Nasceu em
Manaus, AM, a 19 de setembro de 1874, filha de José Martins Cardoso e de
Cândida Rosa de Aguiar Cardoso. Casou-se aos 25 anos de idade, no dia 25 de
setembro de 1899, com Henrique Albuquerque que, como seu sogro, era prático em
navegação nos rios amazônicos.No Pará, converteu-se a Cristo, na Primeira
Igreja Batista de Belém que, na época, era pastoreada por Almeida Sobrinho, por
quem Celina foi batizada, no batistério do templo à rua João Balby, 406.Em
1910, chegaram os pioneiros do Movimento Pentecostal, que começaram a ensinar a
doutrina do Espírito Santo que traziam em seus corações. Celina se interessou
pelo que eles pregavam e, crendo na verdade, passou a buscar a promessa de
Jesus Cristo.Com a idade de 95 anos, a fiel anciã foi chamada ao descanso
eterno, a 27 de março de 1969, em Belém do Pará.
O selo do
Espírito Santo veio primeiro sobre ela
Celina
Albuquerque e Maria de Nazaré foram as primeiras a declarar que aceitavam a
promessa registrada em Atos 2.17-18: “E acontecerá nos últimos dias, diz o
Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e
vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão sonhos
vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do
meu Espírito naqueles dias, e profetizarão...” Elas se propuseram a permanecer
em casa, em oração, até que Deus as batizasse com o Espírito Santo.
À uma
hora da manhã do dia 8 de junho de 1911, em sua residência na rua Siqueira
Mendes, 79 (atual 161), Celina Albuquerque foi a primeira pessoas, em solo
brasileiro, a ser batizada com o Espírito Santo. Estava confirmada a verdade
pregada pelos missionários, que anunciavam um novo batismo.
Logo ao
amanhecer, a irmã Nazaré apressou-se a ir à casa de José Batista de Carvalho,
na av. São Jerônimo, 224, levando consigo a boa nova de que a irmã Celina
recebera a promessa conforme a Palavra de Deus. Na casa de José Batista estavam
reunidas várias pessoas, entre elas Manoel Maria Rodrigues, diácono da Igreja
Batista. Ele declarou mais tarde: “Foi nesse momento que ouvi falar e cri no
batismo com o Espírito Santo”. Maria de Nazaré, no dia seguinte, teve a mesma
experiência: era batizada com o Espírito Santo.
Imediatamente,
todos os membros da igreja tiveram conhecimento do fato e algumas pessoas
resolveram ir à casa de Celina, a fim de averiguarem pessoalmente o que estava
acontecendo. Entre os interessados estavam os irmãos José Plácido da Costa,
diácono e superintendente da Escola Dominical; Antônio Marcondes Garcia e
esposa; Antônio Rodrigues e Raimundo Nobre, seminaristas.
Os dois
missionários não silenciaram, continuando a pregar a Palavra de Deus.
Realizavam reuniões de oração onde moravam, local agora muito visitado pelos
membros da igreja. O clima naquela peque comunidade evangélica era de tensão.
Formaram-se dois grupos: o daqueles que aceitavam a doutrina pregada pelos
missionários e se mantinham firmes nas suas opiniões e o grupo daqueles que
rejeitavam a doutrina do batismo com o Espírito Santo e não se conformavam com
a presença dos missionários no sei da igreja.
Uma santa
mulher; heroína da fé
Entre os
cooperadores da primeira hora, na obra pentecostal no Brasil, encontram-se
algumas mulheres que, como desprendimento e heroísmo, enfrentaram os maiores
desafios. Elas se puseram como verdadeiras colunas, como vasos de ouro nas mãos
de Deus.
Celina
Albuquerque destacou-se entre elas. Sua bravura evidenciou-se em episódios como
o descrito por A. P. Franklin, autor de Entre Crentes Pentecostais e Santos
Abandonados na América do Sul, citado em O Diário de um Pioneiro. Reporta-se a
um incidente ocorrido em 13 de novembro (de 1911), por ocasião de um batismo,
quando grande multidão, armada com facas e laços, estava decidida a impedir a
cerimônia. O escritor começa a informar: “Os primeiros batismos eram feitos
todos em segredo, geralmente, às onze horas da noite, pois não havia nem
templos nem tanques batismais”. E prossegue: “Mas um dia criaram coragem e
anunciaram um batismo público a beira-rio. Isso deu tempo para que os inimigos
se preparassem. Vieram então várias centenas de homens e pensavam que com
violência poderiam impedir o ato sagrado. O líder veio à frente carregando uma
cruz. Os poucos crentes que estavam reunidos compreenderam o perigo naquele
momento e temeram que sangue fosse derramado, Vingren procurou ler a Bíblia,
mas foi impedido. Procurou outra vez, mas o líder tirou o seu punhal e se
preparou para lançar contra ele”.
Neste
instante, a irmã Celina interveio colocando-se entre os dois, e esse gesto
salvou-lhe a vida. Então veio a inesperada providência de Deus: o Senhor fez
com que um outro católico, pessoa idosa e respeitável, se impusesse, a gritar:
“Chega! Deixem que eles tenham a sua cerimônia”. O líder do grupo intentava
concretizar a ameaça, mas sem o mesmo ímpeto foi contido pela palavra do
missionário: “Eu faço somente o que Deus quer!” E mesmo sob os riscos, que
continuavam, o ato se realizou. E Deus deu o livramento.
Ao ser
batizada no Espírito Santo, Celina começou a despertar os irmãos no sentido de
lhe seguirem o exemplo, havendo sido, por conseguinte, um marco esplendoroso.
Informações Extraídas:
As Assembléias de Deus no Brasil – Sumário Histórico Ilustrado, com texto de Juanyr de Oliveira, CPAD, 1ª edição, 1997.
História das Assembléias de Deus no Brasil, CPAD, 2ª edição, 1982.
Fotos: História da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil – CPAD – 1º edição – 2004.
As Assembléias de Deus no Brasil – Sumário Histórico Ilustrado, com texto de Juanyr de Oliveira, CPAD, 1ª edição, 1997.
História das Assembléias de Deus no Brasil, CPAD, 2ª edição, 1982.
Fotos: História da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil – CPAD – 1º edição – 2004.
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