INTRODUÇÃO
Veremos o que a Bíblia ensina acerca da salvação; é um tema que se estende do Gênesis ao Apocalipse.
Salvação é uma palavra de amplo sentido, que abrange todos os atos e processos redentores, a saber: justificação, redenção, graça,
propiciação, imputação, perdão, santificação e glorificação. A salvação procede de Deus e não do homem. Foi concebida por Deus o Pai,
consumada por Jesus o Filho, e oferecida ao crente por intermédio do Espírito Santo. O homem não teve participação alguma no plano de
salvação. Resta-lhe apenas aceitar o Dom de Deus. Tão logo o homem pecou, Deus anunciou seu projeto para salvá-lo (Gn 3.15).
Salvação é palavra de profundo significado e de infinito alcance. Muitos têm uma concepção bastante pobre da inefável salvação consumada por Jesus, o que às vezes reflete numa vida espiritual descuidada e negligente, onde falta aquele amor ardente e total por Jesus, e busca constante de sua comunhão.
Salvação não significa apenas livramento da condenação do Inferno. Ela abarca todos os atos e processos redentores e transformadores da
parte de Deus para com o homem e o mundo através de Jesus, o Redentor, nesta vida e na outra.
A salvação é o resultado da redenção efetuada por Jesus, o meio que Deus proveu para livrar o homem de seus pecados. Salvação é o usufruto
desse livramento.
A doutrina da salvação diz respeito ao plano divino para restaurar o homem do pecado e, conseqüentemente, livrá-lo da condenação eterna.
Cristo é o único caminho ao Pai. A salvação nos é concedida mediante a graça de Deus, manifesta em Cristo Jesus e está baseada na morte,
ressurreição, e exaltação do Filho de Deus.
A doutrina em apreço pode ser estudada sob os vários aspectos da salvação.
Neste domingo, veremos o que a Bíblia ensina acerca da salvação; é um tema que se estende do Gênesis ao Apocalipse.
I. O QUE É A SALVAÇÃO
1. Definição etimológica. Sōtēria, além de salvação, traz as seguintes significações: “libertação, Livramento do poder e da maldição do pecado. Restituição do homem à plena comunhão com DEUS” (Dicionário Teológico).
2. Definição teológica. DEUS ofereceu o seu Unigênito para salvar pela graça, por intermédio da fé, os que o aceitam como o único e suficiente Salvador (Ef 2.8-10).
II. A GRAÇA DE DEUS NA SALVAÇÃO DO HOMEM
Agostinho realça a doutrina da graça divina: “A graça de DEUS não encontra homens aptos para a salvação, mas torna-os aptos a recebê-la”.
1. Definição etimológica. Favor imerecido.
2. Definição teológica. Aceitar e a usufruir, de imediato, das bênçãos do Plano de Salvação (Ef 2.8,9).
3. Objetivos da graça de DEUS. 1) salvar o homem da condenação do pecado; e 2) restringir a ação deste pecado.
III. ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO
1. Eleição (Ef 1.4,5). Antes mesmo de o Universo ter sido criado.
Ef 1.4,5 “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por JESUS CRISTO, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.”
ELEIÇÃO. A escolha por DEUS daqueles que crêem em CRISTO é uma doutrina importante (ver Rm 8.29-33; 9.6-26; 11.5, 7, 28; Cl 3.12; 1Ts 1.4; 2Ts 2.13; Tt 1.1). A eleição (gr. eklegoe) refere-se à escolha feita por DEUS, em CRISTO, de um povo para si mesmo, a fim de que sejam santos e inculpáveis diante dEle (cf. 2Ts 2.13). Essa eleição é uma expressão do amor de DEUS, que recebe como seus todos os que recebem seu Filho JESUS (Jo 1.12). A doutrina da eleição abarca as seguintes verdades:
(1) A eleição é cristocêntrica, i.e., a eleição de pessoas ocorre somente em união com JESUS CRISTO. DEUS nos elegeu em CRISTO para a salvação (1.4; ver v. 1). O próprio CRISTO é o primeiro de todos os eleitos de DEUS. A respeito de JESUS, DEUS declara: “Eis aqui o meu servo, que escolhi” (Mt 12.18; cf. Is 42.1,6; 1Pe 2.4). Ninguém é eleito sem estar unido a CRISTO pela fé.
(2) A eleição é feita em CRISTO, pelo seu sangue; “em quem [CRISTO]... pelo seu sangue” (1.7). O propósito de DEUS, já antes da criação (1.4), era ter um povo para si mediante a morte redentora de CRISTO na cruz. Sendo assim, a eleição é fundamentada na morte sacrificial de CRISTO, no Calvário, para nos salvar dos nossos pecados (At 20.28; Rm 3.24-26).
(3) A eleição em CRISTO é em primeiro lugar coletiva, i.e., a eleição de um povo (1.4,5, 7, 9; 1Pe 1.1; 2.9). Os eleitos são chamados “o seu [CRISTO] corpo” (1.23; 4.12), “minha igreja” (Mt 16.18), o “povo adquirido” por DEUS (1Pe 2.9) e a “noiva” de CRISTO (Ap 21.9). Logo, a eleição é coletiva e abrange o ser humano como indivíduo, somente à medida que este se identifica e se une ao corpo de CRISTO, a igreja verdadeira (1.22,23; ver Robert Shank, Elect in the Son (Eleitos no Filho). É uma eleição como a de Israel no AT (ver Dt 29.18-21; 2Rs 21.14).
(4) A eleição para a salvação e a santidade do corpo de CRISTO são inalteráveis. Mas individualmente a certeza dessa eleição depende da condição da fé pessoal e viva em JESUS CRISTO, e da perseverança na união com Ele. O apóstolo Paulo demonstra esse fato da seguinte maneira:
(a) O propósito eterno de DEUS para a igreja é que
sejamos “santos e irrepreensíveis diante dele” (1.4). Isso se refere tanto ao perdão dos pecados (1.7) como à santificação e santidade. O povo eleito de DEUS está sendo conduzido pelo ESPÍRITO SANTO em direção à santificação e à santidade (ver Rm 8.14; Gl 5.16-25). O apóstolo enfatiza repetidas vezes o propósito supremo de DEUS (ver 2.10; 3.14-19; 4.1-3, 13,14; 5.1-18).
(b) O cumprimento desse propósito para a igreja como corpo não falhará: CRISTO a apresentará “a si mesmo igreja gloriosa... santa e irrepreensível” (5.27).
(c) O cumprimento desse propósito para o crente como indivíduo dentro da igreja é condicional. CRISTO nos apresentará “santos e irrepreensíveis diante dele” (1.4), somente se continuarmos na fé. A Bíblia mostra isso claramente: CRISTO irá “vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho” (Cl 1.22,23).
(5) A eleição para a salvação em CRISTO é oferecida a todos (Jo 3.16,17; 1Tm 2.4-6; Tt 2.11; Hb 2.9), e torna-se uma realidade para cada pessoa consoante seu prévio arrependimento e fé, ao aceitar o dom da salvação em CRISTO (2.8; 3.17; cf. At 20.21; Rm 1.16; 4.16). Mediante a fé, o ESPÍRITO SANTO admite o crente ao corpo eleito de CRISTO (a igreja) (1 Co 12.13), e assim ele torna-se um dos eleitos. Daí, tanto DEUS quanto o homem têm responsabilidade na eleição (ver Rm 8.29; 2Pe 1.1-11).
2. Predestinação. Basta o homem receber a CRISTO para desfrutar, de imediato, dos benefícios da eleição e da predestinação.
A PREDESTINAÇÃO. A predestinação (gr. proorizo) significa “decidir de antemão” e se aplica aos propósitos de DEUS inclusos na eleição. A eleição é a escolha feita por DEUS, “em CRISTO”, de um povo para si mesmo (a igreja verdadeira). A predestinação abrange o que acontecerá ao povo de DEUS (todos os crentes genuínos em CRISTO).
(1) DEUS predestina seus eleitos a serem:
(a) chamados (Rm 8.30);
(b) justificados (Rm 3.24; 8.30);
(c) glorificados (Rm 8.30);
(d) conformados à imagem do Filho (Rm 8.29);
(e) santos e inculpáveis (1.4);
(f) adotados como filhos (1.5);
(g) redimidos (1.7);
(h) participantes de uma herança (1.14);
(i) para o louvor da
sua glória (1.12; 1Pe 2.9);
(j) participantes do ESPÍRITO SANTO (1.13; Gl 3.14); e
(l) criados em CRISTO JESUS
para boas obras (2.10).
(2) A predestinação, assim como a eleição, refere-se ao corpo coletivo de CRISTO (i.e., a verdadeira igreja), e abrange indivíduos somente quando inclusos neste corpo mediante a fé viva em JESUS CRISTO (1.5, 7, 13; cf. At 2.38-41; 16.31).
RESUMO. No tocante à eleição e predestinação, podemos aplicar a analogia de um grande navio viajando para o céu. DEUS escolhe o navio (a igreja) para ser sua própria nau. CRISTO é o Capitão e Piloto desse navio. Todos os que desejam estar nesse navio eleito, podem fazê-lo mediante a fé viva em CRISTO. Enquanto permanecerem no navio, acompanhando seu Capitão, estarão entre os eleitos. Caso alguém abandone o navio e o seu Capitão, deixará de ser um dos eleitos. A predestinação concerne ao destino do navio e ao que DEUS preparou para quem nele permanece. DEUS convida todos a entrar a bordo do navio eleito mediante JESUS CRISTO.
SE HOUVESSEM PREDESTINADOS A SALVOS E OUTROS A PERDIDOS NÃO HAVERIA NECESSIDADE DE PREGAÇÃO DO EVANGELHO.
IV. A REGENERAÇÃO
1. Definição etimológica. Gerar de novo, nascer outra vez.
2. Definição teológica. Concede gratuitamente ao pecador uma nova vida espiritual através dos méritos de CRISTO.
3. A necessidade da regeneração. Para se entrar no céu (Jo 3.3); para se resistir ao pecado (1 Jo 3.9); para se ter uma vida de retidão (1 Jo 2.29).
O termo "regeneração", como o temos em Tito 3.5 refere-se à renovação espiritual do indivíduo. Significa ser gerado novamente; receber nova vida, reconstruir, restaurar, reviver.
É a ação poderosa, criativa, decisiva e instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele recria a natureza interior do pecador arrependido.
Existem várias expressões bíblicas que esclarecem o sentido de regeneração.
*Novo Nascimento.
a) O que significa nascer de novo? Sobre esse aspecto da salvação Jesus asseverou a Nicodemos: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus" (Jo 3.3). Jesus salientou a necessidade mais profunda dos homens: uma mudança radical e completa da totalidade da natureza e do caráter. Este milagre é operado no espírito do ser humano, através do qual este é recriado de conformidade com a imagem divina. Aquele que realmente nasceu de novo está liberto da escravidão do pecado e passa a ter desejo e disposição de obedecer a Deus e seguir as orientações do Espírito Santo.
b) O que não significa novo nascimento. Primeiro, não se realiza pela vontade e participação humana (Jo 1.13). Segundo, não depende de esforços humanos (Tt 3.5; Ef 2.8,9). Isto é, não há nada que o homem possa fazer por si mesmo ou pelos outros. Terceiro, não é o batismo em águas. O batismo em águas pode simbolizar a regeneração, mas não a produz. Quarto, não é a prática de boas obras (Tt 3.5).
*Nova criação (2 Co 5.17; Gl 6.15; Ef 2.10). Mediante a palavra criativa de Deus, os que aceitam a Jesus Cristo pela fé, são feitos novas criaturas. O crente é uma criatura renovada segundo a imagem de Deus, que compartilha da sua glória. Em relação à primeira criação material, o homem está caído e morto, porém, na segunda, a espiritual, ele é renovado pelo Espírito Santo.
*Renovação (Tt 3.5; Cl 3.10). A "renovação do Espírito Santo" refere-se à outorga constante da vida divina aos crentes à medida que se submetem a Deus (Rm 12.2).
*Ressurreição espiritual (Ef 2.5,6). É preciso morrer para o mundo e ressuscitar para uma nova vida em Cristo. A Palavra de Deus diz que os que recebem a Cristo morrem e são sepultados com Ele, para ressuscitarem em novidade de vida (Rm 6.2-7).
V. A JUSTIFICAÇÃO
1. Definição etimológica. Significa, declarar justo pelos méritos de CRISTO.
2. Definição teológica. Declarar alguém justo, como se este jamais houvera cometido quaisquer iniqüidades.
3. Benefícios da justificação. 1) Novo relacionamento com a Lei (At 13.39); 2) Novo relacionamento com DEUS (Rm 5.1,9).
Definição. "Justificação" é o ato de Deus declarar justo o pecador que pela fé aceita Jesus por seu Salvador (Rm 5.1,33). Tal pessoa passa a ser vista por Deus como se jamais tivera pecado em toda a sua vida. Deus declara o pecador livre de toda a culpa do pecado e de suas conseqüências eternas.
Os benefícios da justificação. A justificação nos concede inúmeras bênçãos divinas. Para o estudo desta lição destacaremos apenas três:
a) Remissão dos pecados. O apóstolo Paulo quando pregou na sinagoga de Antioquia da Pisídia fez a seguinte declaração: "Seja-vos notório, varões irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê" (At 13.38,39). Cristo ao cumprir toda a lei que o homem não pôde cumprir, possibilitou ao homem ser plenamente justificado.
b) Restauração da graça de Deus. A justificação tem sua origem na livre graça de Deus (Rm 3.24). Graça é o favor divino dispensado ao homem sem que ele mereça. Mediante o pecado o homem perdeu a proteção divina e passou a viver sob a justa ira divina (Jo 3.36; Rm 1.18). A ira de Deus representa a reação automática de sua santidade contra o pecado. Porém, ao aceitar a Cristo pela fé, o pecador é por Deus justificado, ficando assim, livre da ira divina (Rm 5.9).
c) Imputação da justiça de Cristo. A graça de Deus só foi possível mediante a provisão da justiça de Cristo. Justificação significa mudança de posição perante Deus: de condenado que era, o homem passa a ser considerado justo. Como isso ocorre? A justiça de Cristo é creditada à nossa conta espiritual (Rm 3.24-28; 1 Co 1.30).
VI. A ADOÇÃO
1. Definição etimológica. Significa colocar na posição de filho.
2. Definição teológica. A partir desse momento, passa esse alguém, mediante o sacrifício de CRISTO no Calvário, a desfrutar de todos os privilégios que DEUS preparou àqueles que aceitam a CRISTO como único e suficiente Salvador.
3. Os privilégios da adoção. O crente é considerado como filho do Pai Celeste (1 Jo 3.2); como irmão de JESUS (Hb 2.11); como herdeiro dos céus (Rm 8.17).
ADOTA: RECEBIDO NA FAMÍLIA DE DEUS COM PRIVILÉGIOS DE FILHO.
Ef 2. 19 Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes sois concidadãos dos santos e membros da família de DEUS,
Hb 2. 10 Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e por meio de quem tudo existe, em trazendo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse pelos sofrimentos o autor da salvação deles.
11 Pois tanto o que santifica como os que são santificados, vêm todos de um só; por esta causa ele não se envergonha de lhes chamar irmãos,
12 dizendo: Anunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação.
13 E outra vez: Porei nele a minha confiança. E ainda: Eis-me aqui, e os filhos que DEUS me deu.
14 Portanto, visto como os filhos são participantes comuns de carne e sangue, também ele semelhantemente participou das mesmas coisas, para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo;
15 e livrasse todos aqueles que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão.
16 Pois, na verdade, não presta auxílio aos anjos, mas sim à descendência de Abraão.
17 Pelo que convinha que em tudo fosse feito semelhante a seus irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a DEUS, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo.
18 Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.
VII. A SANTIFICAÇÃO
1. Definição etimológica. Separação do mundo e consagração a DEUS.
2. Definição teológica. Consagrar-se totalmente a DEUS e ao serviço de seu Reino.
3. A santificação é um processo. O homem, continuamente, torna-se, pela ação do ESPÍRITO SANTO, mais parecido com DEUS.
4. Os propósitos da santificação. Identificar-se com o seu Criador (Lv 19.2; Gl 2.19) e Dedicar-se ao serviço de DEUS (Êx 19.6).
5. Os meios da santificação. A Palavra (Jo 17.17); o sangue de JESUS (Hb 13.12); o ESPÍRITO SANTO (2 Ts 2.13); a fé em DEUS (At 26.18).
O termo "santificação" significa "tornar-se santo", "consagrar-se", "separar-se do mundo", para pertencer a Deus, ter comunhão com Ele e servi-Lo com alegria.
É através do processo de santificação que o homem regenerado passa a ter um relacionamento íntimo com Deus em sua vida diária.
*Os sentidos da santificação. Santificação tem o sentido genérico de separação, dedicação, consagração de pessoas ou coisas para uso exclusivo do Senhor (Êx 13.2; Jr 1.5; Lv 27.14,16; 2 Cr 29.19).
Em se tratando de santificação do crente, dois sentidos principais fluem da Palavra de Deus.
a) Separação do mal, para pertencer a Deus (Lv 20.26). É chamado de aspecto negativo da santificação, porque ocupa-se de "não farás isso; não farás aquilo" etc.
b) Separação para servir a Deus; dedicação a Deus, para seu serviço (Êx 19.5,6). É chamado de aspecto positivo da santificação, porque ocupa-se de fazer o que Deus ordena quanto à santificação (2 Co 7.1; Ap 22.11; Pv 4.18; 1 Ts 5.23).
*Os meios da santificação.
a) O crente é santificado pela Palavra de Deus (Jo 17.17). A Palavra tem poder purificador (Ef 5.26); ela nos corrige (1 Pe 1.22; Sl 119.9; Jo 17.17; 1 Jo 1.7); ela penetra profundamente (Hb 4.12).
b) O crente é santificado pelo sangue de Jesus (Hb 13.12). O sangue de Jesus expiou a nossa culpa, nos justificou diante de Deus (Rm 3.24,25), e também é a provisão da nossa santificação diária (Rm 7.18; 8.7,13; 1 Jo 1.7).
c) O crente é santificado pelo Espírito Santo (Rm 1.4; 15.16). Essa obra do Espírito manifesta-se pelo poder e a unção que garantem ao crente a vitória sobre a carne (Rm 8.13; Gl 5.17-21).
CONCLUSÃO
Como é maravilhoso experimentar a salvação em CRISTO JESUS! Todavia, o melhor está por vir. Quando Ele voltar para buscar a sua Igreja, haveremos de experimentar a salvação em toda a sua plenitude. Conforme ensina o apóstolo Paulo, os salvos seremos transformados num abrir e fechar de olhos ante o toque da última trombeta. E, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Aleluia! Você já experimentou a salvação? Aceite a CRISTO imediatamente.
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio Teológico
“O Alcance da Salvação.
1. A salvação é para o mundo inteiro. Através do sacrifício perfeito de CRISTO, todos os habitantes da terra foram representados, e os seus pecados foram potencialmente perdoados. CRISTO ‘é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro’ (1 Jo 2.2).
2. A salvação é para os que crêem. Apesar de CRISTO haver morrido pelos pecados do mundo inteiro, há um sentido em que a expiação é uma provisão divina feita especialmente por aqueles que crêem. Paulo apresenta JESUS CRISTO como o ‘Salvador de todos os homens, especialmente dos fiéis’ (1 Tm 4.10). Deste modo, apesar de a salvação estar à disposição de toda a humanidade, de forma experimental ela se aplica exclusivamente àqueles que crêem.
3. Alguns abandonarão a salvação. A Bíblia dá a entender que muitos daqueles pelos quais CRISTO morreu, aceitarão a sua provisão salvadora, mas depois abandonarão, perdendo com isto o direito à vida eterna [...]”
(OLIVEIRA, R. de. As grandes doutrinas da Bíblia. 7.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.217-8.)
Subsídio Bibliológico - comentários da revista da CPAD de 18/02/2001 - Pr. Antônio Gilberto)
"A regeneração tem lugar naquele que se arrepende dos seus pecados, volta-se para Deus (Mt 3.2) e coloca a sua fé pessoal em Jesus Cristo
como seu Senhor e Salvador.
"A regeneração envolve a mudança da velha vida de pecado em uma nova vida de obediência a Jesus Cristo (2 Co 5.17; Ef 4.23,24; Cl 3.10). Aquele que realmente nasceu de novo está liberto da escravidão do pecado, e passa a ter desejo e disposição espiritual de obedecer a Deus e de seguir a direção do Espírito (Rm 8.13,14). Vive uma vida de retidão (1 Jo 2.29), ama aos demais crentes (1 Jo 4.7), evita uma vida de pecado (1 Jo 3.9; 5.18) e não ama o mundo (1 Jo 2.15,16).
"Quem é nascido de Deus não pode fazer do pecado uma prática habitual na sua vida. Não é possível permanecer nascido de novo sem o desejo sincero e o esforço vitorioso de agradar a Deus e de evitar o mal (1 Jo 2.3-11, 15-17, 24-29; 3.6-24; 4.7, 8, 20; 5.1), mediante uma comunhão profunda com Cristo e a dependência do Espírito Santo (Rm 8.2.14).
"Aqueles que continuam vivendo na imoralidade e nos caminhos pecaminosos do mundo, seja qual for a religião que professem, demonstram que ainda não nasceram de novo (1 Jo 3.6,7).
"Assim como uma pessoa nasce do Espírito ao receber a vida de Deus, também pode extinguir essa vida ao enveredar pelo mal e viver em iniqüidade. As Escrituras afirmam: 'se viverdes segundo a carne, morrereis' (Rm 8.13). Ver também Gl 5.19-21, atentando para a expressão 'como já antes vos disse' (v.21).
"O nosso nascimento não pode ser equiparado ao nascimento físico, pois o relacionamento entre Deus e o salvo é questão do espírito e não da carne (3.6). Logo, embora a ligação física entre um pai e um filho nunca possa ser desfeito, o relacionamento de pai para filho, que Deus quer manter conosco, é voluntário e dissolúvel durante nosso período probatório na terra. Nosso relacionamento com Deus é condicionado pela nossa fé em Cristo durante nossa vida terrena; fé esta demonstrada numa vida de obediência e amor sinceros (Hb 5.9; 2 Tm 2.12)". (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, pág. 1576).
Por Ev.Luiz Henrique
1 Pe 3.15 Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, Blog 100% Cristão
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
sábado, 24 de dezembro de 2011
Pr. Silas Malafaia na audiência contra PL/122
O pastor Silas Malafaia discursou contra o Projeto de Lei 122 (que visa criminalizar a homofobia) na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, no dia 29 de novembro. Para sua surpresa, membros favoráveis à aprovação deste projeto não estiveram presentes, dando margem à questionamentos sobre uma conduta covarde.
“Eu só lamento porque eu gostaria de ver aqui, eu gosto de falar cara a cara, olho no olho. Rapaz, nessa hora os caras correm. Estão com medo de que?”, disse o pastor em tom de protesto pela ausência dos que apóiam o PL
“Eu só lamento porque eu gostaria de ver aqui, eu gosto de falar cara a cara, olho no olho. Rapaz, nessa hora os caras correm. Estão com medo de que?”, disse o pastor em tom de protesto pela ausência dos que apóiam o PL
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Leitura Diária
Deus respondeu com carinho
20/12/2011
Zacarias 1.13-17
O SENHOR Deus respondeu com carinho ao anjo que estava falando comigo e disse palavras de consolo. Aí o anjo que falava comigo mandou que eu anunciasse em voz alta o seguinte: — Esta é a mensagem do SENHOR Todo-Poderoso: “Eu tenho grande amor por Jerusalém, a minha cidade. E estou muito irado com as nações que vivem sossegadas. Pois, quando eu estava um pouco irado com o meu povo, elas fizeram com que ele sofresse muito. Portanto, cheio de compaixão, voltei para Jerusalém. E eu, o SENHOR Todo-Poderoso, prometo que o Templo e a cidade toda serão construídos de novo.” E o anjo me disse também: — Anuncie que o SENHOR Todo-Poderoso diz que as cidades dele terão de novo muitas riquezas. E ele ajudará Jerusalém, que voltará a ser a sua cidade escolhida.
20/12/2011
Zacarias 1.13-17
O SENHOR Deus respondeu com carinho ao anjo que estava falando comigo e disse palavras de consolo. Aí o anjo que falava comigo mandou que eu anunciasse em voz alta o seguinte: — Esta é a mensagem do SENHOR Todo-Poderoso: “Eu tenho grande amor por Jerusalém, a minha cidade. E estou muito irado com as nações que vivem sossegadas. Pois, quando eu estava um pouco irado com o meu povo, elas fizeram com que ele sofresse muito. Portanto, cheio de compaixão, voltei para Jerusalém. E eu, o SENHOR Todo-Poderoso, prometo que o Templo e a cidade toda serão construídos de novo.” E o anjo me disse também: — Anuncie que o SENHOR Todo-Poderoso diz que as cidades dele terão de novo muitas riquezas. E ele ajudará Jerusalém, que voltará a ser a sua cidade escolhida.
A Integridade de um Líder - Pb. José Roberto A. Barbosa
Texto Áureo: Rm. 12.7 - Leitura Bíblica: Ne. 1.5-11
Pb. José Roberto A. Barbosa
www.subsidioebd.blogspot.com
Twitter: @subsidioEBD
Objetivo: Destacar para os alunos que somente com líderes verdadeiramente chamados por Deus e comprometidos com a Sua obra é que a Igreja de Cristo poderá cumprir integralmente a missão que lhe confiou o Senhor.
INTRODUÇÃO
É chegado o final de mais um trimestre na nossa querida Escola Bíblica Dominical. Tivemos a oportunidade de extrair lições do livro de Neemias, a fim de edificar a Igreja de Cristo, em especial os líderes foram ricamente instruídos a respeito de como responder biblicamente em períodos de crise espiritual. Nesta última lição atentaremos para as características da liderança de Neemias, com destaque para a sua integridade.
1. NEEMIAS, UM LÍDER ÍNTEGRO
Neemias é um líder íntegro, isto é, que não se deixa cooptar por interesses que não sejam aqueles da obra de Deus. Nestes dias, marcados por pessoas que facilmente se vendem, precisamos aprender com o estilo de liderança desse servo de Deus. Ele ocupava um cargo de prestígio perante o rei Artaxerxes, como copeiro mor, a serviço do monarca como amigo e confidente. Mas estava consciente de que aquela posição o ensejava a servir ao Senhor, o Deus de Israel, por isso, se opôs frontalmente a tudo que ia de encontro à Palavra de Deus. Ele se mostrou transparente no uso dos recursos financeiros para a execução dos trabalhos (Ne. 5.9-12) e se opôs ao casamento misto, reconhecendo que esse comprometia os ideais estabelecidos pelo Senhor (Ne. 13.25). Neemias demonstrou coragem diante das crises porque desfrutava de profunda comunhão com Deus. Ele não se apartava da oração, várias vezes lemos no livro que leva o seu nome que ele orou ao Senhor. O compromisso com a Torah também o conduziu a realizar as reformas que se fizeram necessárias. Acima de qualquer coisa, seu objetivo principal era glorificar a Deus, adorá-LO, como forma de mostrar que havia disposição para observar os Seus mandamentos (Ne. 1.5; 12.27). A liderança cristã tem muito a aprender com Neemias, no contexto brasileiro, em que a corrupção é tida como algo normal, é hora de despertar, precisamos de líderes que não tenham outro propósito em mente senão o de fazer a vontade de Deus. Integridade não é uma mera questão de reputação, mas de caráter. É bem provável que alguém seja visto, e até invista no marketing pessoal, seja de boa reputação, mas é necessário mais que isso, é preciso ser sincero, agir em conformidade com os princípios bíblicos, em toda e qualquer ocasião. A reputação é o que as pessoas são capazes de ver em nós, caráter é o que Deus testemunha a nosso respeito.
2. NEEMIAS, UM LÍDER QUE COMPARTILHA
Em Ne. 13.12,13, observamos que Neemias, ao saber do que havia acontecido em Judá, durante a sua ausência, ele tomou as decisões cabíveis a fim de reverter a situação. Ele escolheu, a princípio, pessoas que o ajudassem na coleta dos dízimos para a sustentação dos levitas (Ne. 10.37). Ele não era um líder centralizador, não coloca os holofotes sobre si mesmo, como fazem os “papas” do movimento pseudopentecostal (chamados por alguns de um neopentecostal). Ele não tinha receio de ser ofuscado, por isso, contou com o auxílio de um levita, um escriba, um sacerdote e um administrador. Isso porque Eliasibe, um dos principais entre judeus, na condição de sacerdote, estava utilizando o cargo para fins indevidos, com vistas a obter benefícios pessoais. Nem todos conseguem lidar com o dinheiro, as pessoas podem ser facilmente tentadas a agir corruptamente no trato dos bens que não lhes pertence. De vez em quando a impressa publica casos de políticos que se apropriem de bens públicos que deveriam estar sendo investidos na educação, saúde e segurança de qualidade. Na igreja isso também acontece, líderes fraudulentos fazem fortuna e vivem regaladamente com o dinheiro dos fiéis, enquanto a vasta maioria padece na pobreza e necessidade extrema. A escolha dos homens de Neemias, com os quais ele agiu para fazer as mudanças, tinha como critério a crédito que esses tinham perante o povo (Ne. 13.13). As escolhas de Deus, semelhantemente ao que ocorreu com Davi, não levam em conta os atributos exteriores, se a pessoa é rica ou pobre, se é de aparência agradável ou desprezível, pois Ele vê o interior, as intenções do coração (I Sm. 16.6,7; 17.28-30). Por esse motivo Paulo apresenta, ao jovem pastor Timóteo e a Tito, uma série de critérios para o exercício da liderança na igreja (I Tm. 3.1-13; 6.11-12; II Tm. 2.22-26; Tt. 1.6-9).
3. NEEMIAS, UM LÍDER EFICIENTE
A palavra da moda no contexto empresarial é “eficiência”, os modelos de liderança importado desse modelo incentiva os líderes a serem produtivos. Na igreja, o conceito de eficiência deva ser avaliado à luz da Escritura. O pragmatismo que contaminou as igrejas evangélicas tem levados muitos líderes a assumirem padrões anticristãos, visando o crescimento sob qualquer custo. O maquiavelismo se tornou tão evidente que, em alguns casos, os fins justificam os meios. Neemias estava ciente de que algumas tarefas precisavam ser feitas, e que cada um deveria assumir sua responsabilidade diante das demandas. Mas essas não poderiam ser satisfeitas de qualquer modo. As características de cada pessoa seriam respeitadas, para tanto, a provisão para realizá-las também seria disponibilizada (Ne. 13.30,31). De nada adiantará colocar a pessoa errada no lugar certo, ou mesmo a pessoa certa sem lhe dar as devidas condições para a realização do trabalho. A cultura do improviso também é problemática, é preciso ter tempo para planejamento, e etapas que devam ser observadas e respeitadas para a supervisão da obra. O segredo da eficiência de Neemias, diferentemente da do modelo empresarial, estava no seu contato com Deus. Conforme já ressaltamos anteriormente, ele era um homem de oração (Ne. 1.4-11; 2.4; 4.4,5; 5.19; 6.14). Ele agia em conformidade com a sua intimidade com Deus, Ele poderia chamar ao Deus de Israel de “meu Deus” (Ne. 13.14), nem todos podem fazer o mesmo, inclusive alguns líderes que perderam a fé, estão nos púlpitos apenas mantendo o emprego. As decisões de Neemias eram motivadas pela aprovação de Deus, seu maior desejo é cumprir a vontade dAquele que o chamou (Ne. 13.14, 29). A eficiência ministerial do obreiro deva ser a aprovação de Deus, a fim de que esse não tenha do que se envergonhar, para tanto, deva manejar bem a palavra da verdade (II Tm. 2.15).
CONCLUSÃO
Integridade é uma palavra-chave no ministério cristão, principalmente nestes tempos de crise. O movimento pseudopentecostal, que será estudado a partir do próximo trimestre, desvirtuou o chamado para a obra do Senhor. O uso irresponsável de passagens bíblicas tem alimentado padrões de liderança que nada têm a ver com aquele ensinado por Jesus e seus discípulos. Mas louvamos a Deus por homens [e mulheres] como Neemias, que, nestes dias difíceis, não se furtam de pregar todo o conselho de Deus, e como Paulo, estão cientes do Seu chamado e que prestarão contas pelo ao Senhor pelo modo como o exerceram (At. 20.26,27).
BIBLIOGRAFIA
BROWN, R. The message of Nehemiah. England: Inter-Versity Press, 1998.
PACKER, J. I. Neemias: paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
Pb. José Roberto A. Barbosa
www.subsidioebd.blogspot.com
Twitter: @subsidioEBD
Objetivo: Destacar para os alunos que somente com líderes verdadeiramente chamados por Deus e comprometidos com a Sua obra é que a Igreja de Cristo poderá cumprir integralmente a missão que lhe confiou o Senhor.
INTRODUÇÃO
É chegado o final de mais um trimestre na nossa querida Escola Bíblica Dominical. Tivemos a oportunidade de extrair lições do livro de Neemias, a fim de edificar a Igreja de Cristo, em especial os líderes foram ricamente instruídos a respeito de como responder biblicamente em períodos de crise espiritual. Nesta última lição atentaremos para as características da liderança de Neemias, com destaque para a sua integridade.
1. NEEMIAS, UM LÍDER ÍNTEGRO
Neemias é um líder íntegro, isto é, que não se deixa cooptar por interesses que não sejam aqueles da obra de Deus. Nestes dias, marcados por pessoas que facilmente se vendem, precisamos aprender com o estilo de liderança desse servo de Deus. Ele ocupava um cargo de prestígio perante o rei Artaxerxes, como copeiro mor, a serviço do monarca como amigo e confidente. Mas estava consciente de que aquela posição o ensejava a servir ao Senhor, o Deus de Israel, por isso, se opôs frontalmente a tudo que ia de encontro à Palavra de Deus. Ele se mostrou transparente no uso dos recursos financeiros para a execução dos trabalhos (Ne. 5.9-12) e se opôs ao casamento misto, reconhecendo que esse comprometia os ideais estabelecidos pelo Senhor (Ne. 13.25). Neemias demonstrou coragem diante das crises porque desfrutava de profunda comunhão com Deus. Ele não se apartava da oração, várias vezes lemos no livro que leva o seu nome que ele orou ao Senhor. O compromisso com a Torah também o conduziu a realizar as reformas que se fizeram necessárias. Acima de qualquer coisa, seu objetivo principal era glorificar a Deus, adorá-LO, como forma de mostrar que havia disposição para observar os Seus mandamentos (Ne. 1.5; 12.27). A liderança cristã tem muito a aprender com Neemias, no contexto brasileiro, em que a corrupção é tida como algo normal, é hora de despertar, precisamos de líderes que não tenham outro propósito em mente senão o de fazer a vontade de Deus. Integridade não é uma mera questão de reputação, mas de caráter. É bem provável que alguém seja visto, e até invista no marketing pessoal, seja de boa reputação, mas é necessário mais que isso, é preciso ser sincero, agir em conformidade com os princípios bíblicos, em toda e qualquer ocasião. A reputação é o que as pessoas são capazes de ver em nós, caráter é o que Deus testemunha a nosso respeito.
2. NEEMIAS, UM LÍDER QUE COMPARTILHA
Em Ne. 13.12,13, observamos que Neemias, ao saber do que havia acontecido em Judá, durante a sua ausência, ele tomou as decisões cabíveis a fim de reverter a situação. Ele escolheu, a princípio, pessoas que o ajudassem na coleta dos dízimos para a sustentação dos levitas (Ne. 10.37). Ele não era um líder centralizador, não coloca os holofotes sobre si mesmo, como fazem os “papas” do movimento pseudopentecostal (chamados por alguns de um neopentecostal). Ele não tinha receio de ser ofuscado, por isso, contou com o auxílio de um levita, um escriba, um sacerdote e um administrador. Isso porque Eliasibe, um dos principais entre judeus, na condição de sacerdote, estava utilizando o cargo para fins indevidos, com vistas a obter benefícios pessoais. Nem todos conseguem lidar com o dinheiro, as pessoas podem ser facilmente tentadas a agir corruptamente no trato dos bens que não lhes pertence. De vez em quando a impressa publica casos de políticos que se apropriem de bens públicos que deveriam estar sendo investidos na educação, saúde e segurança de qualidade. Na igreja isso também acontece, líderes fraudulentos fazem fortuna e vivem regaladamente com o dinheiro dos fiéis, enquanto a vasta maioria padece na pobreza e necessidade extrema. A escolha dos homens de Neemias, com os quais ele agiu para fazer as mudanças, tinha como critério a crédito que esses tinham perante o povo (Ne. 13.13). As escolhas de Deus, semelhantemente ao que ocorreu com Davi, não levam em conta os atributos exteriores, se a pessoa é rica ou pobre, se é de aparência agradável ou desprezível, pois Ele vê o interior, as intenções do coração (I Sm. 16.6,7; 17.28-30). Por esse motivo Paulo apresenta, ao jovem pastor Timóteo e a Tito, uma série de critérios para o exercício da liderança na igreja (I Tm. 3.1-13; 6.11-12; II Tm. 2.22-26; Tt. 1.6-9).
3. NEEMIAS, UM LÍDER EFICIENTE
A palavra da moda no contexto empresarial é “eficiência”, os modelos de liderança importado desse modelo incentiva os líderes a serem produtivos. Na igreja, o conceito de eficiência deva ser avaliado à luz da Escritura. O pragmatismo que contaminou as igrejas evangélicas tem levados muitos líderes a assumirem padrões anticristãos, visando o crescimento sob qualquer custo. O maquiavelismo se tornou tão evidente que, em alguns casos, os fins justificam os meios. Neemias estava ciente de que algumas tarefas precisavam ser feitas, e que cada um deveria assumir sua responsabilidade diante das demandas. Mas essas não poderiam ser satisfeitas de qualquer modo. As características de cada pessoa seriam respeitadas, para tanto, a provisão para realizá-las também seria disponibilizada (Ne. 13.30,31). De nada adiantará colocar a pessoa errada no lugar certo, ou mesmo a pessoa certa sem lhe dar as devidas condições para a realização do trabalho. A cultura do improviso também é problemática, é preciso ter tempo para planejamento, e etapas que devam ser observadas e respeitadas para a supervisão da obra. O segredo da eficiência de Neemias, diferentemente da do modelo empresarial, estava no seu contato com Deus. Conforme já ressaltamos anteriormente, ele era um homem de oração (Ne. 1.4-11; 2.4; 4.4,5; 5.19; 6.14). Ele agia em conformidade com a sua intimidade com Deus, Ele poderia chamar ao Deus de Israel de “meu Deus” (Ne. 13.14), nem todos podem fazer o mesmo, inclusive alguns líderes que perderam a fé, estão nos púlpitos apenas mantendo o emprego. As decisões de Neemias eram motivadas pela aprovação de Deus, seu maior desejo é cumprir a vontade dAquele que o chamou (Ne. 13.14, 29). A eficiência ministerial do obreiro deva ser a aprovação de Deus, a fim de que esse não tenha do que se envergonhar, para tanto, deva manejar bem a palavra da verdade (II Tm. 2.15).
CONCLUSÃO
Integridade é uma palavra-chave no ministério cristão, principalmente nestes tempos de crise. O movimento pseudopentecostal, que será estudado a partir do próximo trimestre, desvirtuou o chamado para a obra do Senhor. O uso irresponsável de passagens bíblicas tem alimentado padrões de liderança que nada têm a ver com aquele ensinado por Jesus e seus discípulos. Mas louvamos a Deus por homens [e mulheres] como Neemias, que, nestes dias difíceis, não se furtam de pregar todo o conselho de Deus, e como Paulo, estão cientes do Seu chamado e que prestarão contas pelo ao Senhor pelo modo como o exerceram (At. 20.26,27).
BIBLIOGRAFIA
BROWN, R. The message of Nehemiah. England: Inter-Versity Press, 1998.
PACKER, J. I. Neemias: paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
As Consequências do Jugo Desigual - Pr. Geraldo Carneiro Filho
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 12 - DATA: 18/12/2011
TÍTULO: “AS CONSEQUENCIAS DO JUGO DESIGUAL”
TEXTO ÁUREO – II Cor 6:14
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ne 13:23-29
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/
I – INTRODUÇÃO:
O namoro é um jugo de comunhão que pode se transformar em casamento. Por isso, não entre na idéia de que poderá namorar um (a) incrédulo (a) só para passar o tempo e que, na hora em que resolver se casar, procurará um (a) jovem crente. Não se iluda, também, pensando que vai ganhá-lo (a) para Jesus. Será mais fácil o incrédulo arrastar o crente para o mundo, pois, ao começar o namoro com um jugo desigual, já se deu o primeiro passo naquela direção. Assim, guardemos o seguinte: O NAMORO NUNCA FOI MÉTODO UTILIZADO PARA SE EVANGELIZAR E DE SE ALCANÇAR ALMAS PARA CRISTO!
II - DUAS QUESTÕES DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA E QUE TEM SIDO CAUSA DO FRACASSO DE MUITOS CASAMENTOS:
(1) – O JUGO DESIGUAL: - II Cor 6:14 - Esta questão do “jugo desigual” que, antigamente, era levada muito a sério, principalmente, pelos pais crentes, hoje caiu de importância, sendo aceito, ou tolerado. Todavia, Deus continua não aceitando a mistura entre justos e ímpios; entre o mundo e a Igreja (Dt 7:2-4). Num Casamento Cristão o jugo desigual tem que ser evitado.
Os círculos de oração, com muita frequência, são procurados por pessoas que, embora conhecessem a verdade, casaram-se com incrédulos e, por isso, vivem amarguradas e cheias de problemas.
Ainda que, depois de casados, o salvo consiga manter-se na Igreja, sem que o outro se importe, haverá muitas divergências. Portanto, tenha cuidado com o jugo desigual!
Conta-se que uma senhorita visitou, certa vez, Spurgeon e lhe apresentou o seguinte argumento:
- “Eu posso ganhar meu pretendido, que não é crente, para Cristo”.
Como resposta, Spurgeon mandou-a sentar-se sobre uma mesa.
Espantada, a moça fez o que ele pediu.
Depois, Spurgeon solicitou que a moça o erguesse do chão para o alto da mesa. Disse ela:
- “Impossível!”
Disse, então, o homem de Deus:
- “Exatamente! Mas eu posso puxá-la para baixo.”
Dito e feito! Em segundos, a moça encontrava-se no chão.
Com toda a gravidade, aquele servo de Deus advertiu aquela moça:
- “Se desobedecer a Palavra de Deus, você jamais levantará o seu namorado incrédulo; mas ele, sim, a fará cair em fração de segundos”.
Dois não podem andar juntos, a menos que estejam de acordo! Por isso: CUIDADO COM O JUGO DESIGUAL!.
(1.1) – O JUGO DESIGUAL ENTRE CRENTES: - O jugo desigual pode existir, também, no Casamento entre os próprios Crentes. Isto porque, de acordo com A Palavra de Deus, existem os crentes salvos, as virgens prudentes, o trigo, os peixes bons, as árvores boas que produzem frutos bons.
Porém, existem também os crentes não salvos, as virgens loucas, o joio, os peixes ruins, as árvores ruins que produzem frutos ruins.
Assim, só Deus, que conhece os corações, poderá, em resposta à oração, livrar Seus filhos de um jugo desigual dentro da própria Igreja.
Para casar-se, portanto, mesmo que entre crentes, não se pode dispensar a oração.
(2) – CASAMENTO ENTRE “OS VASOS DO SENHOR” – Este é um erro que também pode e deve ser evitado.
Este tipo de casamento acontece quando o “irmão em Cristo” casa-se com a “irmã em Cristo”; quando é realizado, apenas, com base nas afinidades espirituais, ou “no amor ágape”, que é o amor de Deus existente entre eles.
Neste caso, o “irmão em Cristo” (que é uma bênção) não consegue enxergar a esposa/mulher, a companheira, a cônjuge; ele só vê “o vaso do Senhor”, “o instrumento que Deus usa”!
Da mesma forma, a “irmã em Cristo” (que também é uma bênção), não vê o marido/homem, o esposo, o cônjuge; só consegue enxergar o “irmão em Cristo”, “o vaso do Senhor”, “o instrumento usado por Deus”.
Isto acontece porque o amor espiritual existente entre eles (o amor “ágape”), não gera desejo carnal.
Se resolverem casar, sem consultar a Deus, este casamento tem tudo para dar errado. Não havendo o “Eros”, que é o amor carnal, que gera desejo sexual, o relacionamento sexual será prejudicado e o Casamento poderá ser desfeito.
Quando isto acontece, muitos se surpreendem, e dizem:
- “Não é possível! Os dois eram uma bênção! O Casamento tinha tudo para dar certo!”
Todavia, quem conhece A Palavra de Deus, sabe que aquele Casamento tinha tudo para dar errado! Os dois eram uma bênção… e continuariam sendo, se não tivessem casado! As “duas bênçãos”, os “dois vasos”, os “dois instrumentos usados por Deus” se casaram e não deu certo. Por que?
Porque ele não viu a esposa/mulher que estava na “irmã em Cristo”; ela também não viu o esposo/homem que estava no “irmão em Cristo”!
Quando, depois de casados, ela descobriu o homem que agora era seu esposo, e ele descobriu a mulher, que agora era sua esposa, constataram que não havia amor carnal para uni-los sexualmente. O “irmão em Cristo” tinha se casado com a “irmã em Cristo” e vice-versa! Deu errado! Certamente que daria errado!
Aos olhos dos outros, parece que são felizes! Mas não são! Pior ainda: Muitas vezes, deixam de ser uma bênção, deixam de ser um vaso, deixam de ser um instrumento usado por Deus!
Para dar certo, o “irmão em Cristo” tem que casar com uma mulher que será sua esposa e, ao mesmo tempo, será sua “irmã em Cristo”. Da mesma sorte, a “irmã em Cristo” tem que casar com um homem que será seu esposo e, ao mesmo tempo, seu “irmão em Cristo”. É preciso que o homem veja a mulher que está na irmã e que a mulher veja o homem que está no irmão. Que sintam atração física um pelo outro.
Casar por ter dó do irmão, está errado! Casar por ter dó da irmã, está errado! Casar sem atração física, está errado!
Crente precisa casar com Crente! Mas não se casa só por ser crente, só pelo fato de ser membro de uma mesma Igreja. Não se casa, apenas, por ter afinidades espirituais.
Pretender casar-se porque o irmão, ou a irmã é uma bênção, porque é um Obreiro, um Professor de Escola Dominical, porque os dois cantam juntos, porque têm comunhão, prazer em estar um perto do outro …tudo isto não basta!
Para que um Casamento possa dar certo, e cumprir seus propósitos, é preciso que haja entre o casal as três expressões do amor:
(1) – O AMOR “ÁGAPE” = O AMOR DIVINO;
(2) – O AMOR “EROS” = O AMOR CARNAL; e
(3) – O AMOR “PHILIS” = O AMOR AMIZADE ou SOCIAL.
III - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
II Cor 6:14-18; 7:1 – “NÃO VOS PONHAIS EM JUGO DESIGUAL”
(1) – As razões para isso são:
(a) – A justiça e a injustiça não têm nada em comum
(b) – A luz e as trevas não têm comunhão
(c) – Cristo e o maligno não têm harmonia
(d) – O crente e o incrédulo nada têm em comum
(e) – Deus proíbe, por uma ordem direta.
(2) – A advertência divina diz:
(a) – Retirai-vos do meio deles
(b) – Separai-vos do mundo
(c) – Não toqueis em cousas impuras
(3) – As maravilhosas promessas:
(a) – Receber-vos-ei
(b) – Serei vosso Pai
(c) – Sereis para mim filhos e filhas
FONTES DE CONSULTA:
1) A Santidade do Sexo – Editora Fiel - Frank Lawes e Stephen Olford
2) Sexo e Casamento – Editora fiel – M. Capper e M. Williams
3) Mil Esboços Bíblicos – Editora Evangélica Esperança – Georg Brinke
4) Responda-me, por favor – CPAD – Marta Doreto de Andrade e Claudionor Corrêa de Andrade
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 12 - DATA: 18/12/2011
TÍTULO: “AS CONSEQUENCIAS DO JUGO DESIGUAL”
TEXTO ÁUREO – II Cor 6:14
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ne 13:23-29
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/
I – INTRODUÇÃO:
O namoro é um jugo de comunhão que pode se transformar em casamento. Por isso, não entre na idéia de que poderá namorar um (a) incrédulo (a) só para passar o tempo e que, na hora em que resolver se casar, procurará um (a) jovem crente. Não se iluda, também, pensando que vai ganhá-lo (a) para Jesus. Será mais fácil o incrédulo arrastar o crente para o mundo, pois, ao começar o namoro com um jugo desigual, já se deu o primeiro passo naquela direção. Assim, guardemos o seguinte: O NAMORO NUNCA FOI MÉTODO UTILIZADO PARA SE EVANGELIZAR E DE SE ALCANÇAR ALMAS PARA CRISTO!
II - DUAS QUESTÕES DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA E QUE TEM SIDO CAUSA DO FRACASSO DE MUITOS CASAMENTOS:
(1) – O JUGO DESIGUAL: - II Cor 6:14 - Esta questão do “jugo desigual” que, antigamente, era levada muito a sério, principalmente, pelos pais crentes, hoje caiu de importância, sendo aceito, ou tolerado. Todavia, Deus continua não aceitando a mistura entre justos e ímpios; entre o mundo e a Igreja (Dt 7:2-4). Num Casamento Cristão o jugo desigual tem que ser evitado.
Os círculos de oração, com muita frequência, são procurados por pessoas que, embora conhecessem a verdade, casaram-se com incrédulos e, por isso, vivem amarguradas e cheias de problemas.
Ainda que, depois de casados, o salvo consiga manter-se na Igreja, sem que o outro se importe, haverá muitas divergências. Portanto, tenha cuidado com o jugo desigual!
Conta-se que uma senhorita visitou, certa vez, Spurgeon e lhe apresentou o seguinte argumento:
- “Eu posso ganhar meu pretendido, que não é crente, para Cristo”.
Como resposta, Spurgeon mandou-a sentar-se sobre uma mesa.
Espantada, a moça fez o que ele pediu.
Depois, Spurgeon solicitou que a moça o erguesse do chão para o alto da mesa. Disse ela:
- “Impossível!”
Disse, então, o homem de Deus:
- “Exatamente! Mas eu posso puxá-la para baixo.”
Dito e feito! Em segundos, a moça encontrava-se no chão.
Com toda a gravidade, aquele servo de Deus advertiu aquela moça:
- “Se desobedecer a Palavra de Deus, você jamais levantará o seu namorado incrédulo; mas ele, sim, a fará cair em fração de segundos”.
Dois não podem andar juntos, a menos que estejam de acordo! Por isso: CUIDADO COM O JUGO DESIGUAL!.
(1.1) – O JUGO DESIGUAL ENTRE CRENTES: - O jugo desigual pode existir, também, no Casamento entre os próprios Crentes. Isto porque, de acordo com A Palavra de Deus, existem os crentes salvos, as virgens prudentes, o trigo, os peixes bons, as árvores boas que produzem frutos bons.
Porém, existem também os crentes não salvos, as virgens loucas, o joio, os peixes ruins, as árvores ruins que produzem frutos ruins.
Assim, só Deus, que conhece os corações, poderá, em resposta à oração, livrar Seus filhos de um jugo desigual dentro da própria Igreja.
Para casar-se, portanto, mesmo que entre crentes, não se pode dispensar a oração.
(2) – CASAMENTO ENTRE “OS VASOS DO SENHOR” – Este é um erro que também pode e deve ser evitado.
Este tipo de casamento acontece quando o “irmão em Cristo” casa-se com a “irmã em Cristo”; quando é realizado, apenas, com base nas afinidades espirituais, ou “no amor ágape”, que é o amor de Deus existente entre eles.
Neste caso, o “irmão em Cristo” (que é uma bênção) não consegue enxergar a esposa/mulher, a companheira, a cônjuge; ele só vê “o vaso do Senhor”, “o instrumento que Deus usa”!
Da mesma forma, a “irmã em Cristo” (que também é uma bênção), não vê o marido/homem, o esposo, o cônjuge; só consegue enxergar o “irmão em Cristo”, “o vaso do Senhor”, “o instrumento usado por Deus”.
Isto acontece porque o amor espiritual existente entre eles (o amor “ágape”), não gera desejo carnal.
Se resolverem casar, sem consultar a Deus, este casamento tem tudo para dar errado. Não havendo o “Eros”, que é o amor carnal, que gera desejo sexual, o relacionamento sexual será prejudicado e o Casamento poderá ser desfeito.
Quando isto acontece, muitos se surpreendem, e dizem:
- “Não é possível! Os dois eram uma bênção! O Casamento tinha tudo para dar certo!”
Todavia, quem conhece A Palavra de Deus, sabe que aquele Casamento tinha tudo para dar errado! Os dois eram uma bênção… e continuariam sendo, se não tivessem casado! As “duas bênçãos”, os “dois vasos”, os “dois instrumentos usados por Deus” se casaram e não deu certo. Por que?
Porque ele não viu a esposa/mulher que estava na “irmã em Cristo”; ela também não viu o esposo/homem que estava no “irmão em Cristo”!
Quando, depois de casados, ela descobriu o homem que agora era seu esposo, e ele descobriu a mulher, que agora era sua esposa, constataram que não havia amor carnal para uni-los sexualmente. O “irmão em Cristo” tinha se casado com a “irmã em Cristo” e vice-versa! Deu errado! Certamente que daria errado!
Aos olhos dos outros, parece que são felizes! Mas não são! Pior ainda: Muitas vezes, deixam de ser uma bênção, deixam de ser um vaso, deixam de ser um instrumento usado por Deus!
Para dar certo, o “irmão em Cristo” tem que casar com uma mulher que será sua esposa e, ao mesmo tempo, será sua “irmã em Cristo”. Da mesma sorte, a “irmã em Cristo” tem que casar com um homem que será seu esposo e, ao mesmo tempo, seu “irmão em Cristo”. É preciso que o homem veja a mulher que está na irmã e que a mulher veja o homem que está no irmão. Que sintam atração física um pelo outro.
Casar por ter dó do irmão, está errado! Casar por ter dó da irmã, está errado! Casar sem atração física, está errado!
Crente precisa casar com Crente! Mas não se casa só por ser crente, só pelo fato de ser membro de uma mesma Igreja. Não se casa, apenas, por ter afinidades espirituais.
Pretender casar-se porque o irmão, ou a irmã é uma bênção, porque é um Obreiro, um Professor de Escola Dominical, porque os dois cantam juntos, porque têm comunhão, prazer em estar um perto do outro …tudo isto não basta!
Para que um Casamento possa dar certo, e cumprir seus propósitos, é preciso que haja entre o casal as três expressões do amor:
(1) – O AMOR “ÁGAPE” = O AMOR DIVINO;
(2) – O AMOR “EROS” = O AMOR CARNAL; e
(3) – O AMOR “PHILIS” = O AMOR AMIZADE ou SOCIAL.
III - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
II Cor 6:14-18; 7:1 – “NÃO VOS PONHAIS EM JUGO DESIGUAL”
(1) – As razões para isso são:
(a) – A justiça e a injustiça não têm nada em comum
(b) – A luz e as trevas não têm comunhão
(c) – Cristo e o maligno não têm harmonia
(d) – O crente e o incrédulo nada têm em comum
(e) – Deus proíbe, por uma ordem direta.
(2) – A advertência divina diz:
(a) – Retirai-vos do meio deles
(b) – Separai-vos do mundo
(c) – Não toqueis em cousas impuras
(3) – As maravilhosas promessas:
(a) – Receber-vos-ei
(b) – Serei vosso Pai
(c) – Sereis para mim filhos e filhas
FONTES DE CONSULTA:
1) A Santidade do Sexo – Editora Fiel - Frank Lawes e Stephen Olford
2) Sexo e Casamento – Editora fiel – M. Capper e M. Williams
3) Mil Esboços Bíblicos – Editora Evangélica Esperança – Georg Brinke
4) Responda-me, por favor – CPAD – Marta Doreto de Andrade e Claudionor Corrêa de Andrade
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
O Dia de Adoração e Serviço a Deus - Pr. Geraldo Carneiro Filho
I – INTRODUÇÃO:
Sabemos que a guarda do sábado era um sinal da aliança de Deus com Israel. Na Nova Aliança, porém, a morte vicária de Jesus fez com que as exigências cerimoniais da lei fossem canceladas. Para os cristãos, o domingo é o dia de adoração e serviço a Deus.
II. DEUS ORDENA A GUARDA DO SÁBADO:
(1) - Uma ordenança divina para os israelitas:
(a) - Trata-se de uma ordenança contida no Decálogo (Êx 20.1-8; 31.13).
(b) - No sétimo dia da semana, o povo de Israel, além de repousar de seus trabalhos, se consagrava para servir e adorar ao Senhor.
(c) - Semelhantemente, a Igreja adotou, desde o primeiro século, um dia no qual se dedica a Deus e à sua obra: o domingo, dia da ressurreição do Senhor (At 20.7; Mc 16.2,9; 1 Co 16.2; Ap 1.10).
(2) - Um sinal entre Deus e o seu povo:
(a) - Deus ordenou a guarda do sábado como um sinal de seu pacto e de seu relacionamento com Israel (Êx 16.26-29; 31.12-17).
(b) - Não guardar o sábado significava quebrar a aliança mosaica (Is 56.4-6; Êx 31.15).
(c) - Hoje, não cultuar a Deus no domingo — considerado “o dia do Senhor” — ou em outro dia aprazível não denota quebra de pacto com o Senhor, mas revela negligência (Ef 5.14-16).
(3) - Os propósitos divinos da guarda do sábado:
(a) - Proporcionar um dia de repouso (Êx 16.29,30; Ne 13.19). O termo “sábado” (hb. shãbath) designa, literalmente, “interceptar”, “interromper”. Implica uma cessação completa de uma atividade (cf. Gn 2.1-3). Nenhum trabalho devia ser realizado pelos israelitas no sábado (Êx 16.23; 35.2,3; Jr 17.22; Mc 16.1). O comércio estava proibido (Am 8.5).
(b) - Propiciar um dia de adoração e serviço (Lv 23.3; 25.4; Nm 28.9; Dt 5.12; Ez 46.3,12; Lc 4.31; 13.10).
(c) - Levar o povo a se lembrar de que Deus os libertara da escravidão do Egito (Dt 5.15).
(d) - O repouso do sábado tipifica o nosso repouso futuro (Hb 4.4,9,10).
III. O DESCUMPRIMENTO DA LEI MOSAICA NO TEMPO DE NEEMIAS:
(1) - O desrespeito pela guarda do sábado:
(a) - Houve iniquidade, nos dias de Neemias, pois cada israelita sabia que não devia violar a lei mosaica e que isso lhes traria todo tipo de maldições (Lv 26.13-33).
(b) - Nós, hoje, além de dedicarmos pelo menos um dia para adorar e servir ao Senhor, devemos cultuá-lo continuamente (Sl 34.1; 1 Ts 5.17). Não confunda reunião coletiva com culto individual. Este é contínuo; nunca termina.
(2) - A ganância dos mercadores:
(a) - Neemias protestou contra os negociantes que profanavam o sábado (Ne 13.20,21).
(b) - Muitos maus e falsos obreiros, hoje, violam os mandamentos de Deus por causa da ganância e mercadejam a Palavra do Senhor (2 Co 2.17, ARA; 1 Tm 6.10; 2 Pe 2.1,2).
(3) - Neemias proíbe o comércio no sábado:
(a) - Ele ordenou o fechamento dos portões desde a sexta-feira, ao pôr-do-sol, até o fim do sábado. Também ameaçou os comerciantes e os afugentou (Ne 13.19-21).
(b) - Como servos do Senhor, devemos fechar alguns “portões”, para que o Inimigo e seus agentes não nos façam pecar contra Deus (Ef 4.27; 1 Pe 5.8).
IV. A GUARDA DO SÁBADO EM O NOVO TESTAMENTO:
Pelo testemunho das Escrituras, podemos observar que dos dez mandamentos registrados em Ex 20, o Novo Testamento ratifica apenas nove, excetuando o quarto mandamento, que trata da guarda do sábado. Desta forma, o Novo Testamento repete, pelo menos:
(A) – 50 vezes o dever de adorar só a Deus;
(B) – 12 vezes a advertência contra a idolatria;
(C) – 4 vezes o dever do filho honrar a seus pais;
(D) – 6 vezes a advertência contra o homicídio;
(E) – 12 vezes a advertência contra o adultério;
(F) – 6 vezes a advertência contra o falso testemunho;
(G) – 9 vezes a advertência contra a cobiça.
(H) – Nenhuma vez a guarda do sábado
Vejamos mais:
(1) - A essência do dia de descanso:
(a) - Precisamos de pelo menos um dia semanal de descanso, a fim de cuidar do “templo do Espírito Santo” (1 Co 3.16,17; 6.19,20).
(b) - Deus prioriza o espírito, mas valoriza o corpo (1 Ts 5.23; 1 Tm 2.9; 4.8,16).
(2) - Jesus e o dia de descanso:
(a) - O Senhor Jesus é o Senhor do sábado (Mc 2.26-28).
(b) - Jesus disse que o sábado foi feito por causa do homem, e não este por causa daquele (Mc 2.27). Logo, temos domínio sobre o sábado.
(c) - Nesse período da graça, não precisamos guardar o sábado de descanso, como os israelitas, mas devemos reservar pelo menos um dia para nosso repouso.
V - O CRISTÃO DEVE GUARDAR O SÁBADO?
É possível se cumprir a lei sem se guardar o sábado? A resposta a esta pergunta é dada quando estudamos a vida e o ministério terreno de Jesus. Ele mesmo disse: M5 5:17-18.
Ainda mais: podemos meditar nas seguintes observações, que designamos como RAZÕES POR QUE NÃO GUARDO O SÁBADO:
(1ª) - Não há nenhuma menção na Bíblia de alguém guardar o Sábado antes da Lei de Moisés. Segundo alguns comentaristas, no único livro canônico escrito antes de Moisés (o livro de Jó), não aparece. Jó era tão justo que Deus lança no rosto de Satanás — então guardar o Sábado não fazia parte da justiça de Deus, na época.
(2ª) - A marcha de Elim a Sim (uns 35 km, no deserto) se deu num sábado. O sábado seguinte foi o primeiro a ser guardado (Ex. 16:1-35 cf Ne 9:13-14.
(3ª) - O Sábado era um sinal entre Deus e Israel; nunca foi imposto aos Gentios (Ex. 31:12-17, Ez 20:10-12).
(4ª) - A própria Lei era uma aliança entre Deus e Israel (Ex. 19:5, 20:2), aceita pelo povo (Ex. 24:3), e que nada tinha a ver com os Gentios.
(5ª) - Jeremias 31:31-33 fala de uma nova aliança, escrita nos corações, não em tábuas de pedra.
Leiamos as seguintes passagens bíblicas e reparemos:
II Cor. 3:3,6-8 e Heb. 8:10,13 (‘envelheceu’) – Aqui fica claro que o Evangelho de Cristo tem a ver com essa nova aliança. A “nova” torna a primeira obsoleta.
Hb 7:12 (mudou) - se o sacerdócio mudou, necessariamente mudou a lei também.
Hb 7:18 (‘ab-rogado’)
Hb 7:22, 28 (‘depois da lei’);
Hb 8:6 - 9:5 e 10:9 (‘tira o primeiro’).
(6ª) - Em Marcos 2:27-28, Jesus, que é Senhor/Dono do Sábado, esclarece: o Sábado veio a existir por causa do homem, não o contrário. Na condição de Senhor/Dono, Jesus pôde mudar as regras, ou mesmo anular. Aliás, são vários os textos que levam a entender que o Dono do Sábado de fato o aboliu, pelo menos no que diz respeito à Igreja — Atos 15:24-29; Gal. 2:11-19; 3:10-13,19,24-25; 4:24-5:1; 5:18; Ef. 2:15; Col. 2:14.
(7ª) - Jesus não menciona o Sábado no Cenáculo, tampouco nas aparições após Sua ressurreição. Aliás, não consta em nenhum mandamento proferido por Jesus a Seus discípulos. Ou seja: JESUS CRISTO NUNCA ORDENOU A NINGUÉM QUE GUARDASSE O SÁBADO - Jo 5:16-18
Em João 15:10 Ele disse: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor.” - Então podemos permanecer no amor de Cristo sem guardar o Sábado, pois não consta entre os Seus mandamentos.
(8ª) - O caráter moral de Deus não muda.
Em 1 Cor. 6:9-10, Efésios 5:5 e Apoc. 21:8 encontramos relações dos tipos de pessoa que não entrarão no Reino de Deus. Aí estão pecados relacionados a cada um dos dez mandamentos, exceção feita ao quarto (guardar o Sábado).
Logo, guardar o Sábado não é mais condição para entrar no Reino, exatamente por não ser uma questão moral.
(9ª) - Além do Senhor Jesus ressurreto aparecer aos Apóstolos reunidos no domingo pelo menos duas vezes, algumas passagens bíblicas apontam para um uso rotineiro do domingo por parte dos Cristãos - Atos 20:7, 1 Cor. 16:2 e Apoc. 1:10.
(10ª) - O Concílio que houve em Jerusalém, relatado em Atos 15, tratou exatamente da questão de, até que ponto os cristãos gentílicos deveriam obedecer a lei de Moisés. Reparemos que a questão da guarda do Sábado ficou fora; não consta na lista das quatro coisas que foram cobradas.
At 15:28 - “Pareceu bem ao Espírito Santo” - A decisão foi de inspiração divina, e portanto de autoridade divina. Se o Espírito Santo não cobra mais o Sábado, quem entre nós tem autoridade para cobrá-lo?
(11ª) - A igreja primitiva guardava o domingo e não o sábado - At 26:6-7; I Cor 16:1-2.
(12ª) - Os grandes acontecimentos do cristianismo não se deram no sábado, mas no domingo - Mt 28:1-10; Mc 16:9-11; Lc 24:13-35; Jo 20:1, 11, 19, 26; (Lv 23:16 cf At 2:1-13); At 2:14, 41; Apc 1:10
(13ª) - O apóstolo Paulo diz que ninguém deve julgar alguém que não guarda o sábado, porque todos os dias são iguais - Rm 14:4-6; Cl 2:16-17. Logo, o sábado não pode ser norma; a escolha do dia fica a critério de cada indivíduo.
VI- CONSIDERAÇÕES FINAIS:
De forma bem sintetizada, podemos tecer as seguintes considerações finais:
(A) - Igreja não está sob o jugo da lei mosaica (Rm 6.14; Jo 1.17). Dos dez mandamentos mencionados em Êxodo 20, nove deles são repetidos no Novo Testamento — alguns foram modificados por Jesus (Mt 5.21-28). Entretanto, não há menção à necessidade de observar a guarda do sábado. Observemos o quadro abaixo:
1° MANDAMENTO - Ex 20:2-3
NO NOVO TESTAMENTO - I Cor 8:4-6; At 17:23-31
2° MANDAMENTO - Ex 20:5-6
NO NOVO TESTAMENTO - I Jo 5:21
3º MANDAMENTO - Ex 20:7
NO NOVO TESTAMENTO - Tg 5:12
4º MANDAMENTO - Ex 20:8-11
NO NOVO TESTAMENTO - ????????????
5º MANDAMENTO - Ex 20:13
NO NOVO TESTAMENTO - Ef 6:1-3
6º MANDAMENTO - Ex 20:13
NO NOVO TESTAMENTO - Rm 13:9
7º MANDAMENTO - Ex 20:14
NO NOVO TESTAMENTO - I Cor 6:9-10
8º MANDAMENTO - Ex 20:15
NO NOVO TESTAMENTO - Ef 4:28
9° MANDAMENTO - Ex 20:16
NO NOVO TESTAMENTO - Cl 3:9; Tg 4:11
10º MANDAMENTO - Ex 20:17
NO NOVO TESTAMENTO - Ef 5:3
(B) - Guardamos o domingo, por assim dizer, como um dia de adoração, estudo da Palavra e evangelização, etc. (At 20.7; 1 Co 16.2). Mas o domingo nunca teve para o cristianismo o mesmo peso que o sábado observado pelos israelitas. Afinal, o cristianismo não é cerimonialista (Gl 4).
(C) - Depois do brado da vitória na cruz (Jo 19.30), as exigências cerimoniais da lei mosaica foram definitivamente canceladas (Cl 2.14-16).
Assim:
Se alguém quer observar sábado, pode;
Se alguém quer observar domingo, pode;
Se alguém quer observar quarta-feira, pode; etc.
Contudo, segundo Heb. 10:25, havemos de nos reunir regularmente e, para esse efeito, tem que haver consenso, obviamente. Desde a ressurreição de Cristo, o consenso geral das igrejas ditas cristãs tem sido reunir-se aos domingos. É o dia do Senhor, que comemora a nova criação, a nova aliança e deve ser considerado o dia para adoração e serviço a Deus.
FONTES DE CONSULTA:
Lições Bíblicas CPAD – 1º Trimestre de 1986 – Comentarista: Raimundo Ferreira de Oliveira
Estudo Bíblico: “Sábado X Domingo” - Dr. Gilberto Pickering
Subsídio para a lição EBD - 4º trimestre de 2011 – Elaboração: Moises Lopes - SECRETARIA GERAL ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - SUMARÉ/SP
Sabemos que a guarda do sábado era um sinal da aliança de Deus com Israel. Na Nova Aliança, porém, a morte vicária de Jesus fez com que as exigências cerimoniais da lei fossem canceladas. Para os cristãos, o domingo é o dia de adoração e serviço a Deus.
II. DEUS ORDENA A GUARDA DO SÁBADO:
(1) - Uma ordenança divina para os israelitas:
(a) - Trata-se de uma ordenança contida no Decálogo (Êx 20.1-8; 31.13).
(b) - No sétimo dia da semana, o povo de Israel, além de repousar de seus trabalhos, se consagrava para servir e adorar ao Senhor.
(c) - Semelhantemente, a Igreja adotou, desde o primeiro século, um dia no qual se dedica a Deus e à sua obra: o domingo, dia da ressurreição do Senhor (At 20.7; Mc 16.2,9; 1 Co 16.2; Ap 1.10).
(2) - Um sinal entre Deus e o seu povo:
(a) - Deus ordenou a guarda do sábado como um sinal de seu pacto e de seu relacionamento com Israel (Êx 16.26-29; 31.12-17).
(b) - Não guardar o sábado significava quebrar a aliança mosaica (Is 56.4-6; Êx 31.15).
(c) - Hoje, não cultuar a Deus no domingo — considerado “o dia do Senhor” — ou em outro dia aprazível não denota quebra de pacto com o Senhor, mas revela negligência (Ef 5.14-16).
(3) - Os propósitos divinos da guarda do sábado:
(a) - Proporcionar um dia de repouso (Êx 16.29,30; Ne 13.19). O termo “sábado” (hb. shãbath) designa, literalmente, “interceptar”, “interromper”. Implica uma cessação completa de uma atividade (cf. Gn 2.1-3). Nenhum trabalho devia ser realizado pelos israelitas no sábado (Êx 16.23; 35.2,3; Jr 17.22; Mc 16.1). O comércio estava proibido (Am 8.5).
(b) - Propiciar um dia de adoração e serviço (Lv 23.3; 25.4; Nm 28.9; Dt 5.12; Ez 46.3,12; Lc 4.31; 13.10).
(c) - Levar o povo a se lembrar de que Deus os libertara da escravidão do Egito (Dt 5.15).
(d) - O repouso do sábado tipifica o nosso repouso futuro (Hb 4.4,9,10).
III. O DESCUMPRIMENTO DA LEI MOSAICA NO TEMPO DE NEEMIAS:
(1) - O desrespeito pela guarda do sábado:
(a) - Houve iniquidade, nos dias de Neemias, pois cada israelita sabia que não devia violar a lei mosaica e que isso lhes traria todo tipo de maldições (Lv 26.13-33).
(b) - Nós, hoje, além de dedicarmos pelo menos um dia para adorar e servir ao Senhor, devemos cultuá-lo continuamente (Sl 34.1; 1 Ts 5.17). Não confunda reunião coletiva com culto individual. Este é contínuo; nunca termina.
(2) - A ganância dos mercadores:
(a) - Neemias protestou contra os negociantes que profanavam o sábado (Ne 13.20,21).
(b) - Muitos maus e falsos obreiros, hoje, violam os mandamentos de Deus por causa da ganância e mercadejam a Palavra do Senhor (2 Co 2.17, ARA; 1 Tm 6.10; 2 Pe 2.1,2).
(3) - Neemias proíbe o comércio no sábado:
(a) - Ele ordenou o fechamento dos portões desde a sexta-feira, ao pôr-do-sol, até o fim do sábado. Também ameaçou os comerciantes e os afugentou (Ne 13.19-21).
(b) - Como servos do Senhor, devemos fechar alguns “portões”, para que o Inimigo e seus agentes não nos façam pecar contra Deus (Ef 4.27; 1 Pe 5.8).
IV. A GUARDA DO SÁBADO EM O NOVO TESTAMENTO:
Pelo testemunho das Escrituras, podemos observar que dos dez mandamentos registrados em Ex 20, o Novo Testamento ratifica apenas nove, excetuando o quarto mandamento, que trata da guarda do sábado. Desta forma, o Novo Testamento repete, pelo menos:
(A) – 50 vezes o dever de adorar só a Deus;
(B) – 12 vezes a advertência contra a idolatria;
(C) – 4 vezes o dever do filho honrar a seus pais;
(D) – 6 vezes a advertência contra o homicídio;
(E) – 12 vezes a advertência contra o adultério;
(F) – 6 vezes a advertência contra o falso testemunho;
(G) – 9 vezes a advertência contra a cobiça.
(H) – Nenhuma vez a guarda do sábado
Vejamos mais:
(1) - A essência do dia de descanso:
(a) - Precisamos de pelo menos um dia semanal de descanso, a fim de cuidar do “templo do Espírito Santo” (1 Co 3.16,17; 6.19,20).
(b) - Deus prioriza o espírito, mas valoriza o corpo (1 Ts 5.23; 1 Tm 2.9; 4.8,16).
(2) - Jesus e o dia de descanso:
(a) - O Senhor Jesus é o Senhor do sábado (Mc 2.26-28).
(b) - Jesus disse que o sábado foi feito por causa do homem, e não este por causa daquele (Mc 2.27). Logo, temos domínio sobre o sábado.
(c) - Nesse período da graça, não precisamos guardar o sábado de descanso, como os israelitas, mas devemos reservar pelo menos um dia para nosso repouso.
V - O CRISTÃO DEVE GUARDAR O SÁBADO?
É possível se cumprir a lei sem se guardar o sábado? A resposta a esta pergunta é dada quando estudamos a vida e o ministério terreno de Jesus. Ele mesmo disse: M5 5:17-18.
Ainda mais: podemos meditar nas seguintes observações, que designamos como RAZÕES POR QUE NÃO GUARDO O SÁBADO:
(1ª) - Não há nenhuma menção na Bíblia de alguém guardar o Sábado antes da Lei de Moisés. Segundo alguns comentaristas, no único livro canônico escrito antes de Moisés (o livro de Jó), não aparece. Jó era tão justo que Deus lança no rosto de Satanás — então guardar o Sábado não fazia parte da justiça de Deus, na época.
(2ª) - A marcha de Elim a Sim (uns 35 km, no deserto) se deu num sábado. O sábado seguinte foi o primeiro a ser guardado (Ex. 16:1-35 cf Ne 9:13-14.
(3ª) - O Sábado era um sinal entre Deus e Israel; nunca foi imposto aos Gentios (Ex. 31:12-17, Ez 20:10-12).
(4ª) - A própria Lei era uma aliança entre Deus e Israel (Ex. 19:5, 20:2), aceita pelo povo (Ex. 24:3), e que nada tinha a ver com os Gentios.
(5ª) - Jeremias 31:31-33 fala de uma nova aliança, escrita nos corações, não em tábuas de pedra.
Leiamos as seguintes passagens bíblicas e reparemos:
II Cor. 3:3,6-8 e Heb. 8:10,13 (‘envelheceu’) – Aqui fica claro que o Evangelho de Cristo tem a ver com essa nova aliança. A “nova” torna a primeira obsoleta.
Hb 7:12 (mudou) - se o sacerdócio mudou, necessariamente mudou a lei também.
Hb 7:18 (‘ab-rogado’)
Hb 7:22, 28 (‘depois da lei’);
Hb 8:6 - 9:5 e 10:9 (‘tira o primeiro’).
(6ª) - Em Marcos 2:27-28, Jesus, que é Senhor/Dono do Sábado, esclarece: o Sábado veio a existir por causa do homem, não o contrário. Na condição de Senhor/Dono, Jesus pôde mudar as regras, ou mesmo anular. Aliás, são vários os textos que levam a entender que o Dono do Sábado de fato o aboliu, pelo menos no que diz respeito à Igreja — Atos 15:24-29; Gal. 2:11-19; 3:10-13,19,24-25; 4:24-5:1; 5:18; Ef. 2:15; Col. 2:14.
(7ª) - Jesus não menciona o Sábado no Cenáculo, tampouco nas aparições após Sua ressurreição. Aliás, não consta em nenhum mandamento proferido por Jesus a Seus discípulos. Ou seja: JESUS CRISTO NUNCA ORDENOU A NINGUÉM QUE GUARDASSE O SÁBADO - Jo 5:16-18
Em João 15:10 Ele disse: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor.” - Então podemos permanecer no amor de Cristo sem guardar o Sábado, pois não consta entre os Seus mandamentos.
(8ª) - O caráter moral de Deus não muda.
Em 1 Cor. 6:9-10, Efésios 5:5 e Apoc. 21:8 encontramos relações dos tipos de pessoa que não entrarão no Reino de Deus. Aí estão pecados relacionados a cada um dos dez mandamentos, exceção feita ao quarto (guardar o Sábado).
Logo, guardar o Sábado não é mais condição para entrar no Reino, exatamente por não ser uma questão moral.
(9ª) - Além do Senhor Jesus ressurreto aparecer aos Apóstolos reunidos no domingo pelo menos duas vezes, algumas passagens bíblicas apontam para um uso rotineiro do domingo por parte dos Cristãos - Atos 20:7, 1 Cor. 16:2 e Apoc. 1:10.
(10ª) - O Concílio que houve em Jerusalém, relatado em Atos 15, tratou exatamente da questão de, até que ponto os cristãos gentílicos deveriam obedecer a lei de Moisés. Reparemos que a questão da guarda do Sábado ficou fora; não consta na lista das quatro coisas que foram cobradas.
At 15:28 - “Pareceu bem ao Espírito Santo” - A decisão foi de inspiração divina, e portanto de autoridade divina. Se o Espírito Santo não cobra mais o Sábado, quem entre nós tem autoridade para cobrá-lo?
(11ª) - A igreja primitiva guardava o domingo e não o sábado - At 26:6-7; I Cor 16:1-2.
(12ª) - Os grandes acontecimentos do cristianismo não se deram no sábado, mas no domingo - Mt 28:1-10; Mc 16:9-11; Lc 24:13-35; Jo 20:1, 11, 19, 26; (Lv 23:16 cf At 2:1-13); At 2:14, 41; Apc 1:10
(13ª) - O apóstolo Paulo diz que ninguém deve julgar alguém que não guarda o sábado, porque todos os dias são iguais - Rm 14:4-6; Cl 2:16-17. Logo, o sábado não pode ser norma; a escolha do dia fica a critério de cada indivíduo.
VI- CONSIDERAÇÕES FINAIS:
De forma bem sintetizada, podemos tecer as seguintes considerações finais:
(A) - Igreja não está sob o jugo da lei mosaica (Rm 6.14; Jo 1.17). Dos dez mandamentos mencionados em Êxodo 20, nove deles são repetidos no Novo Testamento — alguns foram modificados por Jesus (Mt 5.21-28). Entretanto, não há menção à necessidade de observar a guarda do sábado. Observemos o quadro abaixo:
1° MANDAMENTO - Ex 20:2-3
NO NOVO TESTAMENTO - I Cor 8:4-6; At 17:23-31
2° MANDAMENTO - Ex 20:5-6
NO NOVO TESTAMENTO - I Jo 5:21
3º MANDAMENTO - Ex 20:7
NO NOVO TESTAMENTO - Tg 5:12
4º MANDAMENTO - Ex 20:8-11
NO NOVO TESTAMENTO - ????????????
5º MANDAMENTO - Ex 20:13
NO NOVO TESTAMENTO - Ef 6:1-3
6º MANDAMENTO - Ex 20:13
NO NOVO TESTAMENTO - Rm 13:9
7º MANDAMENTO - Ex 20:14
NO NOVO TESTAMENTO - I Cor 6:9-10
8º MANDAMENTO - Ex 20:15
NO NOVO TESTAMENTO - Ef 4:28
9° MANDAMENTO - Ex 20:16
NO NOVO TESTAMENTO - Cl 3:9; Tg 4:11
10º MANDAMENTO - Ex 20:17
NO NOVO TESTAMENTO - Ef 5:3
(B) - Guardamos o domingo, por assim dizer, como um dia de adoração, estudo da Palavra e evangelização, etc. (At 20.7; 1 Co 16.2). Mas o domingo nunca teve para o cristianismo o mesmo peso que o sábado observado pelos israelitas. Afinal, o cristianismo não é cerimonialista (Gl 4).
(C) - Depois do brado da vitória na cruz (Jo 19.30), as exigências cerimoniais da lei mosaica foram definitivamente canceladas (Cl 2.14-16).
Assim:
Se alguém quer observar sábado, pode;
Se alguém quer observar domingo, pode;
Se alguém quer observar quarta-feira, pode; etc.
Contudo, segundo Heb. 10:25, havemos de nos reunir regularmente e, para esse efeito, tem que haver consenso, obviamente. Desde a ressurreição de Cristo, o consenso geral das igrejas ditas cristãs tem sido reunir-se aos domingos. É o dia do Senhor, que comemora a nova criação, a nova aliança e deve ser considerado o dia para adoração e serviço a Deus.
FONTES DE CONSULTA:
Lições Bíblicas CPAD – 1º Trimestre de 1986 – Comentarista: Raimundo Ferreira de Oliveira
Estudo Bíblico: “Sábado X Domingo” - Dr. Gilberto Pickering
Subsídio para a lição EBD - 4º trimestre de 2011 – Elaboração: Moises Lopes - SECRETARIA GERAL ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - SUMARÉ/SP
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
1º trimestre de 2012

01 – O Surgimento Da Teologia Da Prosperidade
02 – A Prosperidade No Antigo Testamento
03 – Os Frutos Da Obediência Na Vida De Israel
04 – A Prosperidade No Novo Testamento
05 – A Bençãos De Israel E O Que Cabe A Igreja
06 – A Prosperidade Dos Bem-Aventurados
07 – Tudo Posso Naquele Que Me Fortalece
08 – O Perigo De Quer Baganhar Com Deus
09 – Dízimo E Oferta
10 – Uma Igreja Verdadeiramente Próspera
11 – Como Alcançar A Verdadeira Prosperidade
12 – O Propósito Da Verdadeira Prosperidade
terça-feira, 29 de novembro de 2011
O Exercício Ministerial na Casa do Senhor - Pb. José Roberto A. Barbosa
Publicado em 29 de Novembro de 2011 as 02:26:21 PM Comente
Texto Áureo: I. Co. 4.2 - Leitura Bíblica: Ne. 13.1-8
Pb. José Roberto A. Barbosa
www.subsidioebd.blogspot.com
Twitter: @subsidioEBD
Objetivo: Mostrar aos alunos que o verdadeiro líder age com sabedoria e prudência, porque sabe que a sua autoridade procede do soberano e único Deus.
INTRODUÇÃO
Em dias difíceis, e de crise, o exercício ministerial exerce papel fundamental. Sem um ministério firme e comprometido com a Palavra, o povo é conduzido à ruína. Na aula de hoje atentaremos para esse importante tema. Definiremos bíblico-teologicamente o significado de ministério, destacaremos a relevância de um ministério em conformidade com os padrões bíblicos, e ao final, o papel que o ministério exerce na condução da obra de Deus.
1. MINISTÉRIO, DEFINIÇÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA
Ministério, em hebraico, vem do verbo sarat, que denota “ministro, servo, oficial” e se refere à pessoa que exerce trabalho na casa real (II Sm. 13.17) ou em uma corte de oficiais e servos públicos (II Cr. 27.1; 28.1; Et. 1.10). Este verbo deva ser distinguido de abad, que diz respeito ao serviço em geral. Essa palavra está associada ao serviço dado a um indivíduo de status, como no caso de José que serviu a Potifar (Gn. 39.4). O uso mais importante de sarat é no contexto da adoração ao Deus de Israel (Nm. 16.9; Dt. 10.8; Ez. 44.15,16). As referências apontam o papel especial de ministração diante de Deus ou do Seu povo. Os indivíduos que exerciam o ministério geralmente eram os sacerdotes levitas, tal como Arão (Ex. 28.35). Sarat também diz respeito à pessoa envolvida no serviço, comumente o termo é traduzido por “ministro” ou “servo”, o caso de Josué que servia a Moisés (Ex. 24.13; 33.11; Nm. 11.28; Js. 1.1) e dos anjos que servem a Deus (Sl. 103.21; 104;4). No Novo Testamento, destacamos duas palavras gregas para ministro: diakonos, frequentemente traduzida por servo, e o substantivo hyperetes que designa alguém em subordinação, desempenhando um papel, como um guardião (Mt. 5.25; 25.58; Mc. 14.54,46). O ministro, consoante ao exposto, é alguém que tem a responsabilidade de servir ao Senhor, como um guardião da doutrina, compromissado com a Palavra de Deus, para o bem do povo.
2. A IMPORTÂNCIA DO MINISTÉRIO SEGUNDO A VONTADE DE DEUS
Muitos querem ser ministros, mas poucos, de fato, estão dispostos servirem à Palavra de Deus. Nas horas de crise, o ministro que serve ao Senhor faz a diferença, basta atentarmos para o exemplo de Neemias que durante doze anos esteve firme, enfrentando oposição de dentro e de fora, mas sem fazer concessões em relação à vontade de Deus. Não há outro modo de conhecermos a Palavra de Deus, senão através da Palavra de Deus. A maior necessidade da igreja evangélica brasileira é o retorno à Bíblia, não apenas lê-la, mas, sobretudo, colocá-la em prática. Os ministros precisam dar o exemplo, devam ser leitores inveterados da Palavra, não podem trocar a Manual de Deus, pelos livros de autoajuda, os compêndios de psicologia moderna, ou mesmo pelas instruções dos gurus da administração eclesiástica. Conforme está escrito no capítulo 13 de Neemias, o povo começou a querer entrar pelo caminho do sincretismo religioso. O Senhor proibiu terminantemente que esse ecumenismo se realizasse (Ne. 13.1,2). A tolerância é necessária a todo cristão, mas não podemos fazer concessões em relação à Palavra. Os sacerdotes, para tirarem alguma vantagem, certamente econômica, abriram às portas a interesses contrários à vontade de Deus. Por esse motivo, Malaquias, como profeta do Senhor, denunciou a corrupção (Ml. 2.1-9). Há líderes eclesiásticos que vendem o povo com facilidade, principalmente aos interesses políticos, se obtiverem algum benefício próprio. A ordem do Senhor é contundente: “retirai-vos do meio deles” (II co. 6.17). A igreja do Senhor não precisa fazer conchavos com o mundo para adquirir visibilidade. Na maioria das vezes é sofrendo perseguição que a igreja mostra que é igreja.
3. O MINISTÉRIO E A RESTAURAÇÃO DA OBRA DE DEUS
Neemias conduziu o povo à restauração, não apenas dos muros, mas, principalmente, da espiritualidade. Mas esse mesmo povo se distanciou de Deus depois que Neemias retornou a Susã. A casa do Senhor passou a ter necessidades, isso porque os judeus se voltaram aos seus negócios. A prosperidade financeira não é garantia de verdadeira espiritualidade. Na verdade, há cristãos que justamente quando começam adquirir bens, mais se afastam de Deus. Se por um lado o povo fechava a mão, sendo inclusive denunciado pelo profeta Malaquias (Ml. 3.10), os sacerdotes, por outro, metiam a mão no que não lhes pertenciam, como fazia Eliasibe, ao beneficiar Tobias, o inimigo da obra do Senhor, alongando nas dependências do Templo (Ne. 13.4,5). Em virtude dos seus pecados sacerdotais, este também passou a ser conivente com o pecado (Ne. 13.2). Neemias, ao constatar aquela situação, a reconheceu como uma “mal” (Ne. 13.7). Observamos a falta de transparência e zelo na condução dos serviços do Senhor, especialmente no que tange aos recursos. Nos dias atuais, muitos pseudo-pastores utilizam os púlpitos, e também os meios de comunicação, para extorquir os irmãos mais fracos. Eles se vestem regaladamente, abusam dos bens da igreja, enquanto muitos, na própria igreja, padecem necessidade. Neemias percebeu a necessidade de agir imediatamente diante daqueles desmandos. Ele lançou todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara do Senhor (Ne. 13.8-9). Jesus também agiu com firmeza diante daqueles que queriam transformar a Casa do Senhor em comércio (Mt. 21.13). O ministro do Senhor, ciente da sua responsabilidade perante Deus, não pode tolerar práticas indevidas que comprometam a seriedade da obra.
CONCLUSÃO
Em alguns contextos evangélicos, os inimigos da obra de Deus estão sendo levados para cima do altar. Tais práticas acontecem porque alguns supostos ministros estão querendo tirar proveito próprio das influências. A corrupção se instalou em determinados arraiais evangélicos e já se naturalizou, as pessoas admitem como se tudo fosse normal. Os líderes, com a consciência cauterizada, não sentem mais o pecado, justificam seus atos profanos até citando versículos descontextualizados. A indignação santa, pautada na Palavra, é indispensável para que tenhamos mudanças reais na obra de Deus. Como fez Neemias, e o Senhor Jesus, precisamos lançar fora todas as práticas abomináveis, que não condizem com o Reino de Deus.
BIBLIOGRAFIA
BROWN, R. The message of Nehemiah. Downer Grove: IVP, 1998.
PACKER, J. I. Neemias: paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
Publicado no blog Subsidio EBD
Publicado em 29 de Novembro de 2011 as 02:26:21 PM Comente
Texto Áureo: I. Co. 4.2 - Leitura Bíblica: Ne. 13.1-8
Pb. José Roberto A. Barbosa
www.subsidioebd.blogspot.com
Twitter: @subsidioEBD
Objetivo: Mostrar aos alunos que o verdadeiro líder age com sabedoria e prudência, porque sabe que a sua autoridade procede do soberano e único Deus.
INTRODUÇÃO
Em dias difíceis, e de crise, o exercício ministerial exerce papel fundamental. Sem um ministério firme e comprometido com a Palavra, o povo é conduzido à ruína. Na aula de hoje atentaremos para esse importante tema. Definiremos bíblico-teologicamente o significado de ministério, destacaremos a relevância de um ministério em conformidade com os padrões bíblicos, e ao final, o papel que o ministério exerce na condução da obra de Deus.
1. MINISTÉRIO, DEFINIÇÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA
Ministério, em hebraico, vem do verbo sarat, que denota “ministro, servo, oficial” e se refere à pessoa que exerce trabalho na casa real (II Sm. 13.17) ou em uma corte de oficiais e servos públicos (II Cr. 27.1; 28.1; Et. 1.10). Este verbo deva ser distinguido de abad, que diz respeito ao serviço em geral. Essa palavra está associada ao serviço dado a um indivíduo de status, como no caso de José que serviu a Potifar (Gn. 39.4). O uso mais importante de sarat é no contexto da adoração ao Deus de Israel (Nm. 16.9; Dt. 10.8; Ez. 44.15,16). As referências apontam o papel especial de ministração diante de Deus ou do Seu povo. Os indivíduos que exerciam o ministério geralmente eram os sacerdotes levitas, tal como Arão (Ex. 28.35). Sarat também diz respeito à pessoa envolvida no serviço, comumente o termo é traduzido por “ministro” ou “servo”, o caso de Josué que servia a Moisés (Ex. 24.13; 33.11; Nm. 11.28; Js. 1.1) e dos anjos que servem a Deus (Sl. 103.21; 104;4). No Novo Testamento, destacamos duas palavras gregas para ministro: diakonos, frequentemente traduzida por servo, e o substantivo hyperetes que designa alguém em subordinação, desempenhando um papel, como um guardião (Mt. 5.25; 25.58; Mc. 14.54,46). O ministro, consoante ao exposto, é alguém que tem a responsabilidade de servir ao Senhor, como um guardião da doutrina, compromissado com a Palavra de Deus, para o bem do povo.
2. A IMPORTÂNCIA DO MINISTÉRIO SEGUNDO A VONTADE DE DEUS
Muitos querem ser ministros, mas poucos, de fato, estão dispostos servirem à Palavra de Deus. Nas horas de crise, o ministro que serve ao Senhor faz a diferença, basta atentarmos para o exemplo de Neemias que durante doze anos esteve firme, enfrentando oposição de dentro e de fora, mas sem fazer concessões em relação à vontade de Deus. Não há outro modo de conhecermos a Palavra de Deus, senão através da Palavra de Deus. A maior necessidade da igreja evangélica brasileira é o retorno à Bíblia, não apenas lê-la, mas, sobretudo, colocá-la em prática. Os ministros precisam dar o exemplo, devam ser leitores inveterados da Palavra, não podem trocar a Manual de Deus, pelos livros de autoajuda, os compêndios de psicologia moderna, ou mesmo pelas instruções dos gurus da administração eclesiástica. Conforme está escrito no capítulo 13 de Neemias, o povo começou a querer entrar pelo caminho do sincretismo religioso. O Senhor proibiu terminantemente que esse ecumenismo se realizasse (Ne. 13.1,2). A tolerância é necessária a todo cristão, mas não podemos fazer concessões em relação à Palavra. Os sacerdotes, para tirarem alguma vantagem, certamente econômica, abriram às portas a interesses contrários à vontade de Deus. Por esse motivo, Malaquias, como profeta do Senhor, denunciou a corrupção (Ml. 2.1-9). Há líderes eclesiásticos que vendem o povo com facilidade, principalmente aos interesses políticos, se obtiverem algum benefício próprio. A ordem do Senhor é contundente: “retirai-vos do meio deles” (II co. 6.17). A igreja do Senhor não precisa fazer conchavos com o mundo para adquirir visibilidade. Na maioria das vezes é sofrendo perseguição que a igreja mostra que é igreja.
3. O MINISTÉRIO E A RESTAURAÇÃO DA OBRA DE DEUS
Neemias conduziu o povo à restauração, não apenas dos muros, mas, principalmente, da espiritualidade. Mas esse mesmo povo se distanciou de Deus depois que Neemias retornou a Susã. A casa do Senhor passou a ter necessidades, isso porque os judeus se voltaram aos seus negócios. A prosperidade financeira não é garantia de verdadeira espiritualidade. Na verdade, há cristãos que justamente quando começam adquirir bens, mais se afastam de Deus. Se por um lado o povo fechava a mão, sendo inclusive denunciado pelo profeta Malaquias (Ml. 3.10), os sacerdotes, por outro, metiam a mão no que não lhes pertenciam, como fazia Eliasibe, ao beneficiar Tobias, o inimigo da obra do Senhor, alongando nas dependências do Templo (Ne. 13.4,5). Em virtude dos seus pecados sacerdotais, este também passou a ser conivente com o pecado (Ne. 13.2). Neemias, ao constatar aquela situação, a reconheceu como uma “mal” (Ne. 13.7). Observamos a falta de transparência e zelo na condução dos serviços do Senhor, especialmente no que tange aos recursos. Nos dias atuais, muitos pseudo-pastores utilizam os púlpitos, e também os meios de comunicação, para extorquir os irmãos mais fracos. Eles se vestem regaladamente, abusam dos bens da igreja, enquanto muitos, na própria igreja, padecem necessidade. Neemias percebeu a necessidade de agir imediatamente diante daqueles desmandos. Ele lançou todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara do Senhor (Ne. 13.8-9). Jesus também agiu com firmeza diante daqueles que queriam transformar a Casa do Senhor em comércio (Mt. 21.13). O ministro do Senhor, ciente da sua responsabilidade perante Deus, não pode tolerar práticas indevidas que comprometam a seriedade da obra.
CONCLUSÃO
Em alguns contextos evangélicos, os inimigos da obra de Deus estão sendo levados para cima do altar. Tais práticas acontecem porque alguns supostos ministros estão querendo tirar proveito próprio das influências. A corrupção se instalou em determinados arraiais evangélicos e já se naturalizou, as pessoas admitem como se tudo fosse normal. Os líderes, com a consciência cauterizada, não sentem mais o pecado, justificam seus atos profanos até citando versículos descontextualizados. A indignação santa, pautada na Palavra, é indispensável para que tenhamos mudanças reais na obra de Deus. Como fez Neemias, e o Senhor Jesus, precisamos lançar fora todas as práticas abomináveis, que não condizem com o Reino de Deus.
BIBLIOGRAFIA
BROWN, R. The message of Nehemiah. Downer Grove: IVP, 1998.
PACKER, J. I. Neemias: paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
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segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Arrependimento
Arrependimento: seus vários aspectos
A palavra metanoeo (grego) ocorre 32 vezes no N.T. e significa: mudar de parecer, arrepender-se. O substantivo metanoia (grego) ocorre 23 vezes e significa: mudança de sentimentos, arrependimento. Metamelomai (grego) aparece pouco, e é usado quase exclusivamente no sentido de lastimar-se, ter remorso. Arrependimento (metanoeo), arrepender-se mudar de pensamento, virar-se, voltar-se. O sentido primário no judaísmo sempre é uma mudança de atitude, do homem para com Deus e na sua maneira de viver a vida.
É uma mudança de opinião, uma mudança de atitude que realmente produz mudança de direção nos pensamentos, nas palavras e nas ações [J. Dwight Pentecost, A Sã Doutrina]
No V.T., o verbo arrepender-se (ninham) ocorre 35 vezes. Geralmente é empregado para indicar uma mudança contemplada em Deus nos Seus tratos com os homens, para o bem ou para o mal, segundo Seu justo juízo (1Sm 15.11,35; Jn 3.9,10), ou então, negativamente, para garantir que Deus não se apartará do Seu propósito já declarado (1Sm 15.29; Sl 110.4; Jr 4.28). A maneira característica do V.T. expressar o arrependimento do homem para com Deus, consiste, pois, em voltar-se para o Senhor de todo o coração, alma e forças (2Rs 17.13,23,25).
Metanoia, no mínimo, é usada para indicar o processo total da mudança. Deus concedeu aos gentios arrependimento para a vida (At 11.18); a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação (2Co 7.10). No entanto, de modo geral, se pode dizer que metanoia denota aquela mudança interior na mente, afeições, convicções e lealdades que se arraiga no temor a Deus e na tristeza pelos delitos cometidos contra Ele, a qual, quando é acompanhada pela fé em Jesus Cristo , resulta no abandono do pecado e na volta para Deus e Seu serviço na totalidade da vida. Ela nunca traz pesar e é dada por Deus (at 11.18). Metanoeo, indica a mudança interior consciente. [2]
No N.T. João Batista prega arrependimento, sendo que o arrependimento era expresso pelo batismo, pela confissão dos pecados e pela produção de frutos dignos de penitência. Jesus também pregou arrependimento. O arrependimento é uma conversão total e sincera. Cristo compara o arrependimento como o se tornar uma criança. Os apóstolos também pregavam arrependimento. O arrependimento se transforma em fé e é o primeiro fruto e o correlativo do arrependimento, a atitude pela qual se volta a Deus vindo do pecado.
Após o arrependimento dos pecados ocorre a conversão. O arrependimento significa que as transgressões são anuladas (Is 44.22). A Bondade de Deus leva o homem ao arrependimento (Rm 2.4).
Elementos do arrependimento:
1) intelecto, uma mudança na maneira de pensarmos em Deus, em nossos pecados e em nossas relações como o nosso próximo;
2) emoção, o elemento emocional é sempre o elemento preponderante no arrependimento, os sentimentos da personalidade (Sl 51);
3) vontade, o arrependimento cria um novo propósito na vida do homem.
O arrependimento consiste de uma revolução daquilo que é mais determinativo na personalidade humana, sendo o reflexo, na consciência, da radical mudança operada pelo Espírito Santo por ocasião da regeneração. A salvação não pode ocorrer se não houver arrependimento.
Por: Pr. Cleverson de Abreu Faria
A palavra metanoeo (grego) ocorre 32 vezes no N.T. e significa: mudar de parecer, arrepender-se. O substantivo metanoia (grego) ocorre 23 vezes e significa: mudança de sentimentos, arrependimento. Metamelomai (grego) aparece pouco, e é usado quase exclusivamente no sentido de lastimar-se, ter remorso. Arrependimento (metanoeo), arrepender-se mudar de pensamento, virar-se, voltar-se. O sentido primário no judaísmo sempre é uma mudança de atitude, do homem para com Deus e na sua maneira de viver a vida.
É uma mudança de opinião, uma mudança de atitude que realmente produz mudança de direção nos pensamentos, nas palavras e nas ações [J. Dwight Pentecost, A Sã Doutrina]
No V.T., o verbo arrepender-se (ninham) ocorre 35 vezes. Geralmente é empregado para indicar uma mudança contemplada em Deus nos Seus tratos com os homens, para o bem ou para o mal, segundo Seu justo juízo (1Sm 15.11,35; Jn 3.9,10), ou então, negativamente, para garantir que Deus não se apartará do Seu propósito já declarado (1Sm 15.29; Sl 110.4; Jr 4.28). A maneira característica do V.T. expressar o arrependimento do homem para com Deus, consiste, pois, em voltar-se para o Senhor de todo o coração, alma e forças (2Rs 17.13,23,25).
Metanoia, no mínimo, é usada para indicar o processo total da mudança. Deus concedeu aos gentios arrependimento para a vida (At 11.18); a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação (2Co 7.10). No entanto, de modo geral, se pode dizer que metanoia denota aquela mudança interior na mente, afeições, convicções e lealdades que se arraiga no temor a Deus e na tristeza pelos delitos cometidos contra Ele, a qual, quando é acompanhada pela fé em Jesus Cristo , resulta no abandono do pecado e na volta para Deus e Seu serviço na totalidade da vida. Ela nunca traz pesar e é dada por Deus (at 11.18). Metanoeo, indica a mudança interior consciente. [2]
No N.T. João Batista prega arrependimento, sendo que o arrependimento era expresso pelo batismo, pela confissão dos pecados e pela produção de frutos dignos de penitência. Jesus também pregou arrependimento. O arrependimento é uma conversão total e sincera. Cristo compara o arrependimento como o se tornar uma criança. Os apóstolos também pregavam arrependimento. O arrependimento se transforma em fé e é o primeiro fruto e o correlativo do arrependimento, a atitude pela qual se volta a Deus vindo do pecado.
Após o arrependimento dos pecados ocorre a conversão. O arrependimento significa que as transgressões são anuladas (Is 44.22). A Bondade de Deus leva o homem ao arrependimento (Rm 2.4).
Elementos do arrependimento:
1) intelecto, uma mudança na maneira de pensarmos em Deus, em nossos pecados e em nossas relações como o nosso próximo;
2) emoção, o elemento emocional é sempre o elemento preponderante no arrependimento, os sentimentos da personalidade (Sl 51);
3) vontade, o arrependimento cria um novo propósito na vida do homem.
O arrependimento consiste de uma revolução daquilo que é mais determinativo na personalidade humana, sendo o reflexo, na consciência, da radical mudança operada pelo Espírito Santo por ocasião da regeneração. A salvação não pode ocorrer se não houver arrependimento.
Por: Pr. Cleverson de Abreu Faria
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Visão Missionária - Marcos 16.15 Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Através desse trabalho a verdadeira doutrina tem sido propagada em todos os estados brasileiros e em vários países com comprovação pelo mapeamento mundial do Google Analytics.
LIÇÕES BIBLICAS PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2012
TEMA: A VERDADEIRA PROSPERIDADE - A VIDA CRISTÃ ABUNDANTE
ÍNDICE TEMÁTICO
01 – O surgimento da Teologia da Prosperidade
02 – A Prosperidade no Antigo Testamento
03 – Os Frutos da obediência na vida de Israel
04 – A Prosperidade no Novo Testamento
05 – A Benção de Israel e o que cabe a Igreja
06 – A Prosperidade dos Bem-Aventurados
07 – Tudo posso naquele que me fortalece
08 – O perigo de querer barganhar com Deus
09 – Dízimo e Oferta
10 – Uma Igreja verdadeiramente próspera
11 – Como alcançar a verdadeira prosperidade
12 – O propósito da verdadeira prosperidade
13 – Somente em Jesus temos a verdadeira prosperidade
Pr. Adilson Guilhermel
LIÇÕES BIBLICAS PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2012
TEMA: A VERDADEIRA PROSPERIDADE - A VIDA CRISTÃ ABUNDANTE
ÍNDICE TEMÁTICO
01 – O surgimento da Teologia da Prosperidade
02 – A Prosperidade no Antigo Testamento
03 – Os Frutos da obediência na vida de Israel
04 – A Prosperidade no Novo Testamento
05 – A Benção de Israel e o que cabe a Igreja
06 – A Prosperidade dos Bem-Aventurados
07 – Tudo posso naquele que me fortalece
08 – O perigo de querer barganhar com Deus
09 – Dízimo e Oferta
10 – Uma Igreja verdadeiramente próspera
11 – Como alcançar a verdadeira prosperidade
12 – O propósito da verdadeira prosperidade
13 – Somente em Jesus temos a verdadeira prosperidade
Pr. Adilson Guilhermel
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Lição N ° 6 Neemias Lidera um Genuíno Avivamento - Ev. Isaias de Jesus
TEXTO ÁUREO - “E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação […] E leu nela […] desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei” (Ne 8.2,3).
VERDADE PRÁTICA - Somente o genuíno ensino da Palavra de Deus é capaz de produzir um verdadeiro avivamento.
INTRODUÇÃO
O AVIVAMENTO QUE VEM PELO ENSINO
Só o ensino genuíno da Palavra de Deus produz verdadeiro avivamento no meio da igreja local. Nos nossos dias, há uma onda de movimentos evangelísticos produzidos por ação humana com o objetivo de atrair multidões ávidas por novidades e modismos. Tais movimentos carecem da base fundamental e consistente, que é o ensino da Palavra de Deus.
Todos os verdadeiros avivamentos na história do povo de Israel e no seio da Igreja, ao longo dos séculos, só tiveram resultados duradouros quando começaram e prosseguiram alicerçados na Palavra de Deus. Avivamentos sem a Palavra de Deus são apenas movimentos que passam com o tempo e não geram mudanças significativas na vida e no comportamento das pessoas envolvidas. O avivamento, no tempo de Neemias, teve a marca do ensino da Palavra de Deus. Neemias, o líder da reconstrução, e Esdras, o sacerdote, eram homens que se dedicavam ao estudo da Palavra do Senhor. Ao reunirem o povo na praça principal da cidade, sem meios de transmissão da mensagem, deve ter sido uma tarefa extraordinária e dificil, mas eles o fizeram. Repassaram para o povo o conteúdo da lei do Senhor para a vida dos habitantes de Jerusalém. Eles não tinham preocupação com a oratória, nem com a retórica nem com a eloquência do discurso.
Simplesmente leram a palavra de modo didático, pausadamente, para que o povo entendesse o que Deus requeria dos que o serviam naquele momento crucial para a história de Israel após anos e anos de cativeiro em terra estranha. Diz o texto: “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio- dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. (Ne 8.3). Além da leitura, havia a explicação do significado de cada expressão. O povo entendeu, e como resultado, sobreveio poderoso avivamento no meio deles. Houve um quebrantamento verdadeiro, e não um simples remorso. Houve alegria, festa, e o povo se dispôs a trabalhar na reconstrução.
Um Verdadeiro Culto de Doutrina
Reunidos para ouvir a palavra. Diante do que Deus fizera através do esforço denodado dos israelitas, sob a liderança de Neemias, na edificação dos muros em redor do Templo, o povo sentiu necessidade de ter sua edificação espiritual também. Como foi dito anteriormente, não adiantaria um templo lindo com admirável beleza arquitetônica se o povo não tivesse o temor de Deus, um quebrantamento para adorar ao Senhor. Templo sem a presença de Deus é corpo sem alma, sem espírito.
O texto bíblico nos revela que houve uma fome e uma sede de ouvir a Palavra de Deus. “E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel” (Ne 8.1). Ali, na praça principal, “diante da Porta das Águas”, iniciou-se um poderoso avivamento na história de Jerusalém.
O Templo construído, os muros restaurados. Os arautos tocavam suas trombetas convocando os habitantes de Jerusalém e cidades vizinhas para um grande evento no centro da cidade. Certamente a praça estava arborizada. Havia um cenário apropriado para a grande reunião festiva em que todo o povo se deslocou dos lugares onde habitavam para chegar ao centro de Jerusalém.
Não era para assistir a um show de grupos musicais nem ouvir um artista da época, mas o ajuntamento impressionante acontecera para que o povo ouvisse a Palavra de Deus. Se fosse hoje, aquele grande evento teria a cobertura de alguns órgãos da imprensa. “…o povo se ajuntou como um só homem.” Isso nos fala não só de reunião, mas de união e integração do povo de Israel, a fim de ouvir a Palavra de Deus.
Hoje, em algumas igrejas, há pouca participação dos membros nos cultos de ensino da Palavra de Deus. Reuniões de estudo da palavra são desprezadas por grande parte dos crentes, sobretudo dos mais jovens. No entanto, quando se anuncia a presença de um cantor famoso faltam lugares para os espectadores. Isso é sintoma de fastio da Palavra. É sintoma de doença espiritual de extrema gravidade. O crente que ama a Deus ama a sua Palavra. Disse o salmista: “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (SI 119.97).
Esdras traz o livro da lei de Deus. O povo, sofrido, após anos de cativeiro, tinha sede de ouvir a Palavra de Deus (Am 8.11). Esdras, o escriba, levou o livro para a praça. Na verdade, era um grande rolo, provavelmente de pergaminho, que seria desenrolado pouco a pouco, à proporção que o sacerdote fizesse a leitura dos textos da lei (Ne 8.2). Não foi feita uma leitura rápida do livro. Esdras o leu, pausadamente, para que todo o povo entendesse bem o ensino que seria ministrado. Durante cerca de seis horas, das seis da manhã até ao meio-dia, foi feita a leitura do livro da lei.
O povo estava atento à leitura da palavra. “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. (Ne 8.3). Podemos imaginar o que estava acontecendo, enquanto Esdras lia o livro da lei. Homens, mulheres, adultos e jovens, todos voltados em direção ao púlpito, ouvindo com muita atenção cada palavra que era lida perante todos.
O sacerdote-escriba estava de pé, sobre um púlpito de madeira, para melhor se fazer ouvir pelo povo. A seu lado, à direita, estavam homens de confiança, líderes auxiliares, que compunham “o ministério local” (Ne 8.4). Vale a pena lembrar que a leitura e explicação dos textos do livro duraram sete dias, durante seis horas por dia (Ne 8.3,18).
O clima era de reverência, de respeito e atenção à Palavra de Deus. As pessoas não ficavam andando de um lado para o outro, nem conversando distraídas. Todos queriam ouvir e entender a mensagem de Esdras. Quando Esdras abriu o livro, todo o povo se pôs em pé em reverência à leitura da Palavra de Deus (Ne 8.5). Certamente esse é um fundamento bíblico para o saudável hábito de se colocar de pé quando é lida Palavra de Deus. Esse deve ser o comportamento dos crentes em Jesus nas igrejas locais. Alguém pode escutar, mas não ouvir a leitura da Palavra e sua explicação por estar desatento durante a ministração.
O Povo Adorou a Deus
Um culto avivado. Culto de doutrina sem adoração não atende aos requisitos do verdadeiro culto a Deus. Cultuar significa adorar. Por ocasião da leitura do livro da Lei, o escriba louvou a Deus e foi correspondido pelo povo que o acompanhou na adoração a Deus com júbilo e louvor, cantando e se expressando com decência e ordem (1 Co 14.40).
Diz o texto: “E Esdras louvou o Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! -, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra” (Ne 8.6). À proporção que a palavra era ministrada, o povo se enchia de júbilo e de satisfação. Vendo a alegria da multidão, ali, em pé, em plena praça, atenta, dando ouvido à ministração da Palavra de Deus, Esdras louvou ao Senhor. E o fez com brados de “Amém!”, “Amém!”, enquanto levantavam as mãos para o alto.
Sem dúvida, dá para imaginar um espetáculo de rara beleza plástica, como uma coreografia santa no levantar das mãos em glorificação a Deus. Muitas pessoas foram de todas as cidades, e não apenas os habitantes de Jerusalém. Provavelmente, para que o povo ficasse durante seis horas “desde a alva até ao meio-dia” (Ne 8.3), a reunião não foi monótona como ocorre em muitos cultos em que o povo dorme de tédio ou de apatia durante uma mensagem sem graça e sem unção. Podemos crer que houve, de fato, um culto de doutrina pleno de avivamento e glorificação intensa.
Com o rosto em terra. O povo de Deus é o único que dá glória ao seu nome. É um dever glorificar a Deus. Bater palmas é uma opção adotada em algumas igrejas. Mas dar glória a Deus é uma obrigação, um dever: “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor na beleza da sua santidade. Além de louvar, o texto diz: “e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra… E no seu templo cada um diz: Glória!” (Sl 29.2,9).
Estátuas não adoram a Deus. Os que participavam daquele culto avivado de doutrina demonstraram a sua alegria e a sua reverência, inclinando-se diante do altar de Deus “com o rosto em terra”. Poder- se-á indagar: Para que isso? Para que esse gesto estranho de se colocar o rosto em terra? Não era um modismo, contudo uma maneira de se expressar comum adoração a Deus ante a sua majestade e poder.
O povo de Israel, em suas jornadas, sempre expressou reverência e adoração, curvando-se diante do Senhor, inclusive com o rosto em terra. “E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo e a glória do Senhor sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o Senhor, porque é bom, porque a sua benignidade dura para sempre” (2 Cr 7.3; ver 2 Cr 20.18; Lc 17.16). Diante do fogo e da glória do Senhor, quem pode permanecer de pé? Deve-se entender que orar “com o rosto em terra” não é uma doutrina, nem uma obrigação. É algo que pode ser feito com decência e ordem, respeitando-se à liturgia e à liderança da reunião e da igreja local.
Devemos observar, no texto em apreço, que não havia qualquer exagero ou descontrole nas expressões corporais dos adoradores. Hoje há um verdadeiro abuso em determinadas reuniões. Existem pessoas que confundem o espiritual com o emocional, chegando às raias do irracional. Em determinadas igrejas, principalmente as neopentecostais, acontecem verdadeiros absurdos, como pessoas correndo dentro das igrejas, pulando descontroladamente, sapateando, quem sabe até se contorcendo e se dizendo cheias do poder de Deus.
Muitas, na verdade, estão se exibindo, buscando chamar a atenção para si. Isso não glorifica nem bendiz ao Senhor (Si 103.1), é puro emocionalismo. Não se deve ficar como “uma estátua de sal” no momento do louvor, as mãos podem ser levantadas, talvez em algumas ocasiões até se prostrar com o rosto no chão em razão do poder que está sendo derramado sobre todos, mas não se deve cair no descontrole dos gestos e das emoções.
Quem não ouviu falar na “unção do riso”, que pessoas passavam a rir de forma estranha e sem controle? Muitas, às gargalhadas, saiam correndo e pulando. Em um determinado vídeo pude observar que um homem, sob efeito de sugestão emocional, corre e pula sobre o púlpito! Isso é espiritual? À luz da Bíblia, certamente não. Esse movimento foi desmascarado por alguns de seus fundadores, que relataram o clima da manipulação psicológica que dominava tais expressões de falsa espiritualidade.
O Ensino Base para o Avivamento
Na época do rei Josafá, houve um grande avivamento em Israel. Essa renovação começou com a retirada dos ídolos, seguindo-se um grande mutirão de ensino em todo o país (2 Cr 17.7-9). Com a liderança de Neemias não foi diferente. O avivamento fundamentou-se no ensino da Palavra de Deus.
Homens preparados para o ensino. “E Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaias, e os levitas ensinavam ao povo na Lei; e o povo estava no seu posto” (Ne 8.7). Eram treze ensinadores ou instrutores designados para ministrar o ensino nas diversas cidades, além dos levitas, que eram sacerdotes auxiliares junto ao Templo.
Havia naquela época, muitas pessoas preparadas para ensinar o povo. Esdras construiu o Templo; Neemias liderou a restauração dos muros. Era a prioridade visível. Sem muros, o Templo não funcionaria bem por causa dos inimigos que sempre assaltavam a cidade.
A fim de que haja ensino, é desejável e necessário que se tenha um ambiente apropriado com o mínimo de infra-estrutura. Como há via ulna estrutura adequada, Neemias convocou Esdras para estar ao seu lado dirigindo o ensino da Palavra com a ajuda de homens preparados para a grande missão de ensinar o povo. Eles “ensinavam o povo na Lei”, ou seja, no PentateucO ou na Torah, a lei de Deus.
Exemplo para as igrejas. É um ótimo exemplo para as igrejas nos dias presentes, pois, hoje, há muitos pregadores, preletores e cantores, mas faltam ensinadores, pessoas dedicadas ao ensino da Palavra. A princípio, todo líder ou pastor deve ser apto ao ensino. Paulo declara: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2 Tm 2.2).
Contudo, existem pessoas na igreja que têm mais habilidade concedida por Deus para se dedicar ao ensino. “Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7). É importante que nas igrejas sejam promovidos seminários, cursos e outros eventos que tenham como objetivo preparar homens e mulheres capacitados para ensinar. Os desafios ao bom ensino hoje são maiores do que no tempo de Neemias,
As igrejas locais estão repletas de membros jovens e estudantes, que trazem questionamentos complexos para as igrejas, e, na maioria das vezes, não encontram respostas adequadas. Imaginemos o que dirão alguns homens de Deus se forem questionados sobre transexualidade ou transgenitalídade.
O que ensinar, à luz da Bíblia, sobre gravidez substituta ou “barriga de aluguel”? Sobre células-tronco e outros temas polêmicos? Nenhum obreiro é obrigado a ser especialista nesses assuntos da bioética. E o que dizer acerca do que os crentes acompanham na internet? Talvez seja até pior do que o que veem na televisão. Para tanto, é necessário que haja ensino sobre tais temas a fim de que a igreja seja fortalecida na fé.
O Entendimento da Palavra Gerou o Avivamento
“E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.9).
O ensino significativo. “E leram o livro, na Lei de Deus, e 4cla- rando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse?’ (Ne 8.8). O ponto fundamental que provocou o avivamento no coração do povo foi o fato de os ensinadores ou mestres terem tido o interesse, o cuidado e a paciência de não só lerem o livro, mas traduzirem as palavras diante do povo, “declarando e explicando” cada texto exposto. Eles não tinham pressa em simplesmente cumprir uma obrigação. Tinham zelo em fazer o povo apreender o conteúdo ensinado.
Segundo estudiosos, uma parte do povo que viera do cativeiro não falava nem entendia o hebraico. Falavam aramaico. Assim, os ensinadores e os levitas liam em hebraico e faziam a tradução para a língua do povo. Era um exercício edificante, de homilética, exegese e de hermenêutica ao mesmo tempo. A mensagem era lida, ensinada e aplicada à realidade vivenciada pelos que a ouviam.
O ensino provocou quebrantamento. “E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.9). Que exemplo! Neemias era o “tirsata” ou o governador, Esdras o escriba e sacerdote. Ambos estavam a postos coordenando toda a atividade do ensino, durante uma semana, seis horas por dia, incansavelmente!
A compreensão do que fora ensinado provocou lágrimas sinceras que partiam do íntimo das pessoas comovidas com a mensagem que no cativeiro não tiveram oportunidade de ouvir. Isso é exatamente o que acontece ao pecador quando dá crédito à Palavra de Deus. No mundo, no cativeiro espiritual, jamais podem ouvir e entender a Palavra de Deus. Ali, no meio da praça de Jerusalém, ocorria uma das maiores conferências bíblicas e teológicas de que se tem conhecimento. Hoje, compreende-se a reunião de grandes multidões, pois há espaços adequados em grandes auditórios climatizados, centros de convenções, equipamentos de som e imagem que prendem a atenção de um grande público.
No entanto, na época de Neemias, uma multidão, desde as primeiras horas do dia até o meio-dia se dispõe a ouvir não um grande preletor de fama nacional ou internacional, nem um grande cantor ou cantora. Estavam ali atentos para ouvir a Palavra de Deus. Jesus disse: “Antes, bemaveflturad0s os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lc 11.28). Eles tinham fome e sede da Palavra.
Alguns trechos da lei que eram lidos para o povo continham terríveis condenações de Deus ao pecado da desobediência. Ao serem lidos, provocaram grande temor e tremor nos corações. Não era simplesmente emoção mas quebrantamento sincero. As lágrimas do povo revelavam profunda tristeza pelos pecados cometidos. As explicações de Esdras, de Neemias, dos demais instrutores e dos levitas calavam fundo na alma dos ouvintes. A Bíblia diz: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2 Co 7.10; Jo 16.20).
A Alegria do Senhor É a Força dos Salvos
“Comei as gorduras, e bebei as doçuras” (Ne 8.1Oa). Certamente, no final da grande reunião, no último dia da ministraçãO da palavra, o povo estava no auge de suas emoções ao ouvir e entender o ensino. Sua alma estava saciada com as porções espirituais que lhe foram ministradas ao longo daquela grande conferência bíblica. A Bíblia diz: “Porque o ouvido prova as palavras como o paladar prova a comida” (Jó 34.3).
Após um grande banquete espiritual com o alimento da Palavra, Neemias disse ao povo que fosse comer as gorduras e beber as doçuras. Provavelmente, fosse um convite a um banquete literal de comida típica daquela época. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “os judeus gostavam muito de alimentos preparados com bastante gordura e bebidas bem doces. Muitos dos vinhos antigos eram fervidos e concentrados até ficarem doces e espessos, como mel ou geleias. Tinham que ser bem diluídos para serem consumidos”.
“E enviai porções aos que nada têm preparado para si” (Ne 8.10b). O povo judeu em seus dias de vitória tinha o costume de promover grandes festas com muita comida, bebida, e também tinha o hábito de enviar presentes aos seus concidadãos numa expressão de alegria e generosidade. No livro de Ester, temos exemplo dessa prática festiva.
Quando os judeus derrotaram seus inimigos no tempo da rainha Ester, houve grandes manifestações de festas em todos os lugares: “… como os dias em que os judeus tiveram repouso dos seus inimigos e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria e de luto em dia de folguedo; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria e de mandarem presentes uns aos outros e dádivas aos pobres” (Et 9.22).
Na época de Neemias não poderia ser diferente, e até com muito mais razão. O povo experimentara 70 anos de cativeiro. Após sua libertação, puderam ver a mão de Deus operando em seu favor, usando reis, exércitos e muitos outros homens. A alegria era indizível, O líder exortou-os a se alegrarem, mas sem egoísmo e individualismo.
Talvez houvesse alguém que não tivera a oportunidade de participar das solenidades santas e de ouvir a leitura e a explicação da lei do Senhor. Havia pobres entre os seus irmãos. E, numa demonstração de amor generoso, foram exortados a enviar-lhes porções das iguarias de sua festa. A fé salvífica é também fé compassiva. Tiago declara que a fé sem as obras é morta (Tg 2.20).
“A alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10 c). O povo estava desfrutando enorme alegria. Havia um clima de festa espiritual e também de festa nacional. E toda aquela alegria era resultado do avivamento genuíno provocado pela exposição da Palavra de Deus. Na realidade, era alegria vinda de cima do céu, da parte de Deus. Era “a alegria do Senhor!” Não era euforia humana de origem puramente emocional. As emoções não podem ser excluídas da manifestação de alegria, pois fazem parte de nosso ser. Quando no meio da igreja local o Espírito Santo opera tocando no coração dos adoradores, é possível se ouvir “um som, como de um vento veemente e impetuoso”, enchendo o ambiente (At 2.2).
Uma festa santa. A “alegria do Senhor” produz força na vida do crente fiel. Essa força é indispensável para uma vida vitoriosa contra os três inimigos da fé: a carne, o mundo e o Diabo. Paulo ensina:
“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). O crente fiel só pode ser forte se for cheio da alegria do Senhor, pois ela é a sua força. E para estar “no Senhor”, é necessário ter comunhão com Ele (2 Co 5.17).
Quanto mais alegre for o crente “no Senhor”, mais forte ele será. Na igreja local nunca se vê um crente alegre se desviar, causar dissensões ou divisões. Normalmente são os amargos e insatisfeitos que provocam rebeliões. Por isso, é indispensável que se busque desenvolver um clima de alegria espiritual. Não confunda a “alegria do Senhor” com os falsos avivamentos.
Ao que parece, no meio da multidão sobressaía-se o choro de alegria misturado com o pranto de arrependimento. Havia um clamor em voz alta na adoração, na confissão de pecados e no quebrantamento. Desse modo, os levitas procuraram acalmar o povo, dizendo:
“Calai-vos, porque este dia é santo; por isso, não vos entristeçais” (Ne 8.11). Em seguida, o povo atendeu à exortação de Neemias e foi “a comer, e a beber, e a enviar porções, e a fazer grandes festas, porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber” (Ne 8.12).
A demorada exposição da Palavra de Deus, em plena praça de Jerusalém, terminou numa grande celebração, numa verdadeira “festa santa” como proclamou Isaías: “Um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra uma festa santa; e alegria de coração, como a daquela que sai tocando pífano, para vir ao monte do Senhor, à Rocha de Israel” (Is 30.29 - grifo nosso). Somente após o ensino ter sido ministrado na praça de Jerusalém, foi que irrompeu um dos maiores avivamentos da história bíblica. O povo se alegrou com o Templo construído sob a liderança de Esdras. Ele jubilou com a restauração dos muros sob a direção de Neemias, mas o aviamento chegou quando todos ouviram e entenderam a mensagem da Palavra de Deus.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados - MS Livro de Neemias - Integridade e Coragem em Tempo de Crise - Elinaldo Renovato
Publicado no Blog do Ev. Isaias de Jesus
VERDADE PRÁTICA - Somente o genuíno ensino da Palavra de Deus é capaz de produzir um verdadeiro avivamento.
INTRODUÇÃO
O AVIVAMENTO QUE VEM PELO ENSINO
Só o ensino genuíno da Palavra de Deus produz verdadeiro avivamento no meio da igreja local. Nos nossos dias, há uma onda de movimentos evangelísticos produzidos por ação humana com o objetivo de atrair multidões ávidas por novidades e modismos. Tais movimentos carecem da base fundamental e consistente, que é o ensino da Palavra de Deus.
Todos os verdadeiros avivamentos na história do povo de Israel e no seio da Igreja, ao longo dos séculos, só tiveram resultados duradouros quando começaram e prosseguiram alicerçados na Palavra de Deus. Avivamentos sem a Palavra de Deus são apenas movimentos que passam com o tempo e não geram mudanças significativas na vida e no comportamento das pessoas envolvidas. O avivamento, no tempo de Neemias, teve a marca do ensino da Palavra de Deus. Neemias, o líder da reconstrução, e Esdras, o sacerdote, eram homens que se dedicavam ao estudo da Palavra do Senhor. Ao reunirem o povo na praça principal da cidade, sem meios de transmissão da mensagem, deve ter sido uma tarefa extraordinária e dificil, mas eles o fizeram. Repassaram para o povo o conteúdo da lei do Senhor para a vida dos habitantes de Jerusalém. Eles não tinham preocupação com a oratória, nem com a retórica nem com a eloquência do discurso.
Simplesmente leram a palavra de modo didático, pausadamente, para que o povo entendesse o que Deus requeria dos que o serviam naquele momento crucial para a história de Israel após anos e anos de cativeiro em terra estranha. Diz o texto: “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio- dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. (Ne 8.3). Além da leitura, havia a explicação do significado de cada expressão. O povo entendeu, e como resultado, sobreveio poderoso avivamento no meio deles. Houve um quebrantamento verdadeiro, e não um simples remorso. Houve alegria, festa, e o povo se dispôs a trabalhar na reconstrução.
Um Verdadeiro Culto de Doutrina
Reunidos para ouvir a palavra. Diante do que Deus fizera através do esforço denodado dos israelitas, sob a liderança de Neemias, na edificação dos muros em redor do Templo, o povo sentiu necessidade de ter sua edificação espiritual também. Como foi dito anteriormente, não adiantaria um templo lindo com admirável beleza arquitetônica se o povo não tivesse o temor de Deus, um quebrantamento para adorar ao Senhor. Templo sem a presença de Deus é corpo sem alma, sem espírito.
O texto bíblico nos revela que houve uma fome e uma sede de ouvir a Palavra de Deus. “E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel” (Ne 8.1). Ali, na praça principal, “diante da Porta das Águas”, iniciou-se um poderoso avivamento na história de Jerusalém.
O Templo construído, os muros restaurados. Os arautos tocavam suas trombetas convocando os habitantes de Jerusalém e cidades vizinhas para um grande evento no centro da cidade. Certamente a praça estava arborizada. Havia um cenário apropriado para a grande reunião festiva em que todo o povo se deslocou dos lugares onde habitavam para chegar ao centro de Jerusalém.
Não era para assistir a um show de grupos musicais nem ouvir um artista da época, mas o ajuntamento impressionante acontecera para que o povo ouvisse a Palavra de Deus. Se fosse hoje, aquele grande evento teria a cobertura de alguns órgãos da imprensa. “…o povo se ajuntou como um só homem.” Isso nos fala não só de reunião, mas de união e integração do povo de Israel, a fim de ouvir a Palavra de Deus.
Hoje, em algumas igrejas, há pouca participação dos membros nos cultos de ensino da Palavra de Deus. Reuniões de estudo da palavra são desprezadas por grande parte dos crentes, sobretudo dos mais jovens. No entanto, quando se anuncia a presença de um cantor famoso faltam lugares para os espectadores. Isso é sintoma de fastio da Palavra. É sintoma de doença espiritual de extrema gravidade. O crente que ama a Deus ama a sua Palavra. Disse o salmista: “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (SI 119.97).
Esdras traz o livro da lei de Deus. O povo, sofrido, após anos de cativeiro, tinha sede de ouvir a Palavra de Deus (Am 8.11). Esdras, o escriba, levou o livro para a praça. Na verdade, era um grande rolo, provavelmente de pergaminho, que seria desenrolado pouco a pouco, à proporção que o sacerdote fizesse a leitura dos textos da lei (Ne 8.2). Não foi feita uma leitura rápida do livro. Esdras o leu, pausadamente, para que todo o povo entendesse bem o ensino que seria ministrado. Durante cerca de seis horas, das seis da manhã até ao meio-dia, foi feita a leitura do livro da lei.
O povo estava atento à leitura da palavra. “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. (Ne 8.3). Podemos imaginar o que estava acontecendo, enquanto Esdras lia o livro da lei. Homens, mulheres, adultos e jovens, todos voltados em direção ao púlpito, ouvindo com muita atenção cada palavra que era lida perante todos.
O sacerdote-escriba estava de pé, sobre um púlpito de madeira, para melhor se fazer ouvir pelo povo. A seu lado, à direita, estavam homens de confiança, líderes auxiliares, que compunham “o ministério local” (Ne 8.4). Vale a pena lembrar que a leitura e explicação dos textos do livro duraram sete dias, durante seis horas por dia (Ne 8.3,18).
O clima era de reverência, de respeito e atenção à Palavra de Deus. As pessoas não ficavam andando de um lado para o outro, nem conversando distraídas. Todos queriam ouvir e entender a mensagem de Esdras. Quando Esdras abriu o livro, todo o povo se pôs em pé em reverência à leitura da Palavra de Deus (Ne 8.5). Certamente esse é um fundamento bíblico para o saudável hábito de se colocar de pé quando é lida Palavra de Deus. Esse deve ser o comportamento dos crentes em Jesus nas igrejas locais. Alguém pode escutar, mas não ouvir a leitura da Palavra e sua explicação por estar desatento durante a ministração.
O Povo Adorou a Deus
Um culto avivado. Culto de doutrina sem adoração não atende aos requisitos do verdadeiro culto a Deus. Cultuar significa adorar. Por ocasião da leitura do livro da Lei, o escriba louvou a Deus e foi correspondido pelo povo que o acompanhou na adoração a Deus com júbilo e louvor, cantando e se expressando com decência e ordem (1 Co 14.40).
Diz o texto: “E Esdras louvou o Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! -, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra” (Ne 8.6). À proporção que a palavra era ministrada, o povo se enchia de júbilo e de satisfação. Vendo a alegria da multidão, ali, em pé, em plena praça, atenta, dando ouvido à ministração da Palavra de Deus, Esdras louvou ao Senhor. E o fez com brados de “Amém!”, “Amém!”, enquanto levantavam as mãos para o alto.
Sem dúvida, dá para imaginar um espetáculo de rara beleza plástica, como uma coreografia santa no levantar das mãos em glorificação a Deus. Muitas pessoas foram de todas as cidades, e não apenas os habitantes de Jerusalém. Provavelmente, para que o povo ficasse durante seis horas “desde a alva até ao meio-dia” (Ne 8.3), a reunião não foi monótona como ocorre em muitos cultos em que o povo dorme de tédio ou de apatia durante uma mensagem sem graça e sem unção. Podemos crer que houve, de fato, um culto de doutrina pleno de avivamento e glorificação intensa.
Com o rosto em terra. O povo de Deus é o único que dá glória ao seu nome. É um dever glorificar a Deus. Bater palmas é uma opção adotada em algumas igrejas. Mas dar glória a Deus é uma obrigação, um dever: “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor na beleza da sua santidade. Além de louvar, o texto diz: “e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra… E no seu templo cada um diz: Glória!” (Sl 29.2,9).
Estátuas não adoram a Deus. Os que participavam daquele culto avivado de doutrina demonstraram a sua alegria e a sua reverência, inclinando-se diante do altar de Deus “com o rosto em terra”. Poder- se-á indagar: Para que isso? Para que esse gesto estranho de se colocar o rosto em terra? Não era um modismo, contudo uma maneira de se expressar comum adoração a Deus ante a sua majestade e poder.
O povo de Israel, em suas jornadas, sempre expressou reverência e adoração, curvando-se diante do Senhor, inclusive com o rosto em terra. “E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo e a glória do Senhor sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o Senhor, porque é bom, porque a sua benignidade dura para sempre” (2 Cr 7.3; ver 2 Cr 20.18; Lc 17.16). Diante do fogo e da glória do Senhor, quem pode permanecer de pé? Deve-se entender que orar “com o rosto em terra” não é uma doutrina, nem uma obrigação. É algo que pode ser feito com decência e ordem, respeitando-se à liturgia e à liderança da reunião e da igreja local.
Devemos observar, no texto em apreço, que não havia qualquer exagero ou descontrole nas expressões corporais dos adoradores. Hoje há um verdadeiro abuso em determinadas reuniões. Existem pessoas que confundem o espiritual com o emocional, chegando às raias do irracional. Em determinadas igrejas, principalmente as neopentecostais, acontecem verdadeiros absurdos, como pessoas correndo dentro das igrejas, pulando descontroladamente, sapateando, quem sabe até se contorcendo e se dizendo cheias do poder de Deus.
Muitas, na verdade, estão se exibindo, buscando chamar a atenção para si. Isso não glorifica nem bendiz ao Senhor (Si 103.1), é puro emocionalismo. Não se deve ficar como “uma estátua de sal” no momento do louvor, as mãos podem ser levantadas, talvez em algumas ocasiões até se prostrar com o rosto no chão em razão do poder que está sendo derramado sobre todos, mas não se deve cair no descontrole dos gestos e das emoções.
Quem não ouviu falar na “unção do riso”, que pessoas passavam a rir de forma estranha e sem controle? Muitas, às gargalhadas, saiam correndo e pulando. Em um determinado vídeo pude observar que um homem, sob efeito de sugestão emocional, corre e pula sobre o púlpito! Isso é espiritual? À luz da Bíblia, certamente não. Esse movimento foi desmascarado por alguns de seus fundadores, que relataram o clima da manipulação psicológica que dominava tais expressões de falsa espiritualidade.
O Ensino Base para o Avivamento
Na época do rei Josafá, houve um grande avivamento em Israel. Essa renovação começou com a retirada dos ídolos, seguindo-se um grande mutirão de ensino em todo o país (2 Cr 17.7-9). Com a liderança de Neemias não foi diferente. O avivamento fundamentou-se no ensino da Palavra de Deus.
Homens preparados para o ensino. “E Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaias, e os levitas ensinavam ao povo na Lei; e o povo estava no seu posto” (Ne 8.7). Eram treze ensinadores ou instrutores designados para ministrar o ensino nas diversas cidades, além dos levitas, que eram sacerdotes auxiliares junto ao Templo.
Havia naquela época, muitas pessoas preparadas para ensinar o povo. Esdras construiu o Templo; Neemias liderou a restauração dos muros. Era a prioridade visível. Sem muros, o Templo não funcionaria bem por causa dos inimigos que sempre assaltavam a cidade.
A fim de que haja ensino, é desejável e necessário que se tenha um ambiente apropriado com o mínimo de infra-estrutura. Como há via ulna estrutura adequada, Neemias convocou Esdras para estar ao seu lado dirigindo o ensino da Palavra com a ajuda de homens preparados para a grande missão de ensinar o povo. Eles “ensinavam o povo na Lei”, ou seja, no PentateucO ou na Torah, a lei de Deus.
Exemplo para as igrejas. É um ótimo exemplo para as igrejas nos dias presentes, pois, hoje, há muitos pregadores, preletores e cantores, mas faltam ensinadores, pessoas dedicadas ao ensino da Palavra. A princípio, todo líder ou pastor deve ser apto ao ensino. Paulo declara: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2 Tm 2.2).
Contudo, existem pessoas na igreja que têm mais habilidade concedida por Deus para se dedicar ao ensino. “Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7). É importante que nas igrejas sejam promovidos seminários, cursos e outros eventos que tenham como objetivo preparar homens e mulheres capacitados para ensinar. Os desafios ao bom ensino hoje são maiores do que no tempo de Neemias,
As igrejas locais estão repletas de membros jovens e estudantes, que trazem questionamentos complexos para as igrejas, e, na maioria das vezes, não encontram respostas adequadas. Imaginemos o que dirão alguns homens de Deus se forem questionados sobre transexualidade ou transgenitalídade.
O que ensinar, à luz da Bíblia, sobre gravidez substituta ou “barriga de aluguel”? Sobre células-tronco e outros temas polêmicos? Nenhum obreiro é obrigado a ser especialista nesses assuntos da bioética. E o que dizer acerca do que os crentes acompanham na internet? Talvez seja até pior do que o que veem na televisão. Para tanto, é necessário que haja ensino sobre tais temas a fim de que a igreja seja fortalecida na fé.
O Entendimento da Palavra Gerou o Avivamento
“E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.9).
O ensino significativo. “E leram o livro, na Lei de Deus, e 4cla- rando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse?’ (Ne 8.8). O ponto fundamental que provocou o avivamento no coração do povo foi o fato de os ensinadores ou mestres terem tido o interesse, o cuidado e a paciência de não só lerem o livro, mas traduzirem as palavras diante do povo, “declarando e explicando” cada texto exposto. Eles não tinham pressa em simplesmente cumprir uma obrigação. Tinham zelo em fazer o povo apreender o conteúdo ensinado.
Segundo estudiosos, uma parte do povo que viera do cativeiro não falava nem entendia o hebraico. Falavam aramaico. Assim, os ensinadores e os levitas liam em hebraico e faziam a tradução para a língua do povo. Era um exercício edificante, de homilética, exegese e de hermenêutica ao mesmo tempo. A mensagem era lida, ensinada e aplicada à realidade vivenciada pelos que a ouviam.
O ensino provocou quebrantamento. “E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.9). Que exemplo! Neemias era o “tirsata” ou o governador, Esdras o escriba e sacerdote. Ambos estavam a postos coordenando toda a atividade do ensino, durante uma semana, seis horas por dia, incansavelmente!
A compreensão do que fora ensinado provocou lágrimas sinceras que partiam do íntimo das pessoas comovidas com a mensagem que no cativeiro não tiveram oportunidade de ouvir. Isso é exatamente o que acontece ao pecador quando dá crédito à Palavra de Deus. No mundo, no cativeiro espiritual, jamais podem ouvir e entender a Palavra de Deus. Ali, no meio da praça de Jerusalém, ocorria uma das maiores conferências bíblicas e teológicas de que se tem conhecimento. Hoje, compreende-se a reunião de grandes multidões, pois há espaços adequados em grandes auditórios climatizados, centros de convenções, equipamentos de som e imagem que prendem a atenção de um grande público.
No entanto, na época de Neemias, uma multidão, desde as primeiras horas do dia até o meio-dia se dispõe a ouvir não um grande preletor de fama nacional ou internacional, nem um grande cantor ou cantora. Estavam ali atentos para ouvir a Palavra de Deus. Jesus disse: “Antes, bemaveflturad0s os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lc 11.28). Eles tinham fome e sede da Palavra.
Alguns trechos da lei que eram lidos para o povo continham terríveis condenações de Deus ao pecado da desobediência. Ao serem lidos, provocaram grande temor e tremor nos corações. Não era simplesmente emoção mas quebrantamento sincero. As lágrimas do povo revelavam profunda tristeza pelos pecados cometidos. As explicações de Esdras, de Neemias, dos demais instrutores e dos levitas calavam fundo na alma dos ouvintes. A Bíblia diz: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2 Co 7.10; Jo 16.20).
A Alegria do Senhor É a Força dos Salvos
“Comei as gorduras, e bebei as doçuras” (Ne 8.1Oa). Certamente, no final da grande reunião, no último dia da ministraçãO da palavra, o povo estava no auge de suas emoções ao ouvir e entender o ensino. Sua alma estava saciada com as porções espirituais que lhe foram ministradas ao longo daquela grande conferência bíblica. A Bíblia diz: “Porque o ouvido prova as palavras como o paladar prova a comida” (Jó 34.3).
Após um grande banquete espiritual com o alimento da Palavra, Neemias disse ao povo que fosse comer as gorduras e beber as doçuras. Provavelmente, fosse um convite a um banquete literal de comida típica daquela época. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “os judeus gostavam muito de alimentos preparados com bastante gordura e bebidas bem doces. Muitos dos vinhos antigos eram fervidos e concentrados até ficarem doces e espessos, como mel ou geleias. Tinham que ser bem diluídos para serem consumidos”.
“E enviai porções aos que nada têm preparado para si” (Ne 8.10b). O povo judeu em seus dias de vitória tinha o costume de promover grandes festas com muita comida, bebida, e também tinha o hábito de enviar presentes aos seus concidadãos numa expressão de alegria e generosidade. No livro de Ester, temos exemplo dessa prática festiva.
Quando os judeus derrotaram seus inimigos no tempo da rainha Ester, houve grandes manifestações de festas em todos os lugares: “… como os dias em que os judeus tiveram repouso dos seus inimigos e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria e de luto em dia de folguedo; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria e de mandarem presentes uns aos outros e dádivas aos pobres” (Et 9.22).
Na época de Neemias não poderia ser diferente, e até com muito mais razão. O povo experimentara 70 anos de cativeiro. Após sua libertação, puderam ver a mão de Deus operando em seu favor, usando reis, exércitos e muitos outros homens. A alegria era indizível, O líder exortou-os a se alegrarem, mas sem egoísmo e individualismo.
Talvez houvesse alguém que não tivera a oportunidade de participar das solenidades santas e de ouvir a leitura e a explicação da lei do Senhor. Havia pobres entre os seus irmãos. E, numa demonstração de amor generoso, foram exortados a enviar-lhes porções das iguarias de sua festa. A fé salvífica é também fé compassiva. Tiago declara que a fé sem as obras é morta (Tg 2.20).
“A alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10 c). O povo estava desfrutando enorme alegria. Havia um clima de festa espiritual e também de festa nacional. E toda aquela alegria era resultado do avivamento genuíno provocado pela exposição da Palavra de Deus. Na realidade, era alegria vinda de cima do céu, da parte de Deus. Era “a alegria do Senhor!” Não era euforia humana de origem puramente emocional. As emoções não podem ser excluídas da manifestação de alegria, pois fazem parte de nosso ser. Quando no meio da igreja local o Espírito Santo opera tocando no coração dos adoradores, é possível se ouvir “um som, como de um vento veemente e impetuoso”, enchendo o ambiente (At 2.2).
Uma festa santa. A “alegria do Senhor” produz força na vida do crente fiel. Essa força é indispensável para uma vida vitoriosa contra os três inimigos da fé: a carne, o mundo e o Diabo. Paulo ensina:
“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). O crente fiel só pode ser forte se for cheio da alegria do Senhor, pois ela é a sua força. E para estar “no Senhor”, é necessário ter comunhão com Ele (2 Co 5.17).
Quanto mais alegre for o crente “no Senhor”, mais forte ele será. Na igreja local nunca se vê um crente alegre se desviar, causar dissensões ou divisões. Normalmente são os amargos e insatisfeitos que provocam rebeliões. Por isso, é indispensável que se busque desenvolver um clima de alegria espiritual. Não confunda a “alegria do Senhor” com os falsos avivamentos.
Ao que parece, no meio da multidão sobressaía-se o choro de alegria misturado com o pranto de arrependimento. Havia um clamor em voz alta na adoração, na confissão de pecados e no quebrantamento. Desse modo, os levitas procuraram acalmar o povo, dizendo:
“Calai-vos, porque este dia é santo; por isso, não vos entristeçais” (Ne 8.11). Em seguida, o povo atendeu à exortação de Neemias e foi “a comer, e a beber, e a enviar porções, e a fazer grandes festas, porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber” (Ne 8.12).
A demorada exposição da Palavra de Deus, em plena praça de Jerusalém, terminou numa grande celebração, numa verdadeira “festa santa” como proclamou Isaías: “Um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra uma festa santa; e alegria de coração, como a daquela que sai tocando pífano, para vir ao monte do Senhor, à Rocha de Israel” (Is 30.29 - grifo nosso). Somente após o ensino ter sido ministrado na praça de Jerusalém, foi que irrompeu um dos maiores avivamentos da história bíblica. O povo se alegrou com o Templo construído sob a liderança de Esdras. Ele jubilou com a restauração dos muros sob a direção de Neemias, mas o aviamento chegou quando todos ouviram e entenderam a mensagem da Palavra de Deus.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados - MS Livro de Neemias - Integridade e Coragem em Tempo de Crise - Elinaldo Renovato
Publicado no Blog do Ev. Isaias de Jesus
Lição N ° 6 Neemias Lidera um Genuíno Avivamento - Ev. Isaias de Jesus
TEXTO ÁUREO - “E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação […] E leu nela […] desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei” (Ne 8.2,3).
VERDADE PRÁTICA - Somente o genuíno ensino da Palavra de Deus é capaz de produzir um verdadeiro avivamento.
INTRODUÇÃO
O AVIVAMENTO QUE VEM PELO ENSINO
Só o ensino genuíno da Palavra de Deus produz verdadeiro avivamento no meio da igreja local. Nos nossos dias, há uma onda de movimentos evangelísticos produzidos por ação humana com o objetivo de atrair multidões ávidas por novidades e modismos. Tais movimentos carecem da base fundamental e consistente, que é o ensino da Palavra de Deus.
Todos os verdadeiros avivamentos na história do povo de Israel e no seio da Igreja, ao longo dos séculos, só tiveram resultados duradouros quando começaram e prosseguiram alicerçados na Palavra de Deus. Avivamentos sem a Palavra de Deus são apenas movimentos que passam com o tempo e não geram mudanças significativas na vida e no comportamento das pessoas envolvidas. O avivamento, no tempo de Neemias, teve a marca do ensino da Palavra de Deus. Neemias, o líder da reconstrução, e Esdras, o sacerdote, eram homens que se dedicavam ao estudo da Palavra do Senhor. Ao reunirem o povo na praça principal da cidade, sem meios de transmissão da mensagem, deve ter sido uma tarefa extraordinária e dificil, mas eles o fizeram. Repassaram para o povo o conteúdo da lei do Senhor para a vida dos habitantes de Jerusalém. Eles não tinham preocupação com a oratória, nem com a retórica nem com a eloquência do discurso.
Simplesmente leram a palavra de modo didático, pausadamente, para que o povo entendesse o que Deus requeria dos que o serviam naquele momento crucial para a história de Israel após anos e anos de cativeiro em terra estranha. Diz o texto: “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio- dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. (Ne 8.3). Além da leitura, havia a explicação do significado de cada expressão. O povo entendeu, e como resultado, sobreveio poderoso avivamento no meio deles. Houve um quebrantamento verdadeiro, e não um simples remorso. Houve alegria, festa, e o povo se dispôs a trabalhar na reconstrução.
Um Verdadeiro Culto de Doutrina
Reunidos para ouvir a palavra. Diante do que Deus fizera através do esforço denodado dos israelitas, sob a liderança de Neemias, na edificação dos muros em redor do Templo, o povo sentiu necessidade de ter sua edificação espiritual também. Como foi dito anteriormente, não adiantaria um templo lindo com admirável beleza arquitetônica se o povo não tivesse o temor de Deus, um quebrantamento para adorar ao Senhor. Templo sem a presença de Deus é corpo sem alma, sem espírito.
O texto bíblico nos revela que houve uma fome e uma sede de ouvir a Palavra de Deus. “E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel” (Ne 8.1). Ali, na praça principal, “diante da Porta das Águas”, iniciou-se um poderoso avivamento na história de Jerusalém.
O Templo construído, os muros restaurados. Os arautos tocavam suas trombetas convocando os habitantes de Jerusalém e cidades vizinhas para um grande evento no centro da cidade. Certamente a praça estava arborizada. Havia um cenário apropriado para a grande reunião festiva em que todo o povo se deslocou dos lugares onde habitavam para chegar ao centro de Jerusalém.
Não era para assistir a um show de grupos musicais nem ouvir um artista da época, mas o ajuntamento impressionante acontecera para que o povo ouvisse a Palavra de Deus. Se fosse hoje, aquele grande evento teria a cobertura de alguns órgãos da imprensa. “…o povo se ajuntou como um só homem.” Isso nos fala não só de reunião, mas de união e integração do povo de Israel, a fim de ouvir a Palavra de Deus.
Hoje, em algumas igrejas, há pouca participação dos membros nos cultos de ensino da Palavra de Deus. Reuniões de estudo da palavra são desprezadas por grande parte dos crentes, sobretudo dos mais jovens. No entanto, quando se anuncia a presença de um cantor famoso faltam lugares para os espectadores. Isso é sintoma de fastio da Palavra. É sintoma de doença espiritual de extrema gravidade. O crente que ama a Deus ama a sua Palavra. Disse o salmista: “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (SI 119.97).
Esdras traz o livro da lei de Deus. O povo, sofrido, após anos de cativeiro, tinha sede de ouvir a Palavra de Deus (Am 8.11). Esdras, o escriba, levou o livro para a praça. Na verdade, era um grande rolo, provavelmente de pergaminho, que seria desenrolado pouco a pouco, à proporção que o sacerdote fizesse a leitura dos textos da lei (Ne 8.2). Não foi feita uma leitura rápida do livro. Esdras o leu, pausadamente, para que todo o povo entendesse bem o ensino que seria ministrado. Durante cerca de seis horas, das seis da manhã até ao meio-dia, foi feita a leitura do livro da lei.
O povo estava atento à leitura da palavra. “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. (Ne 8.3). Podemos imaginar o que estava acontecendo, enquanto Esdras lia o livro da lei. Homens, mulheres, adultos e jovens, todos voltados em direção ao púlpito, ouvindo com muita atenção cada palavra que era lida perante todos.
O sacerdote-escriba estava de pé, sobre um púlpito de madeira, para melhor se fazer ouvir pelo povo. A seu lado, à direita, estavam homens de confiança, líderes auxiliares, que compunham “o ministério local” (Ne 8.4). Vale a pena lembrar que a leitura e explicação dos textos do livro duraram sete dias, durante seis horas por dia (Ne 8.3,18).
O clima era de reverência, de respeito e atenção à Palavra de Deus. As pessoas não ficavam andando de um lado para o outro, nem conversando distraídas. Todos queriam ouvir e entender a mensagem de Esdras. Quando Esdras abriu o livro, todo o povo se pôs em pé em reverência à leitura da Palavra de Deus (Ne 8.5). Certamente esse é um fundamento bíblico para o saudável hábito de se colocar de pé quando é lida Palavra de Deus. Esse deve ser o comportamento dos crentes em Jesus nas igrejas locais. Alguém pode escutar, mas não ouvir a leitura da Palavra e sua explicação por estar desatento durante a ministração.
O Povo Adorou a Deus
Um culto avivado. Culto de doutrina sem adoração não atende aos requisitos do verdadeiro culto a Deus. Cultuar significa adorar. Por ocasião da leitura do livro da Lei, o escriba louvou a Deus e foi correspondido pelo povo que o acompanhou na adoração a Deus com júbilo e louvor, cantando e se expressando com decência e ordem (1 Co 14.40).
Diz o texto: “E Esdras louvou o Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! -, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra” (Ne 8.6). À proporção que a palavra era ministrada, o povo se enchia de júbilo e de satisfação. Vendo a alegria da multidão, ali, em pé, em plena praça, atenta, dando ouvido à ministração da Palavra de Deus, Esdras louvou ao Senhor. E o fez com brados de “Amém!”, “Amém!”, enquanto levantavam as mãos para o alto.
Sem dúvida, dá para imaginar um espetáculo de rara beleza plástica, como uma coreografia santa no levantar das mãos em glorificação a Deus. Muitas pessoas foram de todas as cidades, e não apenas os habitantes de Jerusalém. Provavelmente, para que o povo ficasse durante seis horas “desde a alva até ao meio-dia” (Ne 8.3), a reunião não foi monótona como ocorre em muitos cultos em que o povo dorme de tédio ou de apatia durante uma mensagem sem graça e sem unção. Podemos crer que houve, de fato, um culto de doutrina pleno de avivamento e glorificação intensa.
Com o rosto em terra. O povo de Deus é o único que dá glória ao seu nome. É um dever glorificar a Deus. Bater palmas é uma opção adotada em algumas igrejas. Mas dar glória a Deus é uma obrigação, um dever: “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor na beleza da sua santidade. Além de louvar, o texto diz: “e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra… E no seu templo cada um diz: Glória!” (Sl 29.2,9).
Estátuas não adoram a Deus. Os que participavam daquele culto avivado de doutrina demonstraram a sua alegria e a sua reverência, inclinando-se diante do altar de Deus “com o rosto em terra”. Poder- se-á indagar: Para que isso? Para que esse gesto estranho de se colocar o rosto em terra? Não era um modismo, contudo uma maneira de se expressar comum adoração a Deus ante a sua majestade e poder.
O povo de Israel, em suas jornadas, sempre expressou reverência e adoração, curvando-se diante do Senhor, inclusive com o rosto em terra. “E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo e a glória do Senhor sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o Senhor, porque é bom, porque a sua benignidade dura para sempre” (2 Cr 7.3; ver 2 Cr 20.18; Lc 17.16). Diante do fogo e da glória do Senhor, quem pode permanecer de pé? Deve-se entender que orar “com o rosto em terra” não é uma doutrina, nem uma obrigação. É algo que pode ser feito com decência e ordem, respeitando-se à liturgia e à liderança da reunião e da igreja local.
Devemos observar, no texto em apreço, que não havia qualquer exagero ou descontrole nas expressões corporais dos adoradores. Hoje há um verdadeiro abuso em determinadas reuniões. Existem pessoas que confundem o espiritual com o emocional, chegando às raias do irracional. Em determinadas igrejas, principalmente as neopentecostais, acontecem verdadeiros absurdos, como pessoas correndo dentro das igrejas, pulando descontroladamente, sapateando, quem sabe até se contorcendo e se dizendo cheias do poder de Deus.
Muitas, na verdade, estão se exibindo, buscando chamar a atenção para si. Isso não glorifica nem bendiz ao Senhor (Si 103.1), é puro emocionalismo. Não se deve ficar como “uma estátua de sal” no momento do louvor, as mãos podem ser levantadas, talvez em algumas ocasiões até se prostrar com o rosto no chão em razão do poder que está sendo derramado sobre todos, mas não se deve cair no descontrole dos gestos e das emoções.
Quem não ouviu falar na “unção do riso”, que pessoas passavam a rir de forma estranha e sem controle? Muitas, às gargalhadas, saiam correndo e pulando. Em um determinado vídeo pude observar que um homem, sob efeito de sugestão emocional, corre e pula sobre o púlpito! Isso é espiritual? À luz da Bíblia, certamente não. Esse movimento foi desmascarado por alguns de seus fundadores, que relataram o clima da manipulação psicológica que dominava tais expressões de falsa espiritualidade.
O Ensino Base para o Avivamento
Na época do rei Josafá, houve um grande avivamento em Israel. Essa renovação começou com a retirada dos ídolos, seguindo-se um grande mutirão de ensino em todo o país (2 Cr 17.7-9). Com a liderança de Neemias não foi diferente. O avivamento fundamentou-se no ensino da Palavra de Deus.
Homens preparados para o ensino. “E Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaias, e os levitas ensinavam ao povo na Lei; e o povo estava no seu posto” (Ne 8.7). Eram treze ensinadores ou instrutores designados para ministrar o ensino nas diversas cidades, além dos levitas, que eram sacerdotes auxiliares junto ao Templo.
Havia naquela época, muitas pessoas preparadas para ensinar o povo. Esdras construiu o Templo; Neemias liderou a restauração dos muros. Era a prioridade visível. Sem muros, o Templo não funcionaria bem por causa dos inimigos que sempre assaltavam a cidade.
A fim de que haja ensino, é desejável e necessário que se tenha um ambiente apropriado com o mínimo de infra-estrutura. Como há via ulna estrutura adequada, Neemias convocou Esdras para estar ao seu lado dirigindo o ensino da Palavra com a ajuda de homens preparados para a grande missão de ensinar o povo. Eles “ensinavam o povo na Lei”, ou seja, no PentateucO ou na Torah, a lei de Deus.
Exemplo para as igrejas. É um ótimo exemplo para as igrejas nos dias presentes, pois, hoje, há muitos pregadores, preletores e cantores, mas faltam ensinadores, pessoas dedicadas ao ensino da Palavra. A princípio, todo líder ou pastor deve ser apto ao ensino. Paulo declara: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2 Tm 2.2).
Contudo, existem pessoas na igreja que têm mais habilidade concedida por Deus para se dedicar ao ensino. “Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7). É importante que nas igrejas sejam promovidos seminários, cursos e outros eventos que tenham como objetivo preparar homens e mulheres capacitados para ensinar. Os desafios ao bom ensino hoje são maiores do que no tempo de Neemias,
As igrejas locais estão repletas de membros jovens e estudantes, que trazem questionamentos complexos para as igrejas, e, na maioria das vezes, não encontram respostas adequadas. Imaginemos o que dirão alguns homens de Deus se forem questionados sobre transexualidade ou transgenitalídade.
O que ensinar, à luz da Bíblia, sobre gravidez substituta ou “barriga de aluguel”? Sobre células-tronco e outros temas polêmicos? Nenhum obreiro é obrigado a ser especialista nesses assuntos da bioética. E o que dizer acerca do que os crentes acompanham na internet? Talvez seja até pior do que o que veem na televisão. Para tanto, é necessário que haja ensino sobre tais temas a fim de que a igreja seja fortalecida na fé.
O Entendimento da Palavra Gerou o Avivamento
“E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.9).
O ensino significativo. “E leram o livro, na Lei de Deus, e 4cla- rando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse?’ (Ne 8.8). O ponto fundamental que provocou o avivamento no coração do povo foi o fato de os ensinadores ou mestres terem tido o interesse, o cuidado e a paciência de não só lerem o livro, mas traduzirem as palavras diante do povo, “declarando e explicando” cada texto exposto. Eles não tinham pressa em simplesmente cumprir uma obrigação. Tinham zelo em fazer o povo apreender o conteúdo ensinado.
Segundo estudiosos, uma parte do povo que viera do cativeiro não falava nem entendia o hebraico. Falavam aramaico. Assim, os ensinadores e os levitas liam em hebraico e faziam a tradução para a língua do povo. Era um exercício edificante, de homilética, exegese e de hermenêutica ao mesmo tempo. A mensagem era lida, ensinada e aplicada à realidade vivenciada pelos que a ouviam.
O ensino provocou quebrantamento. “E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.9). Que exemplo! Neemias era o “tirsata” ou o governador, Esdras o escriba e sacerdote. Ambos estavam a postos coordenando toda a atividade do ensino, durante uma semana, seis horas por dia, incansavelmente!
A compreensão do que fora ensinado provocou lágrimas sinceras que partiam do íntimo das pessoas comovidas com a mensagem que no cativeiro não tiveram oportunidade de ouvir. Isso é exatamente o que acontece ao pecador quando dá crédito à Palavra de Deus. No mundo, no cativeiro espiritual, jamais podem ouvir e entender a Palavra de Deus. Ali, no meio da praça de Jerusalém, ocorria uma das maiores conferências bíblicas e teológicas de que se tem conhecimento. Hoje, compreende-se a reunião de grandes multidões, pois há espaços adequados em grandes auditórios climatizados, centros de convenções, equipamentos de som e imagem que prendem a atenção de um grande público.
No entanto, na época de Neemias, uma multidão, desde as primeiras horas do dia até o meio-dia se dispõe a ouvir não um grande preletor de fama nacional ou internacional, nem um grande cantor ou cantora. Estavam ali atentos para ouvir a Palavra de Deus. Jesus disse: “Antes, bemaveflturad0s os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lc 11.28). Eles tinham fome e sede da Palavra.
Alguns trechos da lei que eram lidos para o povo continham terríveis condenações de Deus ao pecado da desobediência. Ao serem lidos, provocaram grande temor e tremor nos corações. Não era simplesmente emoção mas quebrantamento sincero. As lágrimas do povo revelavam profunda tristeza pelos pecados cometidos. As explicações de Esdras, de Neemias, dos demais instrutores e dos levitas calavam fundo na alma dos ouvintes. A Bíblia diz: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2 Co 7.10; Jo 16.20).
A Alegria do Senhor É a Força dos Salvos
“Comei as gorduras, e bebei as doçuras” (Ne 8.1Oa). Certamente, no final da grande reunião, no último dia da ministraçãO da palavra, o povo estava no auge de suas emoções ao ouvir e entender o ensino. Sua alma estava saciada com as porções espirituais que lhe foram ministradas ao longo daquela grande conferência bíblica. A Bíblia diz: “Porque o ouvido prova as palavras como o paladar prova a comida” (Jó 34.3).
Após um grande banquete espiritual com o alimento da Palavra, Neemias disse ao povo que fosse comer as gorduras e beber as doçuras. Provavelmente, fosse um convite a um banquete literal de comida típica daquela época. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “os judeus gostavam muito de alimentos preparados com bastante gordura e bebidas bem doces. Muitos dos vinhos antigos eram fervidos e concentrados até ficarem doces e espessos, como mel ou geleias. Tinham que ser bem diluídos para serem consumidos”.
“E enviai porções aos que nada têm preparado para si” (Ne 8.10b). O povo judeu em seus dias de vitória tinha o costume de promover grandes festas com muita comida, bebida, e também tinha o hábito de enviar presentes aos seus concidadãos numa expressão de alegria e generosidade. No livro de Ester, temos exemplo dessa prática festiva.
Quando os judeus derrotaram seus inimigos no tempo da rainha Ester, houve grandes manifestações de festas em todos os lugares: “… como os dias em que os judeus tiveram repouso dos seus inimigos e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria e de luto em dia de folguedo; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria e de mandarem presentes uns aos outros e dádivas aos pobres” (Et 9.22).
Na época de Neemias não poderia ser diferente, e até com muito mais razão. O povo experimentara 70 anos de cativeiro. Após sua libertação, puderam ver a mão de Deus operando em seu favor, usando reis, exércitos e muitos outros homens. A alegria era indizível, O líder exortou-os a se alegrarem, mas sem egoísmo e individualismo.
Talvez houvesse alguém que não tivera a oportunidade de participar das solenidades santas e de ouvir a leitura e a explicação da lei do Senhor. Havia pobres entre os seus irmãos. E, numa demonstração de amor generoso, foram exortados a enviar-lhes porções das iguarias de sua festa. A fé salvífica é também fé compassiva. Tiago declara que a fé sem as obras é morta (Tg 2.20).
“A alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10 c). O povo estava desfrutando enorme alegria. Havia um clima de festa espiritual e também de festa nacional. E toda aquela alegria era resultado do avivamento genuíno provocado pela exposição da Palavra de Deus. Na realidade, era alegria vinda de cima do céu, da parte de Deus. Era “a alegria do Senhor!” Não era euforia humana de origem puramente emocional. As emoções não podem ser excluídas da manifestação de alegria, pois fazem parte de nosso ser. Quando no meio da igreja local o Espírito Santo opera tocando no coração dos adoradores, é possível se ouvir “um som, como de um vento veemente e impetuoso”, enchendo o ambiente (At 2.2).
Uma festa santa. A “alegria do Senhor” produz força na vida do crente fiel. Essa força é indispensável para uma vida vitoriosa contra os três inimigos da fé: a carne, o mundo e o Diabo. Paulo ensina:
“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). O crente fiel só pode ser forte se for cheio da alegria do Senhor, pois ela é a sua força. E para estar “no Senhor”, é necessário ter comunhão com Ele (2 Co 5.17).
Quanto mais alegre for o crente “no Senhor”, mais forte ele será. Na igreja local nunca se vê um crente alegre se desviar, causar dissensões ou divisões. Normalmente são os amargos e insatisfeitos que provocam rebeliões. Por isso, é indispensável que se busque desenvolver um clima de alegria espiritual. Não confunda a “alegria do Senhor” com os falsos avivamentos.
Ao que parece, no meio da multidão sobressaía-se o choro de alegria misturado com o pranto de arrependimento. Havia um clamor em voz alta na adoração, na confissão de pecados e no quebrantamento. Desse modo, os levitas procuraram acalmar o povo, dizendo:
“Calai-vos, porque este dia é santo; por isso, não vos entristeçais” (Ne 8.11). Em seguida, o povo atendeu à exortação de Neemias e foi “a comer, e a beber, e a enviar porções, e a fazer grandes festas, porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber” (Ne 8.12).
A demorada exposição da Palavra de Deus, em plena praça de Jerusalém, terminou numa grande celebração, numa verdadeira “festa santa” como proclamou Isaías: “Um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra uma festa santa; e alegria de coração, como a daquela que sai tocando pífano, para vir ao monte do Senhor, à Rocha de Israel” (Is 30.29 - grifo nosso). Somente após o ensino ter sido ministrado na praça de Jerusalém, foi que irrompeu um dos maiores avivamentos da história bíblica. O povo se alegrou com o Templo construído sob a liderança de Esdras. Ele jubilou com a restauração dos muros sob a direção de Neemias, mas o aviamento chegou quando todos ouviram e entenderam a mensagem da Palavra de Deus.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados - MS Livro de Neemias - Integridade e Coragem em Tempo de Crise - Elinaldo Renovato
Publicado no Blog do Ev. Isaias de Jesus
VERDADE PRÁTICA - Somente o genuíno ensino da Palavra de Deus é capaz de produzir um verdadeiro avivamento.
INTRODUÇÃO
O AVIVAMENTO QUE VEM PELO ENSINO
Só o ensino genuíno da Palavra de Deus produz verdadeiro avivamento no meio da igreja local. Nos nossos dias, há uma onda de movimentos evangelísticos produzidos por ação humana com o objetivo de atrair multidões ávidas por novidades e modismos. Tais movimentos carecem da base fundamental e consistente, que é o ensino da Palavra de Deus.
Todos os verdadeiros avivamentos na história do povo de Israel e no seio da Igreja, ao longo dos séculos, só tiveram resultados duradouros quando começaram e prosseguiram alicerçados na Palavra de Deus. Avivamentos sem a Palavra de Deus são apenas movimentos que passam com o tempo e não geram mudanças significativas na vida e no comportamento das pessoas envolvidas. O avivamento, no tempo de Neemias, teve a marca do ensino da Palavra de Deus. Neemias, o líder da reconstrução, e Esdras, o sacerdote, eram homens que se dedicavam ao estudo da Palavra do Senhor. Ao reunirem o povo na praça principal da cidade, sem meios de transmissão da mensagem, deve ter sido uma tarefa extraordinária e dificil, mas eles o fizeram. Repassaram para o povo o conteúdo da lei do Senhor para a vida dos habitantes de Jerusalém. Eles não tinham preocupação com a oratória, nem com a retórica nem com a eloquência do discurso.
Simplesmente leram a palavra de modo didático, pausadamente, para que o povo entendesse o que Deus requeria dos que o serviam naquele momento crucial para a história de Israel após anos e anos de cativeiro em terra estranha. Diz o texto: “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio- dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. (Ne 8.3). Além da leitura, havia a explicação do significado de cada expressão. O povo entendeu, e como resultado, sobreveio poderoso avivamento no meio deles. Houve um quebrantamento verdadeiro, e não um simples remorso. Houve alegria, festa, e o povo se dispôs a trabalhar na reconstrução.
Um Verdadeiro Culto de Doutrina
Reunidos para ouvir a palavra. Diante do que Deus fizera através do esforço denodado dos israelitas, sob a liderança de Neemias, na edificação dos muros em redor do Templo, o povo sentiu necessidade de ter sua edificação espiritual também. Como foi dito anteriormente, não adiantaria um templo lindo com admirável beleza arquitetônica se o povo não tivesse o temor de Deus, um quebrantamento para adorar ao Senhor. Templo sem a presença de Deus é corpo sem alma, sem espírito.
O texto bíblico nos revela que houve uma fome e uma sede de ouvir a Palavra de Deus. “E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel” (Ne 8.1). Ali, na praça principal, “diante da Porta das Águas”, iniciou-se um poderoso avivamento na história de Jerusalém.
O Templo construído, os muros restaurados. Os arautos tocavam suas trombetas convocando os habitantes de Jerusalém e cidades vizinhas para um grande evento no centro da cidade. Certamente a praça estava arborizada. Havia um cenário apropriado para a grande reunião festiva em que todo o povo se deslocou dos lugares onde habitavam para chegar ao centro de Jerusalém.
Não era para assistir a um show de grupos musicais nem ouvir um artista da época, mas o ajuntamento impressionante acontecera para que o povo ouvisse a Palavra de Deus. Se fosse hoje, aquele grande evento teria a cobertura de alguns órgãos da imprensa. “…o povo se ajuntou como um só homem.” Isso nos fala não só de reunião, mas de união e integração do povo de Israel, a fim de ouvir a Palavra de Deus.
Hoje, em algumas igrejas, há pouca participação dos membros nos cultos de ensino da Palavra de Deus. Reuniões de estudo da palavra são desprezadas por grande parte dos crentes, sobretudo dos mais jovens. No entanto, quando se anuncia a presença de um cantor famoso faltam lugares para os espectadores. Isso é sintoma de fastio da Palavra. É sintoma de doença espiritual de extrema gravidade. O crente que ama a Deus ama a sua Palavra. Disse o salmista: “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (SI 119.97).
Esdras traz o livro da lei de Deus. O povo, sofrido, após anos de cativeiro, tinha sede de ouvir a Palavra de Deus (Am 8.11). Esdras, o escriba, levou o livro para a praça. Na verdade, era um grande rolo, provavelmente de pergaminho, que seria desenrolado pouco a pouco, à proporção que o sacerdote fizesse a leitura dos textos da lei (Ne 8.2). Não foi feita uma leitura rápida do livro. Esdras o leu, pausadamente, para que todo o povo entendesse bem o ensino que seria ministrado. Durante cerca de seis horas, das seis da manhã até ao meio-dia, foi feita a leitura do livro da lei.
O povo estava atento à leitura da palavra. “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. (Ne 8.3). Podemos imaginar o que estava acontecendo, enquanto Esdras lia o livro da lei. Homens, mulheres, adultos e jovens, todos voltados em direção ao púlpito, ouvindo com muita atenção cada palavra que era lida perante todos.
O sacerdote-escriba estava de pé, sobre um púlpito de madeira, para melhor se fazer ouvir pelo povo. A seu lado, à direita, estavam homens de confiança, líderes auxiliares, que compunham “o ministério local” (Ne 8.4). Vale a pena lembrar que a leitura e explicação dos textos do livro duraram sete dias, durante seis horas por dia (Ne 8.3,18).
O clima era de reverência, de respeito e atenção à Palavra de Deus. As pessoas não ficavam andando de um lado para o outro, nem conversando distraídas. Todos queriam ouvir e entender a mensagem de Esdras. Quando Esdras abriu o livro, todo o povo se pôs em pé em reverência à leitura da Palavra de Deus (Ne 8.5). Certamente esse é um fundamento bíblico para o saudável hábito de se colocar de pé quando é lida Palavra de Deus. Esse deve ser o comportamento dos crentes em Jesus nas igrejas locais. Alguém pode escutar, mas não ouvir a leitura da Palavra e sua explicação por estar desatento durante a ministração.
O Povo Adorou a Deus
Um culto avivado. Culto de doutrina sem adoração não atende aos requisitos do verdadeiro culto a Deus. Cultuar significa adorar. Por ocasião da leitura do livro da Lei, o escriba louvou a Deus e foi correspondido pelo povo que o acompanhou na adoração a Deus com júbilo e louvor, cantando e se expressando com decência e ordem (1 Co 14.40).
Diz o texto: “E Esdras louvou o Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! -, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra” (Ne 8.6). À proporção que a palavra era ministrada, o povo se enchia de júbilo e de satisfação. Vendo a alegria da multidão, ali, em pé, em plena praça, atenta, dando ouvido à ministração da Palavra de Deus, Esdras louvou ao Senhor. E o fez com brados de “Amém!”, “Amém!”, enquanto levantavam as mãos para o alto.
Sem dúvida, dá para imaginar um espetáculo de rara beleza plástica, como uma coreografia santa no levantar das mãos em glorificação a Deus. Muitas pessoas foram de todas as cidades, e não apenas os habitantes de Jerusalém. Provavelmente, para que o povo ficasse durante seis horas “desde a alva até ao meio-dia” (Ne 8.3), a reunião não foi monótona como ocorre em muitos cultos em que o povo dorme de tédio ou de apatia durante uma mensagem sem graça e sem unção. Podemos crer que houve, de fato, um culto de doutrina pleno de avivamento e glorificação intensa.
Com o rosto em terra. O povo de Deus é o único que dá glória ao seu nome. É um dever glorificar a Deus. Bater palmas é uma opção adotada em algumas igrejas. Mas dar glória a Deus é uma obrigação, um dever: “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor na beleza da sua santidade. Além de louvar, o texto diz: “e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra… E no seu templo cada um diz: Glória!” (Sl 29.2,9).
Estátuas não adoram a Deus. Os que participavam daquele culto avivado de doutrina demonstraram a sua alegria e a sua reverência, inclinando-se diante do altar de Deus “com o rosto em terra”. Poder- se-á indagar: Para que isso? Para que esse gesto estranho de se colocar o rosto em terra? Não era um modismo, contudo uma maneira de se expressar comum adoração a Deus ante a sua majestade e poder.
O povo de Israel, em suas jornadas, sempre expressou reverência e adoração, curvando-se diante do Senhor, inclusive com o rosto em terra. “E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo e a glória do Senhor sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o Senhor, porque é bom, porque a sua benignidade dura para sempre” (2 Cr 7.3; ver 2 Cr 20.18; Lc 17.16). Diante do fogo e da glória do Senhor, quem pode permanecer de pé? Deve-se entender que orar “com o rosto em terra” não é uma doutrina, nem uma obrigação. É algo que pode ser feito com decência e ordem, respeitando-se à liturgia e à liderança da reunião e da igreja local.
Devemos observar, no texto em apreço, que não havia qualquer exagero ou descontrole nas expressões corporais dos adoradores. Hoje há um verdadeiro abuso em determinadas reuniões. Existem pessoas que confundem o espiritual com o emocional, chegando às raias do irracional. Em determinadas igrejas, principalmente as neopentecostais, acontecem verdadeiros absurdos, como pessoas correndo dentro das igrejas, pulando descontroladamente, sapateando, quem sabe até se contorcendo e se dizendo cheias do poder de Deus.
Muitas, na verdade, estão se exibindo, buscando chamar a atenção para si. Isso não glorifica nem bendiz ao Senhor (Si 103.1), é puro emocionalismo. Não se deve ficar como “uma estátua de sal” no momento do louvor, as mãos podem ser levantadas, talvez em algumas ocasiões até se prostrar com o rosto no chão em razão do poder que está sendo derramado sobre todos, mas não se deve cair no descontrole dos gestos e das emoções.
Quem não ouviu falar na “unção do riso”, que pessoas passavam a rir de forma estranha e sem controle? Muitas, às gargalhadas, saiam correndo e pulando. Em um determinado vídeo pude observar que um homem, sob efeito de sugestão emocional, corre e pula sobre o púlpito! Isso é espiritual? À luz da Bíblia, certamente não. Esse movimento foi desmascarado por alguns de seus fundadores, que relataram o clima da manipulação psicológica que dominava tais expressões de falsa espiritualidade.
O Ensino Base para o Avivamento
Na época do rei Josafá, houve um grande avivamento em Israel. Essa renovação começou com a retirada dos ídolos, seguindo-se um grande mutirão de ensino em todo o país (2 Cr 17.7-9). Com a liderança de Neemias não foi diferente. O avivamento fundamentou-se no ensino da Palavra de Deus.
Homens preparados para o ensino. “E Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaias, e os levitas ensinavam ao povo na Lei; e o povo estava no seu posto” (Ne 8.7). Eram treze ensinadores ou instrutores designados para ministrar o ensino nas diversas cidades, além dos levitas, que eram sacerdotes auxiliares junto ao Templo.
Havia naquela época, muitas pessoas preparadas para ensinar o povo. Esdras construiu o Templo; Neemias liderou a restauração dos muros. Era a prioridade visível. Sem muros, o Templo não funcionaria bem por causa dos inimigos que sempre assaltavam a cidade.
A fim de que haja ensino, é desejável e necessário que se tenha um ambiente apropriado com o mínimo de infra-estrutura. Como há via ulna estrutura adequada, Neemias convocou Esdras para estar ao seu lado dirigindo o ensino da Palavra com a ajuda de homens preparados para a grande missão de ensinar o povo. Eles “ensinavam o povo na Lei”, ou seja, no PentateucO ou na Torah, a lei de Deus.
Exemplo para as igrejas. É um ótimo exemplo para as igrejas nos dias presentes, pois, hoje, há muitos pregadores, preletores e cantores, mas faltam ensinadores, pessoas dedicadas ao ensino da Palavra. A princípio, todo líder ou pastor deve ser apto ao ensino. Paulo declara: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2 Tm 2.2).
Contudo, existem pessoas na igreja que têm mais habilidade concedida por Deus para se dedicar ao ensino. “Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7). É importante que nas igrejas sejam promovidos seminários, cursos e outros eventos que tenham como objetivo preparar homens e mulheres capacitados para ensinar. Os desafios ao bom ensino hoje são maiores do que no tempo de Neemias,
As igrejas locais estão repletas de membros jovens e estudantes, que trazem questionamentos complexos para as igrejas, e, na maioria das vezes, não encontram respostas adequadas. Imaginemos o que dirão alguns homens de Deus se forem questionados sobre transexualidade ou transgenitalídade.
O que ensinar, à luz da Bíblia, sobre gravidez substituta ou “barriga de aluguel”? Sobre células-tronco e outros temas polêmicos? Nenhum obreiro é obrigado a ser especialista nesses assuntos da bioética. E o que dizer acerca do que os crentes acompanham na internet? Talvez seja até pior do que o que veem na televisão. Para tanto, é necessário que haja ensino sobre tais temas a fim de que a igreja seja fortalecida na fé.
O Entendimento da Palavra Gerou o Avivamento
“E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.9).
O ensino significativo. “E leram o livro, na Lei de Deus, e 4cla- rando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse?’ (Ne 8.8). O ponto fundamental que provocou o avivamento no coração do povo foi o fato de os ensinadores ou mestres terem tido o interesse, o cuidado e a paciência de não só lerem o livro, mas traduzirem as palavras diante do povo, “declarando e explicando” cada texto exposto. Eles não tinham pressa em simplesmente cumprir uma obrigação. Tinham zelo em fazer o povo apreender o conteúdo ensinado.
Segundo estudiosos, uma parte do povo que viera do cativeiro não falava nem entendia o hebraico. Falavam aramaico. Assim, os ensinadores e os levitas liam em hebraico e faziam a tradução para a língua do povo. Era um exercício edificante, de homilética, exegese e de hermenêutica ao mesmo tempo. A mensagem era lida, ensinada e aplicada à realidade vivenciada pelos que a ouviam.
O ensino provocou quebrantamento. “E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.9). Que exemplo! Neemias era o “tirsata” ou o governador, Esdras o escriba e sacerdote. Ambos estavam a postos coordenando toda a atividade do ensino, durante uma semana, seis horas por dia, incansavelmente!
A compreensão do que fora ensinado provocou lágrimas sinceras que partiam do íntimo das pessoas comovidas com a mensagem que no cativeiro não tiveram oportunidade de ouvir. Isso é exatamente o que acontece ao pecador quando dá crédito à Palavra de Deus. No mundo, no cativeiro espiritual, jamais podem ouvir e entender a Palavra de Deus. Ali, no meio da praça de Jerusalém, ocorria uma das maiores conferências bíblicas e teológicas de que se tem conhecimento. Hoje, compreende-se a reunião de grandes multidões, pois há espaços adequados em grandes auditórios climatizados, centros de convenções, equipamentos de som e imagem que prendem a atenção de um grande público.
No entanto, na época de Neemias, uma multidão, desde as primeiras horas do dia até o meio-dia se dispõe a ouvir não um grande preletor de fama nacional ou internacional, nem um grande cantor ou cantora. Estavam ali atentos para ouvir a Palavra de Deus. Jesus disse: “Antes, bemaveflturad0s os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lc 11.28). Eles tinham fome e sede da Palavra.
Alguns trechos da lei que eram lidos para o povo continham terríveis condenações de Deus ao pecado da desobediência. Ao serem lidos, provocaram grande temor e tremor nos corações. Não era simplesmente emoção mas quebrantamento sincero. As lágrimas do povo revelavam profunda tristeza pelos pecados cometidos. As explicações de Esdras, de Neemias, dos demais instrutores e dos levitas calavam fundo na alma dos ouvintes. A Bíblia diz: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2 Co 7.10; Jo 16.20).
A Alegria do Senhor É a Força dos Salvos
“Comei as gorduras, e bebei as doçuras” (Ne 8.1Oa). Certamente, no final da grande reunião, no último dia da ministraçãO da palavra, o povo estava no auge de suas emoções ao ouvir e entender o ensino. Sua alma estava saciada com as porções espirituais que lhe foram ministradas ao longo daquela grande conferência bíblica. A Bíblia diz: “Porque o ouvido prova as palavras como o paladar prova a comida” (Jó 34.3).
Após um grande banquete espiritual com o alimento da Palavra, Neemias disse ao povo que fosse comer as gorduras e beber as doçuras. Provavelmente, fosse um convite a um banquete literal de comida típica daquela época. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “os judeus gostavam muito de alimentos preparados com bastante gordura e bebidas bem doces. Muitos dos vinhos antigos eram fervidos e concentrados até ficarem doces e espessos, como mel ou geleias. Tinham que ser bem diluídos para serem consumidos”.
“E enviai porções aos que nada têm preparado para si” (Ne 8.10b). O povo judeu em seus dias de vitória tinha o costume de promover grandes festas com muita comida, bebida, e também tinha o hábito de enviar presentes aos seus concidadãos numa expressão de alegria e generosidade. No livro de Ester, temos exemplo dessa prática festiva.
Quando os judeus derrotaram seus inimigos no tempo da rainha Ester, houve grandes manifestações de festas em todos os lugares: “… como os dias em que os judeus tiveram repouso dos seus inimigos e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria e de luto em dia de folguedo; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria e de mandarem presentes uns aos outros e dádivas aos pobres” (Et 9.22).
Na época de Neemias não poderia ser diferente, e até com muito mais razão. O povo experimentara 70 anos de cativeiro. Após sua libertação, puderam ver a mão de Deus operando em seu favor, usando reis, exércitos e muitos outros homens. A alegria era indizível, O líder exortou-os a se alegrarem, mas sem egoísmo e individualismo.
Talvez houvesse alguém que não tivera a oportunidade de participar das solenidades santas e de ouvir a leitura e a explicação da lei do Senhor. Havia pobres entre os seus irmãos. E, numa demonstração de amor generoso, foram exortados a enviar-lhes porções das iguarias de sua festa. A fé salvífica é também fé compassiva. Tiago declara que a fé sem as obras é morta (Tg 2.20).
“A alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10 c). O povo estava desfrutando enorme alegria. Havia um clima de festa espiritual e também de festa nacional. E toda aquela alegria era resultado do avivamento genuíno provocado pela exposição da Palavra de Deus. Na realidade, era alegria vinda de cima do céu, da parte de Deus. Era “a alegria do Senhor!” Não era euforia humana de origem puramente emocional. As emoções não podem ser excluídas da manifestação de alegria, pois fazem parte de nosso ser. Quando no meio da igreja local o Espírito Santo opera tocando no coração dos adoradores, é possível se ouvir “um som, como de um vento veemente e impetuoso”, enchendo o ambiente (At 2.2).
Uma festa santa. A “alegria do Senhor” produz força na vida do crente fiel. Essa força é indispensável para uma vida vitoriosa contra os três inimigos da fé: a carne, o mundo e o Diabo. Paulo ensina:
“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). O crente fiel só pode ser forte se for cheio da alegria do Senhor, pois ela é a sua força. E para estar “no Senhor”, é necessário ter comunhão com Ele (2 Co 5.17).
Quanto mais alegre for o crente “no Senhor”, mais forte ele será. Na igreja local nunca se vê um crente alegre se desviar, causar dissensões ou divisões. Normalmente são os amargos e insatisfeitos que provocam rebeliões. Por isso, é indispensável que se busque desenvolver um clima de alegria espiritual. Não confunda a “alegria do Senhor” com os falsos avivamentos.
Ao que parece, no meio da multidão sobressaía-se o choro de alegria misturado com o pranto de arrependimento. Havia um clamor em voz alta na adoração, na confissão de pecados e no quebrantamento. Desse modo, os levitas procuraram acalmar o povo, dizendo:
“Calai-vos, porque este dia é santo; por isso, não vos entristeçais” (Ne 8.11). Em seguida, o povo atendeu à exortação de Neemias e foi “a comer, e a beber, e a enviar porções, e a fazer grandes festas, porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber” (Ne 8.12).
A demorada exposição da Palavra de Deus, em plena praça de Jerusalém, terminou numa grande celebração, numa verdadeira “festa santa” como proclamou Isaías: “Um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra uma festa santa; e alegria de coração, como a daquela que sai tocando pífano, para vir ao monte do Senhor, à Rocha de Israel” (Is 30.29 - grifo nosso). Somente após o ensino ter sido ministrado na praça de Jerusalém, foi que irrompeu um dos maiores avivamentos da história bíblica. O povo se alegrou com o Templo construído sob a liderança de Esdras. Ele jubilou com a restauração dos muros sob a direção de Neemias, mas o aviamento chegou quando todos ouviram e entenderam a mensagem da Palavra de Deus.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados - MS Livro de Neemias - Integridade e Coragem em Tempo de Crise - Elinaldo Renovato
Publicado no Blog do Ev. Isaias de Jesus
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