deus e aguardar nEle e nEle ter o nosso conforto apenas. Esta é a orientação de Tiago.
3. Perante Deus, pobres e ricos são iguais. “O rico e o pobre se encontram; a todos o Senhor os fez”(Pv 22:2). “O que oprime o pobre insulta àquele que o criou, mas o que se compadece do necessitado o honra”(Pv 14:31). Não há predileção entre o rico e o pobre. Ambos foram criados por Deus. São gêmeos com aparências díspares.
Num texto que lembra bastante as denúncias dos profetas do Antigo Testamento, Tiago pronuncia julgamento sobre os ricos (Tg 5:1-6). E, da mesma forma que os “pobres” nos salmos, os cristãos devem olhar para o Senhor com paciência e perseverança, a fim de receberem livramento (Tg 5:7-11).
Contudo, nem Tiago nem os profetas condenam os ricos pelo simples fato de serem ricos. Tiago, por exemplo, enumera os pecados específicos pelos quais “o rico” será julgado: um egoísta acúmulo de dinheiro (Tg 5:2,3); luxo sem sentido (Tg 5:5); fraude contra o trabalhador (Tg 5:4); e perseguição ao justo (Tg 5:6). O fato de que Tiago não condena o rico, só porque ele é rico, provavelmente também é demonstrado em Tg 1:10,11, onde é possível que o “rico” seja um “irmão” em Cristo.
Portanto, jamais se pode avaliar a espiritualidade de uma pessoa pelo que ela possui de bens materiais. O pobre ao ser provado deve dizer: mas quão rico eu sou! O rico ao ser provado pelas glórias do mundo deve dizer: quão vulnerável eu sou! Cada um deve olhar para a sua vida na perspectiva da eternidade. II. DEUS SÓ FAZ O BEM (Tg 1:16,17)
1. Não erreis (Tg 1:16). “Não erreis, meus amados irmãos“. Este versículo atua como uma transição entre Tg 1:12-15 e 17-18. Atribuir a Deus o intento maligno de tentar as pessoas é um assunto sério. Tiago quer ter a certeza de que seus leitores não se “enganarão” nesta questão. Muitas vezes, as pessoas que caem em pecado culpam Deus em vez de assumir a responsabilidade. Perguntam ao Criador: “Por que me fizeste assim?”. Proceder assim é enganar-se a si mesmo. Tudo o que Deus faz é bom. Na verdade, Ele é a fonte de “toda dádiva e todo dom perfeito” (Tg 1:17).
Como expusemos na Aula 02, de uma maneira que não sabemos explicar, Deus não é responsável pelos atos pecaminosos de suas criaturas; por isso, elas darão conta de seus atos pecaminosos junto a Deus; por isto, Deus não é injusto quando Ele as conduz para a condenação. A Bíblia responsabiliza o ser humano pelo pecado e pela decisão errada que ele comete. Não deixemos que a nossa fé venha esmaecer nem por um minuto, em pensar que a graça de Deus, que a soberania de Deus, nos dá uma desculpa para o pecado. Nós somos responsabilizados pelas Escrituras por todas as nossas ações. Portanto, “não erreis, meus amados irmãos”.
2. Toda boa dádiva e todo dom vêm de Deus. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto…” (Tg 1:17). Tudo o que Deus nos dá é bom. Toda boa dádiva procede das Suas mãos. Ele, muitas vezes, nos dá não o que pedimos, mas o que precisamos. Seriamos destruídos se Deus deferisse todas nossas orações. Muitas vezes pedimos uma pedra, pensando que estamos pedindo um pão; pedimos uma serpente, pensando que estamos pedindo um peixe. Deus, então, é tão bondoso, que não nos dá o que pedimos, mas o que necessitamos. Elizabeth George registra uma sublime mensagem sobre os paradoxos da oração:
Pedi a Deus força, para que eu pudesse alcançar êxito. Fui enfraquecido, para que pudesse aprender a humildade para obedecer…
Pedi saúde, para que eu pudesse fazer grandes coisas. Fiquei enfermo, para que pudesse fazer coisas melhores…
Pedi riquezas, para que eu pudesse ser feliz. Foi me dada a pobreza, para que eu pudesse ser sábio…
Pedi poder, para que eu pudesse ter o louvor dos homens. Recebi fraqueza, para que eu sentisse a necessidade de Deus…
Pedi todas as coisas, para que pudesse desfrutar a vida. Foi me dada a vida, para que eu pudesse desfrutar todas as coisas…
Não recebi nada do que pedi, mas tudo de que precisava.
Quase que a despeito de mim mesmo, minhas orações não respondidas foram respondidas. Eu sou, dentre todos os homens, o mais ricamente abençoado (George, Elizabeth. Tiago - Crescendo em sabedoria e fé).
3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das luzes. ”Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1:17). De Deus só pode vir o bem. Todo o bem que temos e experimentamos vem lá do alto, do Pai das luzes, que é imutável.
Note que Tiago chama Deus de “Pai das luzes“; na Bíblia, a palavra pai significa, por vezes, criador ou fonte (cf. Jó 38:28). Assim, Deus é o Criador ou a fonte das luzes. Mas o que são essas luzes? Sem dúvida, compreendem os corpos celestes: o sol, a lua e as estrelas (Gn 1:14-18; Sl 136:7). Deus é a fonte de toda forma de luz existente no universo, “em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”. Deus é diferente de todos os corpos celestes criados por Ele. Enquanto estes estão sempre mudando, Deus permanece imutável.
É possível que Tiago tenha pensado não apenas no brilho declinante do sol e das estrelas, mas também em sua mudança de posição em relação à Terra, à medida que esta realiza sua rotação.
Os corpos celestes são caracterizados por variações. A expressão “sombra de mudança” pode significar sombra provocada por uma mudança. Neste caso, talvez se refira às sombras que incidem sobre a Terra por seu movimento em torno do sol. Deus é totalmente diferente; nele não há variação, não há sombra provocada por mudança. A sua criação gira, move, muda de posição; todavia, o Pai das luzes é imutável no seu propósito de nos fazer o bem. Ele não muda, ou seja, não é aquele que um dia nos ama, outro dia está com raiva de nós e nos manda a tentação para nos destruir, não. Seu propósito é imutável. Nele não há variação, nem mudança de sombra como existe nos luzeiros que Ele criou.
III. PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1:18)
“Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”.
1. Algo que somente Deus faz. Um exemplo maravilhoso das boas coisas que Deus nos dá é o nascimento espiritual, a regeneração. Nós somos salvos porque Deus decidiu nos tornar “primícias das suas criaturas” (seus próprios filhos). O nosso nascimento espiritual não se dá por acidente, nem porque Deus tinha que fazê-lo. Ser gerado de novo (2Co 5:17) é um presente para todos os crentes (veja João 3:3-8; Rm 12;2; Ef 1:5; Tt 3:5; 1Pedro 1:3,23; 1João 3:9), é uma ação realizada exclusivamente por Deus através do Santo Espírito; Ele limpa o homem dos seus pecados (Is 1:18), dando-lhe perdão e implantando-lhe um novo caráter.
2. A Palavra da verdade. A Palavra da verdade é o Evangelho, as Boas Novas da salvação (Ef 1:13; Cl 1:5; 2Tm 2:15). Como um proeminente exemplo das boas dádivas divinas, Tiago menciona o fato de que Deus “nos gerou pela palavra da verdade”.
“Ele nos gerou“ é uma descrição do novo nascimento. Por meio do nascimento espiritual, nos tornamos seus filhos. Isto Ele fez a partir de sua determinação espontânea e gratuita, “segundo o seu querer”. Ou seja, Ele não foi obrigado a nos salvar por algum mérito nosso. Ele nos salvou segundo o seu livre querer. Não tínhamos como merecer, conquistar e nem comprar o amor de Deus por nós. Ele o expressou de forma inteiramente voluntário. Que motivo extraordinário de adoração!
O instrumento através do qual Deus realiza este nascimento espiritual é o Evangelho, a Palavra da verdade. Fomos gerados pela Palavra da Verdade, que salva a nossa alma (Tg 1:21). Assim como o nascimento natural vem pelo relacionamento do pai e da mãe, o nascimento espiritual vem por meio da Palavra e do Espírito (1Pedro 1:23). As Escrituras Sagradas, expressas na forma oral ou escrita, participam de todas as conversões autênticas. Sem a Bíblia não conheceríamos o caminho para a salvação. Aliás, nem saberíamos que Deus nos oferece a salvação!
Assim, a despeito de todas as circunstâncias difíceis da vida, podemos aplicar essa verdade afirmando que somos filhos de Deus, as primícias entre as criaturas do Senhor. Os destinatários da Epístola de Tiago, que sofriam grandes provações e tentações, precisavam saber dessa verdade.
3. O propósito de Deus. Tiago diz que o principal propósito de Deus é fazer da pessoa regenerada primícias das suas criaturas - “… para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”.
No Antigo Testamento, as primícias eram a colheita do melhor fruto (Lv 23:10,11; Êx 23:19; Dt 18:4). Os cristãos para os quais Tiago escreveu faziam parte dos primeiros convertidos da Dispersão cristã. Por certo, todos os cristãos são como que primícias das criaturas de Deus, mas a expressão aqui se refere, primeiramente, aos cristãos judeus para quem Tiago escreve.
No Antigo Testamento, as primícias eram oferecidas a Deus em gratidão por sua generosidade e em reconhecimento a tudo que vem dele e pertence a Ele. Assim, todos os cristãos devem se apresentar a Deus como sacrifícios vivos (Rm 12:1,2).
Tiago compara os destinatários originais de sua Epístola aos primeiros feixes de cereal da colheita de Cristo. Serão seguidos de outros ao longo dos séculos, mas foram separados como padrão para mostrar os frutos da nova criação. Um dia, o Senhor encherá toda a terra de outros como eles (Rm 8:19-23). A colheita completa se dará quando o Senhor Jesus voltar para reinar sobre a terra.
Apesar de Tiago 1:18 se referir, originalmente, aos cristãos do século I, todos nós que honramos o nome de Cristo podemos aplicar perfeitamente esta passagem à nossa vida.
A Bíblia jamais ensina que a riqueza em si é um mal. O próprio Deus deu a Salomão tanto a riqueza como a sabedoria (1Rs 3:12,13). Tudo depende de como a riqueza é adquirida, como é usada e qual o lugar que ela ocupa no coração de quem a possui. À luz das Escrituras Sagradas, o pobre é convidado a gloriar-se em Cristo pela sua nova posição de filho de Deus e pelo que tem permanente no Céu; enquanto o rico, no encontro com o Evangelho de Cristo, é convidado por Cristo a se humilhar para compreender a natureza passageira da sua riqueza.
1. Os pobres na igreja do primeiro século. A história da igreja e os estudos mostram que a igreja do primeiro século era composta de irmãos de condição muito pobre financeiramente. A maioria vinha das classes mais humildes da sociedade; havia ricos, mas poucos. Se Tiago está escrevendo para cristãos judeus na Palestina e Síria, muitos deles, ou quem sabe todos, deviam ser pobres. Temos noticias de uma grande fome que aconteceu por volta daquela época, e é possível que os cristãos, que padeciam no ostracismo, tenham sofrido de modo particularmente severo (veja Atos11:28,29).
A pobreza, a carência, é uma das situações na vida em que o cristão é muito tentado. Ele é tentado pela falta daquilo que lhe é essencial para sua subsistência; ele também é tentado pela cobiça, pela inveja, pelo ressentimento ao ver outras pessoas receberem aquilo que ele não tem e não pode ter. Então, o irmão carente - materialmente falando - é muito provado por causa de sua situação.
A orientação de Tiago em 1:9 é que o cristão, cuja posição social e econômica é realmente baixa, deve gloriar-se na sua dignidade - “glorie-se na sua dignidade” (Tg 1:9) -, ou seja, não é pecado ser pobre, embora as igrejas neopentecostais ensinam que a vontade de Deus é que nós sejamos ricos e prósperos financeiramente. Este ensino é falso; não há em lugar nenhum do Novo Testamento esse tipo de ensino. Uma pessoa pode ser pobre e digna, especialmente se ela é cristã, se ela ama a Deus; se ela é discípula de Jesus Cristo, existe uma certa dignidade nisso. É claro que o “gloriar-se“, neste contexto, não significa a vanglória arrogante de alguém considerada poderosa, mas o alegre orgulho possuído pela pessoa que valoriza aquilo que Deus valoriza.
A palavra “dignidade” (”exaltação”, ARC) é usada em outros lugares do Novo Testamento como descrição do reino celestial ao qual Cristo foi elevado (Ef 4:8) e de onde desce o Espírito Santo (Lc 24:49). Pela fé, agora os crentes pertencem ao reino celestial como cidadãos (Fp 3:20) e também aguardam do Céu o Senhor Jesus, que transformará o “nosso corpo de humilhação” em “corpo da sua glória” (Fp 3:21). Podemos afirmar, então, que “dignidade” inclui o gozo atual que o crente tem em seu “status” espiritual exaltado e também a esperança de participar do glorioso e eterno reino de Cristo.
É justamente esta combinação do “status” atual e da herança futura que Tiago destaca em Tiago 2.5: “Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam?“. É claro que Tiago não é da Teologia da Libertação, que diz que Deus fez uma opção preferencial pelos pobres; aqui, ele está constatando uma realidade de que através da história o número de cristãos que vem das camadas mais humildes da sociedade é muito maior do que aqueles que vieram de entre os ricos, nobres, poderosos, influentes, intelectuais e os fazedores de opiniões deste mundo. É só ler a história da igreja que veremos que isso é uma verdade. Então há uma dignidade que os irmãos humildes se lembrem disso, e que Deus os recebe em seu reino.
2. Os ricos na igreja Antiga. ”E o rico, na sua insignificância, porque ele passará como a flor da erva“(Tg 1:10). No início existiam poucos ricos na igreja; muitos que eram detentores de posses vendiam suas propriedades para serem repartidos com os pobres. Também, por serem cristãos, estavam sujeitos a todo tipo de assédio da classe dominante do governo local: havia prisões, arrestamento de bens, tortura e morte. E os judeus - não cristãos - proprietários de muitos bens negligenciavam as obrigações que pesavam sobre eles (Lv 19:10; 23:22; Dt 15:1-18; 1Tm 6:9,17-19). Por causa disso, e pelas suas atitudes, eles eram frequentemente repreendidos por Deus (Am 2:4-8; Lc 6.24; 18.24,25).
Tiago diz que os ricos são como a flor da erva, aquela flor bonita que existe nas campinas, mas que com o calor do sol se secam, se murcham; assim, os ricos passarão na sua insignificância. Portanto, não cobicem as riquezas, diz Tiago para aqueles crentes pobres do primeiro século; não fiquem com inveja dos ricos porque eles passarão num instante e vocês são herdeiros do reino que Deus tem reservado àqueles que O amam.
A lição aqui é que não devemos permitir que as alterações da nossa situação financeira influenciem o nosso compromisso com Deus. Se somos pobres, se temos uma condição humilde, gloriemo-nos nisso, demos graças a Deus por isso. Contudo, se temos condição de progredir, que o façamos; mas se não, lembremos que Deus nos tem reservado um tesouro ainda muito maior e infinitamente muito melhor. E se temos alguma riqueza material aqui neste mundo, lembremos que ela é passageira! Recentemente, o mundo passou por uma crise financeira, que veio de repente, de um dia para o outro muitos milionários ficaram na miséria, entre eles cristãos. Nos Estados Unidos, pessoas venderam suas mansões por míseros dólares, mansões que valiam milhões de dólares, para ter alguma coisa para sobreviver. O mundo está cheio de histórias de pessoas que eram riquíssimas, eram tranquilas financeiramente, mas que no dia seguinte amanheceram pobres sem absolutamente nada.
Se a nossa felicidade e estabilidade espiritual vão depender da oscilação da nossa situação financeira ou do sistema financeiro mundial, então nunca seremos cristãos perseverantes. Nós não devemos depender dessas coisas. Devemos, sim, colocar a nossa confiança em Deus e aguardar nEle e nEle ter o nosso conforto apenas. Esta é a orientação de Tiago.
3. Perante Deus, pobres e ricos são iguais. “O rico e o pobre se encontram; a todos o Senhor os fez”(Pv 22:2). “O que oprime o pobre insulta àquele que o criou, mas o que se compadece do necessitado o honra”(Pv 14:31). Não há predileção entre o rico e o pobre. Ambos foram criados por Deus. São gêmeos com aparências díspares.
Num texto que lembra bastante as denúncias dos profetas do Antigo Testamento, Tiago pronuncia julgamento sobre os ricos (Tg 5:1-6). E, da mesma forma que os “pobres” nos salmos, os cristãos devem olhar para o Senhor com paciência e perseverança, a fim de receberem livramento (Tg 5:7-11).
Contudo, nem Tiago nem os profetas condenam os ricos pelo simples fato de serem ricos. Tiago, por exemplo, enumera os pecados específicos pelos quais “o rico” será julgado: um egoísta acúmulo de dinheiro (Tg 5:2,3); luxo sem sentido (Tg 5:5); fraude contra o trabalhador (Tg 5:4); e perseguição ao justo (Tg 5:6). O fato de que Tiago não condena o rico, só porque ele é rico, provavelmente também é demonstrado em Tg 1:10,11, onde é possível que o “rico” seja um “irmão” em Cristo.
Portanto, jamais se pode avaliar a espiritualidade de uma pessoa pelo que ela possui de bens materiais. O pobre ao ser provado deve dizer: mas quão rico eu sou! O rico ao ser provado pelas glórias do mundo deve dizer: quão vulnerável eu sou! Cada um deve olhar para a sua vida na perspectiva da eternidade. II. DEUS SÓ FAZ O BEM (Tg 1:16,17)
1. Não erreis (Tg 1:16). “Não erreis, meus amados irmãos“. Este versículo atua como uma transição entre Tg 1:12-15 e 17-18. Atribuir a Deus o intento maligno de tentar as pessoas é um assunto sério. Tiago quer ter a certeza de que seus leitores não se “enganarão” nesta questão. Muitas vezes, as pessoas que caem em pecado culpam Deus em vez de assumir a responsabilidade. Perguntam ao Criador: “Por que me fizeste assim?”. Proceder assim é enganar-se a si mesmo. Tudo o que Deus faz é bom. Na verdade, Ele é a fonte de “toda dádiva e todo dom perfeito” (Tg 1:17).
Como expusemos na Aula 02, de uma maneira que não sabemos explicar, Deus não é responsável pelos atos pecaminosos de suas criaturas; por isso, elas darão conta de seus atos pecaminosos junto a Deus; por isto, Deus não é injusto quando Ele as conduz para a condenação. A Bíblia responsabiliza o ser humano pelo pecado e pela decisão errada que ele comete. Não deixemos que a nossa fé venha esmaecer nem por um minuto, em pensar que a graça de Deus, que a soberania de Deus, nos dá uma desculpa para o pecado. Nós somos responsabilizados pelas Escrituras por todas as nossas ações. Portanto, “não erreis, meus amados irmãos”.
2. Toda boa dádiva e todo dom vêm de Deus. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto…” (Tg 1:17). Tudo o que Deus nos dá é bom. Toda boa dádiva procede das Suas mãos. Ele, muitas vezes, nos dá não o que pedimos, mas o que precisamos. Seriamos destruídos se Deus deferisse todas nossas orações. Muitas vezes pedimos uma pedra, pensando que estamos pedindo um pão; pedimos uma serpente, pensando que estamos pedindo um peixe. Deus, então, é tão bondoso, que não nos dá o que pedimos, mas o que necessitamos. Elizabeth George registra uma sublime mensagem sobre os paradoxos da oração:
Pedi a Deus força, para que eu pudesse alcançar êxito. Fui enfraquecido, para que pudesse aprender a humildade para obedecer…
Pedi saúde, para que eu pudesse fazer grandes coisas. Fiquei enfermo, para que pudesse fazer coisas melhores…
Pedi riquezas, para que eu pudesse ser feliz. Foi me dada a pobreza, para que eu pudesse ser sábio…
Pedi poder, para que eu pudesse ter o louvor dos homens. Recebi fraqueza, para que eu sentisse a necessidade de Deus…
Pedi todas as coisas, para que pudesse desfrutar a vida. Foi me dada a vida, para que eu pudesse desfrutar todas as coisas…
Não recebi nada do que pedi, mas tudo de que precisava.
Quase que a despeito de mim mesmo, minhas orações não respondidas foram respondidas. Eu sou, dentre todos os homens, o mais ricamente abençoado (George, Elizabeth. Tiago - Crescendo em sabedoria e fé).
3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das luzes. ”Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1:17). De Deus só pode vir o bem. Todo o bem que temos e experimentamos vem lá do alto, do Pai das luzes, que é imutável.
Note que Tiago chama Deus de “Pai das luzes“; na Bíblia, a palavra pai significa, por vezes, criador ou fonte (cf. Jó 38:28). Assim, Deus é o Criador ou a fonte das luzes. Mas o que são essas luzes? Sem dúvida, compreendem os corpos celestes: o sol, a lua e as estrelas (Gn 1:14-18; Sl 136:7). Deus é a fonte de toda forma de luz existente no universo, “em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”. Deus é diferente de todos os corpos celestes criados por Ele. Enquanto estes estão sempre mudando, Deus permanece imutável.
É possível que Tiago tenha pensado não apenas no brilho declinante do sol e das estrelas, mas também em sua mudança de posição em relação à Terra, à medida que esta realiza sua rotação.
Os corpos celestes são caracterizados por variações. A expressão “sombra de mudança” pode significar sombra provocada por uma mudança. Neste caso, talvez se refira às sombras que incidem sobre a Terra por seu movimento em torno do sol. Deus é totalmente diferente; nele não há variação, não há sombra provocada por mudança. A sua criação gira, move, muda de posição; todavia, o Pai das luzes é imutável no seu propósito de nos fazer o bem. Ele não muda, ou seja, não é aquele que um dia nos ama, outro dia está com raiva de nós e nos manda a tentação para nos destruir, não. Seu propósito é imutável. Nele não há variação, nem mudança de sombra como existe nos luzeiros que Ele criou.
III. PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1:18)
“Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”.
1. Algo que somente Deus faz. Um exemplo maravilhoso das boas coisas que Deus nos dá é o nascimento espiritual, a regeneração. Nós somos salvos porque Deus decidiu nos tornar “primícias das suas criaturas” (seus próprios filhos). O nosso nascimento espiritual não se dá por acidente, nem porque Deus tinha que fazê-lo. Ser gerado de novo (2Co 5:17) é um presente para todos os crentes (veja João 3:3-8; Rm 12;2; Ef 1:5; Tt 3:5; 1Pedro 1:3,23; 1João 3:9), é uma ação realizada exclusivamente por Deus através do Santo Espírito; Ele limpa o homem dos seus pecados (Is 1:18), dando-lhe perdão e implantando-lhe um novo caráter.
2. A Palavra da verdade. A Palavra da verdade é o Evangelho, as Boas Novas da salvação (Ef 1:13; Cl 1:5; 2Tm 2:15). Como um proeminente exemplo das boas dádivas divinas, Tiago menciona o fato de que Deus “nos gerou pela palavra da verdade”.
“Ele nos gerou“ é uma descrição do novo nascimento. Por meio do nascimento espiritual, nos tornamos seus filhos. Isto Ele fez a partir de sua determinação espontânea e gratuita, “segundo o seu querer”. Ou seja, Ele não foi obrigado a nos salvar por algum mérito nosso. Ele nos salvou segundo o seu livre querer. Não tínhamos como merecer, conquistar e nem comprar o amor de Deus por nós. Ele o expressou de forma inteiramente voluntário. Que motivo extraordinário de adoração!
O instrumento através do qual Deus realiza este nascimento espiritual é o Evangelho, a Palavra da verdade. Fomos gerados pela Palavra da Verdade, que salva a nossa alma (Tg 1:21). Assim como o nascimento natural vem pelo relacionamento do pai e da mãe, o nascimento espiritual vem por meio da Palavra e do Espírito (1Pedro 1:23). As Escrituras Sagradas, expressas na forma oral ou escrita, participam de todas as conversões autênticas. Sem a Bíblia não conheceríamos o caminho para a salvação. Aliás, nem saberíamos que Deus nos oferece a salvação!
Assim, a despeito de todas as circunstâncias difíceis da vida, podemos aplicar essa verdade afirmando que somos filhos de Deus, as primícias entre as criaturas do Senhor. Os destinatários da Epístola de Tiago, que sofriam grandes provações e tentações, precisavam saber dessa verdade.
3. O propósito de Deus. Tiago diz que o principal propósito de Deus é fazer da pessoa regenerada primícias das suas criaturas - “… para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”.
No Antigo Testamento, as primícias eram a colheita do melhor fruto (Lv 23:10,11; Êx 23:19; Dt 18:4). Os cristãos para os quais Tiago escreveu faziam parte dos primeiros convertidos da Dispersão cristã. Por certo, todos os cristãos são como que primícias das criaturas de Deus, mas a expressão aqui se refere, primeiramente, aos cristãos judeus para quem Tiago escreve.
No Antigo Testamento, as primícias eram oferecidas a Deus em gratidão por sua generosidade e em reconhecimento a tudo que vem dele e pertence a Ele. Assim, todos os cristãos devem se apresentar a Deus como sacrifícios vivos (Rm 12:1,2).
Tiago compara os destinatários originais de sua Epístola aos primeiros feixes de cereal da colheita de Cristo. Serão seguidos de outros ao longo dos séculos, mas foram separados como padrão para mostrar os frutos da nova criação. Um dia, o Senhor encherá toda a terra de outros como eles (Rm 8:19-23). A colheita completa se dará quando o Senhor Jesus voltar para reinar sobre a terra.
Apesar de Tiago 1:18 se referir, originalmente, aos cristãos do século I, todos nós que honramos o nome de Cristo podemos aplicar perfeitamente esta passagem à nossa vida.
Todo
aquele que é gerado pela Palavra da verdade possui um comportamento
irrefragável de um verdadeiro filho de
Deus, diante de um mundo de tanta desigualdade em todas as áreas da vida. O seu
relacionamento íntimo com Deus e a aplicação das Escrituras Sagradas à sua vida
diária, faze-o suportar, com alegria, todas as situações adversas. Ele é “ciente de como se deve proceder na
casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”
(1Tm 3:15). Ele écônscio do seu maior desafio: fazer o Evangelho ser conhecido
num mundo dominado por relacionamentos distorcidos.
——
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - nº 59 - CPAD.
William Macdonald - Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.
Douglas J. Môo. Tiago. Introdução e Comentário. Vida Nova.
Rev. Hernandes Dias Lopes - Tiago (Transformando Provas em Triunfo). Hagnos.
Comentário do Novo Testamento - Aplicação Pessoal. CPAD.
Silas Daniel & Alexandre Coelho - Tiago - Fé e Obras. CPAD.
——
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - nº 59 - CPAD.
William Macdonald - Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.
Douglas J. Môo. Tiago. Introdução e Comentário. Vida Nova.
Rev. Hernandes Dias Lopes - Tiago (Transformando Provas em Triunfo). Hagnos.
Comentário do Novo Testamento - Aplicação Pessoal. CPAD.
Silas Daniel & Alexandre Coelho - Tiago - Fé e Obras. CPAD.
Publicado no Blog do Luciano de Paula
Lourenço
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17/07/2014
A Importância da Sabedoria Humilde
Texto Base: Tiago 1:5; 3:13-18
“Não desamparares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a e ela te conservará” (Pv 4:6)
“Não desamparares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a e ela te conservará” (Pv 4:6)
INTRODUÇÃO
Tiago escreveu a Epístola que leva o seu nome com dois objetivos precípuos: Primeiro, confortar as igrejas para as quais ele escreve em meio a muitas tribulações as quais ele estava passando. Os cristãos no século primeiro estavam sujeitos a todo tipo de assédio da polícia local: havia prisões, arrestamento de bens, tortura e eventualmente a morte. Existiam problemas financeiros. No capítulo cinco, Tiago faz menção a injustiças cometidas pelos patrões ricos opressores. Ele consola os cristãos que trabalhavam nos campos desses senhores, proprietários de terras. Em fim, era uma igreja muito sofrida e que precisava de conforto, precisava de consolo da parte de Deus.
Segundo, corrigir algumas deficiências na fé e na prática desses irmãos. Aparentemente esta comunidade - tudo indica de judeus convertidos ao cristianismo -, não tinha ainda compreendido plenamente todas as implicações do evangelho. Eles não estavam enfrentando as tribulações e o sofrimento da maneira correta. Por isso que Tiago tem de dizer para eles como eles deviam passar pelo sofrimento. Quando lemos a Epístola toda de Tiago temos a impressão que aqueles irmãos tinham uma compreensão deficiente da doutrina fundamental do cristianismo, que é a doutrina de que somente somos justificados pela fé, sem as obras da lei. Para eles, se você é justificado pela fé em Cristo Jesus, o que você faz ou como você vive isso não vai ter muito impacto em seurelacionamento com Deus. Isto é o que em Teologia nós
chamamos de antinomianismo,
ou seja, a ideia de que a fé e a graça excluem as obras, atitude, comportamento
e o andar diante de Deus. Então Tiago Tg 2:14-26, confronta essa compreensão
errada, e afirma que a fé salvadora sempre vem acompanhada da evidência. Desta
feita, fé e obras são dois lados de uma mesma moeda: a fé sendo a raiz da
salvação e as obras sem fruto dela; onde tem uma vai ter a outra; onde falta
uma a outra também falta.
Nesta Aula, vamos aprender com Tiago como viver com sabedoria humilde neste mundo, no meio das provas. “Ele inicia a temática em tom de exortação, enfatizando a necessidade da sabedoria divina como condição básica de levar a igreja a viver a Palavra de Deus com alegria, coerência, segurança e responsabilidade (Tg 1:5). E isso tudo sem precisar fugir das tribulações ou negar que o crente passa por problemas”. “Como servos de Deus, somos chamados por Ele para uma vida que espelhe decisões e práticas advindas de uma sabedoria espelhada na sabedoria divina”. (1)
I. A NECESSIDADE DE PEDIRMOS SABEDORIA A DEUS (Tg 1:5)
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada”.
Todos nós carecemos de sabedoria. A Bíblia não oferece respostas específicas para as inúmeras questões que surgem ao longo da vida; não resolve os problemas de forma explícita, mas nos fornece os princípios gerais. Precisamos de sabedoria para aplicá-los aos desafios da vida diária. A sabedoria espiritual consiste, portanto, na aplicação prática dos ensinamentos de Jesus às situações do quotidiano.
1. A sabedoria que vem de Deus. ”E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus”. Quando estamos sendo provados, precisamos de sabedoria para não desperdiçar as oportunidades que Deus está nos dando para chegarmos à maturidade. A sabedoria nos ajuda a entender como usar as provas para nosso bem e para a glória de Deus. Sabedoria é olhar para a vida com os olhos de Deus. Há pessoas que têm erudição, mas não sabem viver a vida nem fazer escolhas corretas.
Há uma sabedoria que vem de Deus e outra engendrada pelo próprio homem. A sabedoria do homem vem da razão, enquanto a sabedoria de Deus vem da revelação. A sabedoria do homem desemboca no fracasso, a sabedoria de Deus dura para sempre. A Bíblia traz alguns exemplos da tolice da sabedoria do homem: Primeiro, a torre de Babel parecia ser um projeto sábio, mas terminou em fracasso e confusão (Gn 11:9). Segundo, pareceu sábio a Abraão descer ao Egito em tempo de fome em Canaã, mas os resultados provaram o contrário (Gn 12:10-20). Terceiro, o rei Saul pensou que estava sendo sábio quando colocou a sua armadura em Davi (1Sm 17:38,39).Quarto, os discípulos pensaram que estavam sendo sábios pedindo a Jesus para despedir a multidão no deserto, mas o plano de Cristo era alimentá-la por meio deles (Mt 14:13,16). Quinto, os especialistas em viagens marítimas pensaram que era sábio viajar para Roma e por isso não ouviram os conselhos de Paulo e fracassaram (At 27:9-11).
Portanto, “a sabedoria que vem de Deus é o meio pelo qual o ser humano alcança o discernimento da boa, agradável e perfeita vontade divina (Pv 3:1-5; Rm 12:1,2). Sem esta sabedoria, o ser humano vive à mercê de suas próprias iniciativas, dominado por suas emoções, sujeitando-se aos mais drásticos efeitos das suas reações” (LBM).
2. Deus é o doador da sabedoria. Deus é a fonte da sabedoria; Ele é o doador. Ele dá - “a todos” - generosamente a sabedoria necessária para que possamos viver neste mundo de forma que o agrademos e sejamos também referenciais para as pessoas que nos cercam. A generosidade de Deus é ilimitada. A generosidade de Deus não conhece limites na terra: é para todos. A generosidade de Deus não conhece limites no céu: Ele dá liberalmente. A acolhida de Deus é garantida (1:5): Deus não rejeita aquele que o busca (Sl 66:20).
3. Peça a Deus sabedoria. “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto…”. Aqui, Tiago orienta a todos os que não têm sabedoria para buscá-la, em Deus, por meio da oração. Devemos rogar ao Senhor a sabedoria de que precisamos e Ele certamente a dará como um presente divino, “e não o lança em rosto“, ou como diz na linguagem popular, “não joga na nossa cara”. Deus é o detentor da sabedoria que nos é necessária em todos os momentos, e Ele faz questão de que a tenhamos.
Perceba que há uma conexão natural entre Tg 1:4 e Tg 1:5. No verso 4 Tiago diz que o alvo de Deus é que nós não devemos ser deficientes de nada, de que não tenhamos necessidade de nada - “Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma“. E aí ele acrescenta no verso 5: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus…”. Percebe-se, então, que ele está continuando o assunto. O propósito de Deus é que não tenhamos nenhuma deficiência. E uma dessas deficiências é a sabedoria. Sabedoria que é mencionada aqui não é aquela sabedoria teórica que nós acumulamos em nossos estudos seculares, mas é a sabedoria prática, aquela que é mencionada no livro de Salmos e Provérbios - “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Sl 111:10; Pv 1:7; 15:33).
Sabedoria é você tomar as decisões certas e encaminhar a sua vida à luz do temor de Deus, fazer o que é certo. Sinceramente, é isso o que mais nos falta no meio das provações. Nós não tomamos decisões, diante dos problemas, como se faz no mundo, como os descrentes tomam. Por exemplo, se a sua empresa está com problemas, está com dificuldades, então um homem que não conhece a Deus ele vai usar de recursos ilícitos, ele vai burlar a lei, ele vai fazer negócios escusos e errados para salvar a sua empresa; mas, o cristão não pode fazer isso, ele tem que achar uma solução que está de acordo com a Palavra de Deus. Se você tem um problema com seu filho, se a sua filha tem um relacionamento com o seu namorado fora dos padrões bíblicos, morais, as pessoas do mundo não têm problema com isso, mas nós temos porque somos cristãos. Como é que vamos lidar com um filho problemático e difícil? Lá no mundo isso é fácil, mas nós não podemos tomar qualquer decisão e segui qualquer caminho quando a dificuldade bate à nossa porta. Quando estamos enfrentando o inimigo e certas dificuldades, lá no mundo as pessoas agem de forma brutal, mas um cristão não pode fazer isso. Como, então, enfrentarmos essas coisas? É aqui que precisamos de sabedoria. É o que mais precisamos no meio das provações, para achar o caminho correto, para nos comportar de uma maneira que glorifique o nome de Deus.
Tiago diz que se alguém tem falta dessa sabedoria peça a Deus. É claro que o que está por detrás aqui dessa orientação é a história de Salomão no Antigo Testamento, quando Deus apareceu a Salomão e lhe deu permissão para lhe fazer um pedido e Salomão pediu, acima de tudo, sabedoria para governar o povo de Deus; e Deus se agradou daquele pedido e concedeu a Salomão não somente sabedoria, mas inclusive tudo aquilo que ele não tinha pedido, a saber, riquezas e poder sobre os seus inimigos. O Deus de Salomão é o mesmo nosso. E Tiago, então, encoraja aos cristãos a pedir sabedoria com os seguintes argumentos:
a) que Deus dá liberalmente. Ou seja, Ele dá de maneira abundante. Ele não mede a sabedoria que nos dá literalmente. Mas Ele derrama com graça e abundância sobre nós. b) que Deus “não lança em rosto“. Por exemplo, se você vai tomar um empréstimo financeiro a um amigo, o amigo pode lançar no teu rosto que no mês anterior ele já te emprestou dinheiro. Deus não faz isso conosco; Ele não lança em rosto. Quando nos chegamos a Ele para lhe pedir sabedoria, Ele não vai dizer assim: “eu já te dei sabedoria!”; “Você já me pediu isso!”; “Lá vem você de novo!”; “Por que estás aqui outra vez?”. Não! Deus não lança em nosso rosto as nossas faltas. Mas, Ele nos acolhe como sendo a primeira vez e liberalmente nos concede, como Tiago afirma no final do verso 5: “e ser-lhe-á dada”.
Aqui está a promessa de que Deus tem prazer em dar sabedoria aos seus filhos quando estamos passando por grandes dificuldades, por grande provação e vivemos em meio de grandes tentações. Podemos, então, nos socorrer de Deus pedindo-lhe sabedoria.
É uma pena que nós deixamos para fazer isso depois; primeiro nós planejamos tudo, como vamos resolver os nossos problemas, e depois de tudo planejado nós chegamos para Deus e dizemos: “Deus, eu vou fazer desta maneira, se o Senhor puder abençoar eu agradeço”. Mas, não é isso que Tiago nos instrui. Nós temos que, em todo tempo, a primeira coisa que temos que fazer é orar quando as dificuldades batem à nossa porta.
II. A DEMONSTRAÇÃO PRÁTICA DA SABEDORIA HUMILDE (Tg 3:13)
“Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras” (ARA).
1. A sabedoria colocada em prática. Em Tg 3:13, Tiago trata da diferença entre a verdadeira sabedoria e a falsa. O autor não se refere à soma de conhecimentos de uma pessoa, mas a sua vida no dia-a-dia. O que conta não é ter o conhecimento, mas saber aplicá-lo. Tiago conclama os servos de Deus a demonstrarem sabedoria divina através de ações concretas. A pessoa sábia manifesta a vida de Cristo, uma vida na qual o fruto do Espírito é evidente (Gl 5:22,23). Como bem diz o pr. Eliezer de Lira, “a sabedoria é a virtude que devemos buscar e cultivar em nossos relacionamentos neste mundo (Mt 5:13-16)”. Portanto, a sabedoria de Deus é prática; ela muda a vida e produz bons frutos para a glória de Deus. Quem não produz frutos, produz galhos.
2. A humildade como prática cristã. Na concepção de Tiago, sabedoria e humildade devem andar juntas. O sábio tem atitudes humildes, não arrogantes. Da mesma forma que a sabedoria de que precisamos encontra sua fonte em Deus, a humildade nos faz ser sempre mais dependentes de Deus. Curiosamente falando, a obediência a Deus é uma demonstração de humildade, e não de arrogância. A desobediência a Deus e aos seus preceitos mostra o quanto podemos ser arrogantes, mas a dependência de Deus e a humildade demonstram o quanto somos obedientes a Ele. (2)
Humildade é uma condição necessária para todo aquele que quer viver como salvo. Os cristãos no princípio da Igreja foram ensinados que o orgulho, a altivez, a soberba eram coisas do mundo e que “… Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes…”(Tg 4:6). Neste mesmo sentido ensinou, também, o Apóstolo Pedro, dizendo: “… revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes“(1Pedro 5:5). Também escreveu Paulo: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo“(Fp 2:3).
Pelo que se pode observar, entre os crentes da igreja do primeiro século não havia sentimentos de grandeza, orgulho, soberba, superioridade - “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam…” (Atos 4:32).
Portanto, para andar como salvo é necessário andar em humildade. Contudo, existem muitas ideias erradas sobre o verdadeiro sentido da humildade. Vamos considerar o que não é humildade.
- Humildade não é pobreza. Normalmente quando alguém quer se referir a um irmão muito pobre costuma-se dizer: “é um irmão muito humildezinho”. Porém, nem todo pobre é humilde, bem como nem todo rico é soberbo, ou orgulhoso. Existem pobres revoltados pelo simples fato de serem pobres. Não se conformam, têm inveja dos ricos. Humildade e inveja são dois sentimentos que não podem habitar juntos.
- Humildade não é ausência de cultura. Costuma-se dizer: “aquele irmão é muito humilde, nem ler ele sabe”. Todavia, para ser orgulhoso, altivo, soberbo, não precisa saber ler. Nem todo analfabeto é humilde e nem todo letrado e sábio tem que ser altivo e soberbo. Existe uma nova geração de obreiros que possuem vários diplomas de curso superior, são muito culto, escritores, porém muitos destes deixaram a verdadeira humildade, por isso correm o risco de nem estar vivendo como salvos.
- Humildade não é aparência exterior. Não é pela aparência exterior que identificamos uma pessoa humilde. Alguém pode dizer: “Ele é muito humilde, não liga para nada, anda mal vestido, não tem vaidade“. Isto pode ser desleixo, falta de higiene, mau gosto no vestir. Humildade não é alimentar-se e vestir-se mal, podendo alimentar-se e vestir-se bem. Humildade não é ter um carro velho, podendo ter um novo. Humildade não é morar num barraco, podendo morar numa casa confortável.
Portanto, a verdadeira humildade manifesta-se de dentro para fora, não é, apenas, aparência exterior.
3. Obras em mansidão de sabedoria. ”Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras” (Tg 3:13). Se um homem for sábio e inteligente, demonstrará esses atributos num condigno proceder, juntamente com um espírito humilde resultante da sabedoria. O Senhor Jesus - a encarnação da verdadeira sabedoria -, não era orgulhoso nem arrogante, mas manso e humilde de coração (Mt 11:29). Assim, as pessoas verdadeiramente sábias podem ser distinguidas pela humildade autêntica. Alguém disse que “mansidão não é fraqueza, mas poder sob controle”. Uma pessoa que não tem controle pessoal ou domínio próprio não é sábia. Mansidão é o uso correto do poder, assim como a sabedoria é o uso correto do conhecimento.
III. O VALOR DA VERDADEIRA SABEDORIA E A ARROGÂNCIA DO SABER CONTENCIOSO (Tg 3:14-18).
A verdadeira sabedoria - a sabedoria divina - não é contenciosa nem facciosa e nem beligerante. A sabedoria do homem leva à competição, rivalidade e guerra (Tg 4:1,2), mas a sabedoria de Deus conduz à paz. Essa paz é produzida pela santidade e não pela complacência ao erro. Não se trata de paz que encobre o pecado, mas da paz fruto da confissão de pecado.
1. Sabedoria verdadeira e a arrogância do saber. Não é incomum ver pessoas de destacável conhecimento secular tornarem-se arrogantes no trato com outras que as cercam, pelo fato de serem bem dotadas intelectualmente e de um saber bastante destacável. Todavia, isto não é aceitável aos olhos de Deus. É necessária sabedoria humilde para convivermos com pessoas intelectualmente menos favorecidas. O acúmulo de conhecimento não pode obstruir nossa vida espiritual de tal forma que nos tornemos arrogantes. Sabedoria é o uso correto do conhecimento. Uma pessoa pode ser culta e tola; pode ter muito conhecimento e não saber se relacionar com as pessoas; pode ter muito conhecimento e não saber viver consigo e com os outros. Sabedoria é também olhar para a vida com os olhos de Deus.
É bom enfatizar que Tiago não condena pessoas que estudam e que se valem de seus conhecimentos ao longo de suas vidas, “mas coloca em cheque o hábito de algumas pessoas acharam-se superiores a outras porque possuem conhecimento. Estudar é muito bom, e nos torna pessoas mais capacidade para servir a Deus e ao próximo com muitos talentos, mas não pode nos tornar pessoas altivas. A soberba é tão duramente condenada por Deus que Ele resiste ao soberbo, mas dá graça ao humilde. Portanto, usufruamos do conhecimento que Deus nos permite ter, mas busquemos acima de tudo aproveitar esse conhecimento de forma sábia e com humildade”. (4)
2. Atitudes a serem evitadas. ”Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins” (Tg 3:16). Pensamentos errados produzem atitudes erradas. Uma das causas do porquê deste mundo estar tão bagunçado é que os homens têm rejeitado a sabedoria de Deus e age de acordo com a sua suposta inteligência. Tiago 3:14,16 lista duas características próprias de pessoas arrogantes: inveja e sentimento faccioso. São evidências da falsa sabedoria. São atitudes a serem evitadas pelos salvos em Cristo.
a) Quanto à inveja. O homem com sabedoria terrena é caracterizado pela inveja e ambição egoísta de seu coração; seu objetivo maior é beneficiar a si mesmo. O invejoso é implacável com seus concorrentes, orgulha-se da própria “sabedoria” que lhe trouxe sucesso. Porém, Tiago afirma que isso não é sabedoria, mas apenas vanglória infundada. É uma negação prática da verdade segundo a qual a pessoa genuinamente sábia também é genuinamente humilde.
Não é incomum que haja inveja entre as pessoas, mas pior ainda é quando esse sentimento da carne (Gl 5:21) encontra abrigo no coração dos servos de Deus. E justamente aqui encontra-se o desafio de Tiago; ele alertou para o perigo de se cobiçar ofícios espirituais na igreja (Tg 3:1). Existe sempre o risco de a liderança da igreja ser entregue a um homem com sabedoria terrena. Devemos permanecer atentos e não permitir que os princípios do mundo nos orientem nas questões espirituais. De acordo com Tiago, essa falsa sabedoria é “terrena, animal e demoníaca“ (Tg 3:15). Estes três adjetivos expressam, propositalmente, uma degeneração progressiva:
- “Terrena” . É a sabedoria deste mundo (1Co 1:20,21). A sabedoria do mundo diz: promova a você mesmo; você é melhor do que os outros. Os discípulos de Cristo discutiam quem era o maior dentre eles. A sabedoria do mundo exalta o homem e rouba a Deus da sua glória (1Co 1:27-31; ler Atos 12:21-23). O invejoso, em vez de alegrar-se com o triunfo do outro, alegra-se com seu fracasso. Ele não apenas deseja ter como o outro tem, mas tem tristeza porque não tem o que é do outro; ou seja, o invejoso ele não quer um cargo igual ao seu, ele quer o seu cargo, a sua função.
- “Animal” (ou “não-espiritual”). Que está em oposição à nova natureza que temos em Cristo; é uma sabedoria totalmente à parte do Espírito de Deus. Essa sabedoria escarnece das coisas espirituais. O mundo está cada vez mais secularizado; as coisas de Deus não importam; a Palavra de Deus não governa a vida familiar, econômica, profissional e sentimental das pessoas.
- “Demoníaca” . Que se presta a ações que remetem ao comportamento de demônios, e não de homens. Essa foi a sabedoria usada pela serpente para enganar Eva, induzindo-a a querer ser igual a Deus e fazendo-a descrer de Deus para crer nas mentiras do diabo. As pessoas hoje continuam crendo nas mentiras do diabo (Rm 1:18-25). O diabo se transfigura em anjo de luz para enganar as pessoas. Pedro revelou essa “sabedoria” quando tentou induzir Cristo a fugir da cruz (Mc 8:32,33).
b) Quanto ao sentimento faccioso. É outra característica de quem alega ter a sabedoria e nãoconsegue demonstrá-la na prática. A falsa sabedoria manifesta-se através de um sentimento faccioso. Há grandes feridas nos relacionamentos dentro das famílias e das igrejas. A palavra que Tiago usa, erithia, significa espírito de partidarismo. Subentende a inclinação por usar meios indignos e divisórios para promover os próprios interesses. Era a palavra usada por um político à cata de votos. As pessoas estão a seu favor ou estão contra você. Tiago, então, propõe à igreja um desafio àqueles que afirmavam ter a verdadeira sabedoria: eles precisavam observar a verdadeira sabedoria que vem do Céu.
Paulo alertou os crentes de Filipos sobre o perigo de estarem envolvidos na obra de Deus com motivações erradas: vanglória e partidarismo (cf Fp 2:3). Essa exortação é bastante atual!
CONCLUSÃO
A verdadeira sabedoria é humilde e faz parte da nova natureza do crente. Só pode tê-la quem é nascido de novo, regenerado. Tiago não está tratando de uma sabedoria oriunda do aprendizado secular, não; está, sim, tratando da sabedoria das Escrituras, que é Espírito e Vida. É resultado de uma intima relação com Deus, por meio do Seu filho Jesus e pela força do Espírito Santo. Por isso, então, esta sabedoria não pode ser negociada. Ela vem exclusivamente de Deus, por meio do estudo e da exposição das Escrituras Sagradas.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - nº 59 - CPAD.
William Macdonald - Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.
Douglas J. Môo. Tiago. Introdução e Comentário. Vida Nova.
Rev. Hernandes Dias Lopes - Tiago (Transformando Provas em Triunfo). Hagnos.
Comentário do Novo Testamento - Aplicação Pessoal. CPAD.
Silas Daniel & Alexandre Coelho - Tiago - Fé e Obras. CPAD.
(1) Alexandre Coelho - Fé & Obras. CPAD
(2) ibidem.
(4) Alexandre Coelho - Fé & Obras. CPAD
Tiago escreveu a Epístola que leva o seu nome com dois objetivos precípuos: Primeiro, confortar as igrejas para as quais ele escreve em meio a muitas tribulações as quais ele estava passando. Os cristãos no século primeiro estavam sujeitos a todo tipo de assédio da polícia local: havia prisões, arrestamento de bens, tortura e eventualmente a morte. Existiam problemas financeiros. No capítulo cinco, Tiago faz menção a injustiças cometidas pelos patrões ricos opressores. Ele consola os cristãos que trabalhavam nos campos desses senhores, proprietários de terras. Em fim, era uma igreja muito sofrida e que precisava de conforto, precisava de consolo da parte de Deus.
Segundo, corrigir algumas deficiências na fé e na prática desses irmãos. Aparentemente esta comunidade - tudo indica de judeus convertidos ao cristianismo -, não tinha ainda compreendido plenamente todas as implicações do evangelho. Eles não estavam enfrentando as tribulações e o sofrimento da maneira correta. Por isso que Tiago tem de dizer para eles como eles deviam passar pelo sofrimento. Quando lemos a Epístola toda de Tiago temos a impressão que aqueles irmãos tinham uma compreensão deficiente da doutrina fundamental do cristianismo, que é a doutrina de que somente somos justificados pela fé, sem as obras da lei. Para eles, se você é justificado pela fé em Cristo Jesus, o que você faz ou como você vive isso não vai ter muito impacto em seu
Nesta Aula, vamos aprender com Tiago como viver com sabedoria humilde neste mundo, no meio das provas. “Ele inicia a temática em tom de exortação, enfatizando a necessidade da sabedoria divina como condição básica de levar a igreja a viver a Palavra de Deus com alegria, coerência, segurança e responsabilidade (Tg 1:5). E isso tudo sem precisar fugir das tribulações ou negar que o crente passa por problemas”. “Como servos de Deus, somos chamados por Ele para uma vida que espelhe decisões e práticas advindas de uma sabedoria espelhada na sabedoria divina”. (1)
I. A NECESSIDADE DE PEDIRMOS SABEDORIA A DEUS (Tg 1:5)
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada”.
Todos nós carecemos de sabedoria. A Bíblia não oferece respostas específicas para as inúmeras questões que surgem ao longo da vida; não resolve os problemas de forma explícita, mas nos fornece os princípios gerais. Precisamos de sabedoria para aplicá-los aos desafios da vida diária. A sabedoria espiritual consiste, portanto, na aplicação prática dos ensinamentos de Jesus às situações do quotidiano.
1. A sabedoria que vem de Deus. ”E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus”. Quando estamos sendo provados, precisamos de sabedoria para não desperdiçar as oportunidades que Deus está nos dando para chegarmos à maturidade. A sabedoria nos ajuda a entender como usar as provas para nosso bem e para a glória de Deus. Sabedoria é olhar para a vida com os olhos de Deus. Há pessoas que têm erudição, mas não sabem viver a vida nem fazer escolhas corretas.
Há uma sabedoria que vem de Deus e outra engendrada pelo próprio homem. A sabedoria do homem vem da razão, enquanto a sabedoria de Deus vem da revelação. A sabedoria do homem desemboca no fracasso, a sabedoria de Deus dura para sempre. A Bíblia traz alguns exemplos da tolice da sabedoria do homem: Primeiro, a torre de Babel parecia ser um projeto sábio, mas terminou em fracasso e confusão (Gn 11:9). Segundo, pareceu sábio a Abraão descer ao Egito em tempo de fome em Canaã, mas os resultados provaram o contrário (Gn 12:10-20). Terceiro, o rei Saul pensou que estava sendo sábio quando colocou a sua armadura em Davi (1Sm 17:38,39).Quarto, os discípulos pensaram que estavam sendo sábios pedindo a Jesus para despedir a multidão no deserto, mas o plano de Cristo era alimentá-la por meio deles (Mt 14:13,16). Quinto, os especialistas em viagens marítimas pensaram que era sábio viajar para Roma e por isso não ouviram os conselhos de Paulo e fracassaram (At 27:9-11).
Portanto, “a sabedoria que vem de Deus é o meio pelo qual o ser humano alcança o discernimento da boa, agradável e perfeita vontade divina (Pv 3:1-5; Rm 12:1,2). Sem esta sabedoria, o ser humano vive à mercê de suas próprias iniciativas, dominado por suas emoções, sujeitando-se aos mais drásticos efeitos das suas reações” (LBM).
2. Deus é o doador da sabedoria. Deus é a fonte da sabedoria; Ele é o doador. Ele dá - “a todos” - generosamente a sabedoria necessária para que possamos viver neste mundo de forma que o agrademos e sejamos também referenciais para as pessoas que nos cercam. A generosidade de Deus é ilimitada. A generosidade de Deus não conhece limites na terra: é para todos. A generosidade de Deus não conhece limites no céu: Ele dá liberalmente. A acolhida de Deus é garantida (1:5): Deus não rejeita aquele que o busca (Sl 66:20).
3. Peça a Deus sabedoria. “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto…”. Aqui, Tiago orienta a todos os que não têm sabedoria para buscá-la, em Deus, por meio da oração. Devemos rogar ao Senhor a sabedoria de que precisamos e Ele certamente a dará como um presente divino, “e não o lança em rosto“, ou como diz na linguagem popular, “não joga na nossa cara”. Deus é o detentor da sabedoria que nos é necessária em todos os momentos, e Ele faz questão de que a tenhamos.
Perceba que há uma conexão natural entre Tg 1:4 e Tg 1:5. No verso 4 Tiago diz que o alvo de Deus é que nós não devemos ser deficientes de nada, de que não tenhamos necessidade de nada - “Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma“. E aí ele acrescenta no verso 5: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus…”. Percebe-se, então, que ele está continuando o assunto. O propósito de Deus é que não tenhamos nenhuma deficiência. E uma dessas deficiências é a sabedoria. Sabedoria que é mencionada aqui não é aquela sabedoria teórica que nós acumulamos em nossos estudos seculares, mas é a sabedoria prática, aquela que é mencionada no livro de Salmos e Provérbios - “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Sl 111:10; Pv 1:7; 15:33).
Sabedoria é você tomar as decisões certas e encaminhar a sua vida à luz do temor de Deus, fazer o que é certo. Sinceramente, é isso o que mais nos falta no meio das provações. Nós não tomamos decisões, diante dos problemas, como se faz no mundo, como os descrentes tomam. Por exemplo, se a sua empresa está com problemas, está com dificuldades, então um homem que não conhece a Deus ele vai usar de recursos ilícitos, ele vai burlar a lei, ele vai fazer negócios escusos e errados para salvar a sua empresa; mas, o cristão não pode fazer isso, ele tem que achar uma solução que está de acordo com a Palavra de Deus. Se você tem um problema com seu filho, se a sua filha tem um relacionamento com o seu namorado fora dos padrões bíblicos, morais, as pessoas do mundo não têm problema com isso, mas nós temos porque somos cristãos. Como é que vamos lidar com um filho problemático e difícil? Lá no mundo isso é fácil, mas nós não podemos tomar qualquer decisão e segui qualquer caminho quando a dificuldade bate à nossa porta. Quando estamos enfrentando o inimigo e certas dificuldades, lá no mundo as pessoas agem de forma brutal, mas um cristão não pode fazer isso. Como, então, enfrentarmos essas coisas? É aqui que precisamos de sabedoria. É o que mais precisamos no meio das provações, para achar o caminho correto, para nos comportar de uma maneira que glorifique o nome de Deus.
Tiago diz que se alguém tem falta dessa sabedoria peça a Deus. É claro que o que está por detrás aqui dessa orientação é a história de Salomão no Antigo Testamento, quando Deus apareceu a Salomão e lhe deu permissão para lhe fazer um pedido e Salomão pediu, acima de tudo, sabedoria para governar o povo de Deus; e Deus se agradou daquele pedido e concedeu a Salomão não somente sabedoria, mas inclusive tudo aquilo que ele não tinha pedido, a saber, riquezas e poder sobre os seus inimigos. O Deus de Salomão é o mesmo nosso. E Tiago, então, encoraja aos cristãos a pedir sabedoria com os seguintes argumentos:
a) que Deus dá liberalmente. Ou seja, Ele dá de maneira abundante. Ele não mede a sabedoria que nos dá literalmente. Mas Ele derrama com graça e abundância sobre nós. b) que Deus “não lança em rosto“. Por exemplo, se você vai tomar um empréstimo financeiro a um amigo, o amigo pode lançar no teu rosto que no mês anterior ele já te emprestou dinheiro. Deus não faz isso conosco; Ele não lança em rosto. Quando nos chegamos a Ele para lhe pedir sabedoria, Ele não vai dizer assim: “eu já te dei sabedoria!”; “Você já me pediu isso!”; “Lá vem você de novo!”; “Por que estás aqui outra vez?”. Não! Deus não lança em nosso rosto as nossas faltas. Mas, Ele nos acolhe como sendo a primeira vez e liberalmente nos concede, como Tiago afirma no final do verso 5: “e ser-lhe-á dada”.
Aqui está a promessa de que Deus tem prazer em dar sabedoria aos seus filhos quando estamos passando por grandes dificuldades, por grande provação e vivemos em meio de grandes tentações. Podemos, então, nos socorrer de Deus pedindo-lhe sabedoria.
É uma pena que nós deixamos para fazer isso depois; primeiro nós planejamos tudo, como vamos resolver os nossos problemas, e depois de tudo planejado nós chegamos para Deus e dizemos: “Deus, eu vou fazer desta maneira, se o Senhor puder abençoar eu agradeço”. Mas, não é isso que Tiago nos instrui. Nós temos que, em todo tempo, a primeira coisa que temos que fazer é orar quando as dificuldades batem à nossa porta.
II. A DEMONSTRAÇÃO PRÁTICA DA SABEDORIA HUMILDE (Tg 3:13)
“Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras” (ARA).
1. A sabedoria colocada em prática. Em Tg 3:13, Tiago trata da diferença entre a verdadeira sabedoria e a falsa. O autor não se refere à soma de conhecimentos de uma pessoa, mas a sua vida no dia-a-dia. O que conta não é ter o conhecimento, mas saber aplicá-lo. Tiago conclama os servos de Deus a demonstrarem sabedoria divina através de ações concretas. A pessoa sábia manifesta a vida de Cristo, uma vida na qual o fruto do Espírito é evidente (Gl 5:22,23). Como bem diz o pr. Eliezer de Lira, “a sabedoria é a virtude que devemos buscar e cultivar em nossos relacionamentos neste mundo (Mt 5:13-16)”. Portanto, a sabedoria de Deus é prática; ela muda a vida e produz bons frutos para a glória de Deus. Quem não produz frutos, produz galhos.
2. A humildade como prática cristã. Na concepção de Tiago, sabedoria e humildade devem andar juntas. O sábio tem atitudes humildes, não arrogantes. Da mesma forma que a sabedoria de que precisamos encontra sua fonte em Deus, a humildade nos faz ser sempre mais dependentes de Deus. Curiosamente falando, a obediência a Deus é uma demonstração de humildade, e não de arrogância. A desobediência a Deus e aos seus preceitos mostra o quanto podemos ser arrogantes, mas a dependência de Deus e a humildade demonstram o quanto somos obedientes a Ele. (2)
Humildade é uma condição necessária para todo aquele que quer viver como salvo. Os cristãos no princípio da Igreja foram ensinados que o orgulho, a altivez, a soberba eram coisas do mundo e que “… Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes…”(Tg 4:6). Neste mesmo sentido ensinou, também, o Apóstolo Pedro, dizendo: “… revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes“(1Pedro 5:5). Também escreveu Paulo: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo“(Fp 2:3).
Pelo que se pode observar, entre os crentes da igreja do primeiro século não havia sentimentos de grandeza, orgulho, soberba, superioridade - “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam…” (Atos 4:32).
Portanto, para andar como salvo é necessário andar em humildade. Contudo, existem muitas ideias erradas sobre o verdadeiro sentido da humildade. Vamos considerar o que não é humildade.
- Humildade não é pobreza. Normalmente quando alguém quer se referir a um irmão muito pobre costuma-se dizer: “é um irmão muito humildezinho”. Porém, nem todo pobre é humilde, bem como nem todo rico é soberbo, ou orgulhoso. Existem pobres revoltados pelo simples fato de serem pobres. Não se conformam, têm inveja dos ricos. Humildade e inveja são dois sentimentos que não podem habitar juntos.
- Humildade não é ausência de cultura. Costuma-se dizer: “aquele irmão é muito humilde, nem ler ele sabe”. Todavia, para ser orgulhoso, altivo, soberbo, não precisa saber ler. Nem todo analfabeto é humilde e nem todo letrado e sábio tem que ser altivo e soberbo. Existe uma nova geração de obreiros que possuem vários diplomas de curso superior, são muito culto, escritores, porém muitos destes deixaram a verdadeira humildade, por isso correm o risco de nem estar vivendo como salvos.
- Humildade não é aparência exterior. Não é pela aparência exterior que identificamos uma pessoa humilde. Alguém pode dizer: “Ele é muito humilde, não liga para nada, anda mal vestido, não tem vaidade“. Isto pode ser desleixo, falta de higiene, mau gosto no vestir. Humildade não é alimentar-se e vestir-se mal, podendo alimentar-se e vestir-se bem. Humildade não é ter um carro velho, podendo ter um novo. Humildade não é morar num barraco, podendo morar numa casa confortável.
Portanto, a verdadeira humildade manifesta-se de dentro para fora, não é, apenas, aparência exterior.
3. Obras em mansidão de sabedoria. ”Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras” (Tg 3:13). Se um homem for sábio e inteligente, demonstrará esses atributos num condigno proceder, juntamente com um espírito humilde resultante da sabedoria. O Senhor Jesus - a encarnação da verdadeira sabedoria -, não era orgulhoso nem arrogante, mas manso e humilde de coração (Mt 11:29). Assim, as pessoas verdadeiramente sábias podem ser distinguidas pela humildade autêntica. Alguém disse que “mansidão não é fraqueza, mas poder sob controle”. Uma pessoa que não tem controle pessoal ou domínio próprio não é sábia. Mansidão é o uso correto do poder, assim como a sabedoria é o uso correto do conhecimento.
III. O VALOR DA VERDADEIRA SABEDORIA E A ARROGÂNCIA DO SABER CONTENCIOSO (Tg 3:14-18).
A verdadeira sabedoria - a sabedoria divina - não é contenciosa nem facciosa e nem beligerante. A sabedoria do homem leva à competição, rivalidade e guerra (Tg 4:1,2), mas a sabedoria de Deus conduz à paz. Essa paz é produzida pela santidade e não pela complacência ao erro. Não se trata de paz que encobre o pecado, mas da paz fruto da confissão de pecado.
1. Sabedoria verdadeira e a arrogância do saber. Não é incomum ver pessoas de destacável conhecimento secular tornarem-se arrogantes no trato com outras que as cercam, pelo fato de serem bem dotadas intelectualmente e de um saber bastante destacável. Todavia, isto não é aceitável aos olhos de Deus. É necessária sabedoria humilde para convivermos com pessoas intelectualmente menos favorecidas. O acúmulo de conhecimento não pode obstruir nossa vida espiritual de tal forma que nos tornemos arrogantes. Sabedoria é o uso correto do conhecimento. Uma pessoa pode ser culta e tola; pode ter muito conhecimento e não saber se relacionar com as pessoas; pode ter muito conhecimento e não saber viver consigo e com os outros. Sabedoria é também olhar para a vida com os olhos de Deus.
É bom enfatizar que Tiago não condena pessoas que estudam e que se valem de seus conhecimentos ao longo de suas vidas, “mas coloca em cheque o hábito de algumas pessoas acharam-se superiores a outras porque possuem conhecimento. Estudar é muito bom, e nos torna pessoas mais capacidade para servir a Deus e ao próximo com muitos talentos, mas não pode nos tornar pessoas altivas. A soberba é tão duramente condenada por Deus que Ele resiste ao soberbo, mas dá graça ao humilde. Portanto, usufruamos do conhecimento que Deus nos permite ter, mas busquemos acima de tudo aproveitar esse conhecimento de forma sábia e com humildade”. (4)
2. Atitudes a serem evitadas. ”Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins” (Tg 3:16). Pensamentos errados produzem atitudes erradas. Uma das causas do porquê deste mundo estar tão bagunçado é que os homens têm rejeitado a sabedoria de Deus e age de acordo com a sua suposta inteligência. Tiago 3:14,16 lista duas características próprias de pessoas arrogantes: inveja e sentimento faccioso. São evidências da falsa sabedoria. São atitudes a serem evitadas pelos salvos em Cristo.
a) Quanto à inveja. O homem com sabedoria terrena é caracterizado pela inveja e ambição egoísta de seu coração; seu objetivo maior é beneficiar a si mesmo. O invejoso é implacável com seus concorrentes, orgulha-se da própria “sabedoria” que lhe trouxe sucesso. Porém, Tiago afirma que isso não é sabedoria, mas apenas vanglória infundada. É uma negação prática da verdade segundo a qual a pessoa genuinamente sábia também é genuinamente humilde.
Não é incomum que haja inveja entre as pessoas, mas pior ainda é quando esse sentimento da carne (Gl 5:21) encontra abrigo no coração dos servos de Deus. E justamente aqui encontra-se o desafio de Tiago; ele alertou para o perigo de se cobiçar ofícios espirituais na igreja (Tg 3:1). Existe sempre o risco de a liderança da igreja ser entregue a um homem com sabedoria terrena. Devemos permanecer atentos e não permitir que os princípios do mundo nos orientem nas questões espirituais. De acordo com Tiago, essa falsa sabedoria é “terrena, animal e demoníaca“ (Tg 3:15). Estes três adjetivos expressam, propositalmente, uma degeneração progressiva:
- “Terrena” . É a sabedoria deste mundo (1Co 1:20,21). A sabedoria do mundo diz: promova a você mesmo; você é melhor do que os outros. Os discípulos de Cristo discutiam quem era o maior dentre eles. A sabedoria do mundo exalta o homem e rouba a Deus da sua glória (1Co 1:27-31; ler Atos 12:21-23). O invejoso, em vez de alegrar-se com o triunfo do outro, alegra-se com seu fracasso. Ele não apenas deseja ter como o outro tem, mas tem tristeza porque não tem o que é do outro; ou seja, o invejoso ele não quer um cargo igual ao seu, ele quer o seu cargo, a sua função.
- “Animal” (ou “não-espiritual”). Que está em oposição à nova natureza que temos em Cristo; é uma sabedoria totalmente à parte do Espírito de Deus. Essa sabedoria escarnece das coisas espirituais. O mundo está cada vez mais secularizado; as coisas de Deus não importam; a Palavra de Deus não governa a vida familiar, econômica, profissional e sentimental das pessoas.
- “Demoníaca” . Que se presta a ações que remetem ao comportamento de demônios, e não de homens. Essa foi a sabedoria usada pela serpente para enganar Eva, induzindo-a a querer ser igual a Deus e fazendo-a descrer de Deus para crer nas mentiras do diabo. As pessoas hoje continuam crendo nas mentiras do diabo (Rm 1:18-25). O diabo se transfigura em anjo de luz para enganar as pessoas. Pedro revelou essa “sabedoria” quando tentou induzir Cristo a fugir da cruz (Mc 8:32,33).
b) Quanto ao sentimento faccioso. É outra característica de quem alega ter a sabedoria e nãoconsegue demonstrá-la na prática. A falsa sabedoria manifesta-se através de um sentimento faccioso. Há grandes feridas nos relacionamentos dentro das famílias e das igrejas. A palavra que Tiago usa, erithia, significa espírito de partidarismo. Subentende a inclinação por usar meios indignos e divisórios para promover os próprios interesses. Era a palavra usada por um político à cata de votos. As pessoas estão a seu favor ou estão contra você. Tiago, então, propõe à igreja um desafio àqueles que afirmavam ter a verdadeira sabedoria: eles precisavam observar a verdadeira sabedoria que vem do Céu.
Paulo alertou os crentes de Filipos sobre o perigo de estarem envolvidos na obra de Deus com motivações erradas: vanglória e partidarismo (cf Fp 2:3). Essa exortação é bastante atual!
CONCLUSÃO
A verdadeira sabedoria é humilde e faz parte da nova natureza do crente. Só pode tê-la quem é nascido de novo, regenerado. Tiago não está tratando de uma sabedoria oriunda do aprendizado secular, não; está, sim, tratando da sabedoria das Escrituras, que é Espírito e Vida. É resultado de uma intima relação com Deus, por meio do Seu filho Jesus e pela força do Espírito Santo. Por isso, então, esta sabedoria não pode ser negociada. Ela vem exclusivamente de Deus, por meio do estudo e da exposição das Escrituras Sagradas.
——
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - nº 59 - CPAD.
William Macdonald - Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.
Douglas J. Môo. Tiago. Introdução e Comentário. Vida Nova.
Rev. Hernandes Dias Lopes - Tiago (Transformando Provas em Triunfo). Hagnos.
Comentário do Novo Testamento - Aplicação Pessoal. CPAD.
Silas Daniel & Alexandre Coelho - Tiago - Fé e Obras. CPAD.
(1) Alexandre Coelho - Fé & Obras. CPAD
(2) ibidem.
(4) Alexandre Coelho - Fé & Obras. CPAD
Publicado no Blog do Luciano de Paula Lourenço
11/06/2014
3º Trimestre de 2014 Fé e obras
Este será o tema e assunto das Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de 2014
Fé e obras
Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica
Lição 1 – Tiago — Fé que se Mostra pelas Obras
Lição 2 – O Propósito da Tentação
Lição 3 – A Importância da Sabedoria Humilde
Lição 4 – Gerados pela Palavra da Verdade
Lição 5 – O Cuidado ao Falar e a Religião Pura
Lição 6 – A Verdadeira Fé não Faz Acepção de Pessoas
Lição 7 – A Fé se Manifesta em Obras
Lição 8 – O Cuidado com a Língua
Lição 9 – A Verdadeira Sabedoria se Manifesta na Prática
Lição 10 – O Perigo da Busca pela Autorrealização Humana
Lição 11 – O Julgamento e a Soberania Pertencem a Deus
Lição 12 – Os Pecados de Omissão e de Opressão
Lição 13 – A Atualidade dos Últimos Conselhos de Tiago
Em breve irei disponibilizar recursos nesta área para vocês...
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_O Ministério de Mestre ou Doutor - Luciano de Paula Lourenço
Texto Base: Mateus 7:28,29; Atos 13:1; Romanos 12:6,7; Tiago 3:1
“De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: […] se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12:6,7)
INTRODUÇÃO
“De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: […] se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12:6,7)
INTRODUÇÃO
O termo “mestre”, que aparece em Efésios 4:11, significa literalmente ensinador, isto é, aquele que ensina segundo os processos e
métodos didáticos, apelando para as faculdades lógicas da mente, da razão,
inspirado pelo Espírito Santo. O Dom Ministerial de Mestre - ou o
Dom de Ensino - é concedido por Deus a
alguns de seus servos, que são vocacionados por Ele e capacitados pelo Espírito
Santo, tendo como objetivo, por meio deles, instruir o rebanho do Senhor e
defender a fé cristã contra os inimigos da Igreja. Não é dotação natural de
conhecimento da letra, nem habilidade natural de professores e mestres de
Escola Bíblica Dominical,
colégios e faculdades; é uma aptidão do Espírito àqueles que são chamados para
o exercício do Ministério de Ensino.
I. JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA
Se houve um título
Jesus foi o maior Mestre que já viveu. Como Filho de Deus Sua missão era instruir aos outros como conhecer a Deus. Sua mensagem principal era que Deus queria nos amar e nos conhecer. Ele ensinava enquanto andava com os seus seguidores. “Jesus percorria toda a Galiléia,ensinandonas sinagogas…”(Mt
4:23). Ele ensinou em praias, em montes, em casas, caminhando, em
sinagogas e no templo. Os métodos foram os mais variados, mas Ele preferia usar
uma história ou uma parábola, isto é, as coisas simples e usuais do cotidiano.
Na terra, Ele era o Mestre por excelência. Lucas, ao sintetizar o ministério
terreno de Jesus, no início do livro de
Atos dos Apóstolos, disse que Jesus, na terra, veio “fazer e ensinar” (At 1:1).
1. Jesus era o Mestre por Excelência porque ensinava com inteligência espiritual. Jesus dava às Escrituras o sentido divino, porque o Espírito de Deus nEle estava. As palavras que saíam de sua boca eram “palavras de graça“, ou seja, palavras que vinham com poder, como resultado de uma intimidade entre Deus e o ensinador. É neste ponto que se revela a inteligência de Jesus, uma inteligência que, seguindo os padrões atuais dos estudiosos, poderiam denominar de “inteligência espiritual”.
Ainda hoje, pessoas, como Jesus, que não frequentaram grandes universidades, nem ostentam títulos acadêmicos, nem tampouco são “doutoras em divindade”, são capazes de ministrar estudos profundíssimos, extraindo riquezas do texto bíblico, porque são dotadas de “inteligência espiritual”, ou seja, têm a unção do Espírito Santo, estão envoltas pelo Espírito de Deus e, por isso, compreendem as coisas espirituais, podendo nos transmitir o que o Senhor tem deixado em sua Palavra.
2. Jesus era o Mestre por Excelência porque ensinava com “autoridade”
o que Jesus sempre aceitou foi o de Mestre (João 13:13). O ensino foi um dos pilares de todo o Seu ministério terreno. Foi Ele quem ordenou aos discípulos: “Ide, ensinai todas as nações […] ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28:19, 20).
Jesus foi o maior Mestre que já viveu. Como Filho de Deus Sua missão era instruir aos outros como conhecer a Deus. Sua mensagem principal era que Deus queria nos amar e nos conhecer. Ele ensinava enquanto andava com os seus seguidores. “Jesus percorria toda a Galiléia,ensinando
1. Jesus era o Mestre por Excelência porque ensinava com inteligência espiritual. Jesus dava às Escrituras o sentido divino, porque o Espírito de Deus nEle estava. As palavras que saíam de sua boca eram “palavras de graça“, ou seja, palavras que vinham com poder, como resultado de uma intimidade entre Deus e o ensinador. É neste ponto que se revela a inteligência de Jesus, uma inteligência que, seguindo os padrões atuais dos estudiosos, poderiam denominar de “inteligência espiritual”.
Ainda hoje, pessoas, como Jesus, que não frequentaram grandes universidades, nem ostentam títulos acadêmicos, nem tampouco são “doutoras em divindade”, são capazes de ministrar estudos profundíssimos, extraindo riquezas do texto bíblico, porque são dotadas de “inteligência espiritual”, ou seja, têm a unção do Espírito Santo, estão envoltas pelo Espírito de Deus e, por isso, compreendem as coisas espirituais, podendo nos transmitir o que o Senhor tem deixado em sua Palavra.
2. Jesus era o Mestre por Excelência porque ensinava com “autoridade”
III. A IMPORTÂNCIA
DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE
O conhecimento das verdades bíblicas
fundamentais é uma necessidade para a vida de qualquer cristão. A falta de
conhecimento destas verdades foi apontada pelo autor da Epístola aos Hebreus
como um dos motivos pelos quais aqueles crentes corriam o risco de apostatar da
fé (Hb 5:12-6:2), numa repetição do que já havia afirmado o profeta Oséias, que
denunciou que o motivo da destruição do Reino do Norte (o reino de Israel), se
deu pela falta que o povo tinha de conhecimento das coisas de Deus.
1. Uma necessidade urgente da Igreja. Como já foi dito acima, no princípio da Igreja, o Ministério de Mestre atuava prioritariamente em duas esferas: o ensino aos discípulos e a defesa da Palavra diante dos adversários da fé cristã. A narrativa do texto de Atos 13:1,2 sugere que os mestres atuavam junto com os “profetas” e “apóstolos”. Eram capacitados para descobrir, coletar, analisar, formular informações e ideias essenciais para a edificação da igreja, em razão de sua vocação carismática para uma profunda percepção da verdade divina, podendo auxiliar no discernimento se um determinado comportamento ou palavra que supostamente fosse atribuído a Deus seria originado das esferas divina, humana ou satânica.
Hoje, também, o Dom Ministerial de Mestre é sobremodo importante na igreja, como o era antes, por causa da expansão da doutrina de homens que proliferam as igrejas locais. O Espírito Santo segue capacitando, sobrenaturalmente, pessoas para ensinar a Verdade aos filhos de Deus. Como qualquer outro Dom Ministerial, a pessoa chamada por Deus para ensinar deve apresentar-se a Deus aprovado, cheio do Espírito Santo e fé, conhecedor das Escrituras e como um trabalhador que não tem do que se envergonhar (1Tm 3: 2). As Escrituras afirmam que o povo de Deus perece por falta de conhecimento (Oséias 4:6). A fé vem pela pregação da Palavra de Cristo (Rm 10:17), enquanto o conhecimento vem pelo ensino.
2. A responsabilidade de um discipulado contínuo. O ensino da Palavra de Deus, na igreja local, é indispensável e de fundamental importância, por isso deve ser contínuo. Depois da evangelização, vem o discipulado dos novos convertidos, mas o discipulado não deve ser visto como apenas algumas lições bíblicas. Ninguém deixa de ser discípulo pela idade ou por tempo de serviço. O discipulado cristão é para toda a vida! Na igreja do primeiro século o exercício deste ministério era contínuo; diz o texto bíblico: “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar…“ (At 5:42). Sem o ensino, os crentes ficam sem o conhecimento indispensável ao seu crescimento na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. 2Pe 3:18).
3. Requisitos necessários ao mestre. Apresentamos alguns requisitos importantes para a igreja reconhecer pessoas com o dom ministerial de mestre:
a) Demonstra interesse em aprender. Para quem quer ser mestre, o aprendizado é indispensável. O homem é um ser educável e nunca acaba de aprender. Aprendemos com os livros; com nossos alunos; aprendemos enquanto ensinamos. Não há melhor maneira de aprender do que tentar ensinar outra pessoa. Devemos primeiro aprender para depois ensinar. Jesus só mandou seus discípulos ensinarem, depois que com Ele haviam aprendido mais de três anos. O apóstolo Paulo determinou que os que fossem escolhidos para ser obreiros deveriam ser “aptos para ensinar” (1Tm 3:2), ou seja, que, antes, tenham aprendido. No entanto, nos dias difíceis em que vivemos, muitos querem ensinar sem nunca terem sido alunos.
b) É dedicado ao ensino da Palavra de Deus. O vocacionado tem dedicação (esmero); é aquele que almeja a excelência do ensino e se empenha em alcançá-la. “…se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12:7. ARC) ou “… o que ensina, esmere-se no fazê-lo“ (Rm 12:7. ARA). Esmero significa integralidade de tempo no Ministério - estar com a mente, o coração e a vida nesse Ministério. Ser mestre é diferente de ocupar o cargo de mestre.
c) Sabe o que ensina e como ensinar. Em Romanos 2:21 está escrito: “Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo?”. De acordo com Myer Pearlman, o professor não pode compartilhar o que não compreende, nem pode falar com autoridade se não tiver um conhecimento completo da matéria que ensina. Se você tem a intenção de entregar-se à dura tarefa de ensinar, estude sem cessar, leia com diligência acerca de tudo o que a Palavra de Deus ensina em diversos níveis, e faça um estudo sistemático das Escrituras.
d) Conhece bem a Bíblia, tem preparo intelectual. Em 2Timóteo 2:15 está escrito que devemos procurar, isto é, nos esforçarmos ao máximo para nos apresentarmos a Deus aprovados, como obreiros que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade. “Maneja”, aqui, denota “saber dividir”, como um profissional que, com perícia, utiliza a sua ferramenta de trabalho. Além do conhecimento bíblico, o mestre deve estar inteirado com o conhecimento secular. O avanço das ciências, das tecnologias, as mudanças rápidas no comportamento social provocam questões que exigem, não só o conhecimento bíblico e teológico, mas também secular.
e) Demonstra humildade. O mestre ou ensinador precisa ter o cuidado de não se considerar superior ao pastor ou dirigente de uma congregação, pelo fato de ter mais conhecimento que a média dos obreiros. Humildade, modéstia, sabedoria e equilíbrio são qualidades indispensáveis aos que são dotados por Deus de mais capacidade para se dedicarem ao ensino.
f) É exemplo para os seus alunos. “Assim falai, assim procedei“ (Tg 2:12). Na escola secular, o professor pode ser um mero transmissor de conhecimentos. Na igreja é diferente: o professor tem que ser didático e exemplar. Ensinar não é passar conhecimento simplesmente por meio de uma aula expositiva. É muito mais do que isso. Uma lição fica completa quando existe coerência entre o que é “falado” e o que é “vivido”. Pense nisso! Amém?
1. Uma necessidade urgente da Igreja. Como já foi dito acima, no princípio da Igreja, o Ministério de Mestre atuava prioritariamente em duas esferas: o ensino aos discípulos e a defesa da Palavra diante dos adversários da fé cristã. A narrativa do texto de Atos 13:1,2 sugere que os mestres atuavam junto com os “profetas” e “apóstolos”. Eram capacitados para descobrir, coletar, analisar, formular informações e ideias essenciais para a edificação da igreja, em razão de sua vocação carismática para uma profunda percepção da verdade divina, podendo auxiliar no discernimento se um determinado comportamento ou palavra que supostamente fosse atribuído a Deus seria originado das esferas divina, humana ou satânica.
Hoje, também, o Dom Ministerial de Mestre é sobremodo importante na igreja, como o era antes, por causa da expansão da doutrina de homens que proliferam as igrejas locais. O Espírito Santo segue capacitando, sobrenaturalmente, pessoas para ensinar a Verdade aos filhos de Deus. Como qualquer outro Dom Ministerial, a pessoa chamada por Deus para ensinar deve apresentar-se a Deus aprovado, cheio do Espírito Santo e fé, conhecedor das Escrituras e como um trabalhador que não tem do que se envergonhar (1Tm 3: 2). As Escrituras afirmam que o povo de Deus perece por falta de conhecimento (Oséias 4:6). A fé vem pela pregação da Palavra de Cristo (Rm 10:17), enquanto o conhecimento vem pelo ensino.
2. A responsabilidade de um discipulado contínuo. O ensino da Palavra de Deus, na igreja local, é indispensável e de fundamental importância, por isso deve ser contínuo. Depois da evangelização, vem o discipulado dos novos convertidos, mas o discipulado não deve ser visto como apenas algumas lições bíblicas. Ninguém deixa de ser discípulo pela idade ou por tempo de serviço. O discipulado cristão é para toda a vida! Na igreja do primeiro século o exercício deste ministério era contínuo; diz o texto bíblico: “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar…“ (At 5:42). Sem o ensino, os crentes ficam sem o conhecimento indispensável ao seu crescimento na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. 2Pe 3:18).
3. Requisitos necessários ao mestre. Apresentamos alguns requisitos importantes para a igreja reconhecer pessoas com o dom ministerial de mestre:
a) Demonstra interesse em aprender. Para quem quer ser mestre, o aprendizado é indispensável. O homem é um ser educável e nunca acaba de aprender. Aprendemos com os livros; com nossos alunos; aprendemos enquanto ensinamos. Não há melhor maneira de aprender do que tentar ensinar outra pessoa. Devemos primeiro aprender para depois ensinar. Jesus só mandou seus discípulos ensinarem, depois que com Ele haviam aprendido mais de três anos. O apóstolo Paulo determinou que os que fossem escolhidos para ser obreiros deveriam ser “aptos para ensinar” (1Tm 3:2), ou seja, que, antes, tenham aprendido. No entanto, nos dias difíceis em que vivemos, muitos querem ensinar sem nunca terem sido alunos.
b) É dedicado ao ensino da Palavra de Deus. O vocacionado tem dedicação (esmero); é aquele que almeja a excelência do ensino e se empenha em alcançá-la. “…se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12:7. ARC) ou “… o que ensina, esmere-se no fazê-lo“ (Rm 12:7. ARA). Esmero significa integralidade de tempo no Ministério - estar com a mente, o coração e a vida nesse Ministério. Ser mestre é diferente de ocupar o cargo de mestre.
c) Sabe o que ensina e como ensinar. Em Romanos 2:21 está escrito: “Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo?”. De acordo com Myer Pearlman, o professor não pode compartilhar o que não compreende, nem pode falar com autoridade se não tiver um conhecimento completo da matéria que ensina. Se você tem a intenção de entregar-se à dura tarefa de ensinar, estude sem cessar, leia com diligência acerca de tudo o que a Palavra de Deus ensina em diversos níveis, e faça um estudo sistemático das Escrituras.
d) Conhece bem a Bíblia, tem preparo intelectual. Em 2Timóteo 2:15 está escrito que devemos procurar, isto é, nos esforçarmos ao máximo para nos apresentarmos a Deus aprovados, como obreiros que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade. “Maneja”, aqui, denota “saber dividir”, como um profissional que, com perícia, utiliza a sua ferramenta de trabalho. Além do conhecimento bíblico, o mestre deve estar inteirado com o conhecimento secular. O avanço das ciências, das tecnologias, as mudanças rápidas no comportamento social provocam questões que exigem, não só o conhecimento bíblico e teológico, mas também secular.
e) Demonstra humildade. O mestre ou ensinador precisa ter o cuidado de não se considerar superior ao pastor ou dirigente de uma congregação, pelo fato de ter mais conhecimento que a média dos obreiros. Humildade, modéstia, sabedoria e equilíbrio são qualidades indispensáveis aos que são dotados por Deus de mais capacidade para se dedicarem ao ensino.
f) É exemplo para os seus alunos. “Assim falai, assim procedei“ (Tg 2:12). Na escola secular, o professor pode ser um mero transmissor de conhecimentos. Na igreja é diferente: o professor tem que ser didático e exemplar. Ensinar não é passar conhecimento simplesmente por meio de uma aula expositiva. É muito mais do que isso. Uma lição fica completa quando existe coerência entre o que é “falado” e o que é “vivido”. Pense nisso! Amém?
CONCLUSÃO
O Dom Ministerial de Mestre é de
fundamental importância em todas as igrejas. Ao lado dos dons espirituais de
revelação e dos outros dons ministeriais contribui para o fortalecimento da fé
cristã, para o aperfeiçoamento e edificação dos crentes - novos convertidos ou
não. Ser mestre não é sinal de superioridade diante dos que não possuem este
Dom. Significa mais responsabilidade diante de Deus. Tiago exorta: “meus irmãos, muitos de vós não sejam
mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tg 3:1).
——–
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no Blog:http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - nº 58 - CPAD.
William Macdonald - Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.
Pr. Elinaldo Renovato - Dons Espirituais & Ministeriais(servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário). CPAD.
Efésios (Igreja, noiva gloriosa) - Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.
Wayne Grudem - Teologia Sistemática. Vida Nova.
Carlos Alberto R. de Araújo - A Igreja dos Apóstolos. CPAD
——–
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no Blog:http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - nº 58 - CPAD.
William Macdonald - Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.
Pr. Elinaldo Renovato - Dons Espirituais & Ministeriais(servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário). CPAD.
Efésios (Igreja, noiva gloriosa) - Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.
Wayne Grudem - Teologia Sistemática. Vida Nova.
Carlos Alberto R. de Araújo - A Igreja dos Apóstolos. CPAD
Publicado no blog do Luciano de Paula Lourenço
_______________________________________________
O Ministério de Pastor - Luciano de Paula Lourenço
Lição: 9 O Ministério de Pastor
Lição: 9 O Ministério de Pastor
Texto Básico: João 10:11,14; Tito 1:7-11; 1Pedro 5:2-4
“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor da a sua vida pelas ovelhas” (1João 10:11)
INTRODUÇÃO
Ser pastor é um trabalho excelente; Paulo diz que aqueles que aspiram ao episcopado excelente obra almejam (1Tm 3:1). Mas também é um trabalho árduo. Não é uma obra para gente preguiçosa, mas uma obra que exige todo esforço, todo empenho e todo zelo. As demandas internas e externas do rebanho são exaustivas, “entre elas o cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos, questões relacionadas a administração eclesiástica e o constante desafio de se dedicar à oração e ao ensino da Palavra de Deus”. Diz o Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu livro “De: Pastor A: Pastor“, que “ser ministro é viver constantemente sob pressão. O ministério é uma arena de lutas contra o poder das trevas e contra o poder da carne. Não há ministério sem lágrimas. Ser pastor é cruzar um deserto escaldante, em vez de pisar os tapetes aveludados da fama. Ser pastor é a arte de engolir sapos e vomitar diamantes. Ser pastor é estar disposto a investir a vida na vida dos outros sem receber o devido reconhecimento. Ser pastor é amar sem esperar a recompensa, é dar sem esperar receber de volta. Ser pastor é saber que o nosso galardão não nos é dado aqui, mas no céu”. (1)
I. JESUS, O SUMO PASTOR
1. Jesus é o Pastor Supremo. O escritor da Epístola aos Hebreus refere-se ao Senhor Jesus como o “grande pastor das ovelhas” (Hb 13:20) e a primeira Epístola de Pedro, por sua vez, O declara como sendo “Pastor e Bispo das vossas almas” (1Pe 2:25). “Como Pastor, apascentará o seu rebanho; entre os braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamenta, Ele as guiará mansamente” (Is 40:11).
Jesus Cristo é o Senhor da Igreja, o Seu único Mediador, o Seu Intercessor e Sumo Sacerdote. Ele é o único que está de forma absoluta, espiritual e hierarquicamente acima de qualquer líder da Igreja. Nenhum líder possui o direito de ser reconhecido como espiritualmente superior ao restante dos membros da Igreja, à semelhança de um “pontífice” entre Deus e os seres humanos, isto é, como uma espécie de “ponte” entre Deus e os discípulos. Esse tipo de posição na hierarquia religiosa ocorria no Antigo Testamento na pessoa dos sacerdotes do Templo, os quais tinham a função de mediar o encontro entre o pecador confesso e Deus, a fim de que ocorresse o recebimento do seu perdão ou o derramamento de bênçãos; mas, essa representação era uma figura de Jesus Cristo o nosso Sumo Sacerdote, por meio do qual toda e qualquer bênção o ser humano poderá alcançar. Assim, pode-se concluir que não há qualquer ministério eclesiástico humano que deva ser reconhecido como espiritualmente superior ao restante dos membros da Igreja, e por meio do qual os discípulos recorram para que as bênçãos sejam-lhes derramadas. Só Jesus Cristo é o Pastor Supremo!
2. O Pastor conhece as Suas ovelhas (João 10:14,15). ”Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai…“. Na Palestina as ovelhas eram criadas para produzir lã, sendo tosquiadas de ano em ano. Desta feita, o pastor as mantinha sob seus cuidados durante muitos anos e entre eles se desenvolvia um relacionamento de confiança e intimidade. O pastor sabia até o nome de cada uma delas e as chamava pelo nome (João 10:3).
Era esta certamente a relação existente entre Jesus e seus discípulos. Ele conhecia pessoalmente as suas ovelhas. Assim como no Antigo Testamento Jeová chamava Abraão, Moisés, Samuel, Elias, Josué e outros pelo nome, assim Jesus conhecia e chamava as pessoas individualmente. Quando Ele viu Natanael se aproximando e lhe disse: “Eis um verdadeiro israelita em quem não há dolo!”; Natanael perguntou-lhe, atônito: “Donde me conheces?”(João 1:47,48). Mais adiante, Jesus chama Zaqueu pelo nome para que desça do sicômoro onde havia se escondido. E, após a sua ascenção, Ele chamou Saulo de Tarso pelo nome, na estrada de Damasco (Lc 19:5; At 9:4). E mesmo que, ao nos convertermos, não tenhamos escutado nenhuma voz audível, nós também podemos dizer que Ele nos chamou pessoalmente, Ele nos conhece por nome. Tal conhecimento e confiança entre Jesus e seus seguidores é comparado ao relacionamento entre Jesus e o Pai: “Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai“. Portanto, a mesma união, comunhão, intimidade e o mesmo conhecimento que há entre o Pai e o Filho também existe entre o pastor e as ovelhas.
3. O pastor dá a vida pelas ovelhas (João 10:11,15). ”Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas“. O bom pastor se dedica ao bem-estar das ovelhas e toda a sua vida é dominada pelas necessidades delas. A principal reclamação de Deus contra os líderes de Israel era esta: “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?” (Ez 34:2; Jd 12). Jesus mesmo deu a vida pelas suas ovelhas. Não agiu como um empregado ou um mercenário, que faz o trabalho por dinheiro. Ele cuidou delas genuinamente, a ponto de morrer por elas. Seu grande amor se revelou em sacrifício e serviço, sacrificando a si mesmo para servir aos outros.
Uma dos diversos cuidados que o bom pastor tem é fortalecer as ovelhas que são fracas, curar as doentes, atar as feridas das que estão machucadas e buscar as que se encontram extraviadas. É desse amor sacrificial, que serve, que os pastores precisam hoje, pois muitas vezes os seres humanos, assim como as ovelhas, podem se desviar do caminho.
Jesus se comparou, ainda, a um pastor de ovelhas que deixou o resto de seu rebanho a fim de ir atrás daquela que se havia perdido. Longe de abandoná-la, na esperança de que ela pudesse sair balindo e tropeçando até encontrar o caminho de volta para casa, ele arriscou a própria vida para ir à procura dela (Lc 15:1-7). Na verdade, “o bom Pastor” deu a sua vida por suas ovelhas (Joao 10:11,15). Deliberada e voluntariamente, Jesus foi para a cruz, a fim de identificar-se conosco. Deus, em Cristo, assumiu o nosso lugar, a fim de que pudéssemos ser perdoados e feitos nova criação (2Co 5:17).
II. AS CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PASTOR
O verdadeiro pastor - que modela o seu ministério pelo do Bom Pastor -, além de ser exemplo para os fiéis e infiéis, e exemplo para sua família, ele tem, pelo menos, as seguintes características:
1. Tem um caráter íntegro. A integridade do pastor é o fundamento sobre o qual ele constrói seu ministério. Sem vida íntegra não existe pastorado. Hoje, assistimos com tristeza a muitos pastores gananciosos que mercadejam a palavra e vendem sua consciência no mercado do lucro. Há obreiros que são rigorosos com os crentes, mas vivem de forma frouxa em sua vida pessoal. Há pastores que apascentam a si mesmos, e não o rebanho. Amam a sua própria glória, em vez de buscar a honra do Salvador. 2 Tem um relacionamento pessoal com suas ovelhas. Talvez a característica mais básica dos pastores seja o relacionamento pessoal que se deve desenvolver entre o pastor e as pessoas. Cônscios devem estar de que as pessoas não são seus clientes, nem seus eleitores, pacientes ou fregueses. E muitos menos são meros nomes guardados em registro ou, pior ainda, números de um arquivo de computador. São indivíduos, pessoas que o pastor conhece e que a recíproca é verdadeira. Além do mais, cada uma tem um nome próprio, símbolo de sua unicidade e identidade; portanto, todo pastor de verdade deveria tentar lembrar o nome delas. E uma das formas de lembrar o nome das pessoas é escrevendo-os e orando por elas. Quando Paulo disse aos tessalonicenses: “Damos sempre graças a Deus por todos vós, mencionando-os em nossas orações” (1Ts 1:2), até parece que ele tinha algum tipo de lista. É, sem dúvida, o fato de mencionarmos regularmente o nome das pessoas em oração que (com muito mais certeza e rapidez do que de outra maneira) fixa esses nomes em nossa mente e memória. Quer queira ou não, esquecer o nome de alguém é um sinal de sua falta de oração como pastor.
3. Guia as suas ovelhas. No Oriente Médio o pastor, devido ao íntimo relacionamento que mantém com suas ovelhas, consegue caminhar à frente delas, chamando-as, às vezes assobiando ou tocando uma flauta, e elas o seguem. A relação de Israel com Jeová, e especialmente a passagem do povo pelo deserto, tem relação com o movimento das ovelhas que seguem o seu pastor: “Dá ouvidos, ó pastor de Israel, tu, que conduzes a José, como um rebanho (Sl 80:1). O israelita temente a Deus via a Jeová da mesma maneira: “O Senhor é meu pastor: nada me faltará… Leva-me para junto das águas de descanso…” (Sl 23:1,2). Assim, Jesus, o Bom Pastor, pegou essa mesma figura e a desenvolveu: “… as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz” (João 10:3,4).
Com os pastores cristãos acontece algo parecido. É solene responsabilidade dele guiar as pessoas de tal forma que seja seguro para elas o seguirem. Ou seja: o pastor tem de ser para as pessoas(”ovelhas”) um exemplo coerente e confiável. Convém lembrarmos que Jesus introduziu no mundo um novo estilo de liderança, a saber, a liderança pelo serviço e pelo exemplo, e não pela força. O apóstolo Pedro compreendeu isto e o ecoou em seus ensinos: “Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós… não como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho ”(1Pe 5:2,3). Com efeito, por bem ou por mal, quer gostem ou não, as pessoas vão segui-lo.
4. Alimenta as suas ovelhas. “Eu sou a porta”, disse Jesus. “Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e achará pastagem” (João 10:9). A principal preocupação dos pastores sempre é que suas ovelhas tenham o suficiente para comer. Quer sejam ovelhas criadas para lã, quer sejam de corte, a saúde delas depende de terem pastagem nutritiva. Assim, o próprio Jesus, na qualidade de bom pastor, foi sobretudo um Mestre. Ele alimentou os seus discípulos com a boa comida da sua instrução.
Os pastores de hoje têm essa mesma tremenda responsabilidade. O pastor é, acima de tudo, um mestre. Esta é a razão para duas qualidades de um presbítero explicitadas nas Epístolas Pastorais. Primeiro, o candidato deve ser “apto para ensinar” (1Tm 3:2). Segundo, ele deve reter “firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes“(Tt 1:9). Estas duas qualificações andam juntas. O pastor deve ter o dom de ensinar e, ao mesmo tempo, ser fiel ao ensino da Palavra de Deus. E, quer estejam ensinando a uma multidão ou a uma congregação, a um grupo ou a um só indivíduo (Jesus mesmo ensinou nestes três contextos), o que distingue o seu trabalho pastoral é que este é sempre um ministério da Palavra.
5. Cuida das ovelhas com ternura. O apóstolo Paulo tinha esta característica: “antes, fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos” (1Ts 2;7). Paulo tratou os crentes de Tessalônica carinhosamente como uma ama que acarecia seus filhos. A ênfase da mãe é a gentileza e a ternura. Paulo era como uma mãe afetuosa cuidando do seu bebê. Ele demonstrou pelos seus filhos na fé amor intenso, cuidado constante, dedicação sem reserva, paciência triunfadora, provisão diária, afeto explícito, proteção vigilante e disciplina amorosa. Muitos obreiros lideram o povo de Deus com truculência e rigor despótico. São ditadores implacáveis, e não pastores amorosos. Esmagam as ovelhas com sua autoridade auto-imposta, em vez de conduzir o rebanho com a ternura de uma mãe.
6. Cuida de si mesmo para não praticar o que condena. O ministério de pastor não é uma apólice de seguro contra o fracasso espiritual. Há um grande perigo de o pastor acostumar-se com o sagrado e perder de vista a necessidade de temer e tremer diante da Palavra. Os filhos de Eli carregavam a Arca da Aliança com uma vida impura. A Arca não os livrou da tragédia.
Há muitos pastores vivendo na prática de pecados e ainda mantendo a aparência. Há muitos pastores que saem dos esgotos da impureza, pois navegam no lamaçal de sites pornográficos para, depois, subir ao púlpito e exortar o povo à santidade. Essa atitude torna os pecados do pastor mais graves, mais hipócritas e mais danosos que os pecados das demais pessoas. Há pastores que causaram mais males com seus fracassos do que benefícios com seu trabalho. Se um pastor perder a credibilidade, perde também o seu ministério. A maior prioridade do obreiro não é fazer a obra de Deus, mas ter comunhão com o Deus da obra. Vida com Deus é a base do trabalho para Deus. Na verdade, Deus está mais interessado em quem nós somos do que no que nós fazemos. Pense nisso!
III. O MINISTÉRIO PASTORAL
Conforme o texto de 1Pedro 5:1-4, podemos dizer que, em termos eclesiásticos, pastor é aquele que supervisiona o rebanho; é aquele que serve debaixo da autoridade do “Supremo Pastor” cuidando das “ovelhas” de Cristo; ou melhor, ele é um mordomo do Senhor, por isso deve guardar cada uma das ovelhas que lhe confiou o Sumo Pastor. O seu ministério é o de sábio conselho, correção, encorajamento e consolo.
1. A missão do pastor. O pastor não é um voluntário, mas uma pessoa chamada por Deus. Seu ministério não é procurado, é recebido. Sua vocação não é terrena, mas celestial.
No Antigo Testamento, o termo “pastor”, literalmente, refere-se aos cuidados de um indivíduo alimentando, disciplinando e protegendo seu rebanho. A partir dessa interpretação, surgiu o conceito acerca de Deus como “Pastor de Israel” (Gn 48:15; Sl 80:1): alimentando (Is 40:11), protegendo(Am 3:12), disciplinando (Sl 23:2) e resgatando as ovelhas desgarradas (Jr 31:10; Ez 34:12) de seu rebanho. Essa ideia de “pastoreio” foi estendida aos líderes do povo de Israel, os quais atuavam sob a supervisão de Deus, como, por exemplo, os juízes, reis, profetas e sacerdotes, os quais também foram denominados “pastores” (cf. Nm 27:17; 1Rs 22:17; Jr 2:8; Ez 34:2).
No Novo Testamento, o termo “pastor” é a tradução do vocábulo grego “poimén”, podendo ser interpretado como: “pastor, guia, ministro, clérigo; superintendente, inspetor, diretor; tutor, guardião, apascentador de ovelhas”. Os escritores inspirados do Novo Testamento mantiveram a ideia veterotestamentária do termo “pastor” aplicando-o ao Senhor Jesus Cristo como o “Pastor” (João 10:2,11,14,16) e assim reconhecendo suas atribuições como Aquele que exerce a função de pastoreio do rebanho do Pai (Mt 25:32; 26:31). Jesus considerou os apóstolos como seus sucessores na missão de pastoreio da Igreja; a mesma simbologia foi perpetuada nos escritos do apóstolo Paulo com referência aos líderes que exerciam suas funções de governo das igrejas locais.
Portanto, “o verdadeiro pastor cuida das ovelhas com zeloso amor e compaixão, entregando-se totalmente às suas demandas e dando-lhes alimento espiritual através do ensino da Palavra de Deus”.
2. Uma missão polivalente. A partir do termo neotestamentário “poimén” é possível listar diversas interpretações para o ato daquele que pastoreia a Igreja, como, por exemplo:
a) Vigilância. O pastor conserva-se no constante exercício de suas funções, concentrando ou exercendo a sua influência benéfica ou protetora sobre o rebanho, além de permanecer em perene atividade. Paulo alertou para o fato dos pastores estarem vigilantes para que os lobos vorazes não penetrem no meio do rebanho. Jesus, também, fez o mesmo alerta: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”(Mt 7:15).
b) Alimentação. O pastor fortalece espiritualmente o rebanho de Cristo por meio do ensino da sua Palavra, sendo este o seu principal empreendimento. Bem diz Bernard Ramm: ”A tarefa fundamental de um pastor, na pregação, não é ser brilhante ou profundo, mas é ministrar a verdade de Deus“.
c) Proteção. O pastor preserva o rebanho dos perigos auxiliando-o quanto aos obstáculos em sua peregrinação à glória, envolvendo-se ativamente no resgate dos doutrinariamente “desgarrados”, mantendo-se atento para “defender” por meio da apologética cristã e da oração persistente a união e a unidade das ovelhas. Sua função é descrita como a de um “vigia” que, servindo sob o “estado de vela”, permanece em constante exercício, espreitando a favor de seu rebanho.
d) Despenseiro. Além dessas responsabilidades, o pastor age como o bom conciliador e administrador eclesiástico dos bens materiais, patrimoniais, das finanças e recursos humanos disponíveis para toda boa obra da igreja local.
3. O cuidado contra os falsos pastores. Quando Deus levantou Jeremias e Ezequiel como profetas de Judá, Ele ordenou-lhes que repreendessem os pastores infiéis da nação. No período do Antigo Testamento, todos os que tinham responsabilidades de lideranças, como os profetas, os sacerdotes e os reis, eram considerados pastores do povo de Israel. Quanto ao Rei, a sua missão era aconselhar e guiar o povo de Deus(1Sm 9:16; ler Dt 17:14-20); quanto ao Sacerdote, sua missão era santificar o povo, oferecer sacrifícios pelo povo e interceder pelos transgressores(Hb 5:1-3; ler Lv 10:8-11; 16; 21:1-24); quanto ao Profeta, sua missão era preservar o conhecimento e manifestar a vontade do único e verdadeiro Deus(Ez 2:1-10; ler Dt 18:20-22).
Deus se indigna contra os pastores que não respeitam as ovelhas que lhe foram confiadas. Diz Deus (Jr 23:1-4):
“1. Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor. 2. Portanto, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e delas não cuidastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor. 3. E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão e se multiplicarão. 4. E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor“.
Deus falou aos líderes de Judá que eles eram culpados de negligenciar e maltratar o rebanho dele. Preste atenção nos verbos que ele usa para descrever a conduta destes pastores: destruir, dispersar, afugentar e não cuidar. Pastores devem juntar, alimentar, cuidar, guiar e proteger. Mas, os pastores de Israel faziam tudo ao contrário! Uma coisa marcante neste parágrafo é a maneira que Deus fala do rebanho. Ele o descreve como “o meu povo”, “as ovelhas do meu pasto”e ”as minhas ovelhas”. A linguagem dele mostra o problema raiz do comportamento errado dos líderes. Eles não amavam o povo como Deus o amava! Para eles, ser pastor era uma posição de destaque, honra e privilégio. Para Deus, ser pastor era uma posição de responsabilidade, sacrifício e amor.
Hoje, ainda há muitos que olham para o cargo de pastor como uma posição de honra a ser cobiçada. Buscam o destaque e desejam a honra diante dos homens. Ao invés de agir humildemente como pastores no rebanho local (veja 1Pedro 5:1-3), apresentam-se em todo lugar com o “título” de pastor. Em outras palavras, ”Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens” (Mt 23:6-7). Tais pastores não cuidam do rebanho como devem; são falsos pastores.
Veja, também, o que Deus diz através do profeta Ezequiel contra os pastores infiéis de Israel, isto é, seus reis, sacerdotes e profetas (Ez 34:2-6):
“2. Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? 3. Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. 4. A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. 5. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam. 6. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque“.
Nota-se que as palavras do Senhor dirigidas aos líderes de Israel são de condenação absoluta desde o começo: “Ai dos pastores de Israel“. Aqueles homens achavam que as posições que ocupavam eram tão dignificadas que os tornavam, automaticamente, isentos e imunes a toda e qualquer forma de crítica. Não entendiam que as posições que ocupavam, bem como as funções executadas por eles, realmente, não os isentavam de ter que admitir seus erros, de ter que confessar seus pecados e de sofrer as graves consequências dos juízos de Deus, caso não se arrependessem.
Estas palavras, realmente duras da parte do Senhor, são motivadas pelo fato de que os pastores não são “donos” do rebanho de Deus e por este motivo não podem tratar o rebanho de Deus de qualquer maneira e de forma abusiva. Pastores, como diz o apóstolo Pedro, não passam de cooperadores submetidos ao Senhor Jesus que é chamado de Supremo Pastor (cf. 1Pedro 5:4).
CONCLUSÃO
“Precisamos de pastores que amem a Deus mais do que seu sucesso pessoal. Precisamos de pastores que se afadiguem na Palavra e tragam alimento nutritivo para o povo. Precisamos de pastores que conheçam a intimidade de Deus pela oração e sejam exemplo de piedade para o rebanho. Precisamos de pastores que deem a vida pelo rebanho em vez de explorarem o rebanho. Precisamos de pastores que tenham coragem de dizer “não” quando todos estão dizendo “sim” e, dizer “sim”, quando a maioria diz “não”. Precisamos de pastores que não se dobrem ao pragmatismo nem vendam sua consciência por dinheiro ou sucesso. Precisamos de pastores fiéis e não de pastores populares. Precisamos de homens quebrantados e não de astros ensimesmados” (Rev. Hernandes Dias Lopes. De: Pastor a: Pastor“).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no Blog:http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - nº 58 - CPAD.
William Macdonald - Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.
Pr. Elinaldo Renovato - Dons Espirituais & Ministeriais(servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário). CPAD.
Efésisos (Igreja, noiva gloriosa) - Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.
Wayne Grudem - Teologia Sistemática. Vida Nova.
Carlos Alberto R. de Araújo - A Igreja dos Apóstolos. CPAD
(1) Rev. Hernandes Dias Lopes - De: Pastor A: Pastor. HAGNOS.
John Stott. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Abu Editora
Publicado no Blog do Luciano de Paula Lourenço
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Dons Espirituais e Ministerias -
servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário.
Este é o nome da revista Lições
Bíblicas (CPAD) a ser disponibilizada ao segundo trimestre de 2014 aos
estudiosos da Palavra de Deus, com os comentários do Pr. Elinaldo Renovato.
Texto Básico: João 10:11,14; Tito 1:7-11; 1Pedro 5:2-4
“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor da a sua vida pelas ovelhas” (1João 10:11)
“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor da a sua vida pelas ovelhas” (1João 10:11)
INTRODUÇÃO
Ser pastor é um trabalho excelente; Paulo diz que aqueles que aspiram ao episcopado excelente obra almejam (1Tm 3:1). Mas também é um trabalho árduo. Não é uma obra para gente preguiçosa, mas uma obra que exige todo esforço, todo empenho e todo zelo. As demandas internas e externas do rebanho são exaustivas, “entre elas o cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos, questões relacionadas a administração eclesiástica e o constante desafio de se dedicar à oração e ao ensino da Palavra de Deus”. Diz o Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu livro “De: Pastor A: Pastor“, que “ser ministro é viver constantemente sob pressão. O ministério é uma arena de lutas contra o poder das trevas e contra o poder da carne. Não há ministério sem lágrimas. Ser pastor é cruzar um deserto escaldante, em vez de pisar os tapetes aveludados da fama. Ser pastor é a arte de engolir sapos e vomitar diamantes. Ser pastor é estar disposto a investir a vida na vida dos outros sem receber o devido reconhecimento. Ser pastor é amar sem esperar a recompensa, é dar sem esperar receber de volta. Ser pastor é saber que o nosso galardão não nos é dado aqui, mas no céu”. (1)
I. JESUS, O SUMO PASTOR
1. Jesus é o Pastor Supremo. O escritor da Epístola aos Hebreus refere-se ao Senhor Jesus como o “grande pastor das ovelhas” (Hb 13:20) e a primeira Epístola de Pedro, por sua vez, O declara como sendo “Pastor e Bispo das vossas almas” (1Pe 2:25). “Como Pastor, apascentará o seu rebanho; entre os braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamenta, Ele as guiará mansamente” (Is 40:11).
Jesus Cristo é o Senhor da Igreja, o Seu único Mediador, o Seu Intercessor e Sumo Sacerdote. Ele é o único que está de forma absoluta, espiritual e hierarquicamente acima de qualquer líder da Igreja. Nenhum líder possui o direito de ser reconhecido como espiritualmente superior ao restante dos membros da Igreja, à semelhança de um “pontífice” entre Deus e os seres humanos, isto é, como uma espécie de “ponte” entre Deus e os discípulos. Esse tipo de posição na hierarquia religiosa ocorria no Antigo Testamento na pessoa dos sacerdotes do Templo, os quais tinham a função de mediar o encontro entre o pecador confesso e Deus, a fim de que ocorresse o recebimento do seu perdão ou o derramamento de bênçãos; mas, essa representação era uma figura de Jesus Cristo o nosso Sumo Sacerdote, por meio do qual toda e qualquer bênção o ser humano poderá alcançar. Assim, pode-se concluir que não há qualquer ministério eclesiástico humano que deva ser reconhecido como espiritualmente superior ao restante dos membros da Igreja, e por meio do qual os discípulos recorram para que as bênçãos sejam-lhes derramadas. Só Jesus Cristo é o Pastor Supremo!
2. O Pastor conhece as Suas ovelhas (João 10:14,15). ”Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai…“. Na Palestina as ovelhas eram criadas para produzir lã, sendo tosquiadas de ano em ano. Desta feita, o pastor as mantinha sob seus cuidados durante muitos anos e entre eles se desenvolvia um relacionamento de confiança e intimidade. O pastor sabia até o nome de cada uma delas e as chamava pelo nome (João 10:3).
Era esta certamente a relação existente entre Jesus e seus discípulos. Ele conhecia pessoalmente as suas ovelhas. Assim como no Antigo Testamento Jeová chamava Abraão, Moisés, Samuel, Elias, Josué e outros pelo nome, assim Jesus conhecia e chamava as pessoas individualmente. Quando Ele viu Natanael se aproximando e lhe disse: “Eis um verdadeiro israelita em quem não há dolo!”; Natanael perguntou-lhe, atônito: “Donde me conheces?”(João 1:47,48). Mais adiante, Jesus chama Zaqueu pelo nome para que desça do sicômoro onde havia se escondido. E, após a sua ascenção, Ele chamou Saulo de Tarso pelo nome, na estrada de Damasco (Lc 19:5; At 9:4). E mesmo que, ao nos convertermos, não tenhamos escutado nenhuma voz audível, nós também podemos dizer que Ele nos chamou pessoalmente, Ele nos conhece por nome. Tal conhecimento e confiança entre Jesus e seus seguidores é comparado ao relacionamento entre Jesus e o Pai: “Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai“. Portanto, a mesma união, comunhão, intimidade e o mesmo conhecimento que há entre o Pai e o Filho também existe entre o pastor e as ovelhas.
3. O pastor dá a vida pelas ovelhas (João 10:11,15). ”Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas“. O bom pastor se dedica ao bem-estar das ovelhas e toda a sua vida é dominada pelas necessidades delas. A principal reclamação de Deus contra os líderes de Israel era esta: “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?” (Ez 34:2; Jd 12). Jesus mesmo deu a vida pelas suas ovelhas. Não agiu como um empregado ou um mercenário, que faz o trabalho por dinheiro. Ele cuidou delas genuinamente, a ponto de morrer por elas. Seu grande amor se revelou em sacrifício e serviço, sacrificando a si mesmo para servir aos outros.
Uma dos diversos cuidados que o bom pastor tem é fortalecer as ovelhas que são fracas, curar as doentes, atar as feridas das que estão machucadas e buscar as que se encontram extraviadas. É desse amor sacrificial, que serve, que os pastores precisam hoje, pois muitas vezes os seres humanos, assim como as ovelhas, podem se desviar do caminho.
Jesus se comparou, ainda, a um pastor de ovelhas que deixou o resto de seu rebanho a fim de ir atrás daquela que se havia perdido. Longe de abandoná-la, na esperança de que ela pudesse sair balindo e tropeçando até encontrar o caminho de volta para casa, ele arriscou a própria vida para ir à procura dela (Lc 15:1-7). Na verdade, “o bom Pastor” deu a sua vida por suas ovelhas (Joao 10:11,15). Deliberada e voluntariamente, Jesus foi para a cruz, a fim de identificar-se conosco. Deus, em Cristo, assumiu o nosso lugar, a fim de que pudéssemos ser perdoados e feitos nova criação (2Co 5:17).
Jesus Cristo é o Senhor da Igreja, o Seu único Mediador, o Seu Intercessor e Sumo Sacerdote. Ele é o único que está de forma absoluta, espiritual e hierarquicamente acima de qualquer líder da Igreja. Nenhum líder possui o direito de ser reconhecido como espiritualmente superior ao restante dos membros da Igreja, à semelhança de um “pontífice” entre Deus e os seres humanos, isto é, como uma espécie de “ponte” entre Deus e os discípulos. Esse tipo de posição na hierarquia religiosa ocorria no Antigo Testamento na pessoa dos sacerdotes do Templo, os quais tinham a função de mediar o encontro entre o pecador confesso e Deus, a fim de que ocorresse o recebimento do seu perdão ou o derramamento de bênçãos; mas, essa representação era uma figura de Jesus Cristo o nosso Sumo Sacerdote, por meio do qual toda e qualquer bênção o ser humano poderá alcançar. Assim, pode-se concluir que não há qualquer ministério eclesiástico humano que deva ser reconhecido como espiritualmente superior ao restante dos membros da Igreja, e por meio do qual os discípulos recorram para que as bênçãos sejam-lhes derramadas. Só Jesus Cristo é o Pastor Supremo!
2. O Pastor conhece as Suas ovelhas (João 10:14,15). ”Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai…“. Na Palestina as ovelhas eram criadas para produzir lã, sendo tosquiadas de ano em ano. Desta feita, o pastor as mantinha sob seus cuidados durante muitos anos e entre eles se desenvolvia um relacionamento de confiança e intimidade. O pastor sabia até o nome de cada uma delas e as chamava pelo nome (João 10:3).
Era esta certamente a relação existente entre Jesus e seus discípulos. Ele conhecia pessoalmente as suas ovelhas. Assim como no Antigo Testamento Jeová chamava Abraão, Moisés, Samuel, Elias, Josué e outros pelo nome, assim Jesus conhecia e chamava as pessoas individualmente. Quando Ele viu Natanael se aproximando e lhe disse: “Eis um verdadeiro israelita em quem não há dolo!”; Natanael perguntou-lhe, atônito: “Donde me conheces?”(João 1:47,48). Mais adiante, Jesus chama Zaqueu pelo nome para que desça do sicômoro onde havia se escondido. E, após a sua ascenção, Ele chamou Saulo de Tarso pelo nome, na estrada de Damasco (Lc 19:5; At 9:4). E mesmo que, ao nos convertermos, não tenhamos escutado nenhuma voz audível, nós também podemos dizer que Ele nos chamou pessoalmente, Ele nos conhece por nome. Tal conhecimento e confiança entre Jesus e seus seguidores é comparado ao relacionamento entre Jesus e o Pai: “Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai“. Portanto, a mesma união, comunhão, intimidade e o mesmo conhecimento que há entre o Pai e o Filho também existe entre o pastor e as ovelhas.
3. O pastor dá a vida pelas ovelhas (João 10:11,15). ”Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas“. O bom pastor se dedica ao bem-estar das ovelhas e toda a sua vida é dominada pelas necessidades delas. A principal reclamação de Deus contra os líderes de Israel era esta: “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?” (Ez 34:2; Jd 12). Jesus mesmo deu a vida pelas suas ovelhas. Não agiu como um empregado ou um mercenário, que faz o trabalho por dinheiro. Ele cuidou delas genuinamente, a ponto de morrer por elas. Seu grande amor se revelou em sacrifício e serviço, sacrificando a si mesmo para servir aos outros.
Uma dos diversos cuidados que o bom pastor tem é fortalecer as ovelhas que são fracas, curar as doentes, atar as feridas das que estão machucadas e buscar as que se encontram extraviadas. É desse amor sacrificial, que serve, que os pastores precisam hoje, pois muitas vezes os seres humanos, assim como as ovelhas, podem se desviar do caminho.
Jesus se comparou, ainda, a um pastor de ovelhas que deixou o resto de seu rebanho a fim de ir atrás daquela que se havia perdido. Longe de abandoná-la, na esperança de que ela pudesse sair balindo e tropeçando até encontrar o caminho de volta para casa, ele arriscou a própria vida para ir à procura dela (Lc 15:1-7). Na verdade, “o bom Pastor” deu a sua vida por suas ovelhas (Joao 10:11,15). Deliberada e voluntariamente, Jesus foi para a cruz, a fim de identificar-se conosco. Deus, em Cristo, assumiu o nosso lugar, a fim de que pudéssemos ser perdoados e feitos nova criação (2Co 5:17).
II. AS CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PASTOR
O verdadeiro pastor - que modela o seu ministério pelo do Bom Pastor -, além de ser exemplo para os fiéis e infiéis, e exemplo para sua família, ele tem, pelo menos, as seguintes características:
1. Tem um caráter íntegro. A integridade do pastor é o fundamento sobre o qual ele constrói seu ministério. Sem vida íntegra não existe pastorado. Hoje, assistimos com tristeza a muitos pastores gananciosos que mercadejam a palavra e vendem sua consciência no mercado do lucro. Há obreiros que são rigorosos com os crentes, mas vivem de forma frouxa em sua vida pessoal. Há pastores que apascentam a si mesmos, e não o rebanho. Amam a sua própria glória, em vez de buscar a honra do Salvador. 2 Tem um relacionamento pessoal com suas ovelhas. Talvez a característica mais básica dos pastores seja o relacionamento pessoal que se deve desenvolver entre o pastor e as pessoas. Cônscios devem estar de que as pessoas não são seus clientes, nem seus eleitores, pacientes ou fregueses. E muitos menos são meros nomes guardados em registro ou, pior ainda, números de um arquivo de computador. São indivíduos, pessoas que o pastor conhece e que a recíproca é verdadeira. Além do mais, cada uma tem um nome próprio, símbolo de sua unicidade e identidade; portanto, todo pastor de verdade deveria tentar lembrar o nome delas. E uma das formas de lembrar o nome das pessoas é escrevendo-os e orando por elas. Quando Paulo disse aos tessalonicenses: “Damos sempre graças a Deus por todos vós, mencionando-os em nossas orações” (1Ts 1:2), até parece que ele tinha algum tipo de lista. É, sem dúvida, o fato de mencionarmos regularmente o nome das pessoas em oração que (com muito mais certeza e rapidez do que de outra maneira) fixa esses nomes em nossa mente e memória. Quer queira ou não, esquecer o nome de alguém é um sinal de sua falta de oração como pastor.
3. Guia as suas ovelhas. No Oriente Médio o pastor, devido ao íntimo relacionamento que mantém com suas ovelhas, consegue caminhar à frente delas, chamando-as, às vezes assobiando ou tocando uma flauta, e elas o seguem. A relação de Israel com Jeová, e especialmente a passagem do povo pelo deserto, tem relação com o movimento das ovelhas que seguem o seu pastor: “Dá ouvidos, ó pastor de Israel, tu, que conduzes a José, como um rebanho (Sl 80:1). O israelita temente a Deus via a Jeová da mesma maneira: “O Senhor é meu pastor: nada me faltará… Leva-me para junto das águas de descanso…” (Sl 23:1,2). Assim, Jesus, o Bom Pastor, pegou essa mesma figura e a desenvolveu: “… as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz” (João 10:3,4).
Com os pastores cristãos acontece algo parecido. É solene responsabilidade dele guiar as pessoas de tal forma que seja seguro para elas o seguirem. Ou seja: o pastor tem de ser para as pessoas(”ovelhas”) um exemplo coerente e confiável. Convém lembrarmos que Jesus introduziu no mundo um novo estilo de liderança, a saber, a liderança pelo serviço e pelo exemplo, e não pela força. O apóstolo Pedro compreendeu isto e o ecoou em seus ensinos: “Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós… não como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho ”(1Pe 5:2,3). Com efeito, por bem ou por mal, quer gostem ou não, as pessoas vão segui-lo.
4. Alimenta as suas ovelhas. “Eu sou a porta”, disse Jesus. “Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e achará pastagem” (João 10:9). A principal preocupação dos pastores sempre é que suas ovelhas tenham o suficiente para comer. Quer sejam ovelhas criadas para lã, quer sejam de corte, a saúde delas depende de terem pastagem nutritiva. Assim, o próprio Jesus, na qualidade de bom pastor, foi sobretudo um Mestre. Ele alimentou os seus discípulos com a boa comida da sua instrução.
Os pastores de hoje têm essa mesma tremenda responsabilidade. O pastor é, acima de tudo, um mestre. Esta é a razão para duas qualidades de um presbítero explicitadas nas Epístolas Pastorais. Primeiro, o candidato deve ser “apto para ensinar” (1Tm 3:2). Segundo, ele deve reter “firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes“(Tt 1:9). Estas duas qualificações andam juntas. O pastor deve ter o dom de ensinar e, ao mesmo tempo, ser fiel ao ensino da Palavra de Deus. E, quer estejam ensinando a uma multidão ou a uma congregação, a um grupo ou a um só indivíduo (Jesus mesmo ensinou nestes três contextos), o que distingue o seu trabalho pastoral é que este é sempre um ministério da Palavra.
5. Cuida das ovelhas com ternura. O apóstolo Paulo tinha esta característica: “antes, fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos” (1Ts 2;7). Paulo tratou os crentes de Tessalônica carinhosamente como uma ama que acarecia seus filhos. A ênfase da mãe é a gentileza e a ternura. Paulo era como uma mãe afetuosa cuidando do seu bebê. Ele demonstrou pelos seus filhos na fé amor intenso, cuidado constante, dedicação sem reserva, paciência triunfadora, provisão diária, afeto explícito, proteção vigilante e disciplina amorosa. Muitos obreiros lideram o povo de Deus com truculência e rigor despótico. São ditadores implacáveis, e não pastores amorosos. Esmagam as ovelhas com sua autoridade auto-imposta, em vez de conduzir o rebanho com a ternura de uma mãe.
6. Cuida de si mesmo para não praticar o que condena. O ministério de pastor não é uma apólice de seguro contra o fracasso espiritual. Há um grande perigo de o pastor acostumar-se com o sagrado e perder de vista a necessidade de temer e tremer diante da Palavra. Os filhos de Eli carregavam a Arca da Aliança com uma vida impura. A Arca não os livrou da tragédia.
Há muitos pastores vivendo na prática de pecados e ainda mantendo a aparência. Há muitos pastores que saem dos esgotos da impureza, pois navegam no lamaçal de sites pornográficos para, depois, subir ao púlpito e exortar o povo à santidade. Essa atitude torna os pecados do pastor mais graves, mais hipócritas e mais danosos que os pecados das demais pessoas. Há pastores que causaram mais males com seus fracassos do que benefícios com seu trabalho. Se um pastor perder a credibilidade, perde também o seu ministério. A maior prioridade do obreiro não é fazer a obra de Deus, mas ter comunhão com o Deus da obra. Vida com Deus é a base do trabalho para Deus. Na verdade, Deus está mais interessado em quem nós somos do que no que nós fazemos. Pense nisso!
1. Tem um caráter íntegro. A integridade do pastor é o fundamento sobre o qual ele constrói seu ministério. Sem vida íntegra não existe pastorado. Hoje, assistimos com tristeza a muitos pastores gananciosos que mercadejam a palavra e vendem sua consciência no mercado do lucro. Há obreiros que são rigorosos com os crentes, mas vivem de forma frouxa em sua vida pessoal. Há pastores que apascentam a si mesmos, e não o rebanho. Amam a sua própria glória, em vez de buscar a honra do Salvador. 2 Tem um relacionamento pessoal com suas ovelhas. Talvez a característica mais básica dos pastores seja o relacionamento pessoal que se deve desenvolver entre o pastor e as pessoas. Cônscios devem estar de que as pessoas não são seus clientes, nem seus eleitores, pacientes ou fregueses. E muitos menos são meros nomes guardados em registro ou, pior ainda, números de um arquivo de computador. São indivíduos, pessoas que o pastor conhece e que a recíproca é verdadeira. Além do mais, cada uma tem um nome próprio, símbolo de sua unicidade e identidade; portanto, todo pastor de verdade deveria tentar lembrar o nome delas. E uma das formas de lembrar o nome das pessoas é escrevendo-os e orando por elas. Quando Paulo disse aos tessalonicenses: “Damos sempre graças a Deus por todos vós, mencionando-os em nossas orações” (1Ts 1:2), até parece que ele tinha algum tipo de lista. É, sem dúvida, o fato de mencionarmos regularmente o nome das pessoas em oração que (com muito mais certeza e rapidez do que de outra maneira) fixa esses nomes em nossa mente e memória. Quer queira ou não, esquecer o nome de alguém é um sinal de sua falta de oração como pastor.
3. Guia as suas ovelhas. No Oriente Médio o pastor, devido ao íntimo relacionamento que mantém com suas ovelhas, consegue caminhar à frente delas, chamando-as, às vezes assobiando ou tocando uma flauta, e elas o seguem. A relação de Israel com Jeová, e especialmente a passagem do povo pelo deserto, tem relação com o movimento das ovelhas que seguem o seu pastor: “Dá ouvidos, ó pastor de Israel, tu, que conduzes a José, como um rebanho (Sl 80:1). O israelita temente a Deus via a Jeová da mesma maneira: “O Senhor é meu pastor: nada me faltará… Leva-me para junto das águas de descanso…” (Sl 23:1,2). Assim, Jesus, o Bom Pastor, pegou essa mesma figura e a desenvolveu: “… as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz” (João 10:3,4).
Com os pastores cristãos acontece algo parecido. É solene responsabilidade dele guiar as pessoas de tal forma que seja seguro para elas o seguirem. Ou seja: o pastor tem de ser para as pessoas(”ovelhas”) um exemplo coerente e confiável. Convém lembrarmos que Jesus introduziu no mundo um novo estilo de liderança, a saber, a liderança pelo serviço e pelo exemplo, e não pela força. O apóstolo Pedro compreendeu isto e o ecoou em seus ensinos: “Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós… não como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho ”(1Pe 5:2,3). Com efeito, por bem ou por mal, quer gostem ou não, as pessoas vão segui-lo.
4. Alimenta as suas ovelhas. “Eu sou a porta”, disse Jesus. “Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e achará pastagem” (João 10:9). A principal preocupação dos pastores sempre é que suas ovelhas tenham o suficiente para comer. Quer sejam ovelhas criadas para lã, quer sejam de corte, a saúde delas depende de terem pastagem nutritiva. Assim, o próprio Jesus, na qualidade de bom pastor, foi sobretudo um Mestre. Ele alimentou os seus discípulos com a boa comida da sua instrução.
Os pastores de hoje têm essa mesma tremenda responsabilidade. O pastor é, acima de tudo, um mestre. Esta é a razão para duas qualidades de um presbítero explicitadas nas Epístolas Pastorais. Primeiro, o candidato deve ser “apto para ensinar” (1Tm 3:2). Segundo, ele deve reter “firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes“(Tt 1:9). Estas duas qualificações andam juntas. O pastor deve ter o dom de ensinar e, ao mesmo tempo, ser fiel ao ensino da Palavra de Deus. E, quer estejam ensinando a uma multidão ou a uma congregação, a um grupo ou a um só indivíduo (Jesus mesmo ensinou nestes três contextos), o que distingue o seu trabalho pastoral é que este é sempre um ministério da Palavra.
5. Cuida das ovelhas com ternura. O apóstolo Paulo tinha esta característica: “antes, fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos” (1Ts 2;7). Paulo tratou os crentes de Tessalônica carinhosamente como uma ama que acarecia seus filhos. A ênfase da mãe é a gentileza e a ternura. Paulo era como uma mãe afetuosa cuidando do seu bebê. Ele demonstrou pelos seus filhos na fé amor intenso, cuidado constante, dedicação sem reserva, paciência triunfadora, provisão diária, afeto explícito, proteção vigilante e disciplina amorosa. Muitos obreiros lideram o povo de Deus com truculência e rigor despótico. São ditadores implacáveis, e não pastores amorosos. Esmagam as ovelhas com sua autoridade auto-imposta, em vez de conduzir o rebanho com a ternura de uma mãe.
6. Cuida de si mesmo para não praticar o que condena. O ministério de pastor não é uma apólice de seguro contra o fracasso espiritual. Há um grande perigo de o pastor acostumar-se com o sagrado e perder de vista a necessidade de temer e tremer diante da Palavra. Os filhos de Eli carregavam a Arca da Aliança com uma vida impura. A Arca não os livrou da tragédia.
Há muitos pastores vivendo na prática de pecados e ainda mantendo a aparência. Há muitos pastores que saem dos esgotos da impureza, pois navegam no lamaçal de sites pornográficos para, depois, subir ao púlpito e exortar o povo à santidade. Essa atitude torna os pecados do pastor mais graves, mais hipócritas e mais danosos que os pecados das demais pessoas. Há pastores que causaram mais males com seus fracassos do que benefícios com seu trabalho. Se um pastor perder a credibilidade, perde também o seu ministério. A maior prioridade do obreiro não é fazer a obra de Deus, mas ter comunhão com o Deus da obra. Vida com Deus é a base do trabalho para Deus. Na verdade, Deus está mais interessado em quem nós somos do que no que nós fazemos. Pense nisso!
III. O MINISTÉRIO PASTORAL
Conforme o texto de 1Pedro 5:1-4, podemos dizer que, em termos eclesiásticos, pastor é aquele que supervisiona o rebanho; é aquele que serve debaixo da autoridade do “Supremo Pastor” cuidando das “ovelhas” de Cristo; ou melhor, ele é um mordomo do Senhor, por isso deve guardar cada uma das ovelhas que lhe confiou o Sumo Pastor. O seu ministério é o de sábio conselho, correção, encorajamento e consolo.
1. A missão do pastor. O pastor não é um voluntário, mas uma pessoa chamada por Deus. Seu ministério não é procurado, é recebido. Sua vocação não é terrena, mas celestial.
No Antigo Testamento, o termo “pastor”, literalmente, refere-se aos cuidados de um indivíduo alimentando, disciplinando e protegendo seu rebanho. A partir dessa interpretação, surgiu o conceito acerca de Deus como “Pastor de Israel” (Gn 48:15; Sl 80:1): alimentando (Is 40:11), protegendo(Am 3:12), disciplinando (Sl 23:2) e resgatando as ovelhas desgarradas (Jr 31:10; Ez 34:12) de seu rebanho. Essa ideia de “pastoreio” foi estendida aos líderes do povo de Israel, os quais atuavam sob a supervisão de Deus, como, por exemplo, os juízes, reis, profetas e sacerdotes, os quais também foram denominados “pastores” (cf. Nm 27:17; 1Rs 22:17; Jr 2:8; Ez 34:2).
No Novo Testamento, o termo “pastor” é a tradução do vocábulo grego “poimén”, podendo ser interpretado como: “pastor, guia, ministro, clérigo; superintendente, inspetor, diretor; tutor, guardião, apascentador de ovelhas”. Os escritores inspirados do Novo Testamento mantiveram a ideia veterotestamentária do termo “pastor” aplicando-o ao Senhor Jesus Cristo como o “Pastor” (João 10:2,11,14,16) e assim reconhecendo suas atribuições como Aquele que exerce a função de pastoreio do rebanho do Pai (Mt 25:32; 26:31). Jesus considerou os apóstolos como seus sucessores na missão de pastoreio da Igreja; a mesma simbologia foi perpetuada nos escritos do apóstolo Paulo com referência aos líderes que exerciam suas funções de governo das igrejas locais.
Portanto, “o verdadeiro pastor cuida das ovelhas com zeloso amor e compaixão, entregando-se totalmente às suas demandas e dando-lhes alimento espiritual através do ensino da Palavra de Deus”.
2. Uma missão polivalente. A partir do termo neotestamentário “poimén” é possível listar diversas interpretações para o ato daquele que pastoreia a Igreja, como, por exemplo:
a) Vigilância. O pastor conserva-se no constante exercício de suas funções, concentrando ou exercendo a sua influência benéfica ou protetora sobre o rebanho, além de permanecer em perene atividade. Paulo alertou para o fato dos pastores estarem vigilantes para que os lobos vorazes não penetrem no meio do rebanho. Jesus, também, fez o mesmo alerta: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”(Mt 7:15).
b) Alimentação. O pastor fortalece espiritualmente o rebanho de Cristo por meio do ensino da sua Palavra, sendo este o seu principal empreendimento. Bem diz Bernard Ramm: ”A tarefa fundamental de um pastor, na pregação, não é ser brilhante ou profundo, mas é ministrar a verdade de Deus“.
c) Proteção. O pastor preserva o rebanho dos perigos auxiliando-o quanto aos obstáculos em sua peregrinação à glória, envolvendo-se ativamente no resgate dos doutrinariamente “desgarrados”, mantendo-se atento para “defender” por meio da apologética cristã e da oração persistente a união e a unidade das ovelhas. Sua função é descrita como a de um “vigia” que, servindo sob o “estado de vela”, permanece em constante exercício, espreitando a favor de seu rebanho.
d) Despenseiro. Além dessas responsabilidades, o pastor age como o bom conciliador e administrador eclesiástico dos bens materiais, patrimoniais, das finanças e recursos humanos disponíveis para toda boa obra da igreja local.
3. O cuidado contra os falsos pastores. Quando Deus levantou Jeremias e Ezequiel como profetas de Judá, Ele ordenou-lhes que repreendessem os pastores infiéis da nação. No período do Antigo Testamento, todos os que tinham responsabilidades de lideranças, como os profetas, os sacerdotes e os reis, eram considerados pastores do povo de Israel. Quanto ao Rei, a sua missão era aconselhar e guiar o povo de Deus(1Sm 9:16; ler Dt 17:14-20); quanto ao Sacerdote, sua missão era santificar o povo, oferecer sacrifícios pelo povo e interceder pelos transgressores(Hb 5:1-3; ler Lv 10:8-11; 16; 21:1-24); quanto ao Profeta, sua missão era preservar o conhecimento e manifestar a vontade do único e verdadeiro Deus(Ez 2:1-10; ler Dt 18:20-22).
Deus se indigna contra os pastores que não respeitam as ovelhas que lhe foram confiadas. Diz Deus (Jr 23:1-4):
“1. Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor. 2. Portanto, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e delas não cuidastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor. 3. E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão e se multiplicarão. 4. E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor“.
Deus falou aos líderes de Judá que eles eram culpados de negligenciar e maltratar o rebanho dele. Preste atenção nos verbos que ele usa para descrever a conduta destes pastores: destruir, dispersar, afugentar e não cuidar. Pastores devem juntar, alimentar, cuidar, guiar e proteger. Mas, os pastores de Israel faziam tudo ao contrário! Uma coisa marcante neste parágrafo é a maneira que Deus fala do rebanho. Ele o descreve como “o meu povo”, “as ovelhas do meu pasto”e ”as minhas ovelhas”. A linguagem dele mostra o problema raiz do comportamento errado dos líderes. Eles não amavam o povo como Deus o amava! Para eles, ser pastor era uma posição de destaque, honra e privilégio. Para Deus, ser pastor era uma posição de responsabilidade, sacrifício e amor.
Hoje, ainda há muitos que olham para o cargo de pastor como uma posição de honra a ser cobiçada. Buscam o destaque e desejam a honra diante dos homens. Ao invés de agir humildemente como pastores no rebanho local (veja 1Pedro 5:1-3), apresentam-se em todo lugar com o “título” de pastor. Em outras palavras, ”Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens” (Mt 23:6-7). Tais pastores não cuidam do rebanho como devem; são falsos pastores.
Veja, também, o que Deus diz através do profeta Ezequiel contra os pastores infiéis de Israel, isto é, seus reis, sacerdotes e profetas (Ez 34:2-6):
“2. Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? 3. Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. 4. A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. 5. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam. 6. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque“.
Nota-se que as palavras do Senhor dirigidas aos líderes de Israel são de condenação absoluta desde o começo: “Ai dos pastores de Israel“. Aqueles homens achavam que as posições que ocupavam eram tão dignificadas que os tornavam, automaticamente, isentos e imunes a toda e qualquer forma de crítica. Não entendiam que as posições que ocupavam, bem como as funções executadas por eles, realmente, não os isentavam de ter que admitir seus erros, de ter que confessar seus pecados e de sofrer as graves consequências dos juízos de Deus, caso não se arrependessem.
Estas palavras, realmente duras da parte do Senhor, são motivadas pelo fato de que os pastores não são “donos” do rebanho de Deus e por este motivo não podem tratar o rebanho de Deus de qualquer maneira e de forma abusiva. Pastores, como diz o apóstolo Pedro, não passam de cooperadores submetidos ao Senhor Jesus que é chamado de Supremo Pastor (cf. 1Pedro 5:4).
CONCLUSÃO
“Precisamos de pastores que amem a Deus mais do que seu sucesso pessoal. Precisamos de pastores que se afadiguem na Palavra e tragam alimento nutritivo para o povo. Precisamos de pastores que conheçam a intimidade de Deus pela oração e sejam exemplo de piedade para o rebanho. Precisamos de pastores que deem a vida pelo rebanho em vez de explorarem o rebanho. Precisamos de pastores que tenham coragem de dizer “não” quando todos estão dizendo “sim” e, dizer “sim”, quando a maioria diz “não”. Precisamos de pastores que não se dobrem ao pragmatismo nem vendam sua consciência por dinheiro ou sucesso. Precisamos de pastores fiéis e não de pastores populares. Precisamos de homens quebrantados e não de astros ensimesmados” (Rev. Hernandes Dias Lopes. De: Pastor a: Pastor“).
——–
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no Blog:http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - nº 58 - CPAD.
William Macdonald - Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.
Pr. Elinaldo Renovato - Dons Espirituais & Ministeriais(servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário). CPAD.
Efésisos (Igreja, noiva gloriosa) - Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.
Wayne Grudem - Teologia Sistemática. Vida Nova.
Carlos Alberto R. de Araújo - A Igreja dos Apóstolos. CPAD
(1) Rev. Hernandes Dias Lopes - De: Pastor A: Pastor. HAGNOS.
John Stott. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Abu Editora
1. A missão do pastor. O pastor não é um voluntário, mas uma pessoa chamada por Deus. Seu ministério não é procurado, é recebido. Sua vocação não é terrena, mas celestial.
No Antigo Testamento, o termo “pastor”, literalmente, refere-se aos cuidados de um indivíduo alimentando, disciplinando e protegendo seu rebanho. A partir dessa interpretação, surgiu o conceito acerca de Deus como “Pastor de Israel” (Gn 48:15; Sl 80:1): alimentando (Is 40:11), protegendo(Am 3:12), disciplinando (Sl 23:2) e resgatando as ovelhas desgarradas (Jr 31:10; Ez 34:12) de seu rebanho. Essa ideia de “pastoreio” foi estendida aos líderes do povo de Israel, os quais atuavam sob a supervisão de Deus, como, por exemplo, os juízes, reis, profetas e sacerdotes, os quais também foram denominados “pastores” (cf. Nm 27:17; 1Rs 22:17; Jr 2:8; Ez 34:2).
No Novo Testamento, o termo “pastor” é a tradução do vocábulo grego “poimén”, podendo ser interpretado como: “pastor, guia, ministro, clérigo; superintendente, inspetor, diretor; tutor, guardião, apascentador de ovelhas”. Os escritores inspirados do Novo Testamento mantiveram a ideia veterotestamentária do termo “pastor” aplicando-o ao Senhor Jesus Cristo como o “Pastor” (João 10:2,11,14,16) e assim reconhecendo suas atribuições como Aquele que exerce a função de pastoreio do rebanho do Pai (Mt 25:32; 26:31). Jesus considerou os apóstolos como seus sucessores na missão de pastoreio da Igreja; a mesma simbologia foi perpetuada nos escritos do apóstolo Paulo com referência aos líderes que exerciam suas funções de governo das igrejas locais.
Portanto, “o verdadeiro pastor cuida das ovelhas com zeloso amor e compaixão, entregando-se totalmente às suas demandas e dando-lhes alimento espiritual através do ensino da Palavra de Deus”.
2. Uma missão polivalente. A partir do termo neotestamentário “poimén” é possível listar diversas interpretações para o ato daquele que pastoreia a Igreja, como, por exemplo:
a) Vigilância. O pastor conserva-se no constante exercício de suas funções, concentrando ou exercendo a sua influência benéfica ou protetora sobre o rebanho, além de permanecer em perene atividade. Paulo alertou para o fato dos pastores estarem vigilantes para que os lobos vorazes não penetrem no meio do rebanho. Jesus, também, fez o mesmo alerta: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”(Mt 7:15).
b) Alimentação. O pastor fortalece espiritualmente o rebanho de Cristo por meio do ensino da sua Palavra, sendo este o seu principal empreendimento. Bem diz Bernard Ramm: ”A tarefa fundamental de um pastor, na pregação, não é ser brilhante ou profundo, mas é ministrar a verdade de Deus“.
c) Proteção. O pastor preserva o rebanho dos perigos auxiliando-o quanto aos obstáculos em sua peregrinação à glória, envolvendo-se ativamente no resgate dos doutrinariamente “desgarrados”, mantendo-se atento para “defender” por meio da apologética cristã e da oração persistente a união e a unidade das ovelhas. Sua função é descrita como a de um “vigia” que, servindo sob o “estado de vela”, permanece em constante exercício, espreitando a favor de seu rebanho.
d) Despenseiro. Além dessas responsabilidades, o pastor age como o bom conciliador e administrador eclesiástico dos bens materiais, patrimoniais, das finanças e recursos humanos disponíveis para toda boa obra da igreja local.
3. O cuidado contra os falsos pastores. Quando Deus levantou Jeremias e Ezequiel como profetas de Judá, Ele ordenou-lhes que repreendessem os pastores infiéis da nação. No período do Antigo Testamento, todos os que tinham responsabilidades de lideranças, como os profetas, os sacerdotes e os reis, eram considerados pastores do povo de Israel. Quanto ao Rei, a sua missão era aconselhar e guiar o povo de Deus(1Sm 9:16; ler Dt 17:14-20); quanto ao Sacerdote, sua missão era santificar o povo, oferecer sacrifícios pelo povo e interceder pelos transgressores(Hb 5:1-3; ler Lv 10:8-11; 16; 21:1-24); quanto ao Profeta, sua missão era preservar o conhecimento e manifestar a vontade do único e verdadeiro Deus(Ez 2:1-10; ler Dt 18:20-22).
Deus se indigna contra os pastores que não respeitam as ovelhas que lhe foram confiadas. Diz Deus (Jr 23:1-4):
“1. Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor. 2. Portanto, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e delas não cuidastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor. 3. E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão e se multiplicarão. 4. E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor“.
Deus falou aos líderes de Judá que eles eram culpados de negligenciar e maltratar o rebanho dele. Preste atenção nos verbos que ele usa para descrever a conduta destes pastores: destruir, dispersar, afugentar e não cuidar. Pastores devem juntar, alimentar, cuidar, guiar e proteger. Mas, os pastores de Israel faziam tudo ao contrário! Uma coisa marcante neste parágrafo é a maneira que Deus fala do rebanho. Ele o descreve como “o meu povo”, “as ovelhas do meu pasto”e ”as minhas ovelhas”. A linguagem dele mostra o problema raiz do comportamento errado dos líderes. Eles não amavam o povo como Deus o amava! Para eles, ser pastor era uma posição de destaque, honra e privilégio. Para Deus, ser pastor era uma posição de responsabilidade, sacrifício e amor.
Hoje, ainda há muitos que olham para o cargo de pastor como uma posição de honra a ser cobiçada. Buscam o destaque e desejam a honra diante dos homens. Ao invés de agir humildemente como pastores no rebanho local (veja 1Pedro 5:1-3), apresentam-se em todo lugar com o “título” de pastor. Em outras palavras, ”Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens” (Mt 23:6-7). Tais pastores não cuidam do rebanho como devem; são falsos pastores.
Veja, também, o que Deus diz através do profeta Ezequiel contra os pastores infiéis de Israel, isto é, seus reis, sacerdotes e profetas (Ez 34:2-6):
“2. Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? 3. Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. 4. A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. 5. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam. 6. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque“.
Nota-se que as palavras do Senhor dirigidas aos líderes de Israel são de condenação absoluta desde o começo: “Ai dos pastores de Israel“. Aqueles homens achavam que as posições que ocupavam eram tão dignificadas que os tornavam, automaticamente, isentos e imunes a toda e qualquer forma de crítica. Não entendiam que as posições que ocupavam, bem como as funções executadas por eles, realmente, não os isentavam de ter que admitir seus erros, de ter que confessar seus pecados e de sofrer as graves consequências dos juízos de Deus, caso não se arrependessem.
Estas palavras, realmente duras da parte do Senhor, são motivadas pelo fato de que os pastores não são “donos” do rebanho de Deus e por este motivo não podem tratar o rebanho de Deus de qualquer maneira e de forma abusiva. Pastores, como diz o apóstolo Pedro, não passam de cooperadores submetidos ao Senhor Jesus que é chamado de Supremo Pastor (cf. 1Pedro 5:4).
CONCLUSÃO
“Precisamos de pastores que amem a Deus mais do que seu sucesso pessoal. Precisamos de pastores que se afadiguem na Palavra e tragam alimento nutritivo para o povo. Precisamos de pastores que conheçam a intimidade de Deus pela oração e sejam exemplo de piedade para o rebanho. Precisamos de pastores que deem a vida pelo rebanho em vez de explorarem o rebanho. Precisamos de pastores que tenham coragem de dizer “não” quando todos estão dizendo “sim” e, dizer “sim”, quando a maioria diz “não”. Precisamos de pastores que não se dobrem ao pragmatismo nem vendam sua consciência por dinheiro ou sucesso. Precisamos de pastores fiéis e não de pastores populares. Precisamos de homens quebrantados e não de astros ensimesmados” (Rev. Hernandes Dias Lopes. De: Pastor a: Pastor“).
——–
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - M. Bela Vista. Disponível no Blog:http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - nº 58 - CPAD.
William Macdonald - Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.
Pr. Elinaldo Renovato - Dons Espirituais & Ministeriais(servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário). CPAD.
Efésisos (Igreja, noiva gloriosa) - Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.
Wayne Grudem - Teologia Sistemática. Vida Nova.
Carlos Alberto R. de Araújo - A Igreja dos Apóstolos. CPAD
(1) Rev. Hernandes Dias Lopes - De: Pastor A: Pastor. HAGNOS.
John Stott. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Abu Editora
Publicado no Blog do Luciano de Paula Lourenço
_________________________________________________________________________________Dons Espirituais e Ministerias - servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário.
1. E deu dons aos homens
2. O propósito dos dons espirituais
3. Dons de revelação
4. Dons de poder
5. Dons de elocução
6. O ministério de apóstolo
7. O ministério de profeta
8. O ministério de evangelista
9. O ministério de pastor
10. O ministério de mestre ou doutor
11. O presbítero, bispo ou ancião
12. O diaconato
13. A multiforme sabedoria de Deus
E.A.G.
2. O propósito dos dons espirituais
3. Dons de revelação
4. Dons de poder
5. Dons de elocução
6. O ministério de apóstolo
7. O ministério de profeta
8. O ministério de evangelista
9. O ministério de pastor
10. O ministério de mestre ou doutor
11. O presbítero, bispo ou ancião
12. O diaconato
13. A multiforme sabedoria de Deus
E.A.G.
______________________________________________________________________________
Texto Básico: Êxodo 18:13-22
“Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e Deus será contigo […]” (Êx
18:19)
INTRODUÇÃO
Nesta Aula trataremos acerca do estilo de liderança de Moisés. Até hoje, ele é
o grande exemplo seguido pelo povo de Israel. Ele foi um líder que demonstrou
humildade em ouvir sábios conselhos e colocá-los em prática para o bem do povo
de Deus. Sobre os ombros de Moisés recaía a tarefa de organizar uma multidão de
mais ou menos dois milhões de pessoas e julgar o povo mesmo nas coisas
insignificantes que surgiam entre eles a cada momento. Ele procurava fazer tudo
em vez de repartir trabalhos e responsabilidades entre diversas pessoas. Quando
seu sogro Jetro o visitou, trazendo-lhe sua esposa e filhos, Moisés recebeu seu
conselho. Organizou o povo em grupos e colocou chefes, de acordo com os dons deles,
sobre estes para resolver as dificuldades. Assim, Moisés deixou de ministrar
apenas e passou a liderar. Desta feita, o governo de Israel cresceu
representativamente. Creio que é assim que Deus quer.
I. O TRABALHO DO SENHOR E OS SEUS OBREIROS
1. Despenseiro e não dono (Êx 18:13-27). No sentido bíblico,
despenseiro é aquele que administra bens alheios. Então, todo líder do povo de
Deus não pode ter dúvida de que ele é apenas um despenseiro dos recursos, dos
dons e das pessoas que estão sob a sua responsabilidade. Ele é apenas um líder
servo.
Moises, como líder, era um despenseiro do Senhor e não dono dos israelitas.
Alguns líderes, com o passar do tempo, acabam achando, erroneamente, que são os
donos das ovelhas e da Obra do Senhor. Ledo engano! A Bíblia cita um exemplo
clássico: Diótrefes (3João 9,10). Este mau obreiro via
a congregação que dirigia como propriedade sua. Seu nome significa “filho
adotivo de Zeus“, o que sugere que ele seja de descendência grega. Era um
líder soberbo em vez de ser um líder servo. Ele queria ser o maior, em vez de
ser servo de todos. Ele buscava a honra de seu próprio nome, em vez de buscar a
glória de Cristo. Ele era um líder na igreja local e, de modo egoísta, tirava
vantagem de sua posição de liderança. Ele gostava de ser o primeiro. Em vez de
servir à igreja, ele se recusava a reconhecer a autoridade superior. Ele
próprio desejava governar a igreja. Ele agia de maneira contrária à instrução
de Jesus: “Quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos
sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso servo” (Mt
20.26,27).
Diótrefes era um homem amante da preeminência (3João v. 9). Veja o que o
apóstolo João disse sobre ele: “Escrevi alguma coisa à igreja; mas
Diótrefes, que gosta de exercer a primaziaentre eles, não nos dá
acolhida“. A expressão “gosta de exercer a primazia” significa
querer ser o primeiro, querer ser o líder-proprietário, orgulhar-se de ser o
primeiro. Diótrefes era um homem megalomaníaco. Ele gostava
dos holofotes. Ele buscava ficar sob as luzes da ribalta.
Diótrefes ele era um narcisista. A expressão “gosta de exercer a
primazia” significa ambição, o desejo de preeminência em todas as
coisas. Ele se amava mais do que aos outros. Seu eu, e
não Cristo, estava no trono da sua vida. Seu eu vinha
sempre na frente dos outros. Ele buscava os seus interesses e não os de Cristo.
Ele buscava não o interesse dos irmãos, mas o seu próprio. Ele construía
monumentos a si mesmo, em vez de buscar a glória de Cristo. A atitude de Diótrefes era
oposta à de João Batista: “Convém que ele [Cristo] cresça e que eu diminua” (João
3:30).
Por ser amante dos holofotes, e gostar de ser o primeiro em tudo, ele via o apóstolo João como
uma ameaça à sua posição. A rejeição possivelmente não era doutrinária, mas
pessoal. Seu problema não era heresia, mas egoísmo.
Os líderes do povo de Deus devem se lembrar de que foram dados por Deus à
igreja e que, portanto, não cuidam senão de rebanho alheio, não podendo
demonstrar domínio sobre algo que não lhes pertence (1Pedro 5:1-3).
2. Falta de percepção do líder (Êx 18:14-17). O excesso de
atividades que Moisés detinha no dia-a-dia vedou-lhes o sentido perceptivo das
coisas e das decisões a serem tomadas para que a sua liderança fruísse os
resultados profícuos como deveria ser. Às vezes é necessária a reação de
pessoas mais experientes em questões de liderança, que tem uma intuição mais
aguçada de nossa administração. Deus, muitas vezes, assim age, porque Ele visa
o bem-estar de sua Obra.
Foi o que aconteceu com Moisés. Jetro, seu sogro, que era um líder intuitivo,
percebeu logo que alguma coisa estava errada na maneira de Moisés conduzir o
povo e atender às suas demandas; ele percebeu que Moisés estava centralizando o
poder, monopolizando. Essa maneira de administrar de Moisés estava consumindo o
tempo das pessoas e dele próprio, além de provocar nele mesmo cansaço intenso
que o impediria de tomar decisões corretas.
Um líder intuitivo pode, rapidamente, avaliar uma situação. Jetro assistiu a
Moisés em ação durante um dia e imediatamente reagiu. Jetro não precisou
contratar um consultor, formar uma comissão ou realizar profunda pesquisa.
Instantaneamente, identificou um problema de liderança. Nem todos os lideres
são capazes de vislumbrar uma solução tão rapidamente quanto Jetro, mas, quando
confiam na sua intuição, percebem, imediatamente, que a situação requer sua
atenção.
Um líder intuitivo vê o que está acontecendo no presente e compreende onde uma
organização está situada. Jetro pôde ver Moisés se metendo em problemas. Ele
falou ao seu genro: “Sem dúvida, desfalecerás, tanto tu como este povo que
está contigo; pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer“(Êx
18:18). Talvez Moisés resolvia conflitos com eficiência; talvez não. Mas, mesmo
se fosse capaz de dar conta de tudo, não podia suportar tudo. Com o crescimento
da população, a sua situação ficaria pior. Jetro sabia que Moisés enfrentaria
desastre caso não mudasse.
Todo trabalho de liderança é propenso a inúmeros problemas: de ordem social e
espiritual. Talvez você não esteja percebendo isso, mas eles existem e não
devem ser ignorados. Oremos para que Deus levante líderes intuitivos como Jetro
que sabem desembaraçar a sua visão.
3. O líder necessita de ajudantes (Êx 18:18). Nenhum líder
pode florescer sem contar com colegas de equipe, fato esse que a vida de Moisés
ilustra. Quando Josué e suas tropas lutaram contra os amalequitas, Moisés
segurou o cajado de Deus em suas mãos, assistidos por Arão e Ur, membros do seu
circulo intimo. Portanto, nenhum líder jamais devia tomar o caminho ou o
crédito sozinho.
Caso Moisés não seguisse o conselho de Jetro, acabaria desfalecendo por causa
de seu excesso de atividades, além de não ter tempo para interceder pelo povo
de Deus. Na verdade, esta era a função que Deus pretendia para Moisés, mas até
aquele momento, o legislador estava sobrecarregado atendendo às demandas do
povo, sem ajuda de auxiliares idôneos.
Por conseguir o conselho de Jetro Moisés pôde exercer melhor seu ministério e
partilhar sua autoridade com homens dignos de confiança e que honrariam o nome
do Senhor. Moisés deixou de ministrar apenas e passou a liderar.
Essa foi a lição que Moisés aprendeu: não se pode fazer tudo sozinho. É
necessário delegar autoridade a outras pessoas de confiança e que possuam
caráter irrepressível. Além do mais, é imprescindível que o líder reserve tempo
para estar com sua família. Também, precisamos entender que nenhuma pessoa é
insubstituível na Obra de Deus; mais cedo ou mais tarde, cada um de nós será
substituído; nós passamos, mas a obra de Deus continua. Pense nisso!
II. OS AUXILIARES DE MOISÉS NO MINISTÉRIO
Moisés é um exemplo a ser seguido no tocante à descentralização. Antes mesmo de
receber e aplicar o conselho de Jetro, Moisés já determinara a Josué que
comandasse o exército na guerra contra Amaleque. Depois da visita do sogro,
criou os maiorais de dez, cinquenta, cem e mil, para ajudá-lo nos julgamentos
dos litígios no meio do povo e, por fim, pediu a Deus auxiliares na própria
tarefa de direção do povo, quando lhe foram dados setenta anciãos. Moisés
mostra-nos que o líder não deve ser o faz-tudo, mas deve ter
juntamente com ele pessoas capazes, tementes a Deus e que aborreçam a avareza
para ajudá-lo no ensino e na jornada do povo rumo à Terra Prometida.
1. Deus levanta auxiliares (Êx 18:21). ”E tu, dentre todo
o povo, procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que
aborreçam a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem,
maiorais de cinquenta e maiorais de dez“.
Deus sempre foi a favor que os lideres do seu povo tivessem auxiliares para
maior eficiência e resultados na Sua obra. O conselho que Jetro deu a Moises,
sobre delegação de autoridade a homens de Deus, continua válido hoje. O texto
supra, menciona várias qualificações de líderes do povo de Deus, os quais devem
ser: (a) pessoas capazes, (b) pessoas que temem a Deus, (c) pessoas instruídas
na verdade e totalmente dedicadas à sua causa, (d) pessoas que abominam o ganho
desonesto e que, por isso, estão livres da cobiça e do amor ao dinheiro. Moisés
tanto aprendeu a lição da descentralização e da necessidade de ajuda que, mais
tarde, pediu a Deus que houvesse ainda mais uma repartição de suas funções,
desejo este tão de acordo com a vontade do Senhor que foi atendido, tendo,
então, o Senhor dado do Espírito a setenta anciãos, que com ele compartilhassem
a direção espiritual do povo (Nm 11:11-30).
Na Igreja, o líder necessita de auxiliares, cooperadores, colaboradores. Quando
a Igreja em Jerusalém precisou de pessoas para ajudar os apóstolos em afazeres
especificamente voltados à questão social, atendendo às viúvas no tocante a
ajudas oferecidas pelo grupo, a recomendação dos apóstolos foi: “escolhei
irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At 6:3). Veja
que não podia ser qualquer pessoa; tinha que ter qualidades específicas: “boa
reputação”, “cheios do Espirito Santo”, cheios de “sabedoria” e de caráter
ilibado.
O apóstolo Paulo, sem os seus cooperadores e auxiliares, não teria avançado em
seu ministério (cf. Rm 16:3,21; 2Co 8:23).
2. Os auxiliares de Moisés (Êx 18:25). ”e escolheu Moisés
homens capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: maiorais
de mil e maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez”.
Todo o bom líder trabalha bem ao lado de outros líderes. Faz parte da liderança
saber delegar funções, atribuir tarefas e missões a quem o Senhor preparou para
exercê-las. É capaz de aceitar a posição de líder intermediário, seguindo os
outros com lealdade e respeito. E ele pode nomear líderes auxiliares,
confiando-lhes o controle de determinadas tarefas. A ênfase disso recai sobre a
humildade, a confiança nas outras pessoas e o respeito pelas outras pessoas.
Portanto, os dons e as chamadas de todos devem ser respeitados. Somos
instruídos assim: “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus” (Ef
5:21). Paulo deixou o exemplo para os líderes cristãos, nas suas frequentes
expressões de apreciação pelos seus cooperadores e pelos que o ajudavam. Entre
as muitas referências a esse aspecto, temos Filipenses 4:1-3; Colossenses
4:7-14 e 1Tessalonicenses 1:2-4.
Dentre os vários líderes auxiliares de Moisés, a Bíblia registra: a)
Miriã, irmã de Moisés - Era profetiza e cantora (Êx
15:20,21); b) Arão, irmão de Moisés - Era seu porta-voz
e foi escolhido por Deus para ser sacerdote em Israel (Êx 4:14-16;
7:1,2); c) Os anciãos - Eram líderes e representantes
do povo (Dt 1:13-15; Êx 3:16,18). Foram pessoas que muito auxiliaram Moisés em
sua liderança na condução do povo à Terra Prometida; d) Josué, que
foi o seu sucessor - Ele é mencionado pela primeira vez em Êx
17:9, quando da sua designação para comandar a batalha contra os amalequitas.
Portanto, era um combatente, um homem de armas, e foi usado por Deus para abrir
o caminho das conquistas ordenadas por Deus. Além disso, era um líder temente a
Deus e bastante obediente à liderança de Moisés.
É, realmente, lamentável o que se tem observado em muitas igrejas locais na
atualidade. A arrogância e a ganância pelo poder fazem com que muitos líderes
não escolham pessoas capazes e tementes a Deus para estarem a seu lado, mas
escolhem “capachos”, que não têm qualquer capacidade e só servem para bajular e
dizer “amém”. O resultado é o esgotamento físico e mental da liderança,
liderança esta que não subsiste, bem como a falta de paz no meio do povo de
Deus. Livremo-nos destas pretensões enganosas, destes temores totalmente sem
respaldo bíblico e aproveitemos aqueles que o Senhor tem levantado no meio da
igreja para ajudar o povo de Deus a chegar ao céu.
III. QUALIDADES DE MOISÉS COMO LÍDER
Quando Israel saiu do Egito, Moisés, embora tivesse sua liderança confirmada
pelos fatos, não deixou de reconhecer que o senhorio era de Deus. Saindo do Egito,
não tomou o caminho que lhe pareceria mais fácil, mas seguiu a direção de Deus.
Moisés estava à frente do povo, mas a orientação, a direção era de Deus
(Ex.13:17). Que exemplo a ser seguido!
1. Mansidão e humildade (Nm 12:3) - “E era o varão Moisés mui
manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra”.
a) Moisés, um líder manso. Moisés, durante os quarenta anos do “curso do
deserto”, aprendeu a ser manso, um requisito indispensável para quem lidera o
povo de Deus, mormente quando sabemos que o Senhor Jesus mandou que
aprendêssemos dEle a mansidão(Mt.11:29). A mansidão de Moisés é um resultado de
sua intimidade intensa com o Senhor. Moisés, antes tão agressivo e violento,
sempre se portou com mansidão, mesmo nas horas mais difíceis em que se teve de
enfrentar o povo rebelado. Moisés clamava a Deus, não se envolvendo nas
atividades revoltosas, mantendo uma certa distância de tudo aquilo que não
correspondia à vontade divina, sem deixar de advertir o povo a respeito dos
seus erros. Foi assim, por exemplo, no episódio da guerra empreendida pelos
israelitas depois da morte dos espias. Moisés, sem deixar de avisar o povo de
que a guerra seria em vão, não impediu o povo de ir guerrear, embora não o
tenha acompanhado. Após a derrota militar, sua postura foi decisiva para que o
povo se recompusesse e se submetesse aos 38 anos de jornada em círculo até a
morte daquela geração incrédula (Nm 14).
Mesmo nos momentos mais difíceis de seu ministério, Moisés nunca quis se
sobrepor sobre o povo, demonstrando autoridade consoante a ordem de Deus que,
mais de uma vez, interveio diretamente para mostrar que Moisés era o homem
chamado por Ele para liderar o povo, como no episódio da sedição de Miriã
e Arão (Nm 12:1-10). Quando precisou usar de sua autoridade, fê-lo
debaixo da chamada e do senhorio divinos na sua vida, como no episódio da
rebelião de Datã, Abirão e Coré (Nm 16).
b) Moisés, um líder humilde. Quando Moises foi chamado por Deus (Ex
3:10), no Monte Horebe, para libertar o pode Israel do Egito, reconheceu diante
do Senhor a sua nulidade: “Quem sou eu que vá a Faraó e tire do Egito os
filhos de Israel? ”(Ex 3:11). Moisés dá um passo importante para se
tornar líder: elimina o seu “eu”. Isso é humildade. Ah! se muitos
líderes no meio do povo de Deus tomassem esta decisão de anular o seu “eu”
e compreender que sem Jesus nada pode ser feito! (João 15:5). Se dissessem “quem
sou eu“, teriam boa parte dos problemas que hoje enfrentam resolvidos. Foi
por ter achado que era ninguém que Moisés, antes de criar um obstáculo,
credenciou-se para ser o libertador do povo de Israel.
Moisés também demonstrou humildade quando aceitou receber um conselho da
parte de seu sogro, que não era nem mesmo israelita. Ao ver que Moisés
decidia sozinho todas as causas do povo, que se aglomerava todos os dias para
ser atendido por ele, Jetro, dentro de sua experiência, sugeriu a Moisés que
efetuasse a descentralização do poder, resolvendo apenas as causas mais graves,
criando maiorais de mil, de cem, cinquenta e de dez para resolver as “pequenas
causas”, trazendo agilidade e paz para o povo de Israel. Moisés prontamente
atendeu ao conselho de Jetro(Ex 18:24), demonstrando ser uma pessoa humilde e
receptiva a criticas. Esta é uma qualidade imprescindível para quem exerce
liderança no meio do povo de Deus: o de ouvir conselhos.
Muitos, na atualidade, são arrogantes e soberbos, que não aceitam os conselhos
de pessoas mais experientes e que muito podem ajudar na eficácia da liderança.
Se é certo que o líder deve seguir a orientação divina, também é certo que
Deus, como escolheu um povo, põe à disposição dos líderes pessoas que têm
capacidades e habilidades para dar bons conselhos e auxiliar no sucesso e êxito
da obra do Senhor. Salomão, o homem mais sábio de toda a terra, não abriu mão
dos conselheiros e, inspirado pelo Espírito de Deus, disse o seguinte: “Onde
não há conselho os projetos saem vãos, mas, com a multidão de conselheiros, se
confirmarão” (Pv.15:22).
Na atualidade, muitos líderes não querem ouvir conselhos, nem aceitam que
surjam conselheiros e, muito menos, auxiliares. Querem ter súditos, pessoas que
somente saibam dizer “amém”, mas que não têm qualquer poder decisório. O
resultado é a ineficiência, o esgotamento do líder e um acúmulo cada vez maior
de problemas sem solução, causando um prejuízo muito grande à obra de Deus.
Como ensinou Jetro, a descentralização, o aproveitamento de homens e mulheres
que o Senhor põe à disposição do seu povo é fundamental para que o líder
subsista e o povo de Deus venha em paz ao seu lugar (Ex.18:23), que é o céu.
2. Moisés, um líder de profunda intimidade com
Deus. Um líder do povo de Deus precisa ter contínua
e cada vez maior intimidade com Deus. Não é possível liderar com triunfo sem
que se tenha tal intimidade, pois para se ter a direção de Deus é absolutamente
necessário que haja um perfeito entrosamento entre a nossa vontade e a vontade
do Senhor.
A partir do episódio da sarça, vemos Moisés, cada vez mais, aprofundando a sua
intimidade com o Senhor, tanto que o próprio Senhor testifica que Moisés foi o
profeta que mais intimidade teve consigo, um profeta com quem Deus falava “boca
a boca” (Nm 12:8), conhecido de Deus “face a face”(Dt 34:10).
Uma outra demonstração da intimidade de Moisés com Deus está no episódio em que
o rosto de Moisés resplandeceu a glória divina (Êx 34:29-35), onde vemos que a
intimidade com Deus faz com que cada vez mais o líder não apareça, mas faça
Deus aparecer para os seus liderados. Quanto mais o líder se aproxima de Deus,
mais o Senhor aparece. As palavras e atitudes do verdadeiro líder devem sempre
repetir a fala de João Batista: “é necessário que Ele cresça e que eu
diminua” (João 3:30).
3. Fiel (Nm 12:7; Hb 3:2,5). Moisés foi um líder fiel a Deus, ao seu povo, à sua família. Esta
é uma virtude essencial que deve ser encontrada no despenseiro
(1Co 4:2). Os olhos do Senhor estão à procura dos que são fiéis (Sl
101:6). O ser humano valoriza a astúcia, a sabedoria, a riqueza e o sucesso;
mas Deus procura aqueles que estão dispostos a ser fiel a Ele em todas as coisas.
Nenhuma amizade, ou política, ou dinheiro, ou circunstância deve nos demover de
um ministério fiel centralizado em Cristo.
Infidelidade, deslealdade, traição, é um sentimento que não pode existir na
vida de um homem de Deus, de um homem de fé. Quem possui a verdadeira fé, é
fiel, é leal, é sincero, é verdadeiro.
Que glorioso tributo a Epafras e a Tíquico de que Paulo chamá-los de “ministro
fiel”: “Como aprendestes de Epafras, nosso amado
conservo, que para vós é um fiel ministro de Cristo“(Cl
1:7). “Ora, para que vós também possais saber dos meus negócios, e o que eu
faço, Tíquico, irmão amado, e fiel ministro do
Senhor, vos informará de tudo“(Ef 6:21). “Tíquico, irmão amado e fiel ministro,
e conservo no Senhor, vos fará saber o meu estado“(Cl 4:7). Eles atingiram
aquilo porque nós todos deveríamos nos esforçar. Como seria doce ouvir o Senhor
nos dizendo: “Bem está, servo bom e fiel… entra no gozo do teu senhor”
(Mt 25:21).
CONCLUSÃO
Aprendemos com os conselhos de Jetro, que foram conselhos sábios, orientados
pelo próprio Deus, e que funcionaram. Aprendemos com Moisés que soube ser
humilde o suficiente para mudar o seu estilo de liderar o povo de Deus,
reproduzindo-se; ou seja, descentralizando as tarefas, fazendo somente o que
estava sob sua alçada em questões intransferíveis. O resultado disso foi o
crescimento representativo de Israel. A Igreja tem muito a aprender com
Moisés, pois também há a necessidade de a liderança ser plasmada pelo Espírito
Santo até que o Senhor venha buscar a sua Igreja.
Faz-se necessário que o líder saiba delegar tarefas, tudo fazendo segundo a
orientação divina, mas jamais se esquecendo de que o fato de ter sido chamado à
liderança não significa que tenha de fazer tudo sozinho. Portanto, prezado
irmão, caso você exerça liderança no meio do povo de Deus, reparta com outros a
responsabilidade de levar a obra até o fim, quando então, todos receberão a
recompensar (1Co 3:13,14;15:58). Amém?
———
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus -
Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - nº 57 - CPAD.
Paul Hoff - O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico
Beacon. CPAD.
Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
Alexandre Coelho - Uma jornada de Fé (Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra
Prometida). CPAD.
Dr. Caramuru Afonso Francisco - Moisés, um líder eficaz. PortalEBD.
“Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e Deus será contigo […]” (Êx 18:19)
INTRODUÇÃO
Nesta Aula trataremos acerca do estilo de liderança de Moisés. Até hoje, ele é o grande exemplo seguido pelo povo de Israel. Ele foi um líder que demonstrou humildade em ouvir sábios conselhos e colocá-los em prática para o bem do povo de Deus. Sobre os ombros de Moisés recaía a tarefa de organizar uma multidão de mais ou menos dois milhões de pessoas e julgar o povo mesmo nas coisas insignificantes que surgiam entre eles a cada momento. Ele procurava fazer tudo em vez de repartir trabalhos e responsabilidades entre diversas pessoas. Quando seu sogro Jetro o visitou, trazendo-lhe sua esposa e filhos, Moisés recebeu seu conselho. Organizou o povo em grupos e colocou chefes, de acordo com os dons deles, sobre estes para resolver as dificuldades. Assim, Moisés deixou de ministrar apenas e passou a liderar. Desta feita, o governo de Israel cresceu representativamente. Creio que é assim que Deus quer.
1. Despenseiro e não dono (Êx 18:13-27). No sentido bíblico, despenseiro é aquele que administra bens alheios. Então, todo líder do povo de Deus não pode ter dúvida de que ele é apenas um despenseiro dos recursos, dos dons e das pessoas que estão sob a sua responsabilidade. Ele é apenas um líder servo.
Moises, como líder, era um despenseiro do Senhor e não dono dos israelitas. Alguns líderes, com o passar do tempo, acabam achando, erroneamente, que são os donos das ovelhas e da Obra do Senhor. Ledo engano! A Bíblia cita um exemplo clássico: Diótrefes (3João 9,10). Este mau obreiro via a congregação que dirigia como propriedade sua. Seu nome significa “filho adotivo de Zeus“, o que sugere que ele seja de descendência grega. Era um líder soberbo em vez de ser um líder servo. Ele queria ser o maior, em vez de ser servo de todos. Ele buscava a honra de seu próprio nome, em vez de buscar a glória de Cristo. Ele era um líder na igreja local e, de modo egoísta, tirava vantagem de sua posição de liderança. Ele gostava de ser o primeiro. Em vez de servir à igreja, ele se recusava a reconhecer a autoridade superior. Ele próprio desejava governar a igreja. Ele agia de maneira contrária à instrução de Jesus: “Quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso servo” (Mt 20.26,27).
Diótrefes era um homem amante da preeminência (3João v. 9). Veja o que o apóstolo João disse sobre ele: “Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primaziaentre eles, não nos dá acolhida“. A expressão “gosta de exercer a primazia” significa querer ser o primeiro, querer ser o líder-proprietário, orgulhar-se de ser o primeiro. Diótrefes era um homem megalomaníaco. Ele gostava dos holofotes. Ele buscava ficar sob as luzes da ribalta.
Diótrefes ele era um narcisista. A expressão “gosta de exercer a primazia” significa ambição, o desejo de preeminência em todas as coisas. Ele se amava mais do que aos outros. Seu eu, e não Cristo, estava no trono da sua vida. Seu eu vinha sempre na frente dos outros. Ele buscava os seus interesses e não os de Cristo. Ele buscava não o interesse dos irmãos, mas o seu próprio. Ele construía monumentos a si mesmo, em vez de buscar a glória de Cristo. A atitude de Diótrefes era oposta à de João Batista: “Convém que ele [Cristo] cresça e que eu diminua” (João 3:30).
Os líderes do povo de Deus devem se lembrar de que foram dados por Deus à igreja e que, portanto, não cuidam senão de rebanho alheio, não podendo demonstrar domínio sobre algo que não lhes pertence (1Pedro 5:1-3).
2. Falta de percepção do líder (Êx 18:14-17). O excesso de atividades que Moisés detinha no dia-a-dia vedou-lhes o sentido perceptivo das coisas e das decisões a serem tomadas para que a sua liderança fruísse os resultados profícuos como deveria ser. Às vezes é necessária a reação de pessoas mais experientes em questões de liderança, que tem uma intuição mais aguçada de nossa administração. Deus, muitas vezes, assim age, porque Ele visa o bem-estar de sua Obra.
Foi o que aconteceu com Moisés. Jetro, seu sogro, que era um líder intuitivo, percebeu logo que alguma coisa estava errada na maneira de Moisés conduzir o povo e atender às suas demandas; ele percebeu que Moisés estava centralizando o poder, monopolizando. Essa maneira de administrar de Moisés estava consumindo o tempo das pessoas e dele próprio, além de provocar nele mesmo cansaço intenso que o impediria de tomar decisões corretas.
Um líder intuitivo pode, rapidamente, avaliar uma situação. Jetro assistiu a Moisés em ação durante um dia e imediatamente reagiu. Jetro não precisou contratar um consultor, formar uma comissão ou realizar profunda pesquisa. Instantaneamente, identificou um problema de liderança. Nem todos os lideres são capazes de vislumbrar uma solução tão rapidamente quanto Jetro, mas, quando confiam na sua intuição, percebem, imediatamente, que a situação requer sua atenção.
Um líder intuitivo vê o que está acontecendo no presente e compreende onde uma organização está situada. Jetro pôde ver Moisés se metendo em problemas. Ele falou ao seu genro: “Sem dúvida, desfalecerás, tanto tu como este povo que está contigo; pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer“(Êx 18:18). Talvez Moisés resolvia conflitos com eficiência; talvez não. Mas, mesmo se fosse capaz de dar conta de tudo, não podia suportar tudo. Com o crescimento da população, a sua situação ficaria pior. Jetro sabia que Moisés enfrentaria desastre caso não mudasse.
Todo trabalho de liderança é propenso a inúmeros problemas: de ordem social e espiritual. Talvez você não esteja percebendo isso, mas eles existem e não devem ser ignorados. Oremos para que Deus levante líderes intuitivos como Jetro que sabem desembaraçar a sua visão.
3. O líder necessita de ajudantes (Êx 18:18). Nenhum líder pode florescer sem contar com colegas de equipe, fato esse que a vida de Moisés ilustra. Quando Josué e suas tropas lutaram contra os amalequitas, Moisés segurou o cajado de Deus em suas mãos, assistidos por Arão e Ur, membros do seu circulo intimo. Portanto, nenhum líder jamais devia tomar o caminho ou o crédito sozinho.
Caso Moisés não seguisse o conselho de Jetro, acabaria desfalecendo por causa de seu excesso de atividades, além de não ter tempo para interceder pelo povo de Deus. Na verdade, esta era a função que Deus pretendia para Moisés, mas até aquele momento, o legislador estava sobrecarregado atendendo às demandas do povo, sem ajuda de auxiliares idôneos.
Por conseguir o conselho de Jetro Moisés pôde exercer melhor seu ministério e partilhar sua autoridade com homens dignos de confiança e que honrariam o nome do Senhor. Moisés deixou de ministrar apenas e passou a liderar.
Essa foi a lição que Moisés aprendeu: não se pode fazer tudo sozinho. É necessário delegar autoridade a outras pessoas de confiança e que possuam caráter irrepressível. Além do mais, é imprescindível que o líder reserve tempo para estar com sua família. Também, precisamos entender que nenhuma pessoa é insubstituível na Obra de Deus; mais cedo ou mais tarde, cada um de nós será substituído; nós passamos, mas a obra de Deus continua. Pense nisso!
II. OS AUXILIARES DE MOISÉS NO MINISTÉRIO
Moisés é um exemplo a ser seguido no tocante à descentralização. Antes mesmo de receber e aplicar o conselho de Jetro, Moisés já determinara a Josué que comandasse o exército na guerra contra Amaleque. Depois da visita do sogro, criou os maiorais de dez, cinquenta, cem e mil, para ajudá-lo nos julgamentos dos litígios no meio do povo e, por fim, pediu a Deus auxiliares na própria tarefa de direção do povo, quando lhe foram dados setenta anciãos. Moisés mostra-nos que o líder não deve ser o faz-tudo, mas deve ter juntamente com ele pessoas capazes, tementes a Deus e que aborreçam a avareza para ajudá-lo no ensino e na jornada do povo rumo à Terra Prometida.
1. Deus levanta auxiliares (Êx 18:21). ”E tu, dentre todo o povo, procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez“.
Deus sempre foi a favor que os lideres do seu povo tivessem auxiliares para maior eficiência e resultados na Sua obra. O conselho que Jetro deu a Moises, sobre delegação de autoridade a homens de Deus, continua válido hoje. O texto supra, menciona várias qualificações de líderes do povo de Deus, os quais devem ser: (a) pessoas capazes, (b) pessoas que temem a Deus, (c) pessoas instruídas na verdade e totalmente dedicadas à sua causa, (d) pessoas que abominam o ganho desonesto e que, por isso, estão livres da cobiça e do amor ao dinheiro. Moisés tanto aprendeu a lição da descentralização e da necessidade de ajuda que, mais tarde, pediu a Deus que houvesse ainda mais uma repartição de suas funções, desejo este tão de acordo com a vontade do Senhor que foi atendido, tendo, então, o Senhor dado do Espírito a setenta anciãos, que com ele compartilhassem a direção espiritual do povo (Nm 11:11-30).
Na Igreja, o líder necessita de auxiliares, cooperadores, colaboradores. Quando a Igreja em Jerusalém precisou de pessoas para ajudar os apóstolos em afazeres especificamente voltados à questão social, atendendo às viúvas no tocante a ajudas oferecidas pelo grupo, a recomendação dos apóstolos foi: “escolhei irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At 6:3). Veja que não podia ser qualquer pessoa; tinha que ter qualidades específicas: “boa reputação”, “cheios do Espirito Santo”, cheios de “sabedoria” e de caráter ilibado.
O apóstolo Paulo, sem os seus cooperadores e auxiliares, não teria avançado em seu ministério (cf. Rm 16:3,21; 2Co 8:23).
2. Os auxiliares de Moisés (Êx 18:25). ”e escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: maiorais de mil e maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez”.
Todo o bom líder trabalha bem ao lado de outros líderes. Faz parte da liderança saber delegar funções, atribuir tarefas e missões a quem o Senhor preparou para exercê-las. É capaz de aceitar a posição de líder intermediário, seguindo os outros com lealdade e respeito. E ele pode nomear líderes auxiliares, confiando-lhes o controle de determinadas tarefas. A ênfase disso recai sobre a humildade, a confiança nas outras pessoas e o respeito pelas outras pessoas. Portanto, os dons e as chamadas de todos devem ser respeitados. Somos instruídos assim: “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus” (Ef 5:21). Paulo deixou o exemplo para os líderes cristãos, nas suas frequentes expressões de apreciação pelos seus cooperadores e pelos que o ajudavam. Entre as muitas referências a esse aspecto, temos Filipenses 4:1-3; Colossenses 4:7-14 e 1Tessalonicenses 1:2-4.
Dentre os vários líderes auxiliares de Moisés, a Bíblia registra: a) Miriã, irmã de Moisés - Era profetiza e cantora (Êx 15:20,21); b) Arão, irmão de Moisés - Era seu porta-voz e foi escolhido por Deus para ser sacerdote em Israel (Êx 4:14-16; 7:1,2); c) Os anciãos - Eram líderes e representantes do povo (Dt 1:13-15; Êx 3:16,18). Foram pessoas que muito auxiliaram Moisés em sua liderança na condução do povo à Terra Prometida; d) Josué, que foi o seu sucessor - Ele é mencionado pela primeira vez em Êx 17:9, quando da sua designação para comandar a batalha contra os amalequitas. Portanto, era um combatente, um homem de armas, e foi usado por Deus para abrir o caminho das conquistas ordenadas por Deus. Além disso, era um líder temente a Deus e bastante obediente à liderança de Moisés.
É, realmente, lamentável o que se tem observado em muitas igrejas locais na atualidade. A arrogância e a ganância pelo poder fazem com que muitos líderes não escolham pessoas capazes e tementes a Deus para estarem a seu lado, mas escolhem “capachos”, que não têm qualquer capacidade e só servem para bajular e dizer “amém”. O resultado é o esgotamento físico e mental da liderança, liderança esta que não subsiste, bem como a falta de paz no meio do povo de Deus. Livremo-nos destas pretensões enganosas, destes temores totalmente sem respaldo bíblico e aproveitemos aqueles que o Senhor tem levantado no meio da igreja para ajudar o povo de Deus a chegar ao céu.
III. QUALIDADES DE MOISÉS COMO LÍDER
Quando Israel saiu do Egito, Moisés, embora tivesse sua liderança confirmada pelos fatos, não deixou de reconhecer que o senhorio era de Deus. Saindo do Egito, não tomou o caminho que lhe pareceria mais fácil, mas seguiu a direção de Deus. Moisés estava à frente do povo, mas a orientação, a direção era de Deus (Ex.13:17). Que exemplo a ser seguido!
1. Mansidão e humildade (Nm 12:3) - “E era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra”.
a) Moisés, um líder manso. Moisés, durante os quarenta anos do “curso do deserto”, aprendeu a ser manso, um requisito indispensável para quem lidera o povo de Deus, mormente quando sabemos que o Senhor Jesus mandou que aprendêssemos dEle a mansidão(Mt.11:29). A mansidão de Moisés é um resultado de sua intimidade intensa com o Senhor. Moisés, antes tão agressivo e violento, sempre se portou com mansidão, mesmo nas horas mais difíceis em que se teve de enfrentar o povo rebelado. Moisés clamava a Deus, não se envolvendo nas atividades revoltosas, mantendo uma certa distância de tudo aquilo que não correspondia à vontade divina, sem deixar de advertir o povo a respeito dos seus erros. Foi assim, por exemplo, no episódio da guerra empreendida pelos israelitas depois da morte dos espias. Moisés, sem deixar de avisar o povo de que a guerra seria em vão, não impediu o povo de ir guerrear, embora não o tenha acompanhado. Após a derrota militar, sua postura foi decisiva para que o povo se recompusesse e se submetesse aos 38 anos de jornada em círculo até a morte daquela geração incrédula (Nm 14).
Mesmo nos momentos mais difíceis de seu ministério, Moisés nunca quis se sobrepor sobre o povo, demonstrando autoridade consoante a ordem de Deus que, mais de uma vez, interveio diretamente para mostrar que Moisés era o homem chamado por Ele para liderar o povo, como no episódio da sedição de Miriã e Arão (Nm 12:1-10). Quando precisou usar de sua autoridade, fê-lo debaixo da chamada e do senhorio divinos na sua vida, como no episódio da rebelião de Datã, Abirão e Coré (Nm 16).
b) Moisés, um líder humilde. Quando Moises foi chamado por Deus (Ex 3:10), no Monte Horebe, para libertar o pode Israel do Egito, reconheceu diante do Senhor a sua nulidade: “Quem sou eu que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel? ”(Ex 3:11). Moisés dá um passo importante para se tornar líder: elimina o seu “eu”. Isso é humildade. Ah! se muitos líderes no meio do povo de Deus tomassem esta decisão de anular o seu “eu” e compreender que sem Jesus nada pode ser feito! (João 15:5). Se dissessem “quem sou eu“, teriam boa parte dos problemas que hoje enfrentam resolvidos. Foi por ter achado que era ninguém que Moisés, antes de criar um obstáculo, credenciou-se para ser o libertador do povo de Israel.
Moisés também demonstrou humildade quando aceitou receber um conselho da parte de seu sogro, que não era nem mesmo israelita. Ao ver que Moisés decidia sozinho todas as causas do povo, que se aglomerava todos os dias para ser atendido por ele, Jetro, dentro de sua experiência, sugeriu a Moisés que efetuasse a descentralização do poder, resolvendo apenas as causas mais graves, criando maiorais de mil, de cem, cinquenta e de dez para resolver as “pequenas causas”, trazendo agilidade e paz para o povo de Israel. Moisés prontamente atendeu ao conselho de Jetro(Ex 18:24), demonstrando ser uma pessoa humilde e receptiva a criticas. Esta é uma qualidade imprescindível para quem exerce liderança no meio do povo de Deus: o de ouvir conselhos.
Muitos, na atualidade, são arrogantes e soberbos, que não aceitam os conselhos de pessoas mais experientes e que muito podem ajudar na eficácia da liderança. Se é certo que o líder deve seguir a orientação divina, também é certo que Deus, como escolheu um povo, põe à disposição dos líderes pessoas que têm capacidades e habilidades para dar bons conselhos e auxiliar no sucesso e êxito da obra do Senhor. Salomão, o homem mais sábio de toda a terra, não abriu mão dos conselheiros e, inspirado pelo Espírito de Deus, disse o seguinte: “Onde não há conselho os projetos saem vãos, mas, com a multidão de conselheiros, se confirmarão” (Pv.15:22).
Na atualidade, muitos líderes não querem ouvir conselhos, nem aceitam que surjam conselheiros e, muito menos, auxiliares. Querem ter súditos, pessoas que somente saibam dizer “amém”, mas que não têm qualquer poder decisório. O resultado é a ineficiência, o esgotamento do líder e um acúmulo cada vez maior de problemas sem solução, causando um prejuízo muito grande à obra de Deus. Como ensinou Jetro, a descentralização, o aproveitamento de homens e mulheres que o Senhor põe à disposição do seu povo é fundamental para que o líder subsista e o povo de Deus venha em paz ao seu lugar (Ex.18:23), que é o céu.
A partir do episódio da sarça, vemos Moisés, cada vez mais, aprofundando a sua intimidade com o Senhor, tanto que o próprio Senhor testifica que Moisés foi o profeta que mais intimidade teve consigo, um profeta com quem Deus falava “boca a boca” (Nm 12:8), conhecido de Deus “face a face”(Dt 34:10).
Uma outra demonstração da intimidade de Moisés com Deus está no episódio em que o rosto de Moisés resplandeceu a glória divina (Êx 34:29-35), onde vemos que a intimidade com Deus faz com que cada vez mais o líder não apareça, mas faça Deus aparecer para os seus liderados. Quanto mais o líder se aproxima de Deus, mais o Senhor aparece. As palavras e atitudes do verdadeiro líder devem sempre repetir a fala de João Batista: “é necessário que Ele cresça e que eu diminua” (João 3:30).
Infidelidade, deslealdade, traição, é um sentimento que não pode existir na vida de um homem de Deus, de um homem de fé. Quem possui a verdadeira fé, é fiel, é leal, é sincero, é verdadeiro.
Que glorioso tributo a Epafras e a Tíquico de que Paulo chamá-los de “ministro fiel”: “Como aprendestes de Epafras, nosso amado conservo, que para vós é um fiel ministro de Cristo“(Cl 1:7). “Ora, para que vós também possais saber dos meus negócios, e o que eu faço, Tíquico, irmão amado, e fiel ministro do Senhor, vos informará de tudo“(Ef 6:21). “Tíquico, irmão amado e fiel ministro, e conservo no Senhor, vos fará saber o meu estado“(Cl 4:7). Eles atingiram aquilo porque nós todos deveríamos nos esforçar. Como seria doce ouvir o Senhor nos dizendo: “Bem está, servo bom e fiel… entra no gozo do teu senhor” (Mt 25:21).
CONCLUSÃO
Aprendemos com os conselhos de Jetro, que foram conselhos sábios, orientados pelo próprio Deus, e que funcionaram. Aprendemos com Moisés que soube ser humilde o suficiente para mudar o seu estilo de liderar o povo de Deus, reproduzindo-se; ou seja, descentralizando as tarefas, fazendo somente o que estava sob sua alçada em questões intransferíveis. O resultado disso foi o crescimento representativo de Israel. A Igreja tem muito a aprender com Moisés, pois também há a necessidade de a liderança ser plasmada pelo Espírito Santo até que o Senhor venha buscar a sua Igreja.
Faz-se necessário que o líder saiba delegar tarefas, tudo fazendo segundo a orientação divina, mas jamais se esquecendo de que o fato de ter sido chamado à liderança não significa que tenha de fazer tudo sozinho. Portanto, prezado irmão, caso você exerça liderança no meio do povo de Deus, reparta com outros a responsabilidade de levar a obra até o fim, quando então, todos receberão a recompensar (1Co 3:13,14;15:58). Amém?
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Assembleia de Deus - Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Bíblia de Estudo Pentecostal.
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Revista Ensinador Cristão - nº 57 - CPAD.
Paul Hoff - O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
Alexandre Coelho - Uma jornada de Fé (Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida). CPAD.
Dr. Caramuru Afonso Francisco - Moisés, um líder eficaz. PortalEBD.