Lição 6 O Sistema de Viver do Mundo -Ev. Isaías de Jesus

O Sistema de Viver do Mundo - Ev. Isaías Silva de Jesus


Texto Bíblico:- “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” ( I João 2: 15 )

Introdução

Não amar o mundo

O apelo de João a seus leitores é feito de forma negativa, mas o lado positivo precisa ser compreendido também. Os cristãos não devem amar o mundo. Ao mesmo tempo, também é preciso dizer que eles devem amar Deus e fazer sua vontade. De fato, é apenas à medida que o amor de Deus os enche e o desejo de Deus os motiva que o mundo pode ser conquistado - como nos versículos precedentes é dito que é apenas à medida que a Palavra de Deus habita neles que Satanás pode ser derrotado.

Com exceção de uma referência anterior, em 2.2, esta é primeira vez na epístola que João usa a palavra “mundo” (kosmos). Mas agora ela ocorre seis vezes apenas nesses três versículos, e vai ocorrer muitas outras depois. No total, esse é um dos termos mais importantes do vocabulário joanino. O que é o “mundo”?

A resposta a essa pergunta é complexa, pois o mundo em si tem uma grande gama de significados. Às vezes, embora seja uma utilização menos freqüente, João parece se referir ao “universo”, como em João 1.10. Isso, claro, é o significado básico da palavra.

Na antiga história do idioma grego, kosmos significava “ornamento” (o significado está preservado em português na palavra cosmético), depois o “universo” ou “globo do mundo” passou a significar o ornamento de Deus. Naquele período, kosmos também poderia significar “aquilo que é bem construído”, “bem-ordenado” ou “belo”.

Com o tempo, a aplicação da palavra para mundo levou também a um desenvolvimento pelo qual veio a significar “o mundo dos homens”. Esse uso também está presente em João, ocorrendo às vezes sem tons morais aparentes. Refere-se ao mundo no sentido de que Deus o amou e deu seu Filho unigênito por ele (Jo 3.16), de que é o objeto de seu propósito de salvação (Jo 3.17), de que Jesus deu a si mesmo como propiciação por ele (1 Jo 2.2) e de que Cristo é seu Salvador ( Jo 4.42; 1 Jo 4.14).

Acerca do uso dessa palavra, é preciso que se compreenda que ela se refere à raça humana de maneira coletiva, e não necessariamente a cada indivíduo; de outro modo, os versículos em questão ficariam numa salvação universal de todos os homens, que é, porém, repudiada em outros trechos da Bíblia.

O uso principal da palavra é o que envolve a dimensão ética; e ele não apenas é o uso mais comum como também o mais significativo nos escritos de João. A idéia aqui é do mundo dos homens em rebelião contra Deus, e assim caracterizado por tudo o que está em oposição a Deus.

Isso é o que poderíamos chamar de “o sistema do mundo”. Ele envolve os valores do mundo, seus prazeres, suas atividades e aspirações. João diz sobre esse mundo que ele está no maligno (1 Jo 5.19), que rejeitou a Jesus quando Ele veio (Jo 1.10), que não o conhece (1 Jo 3.1) e, conseqüentemente, que não conhece e assim odeia seus seguidores (Jo 15.18-21; 17.14). E nesse sentido que João fala sobre o mundo na passagem que aqui analisamos.

No primeiro sentido em que mundo é utilizado, os cristãos devem receber e ser gratos por ele, pois é um presente de Deus. O próprio Jesus apreciava o mundo nesse sentido. Seu segundo sentido é utilizado: os cristãos devem amá-lo e buscar evangelizá-lo, pois Deus também o ama. No terceiro sentido, que é o que temos aqui, os cristãos devem rejeitar o mundo e conduzir suas vicias de acordo com um grupo de valores inteiramente diferente.

Quando João diz que os cristãos não devem “amar o mundo ou nada que está no mundo”, não está pensando tanto a respeito do materialismo (”coisas”), mas das atitudes que estão por trás cio materialismo. Pois ele sabe, como todos nós deveríamos saber, que uma pessoa sem os bens mundanos pode ser tão materialista como uma pessoa que possui muitos desses bens; e, de igual modo, uma pessoa rica pode ser bastante desapegada dessa e de qualquer outra forma de mundanismo.

Na verdade, João está pensando a respeito da ambição egoísta, do orgulho, do amor pelo sucesso ou o luxo e de outras características parecidas. Law reconhece isso em sua excelente paráfrase do apelo do apóstolo. Ele escreve “não busque a intimidade e o favor do mundo não-cristão que o cerca; não aceite seus costumes como sendo suas leis, não adote seus ideais nem receba seus prêmios, muito menos busque confraternizar se com sua vida”.

II - Duas razões

A primeira razão por que os cristãos não devem amar o mundo ou as coisas que estão nele é que o amor pelo mundo e o amor pelo Pai são incompatíveis. Deus se coloca contra os pecados e os valores do mundo. Conseqüentemente, é impossível amar e servir a Deus, e ao mesmo tempo amar aquilo que Ele odeia e a que se opõe.

O crente ama a Deus? Então precisa servir-lhe. Como Jesus disse: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt 6.24).

A verdade dessa declaração se torna ainda mais evidente quando a natureza do sistema mundano é analisada, como João agora faz, em três expressões curtas e memoráveis: “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vicia”.

Como João usa a expressão, pode ser que “a concupiscência da carne” refira-se aos desejos pecaminosos que brotam da natureza carnal cio homem. Aqui podemos pensar sobre os pecados mais terríveis.

Porém nos escritos de João, como em toda a Escritura, “homem peca- dor” ou “carne” usualmente têm uma conotação mais ampla, pela qual se refere a toda a natureza humana que está separada da graça de Deus em Cristo Jesus. Assim, é mais provável que “carne” seja compreendida de uma forma mais ampla neste contexto. Nesse caso, a expressão se referiria a todos os desejos que excluem a Deus. Como Barclay ressalta:

É viver urna vicia dominada pelos sentidos. É ser glutão na comida; efeminado na luxúria: escravo do prazer; lascivo na moral; egoísta no uso das posses; desprovido de todos os valores espirituais; extravagante na gratificação dos desejos materiais, terrenos e mundanos. O desejo da carne se esquece de que, é cego e independente dos mandamentos de Deus.

Claramente, não precisamos pensar sobre isso como se referindo em particular aos pecados mais hediondos, embora sejam parte do contexto. Em vez disso, podemos incluir toda a atividade que seja antagônica a Deus e insensível às necessidades dos outros.

A segunda expressão refere-se naturalmente à cobiça. Mas, outra vez, deve ser entendido num sentido mais amplo do que um simples desejo de possuir coisas. A “concupiscência dos olhos” certamente se refere ao desejo de “querer sempre mais” no que se refere à aparência da casa, ao segundo carro, à casa de campo e outras considerações materiais.

Mas também se refere ao desejo de ter sempre mais quanto ao status do marido no trabalho, à posição da mulher na associação feminina, à aceitação social das crianças e a todo o tipo de valores imateriais, e nem por isso menos mundanos. Essas são as coisas que o cristão não deve amar. Em outras palavras, ele deve se contentar em não receber a promoção, em viver sem os símbolos externos de sucesso, em ser considerado sem glamour ou sofisticação se isso de fato contribuir para a glória de Deus e mantiver o indivíduo cristão dentro da vontade do Senhor.

Por fim, o mundanismo aqui é caracterizado como “o exagero daquilo que ele tem e faz”. A qualidade única dessa frase está não só em evitar os exageros, mas em excedê-los. Essa característica, que é a mais difícil de definir das três, provavelmente também é a mais súbita, pois é fácil ver com que rapidez uma ambição pode se tornar um tipo de orgulho que leva o indivíduo a se gloriar não em fazer o bem mas em ser melhor do que o próximo.

Um exemplo é o do estudante que tenta desesperadamente ser o melhor de sua classe. Isso pode ser feito de modo adequado. Se ele recebeu um talento de Deus e o aplica para que Deus possa ser honrado por meio de suas vitórias ou melhor servido por elas, sua ambição é boa.

Se por outro lado ele se pega pensando que é superior e assim confere a si mesmo uma medida extra de deferência ou respeito, então sua ambição é satânica, pois vem daquele que é o príncipe deste mundo e de seu sistema sem Deus.

O mesmo tipo de ambição satânica pode afetar os homens nos negócios, as esposas em casa ou os ministros no púlpito. De fato, Paulo nos alertou que algumas das ferramentas de Satanás seriam nos fazer vestir túnicas de doutores e ensinar teologia (2 Co 11.14,15).

Esses, então, são os ideais que são aceitos e até mesmo recompensados no mundo, mas que são contrários ao cristianismo.

Amar a Deus é afastar-se de tais valores. Amar o mundo é cada vez mais se afastar do amor de Deus e, conseqüentemente, também perder o amor pelo próximo.

A segunda razão por que o cristão não deve amar o mundo é a que fecha a passagem. É que tudo o que está no mundo é transitório e, assim, leva à destruição. O mundo é passageiro, João declara. Passageiros também são seus valores e aqueles que são caracterizadas pelos seus valores. Que estupidez, então, dirigir as esperanças para o sistema mundano, por mais atraente ou recompensador que possa parecer.

Mas nada permanece? Sim, diz João. Aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. O objeto de seu amor, mesmo o Pai, permanece para sempre. Seu amor, tendo sua fonte em Deus, permanece para sempre. Suas obras, sendo um aspecto da obra de Deus, permanecem para sempre, pois ele é o possuidor de vida eterna e herdeiro de todas as riquezas de Deus em Cristo Jesus. A conclusão é que os cristãos deveriam assim amar Deus e servir-lhe com fervor.

Amamos e servimos a Deus com fervor? Então precisamos nos afastar de tudo aquilo que pode nos separar desse amor e do nosso serviço a Ele. Quando Jesus chamou homens para serem seus discípulos, desafiou-os com as palavras “sigam-me”. Isso significava que eles teriam que deixar suas redes ou mesas de dinheiro ou qualquer outra coisa que estivesse ocupando sua atenção e tempo até aquele momento. De igual modo, quando somos chamados para abraçar a verdade do evangelho, precisamos rejeitar o erro.

Quando somos chamados para a retidão, precisamos nos desviar cio pecado. Quando somos chamados para amar 1)cus, precisamos nos afastar de todos amores e lealdades inferiores. Falhar cm fazer isso não significa que perdemos nosso relacionamento com Deus, mas significa que somos infiéis a Ele e desgraçamos nosso chamado. É como um casamento. O adultério não muda o status legal cio casamento, mas destrói a aliança e é desonroso. Como cristãos, somos casados com Cristo. Assim, não devemos desonrar esse relacionamento pelo adultério, ou mesmo flertando com o mundo.

III - O ministério da iniqüidade já está em ação!

“A verdade é que o mistério da iniqüidade já está em ação, restando apenas que seja afastado aquele que agora o detém” (2 Ts 2.7).

No versículo citado, destaco três expressões: “mistério” - na linguagem bíblica refere-se a algo revelado da parte de Deus que de outra forma jamais saberíamos; “iniqüidade” - trata-se da maldade que impera no sistema perverso desse mundo pecador; “aquele que agora o detém” - muitos sugestões têm sido dadas para dizer o que isso significa. Uma provável interpretação é que o Espírito Santo através do ministério da igreja detém o avanço destruidor da iniqüidade.

Outro modo de entender isso é dizer que enquanto a lei e a ordem forem mantidas, o homem da iniqüidade não terá domínio sobre o cenário mundial. É interessante isso porque a iniqüidade no final dos tempos contará com a liderança de uma pessoa do mal que deterá o controle do sistema político e religioso mundial. É importante observar esses dois sistemas: O governo que mantém a ordem (Rm 13), e o governo da desordem (Ap 13).

A Bíblia diz: “O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1). E mais: “Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis” (2 Tm 3.1).

Não tenho dúvida em afirmar que vivemos esses “tempos terríveis”. O comportamento humano está aceleradamente piorando. Todas as camadas da sociedade concordam com isso, pois é impossível não perceber que a insegurança atinge todas as áreas de nosso sistema de vida humana. A igreja fala disso há muito tempo, mas até mesmo aqueles que não têm uma cosmovisão bíblica, estão admitindo que vivemos tempos terríveis. Algo estranho vem acontecendo e piorando.

Nossa sociedade está enferma, corrupta e em estado de decomposição. Nossas estruturas sociais se corrompem cada vez mais de forma desenfreada. O racismo e a injustiça social não parecem diminuir. A coletividade parece fazer de conta que o problema não é responsabilidade nossa. Rejeitar um diagnóstico que mostra uma doença terminal é admitir que a morte é o próximo passo. Essa doença atinge o mundo inteiro. O primeiro mundo não tira o primeiro lugar na qualidade de vida moral e espiritual, bem como os demais países do mundo.

A imoralidade sexual campeia solta, os casamentos são desfeitos por motivos fúteis, a pornografia nunca foi tão acessível e vista de forma explícita e assumida sem que ninguém veja nisso gravidade maior. A prática sexual dos jovens está começando com treze anos em média.

A filha adolescente pode trazer o namorado para dormir com ela em casa com o consentimento dos pais. Pular a cerca para uma aventura no motel da cidade com alguém que não seja o cônjuge já tem até a conivência de parceiros. O aborto não passa de uma decisão unilateral da mãe.

No Brasil mais de um milhão de adolescentes abortam por ano. Assumir-se gay está ficando pop. É um dos movimentos mais crescentes no país. Troca de casais tem sido uma forma de apimentar as relações conjugais. Escândalos sexuais e notícias sobre pedofilia nunca foram tão comuns. Novelas e teatros são vitrines do sexo livre. Já tem gente defendendo o bissexualismo como avanço da humanidade. Formadores de opinião combatem a monogamia e defendem a poligamia.

O dinheiro continua sendo o deus de milhões de pessoas. Muitos continuam iludidos com a idéia de que o dinheiro proporciona segurança e felicidade. A experiência já mostrou que o vazio continua depois de se conseguir muito dinheiro. Pergunte a uma pessoa rica se ela está satisfeita com a vida e você poderá não entender sua resposta. A renda per capita mundial cresce em média 3,4% ao ano desde 2000.

No entanto isso não é sinônimo de felicidade. A insegurança e os conflitos bélicos crescem e a pobreza não pára de crescer ao redor do mundo. A Bíblia diz: “Quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas jamais ficará satisfeito com os seus rendimentos. Isso também não faz sentido” (Ec 5.10). “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos” (1 Tm 6.10).

O tráfico e o consumo de drogas continuam desafiando as autoridades nacionais e internacionais. Isso tem provocado uma série de outros crimes e mortes. Muitos têm enriquecido e se corrompido com essa prática. Tudo parece piorar nesse sentido.

O risco de uma guerra mundial é cada vez mais evidente com a sofisticação armamentista. As nações investem mais em armas do que na educação. As potências mundiais poderiam destruir o mundo várias vezes em questão de minutos. Fingimos que isso não é verdade, mas todos sabem desse risco iminente.

No passado o Oriente foi evangelizado por missionários cristãos que deram suas vidas pela causa do evangelho. Hoje, o Ocidente está sendo invadido pelas crenças orientais que nada têm de evangelho. Os Estados Unidos e países europeus que já foram celeiros missionários, hoje são campos de missões. Religiões e seitas diversas têm se juntado num sistema chamado Nova Era, tentando fazer do mundo um grande panteão. Os absolutos bíblicos estão sendo trocados pelos relativismos das crendices.

Termino com as palavras bíblicas que dizem: “Visto que tudo será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que vocês sejam? Vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda. Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos se derreterão pelo calor.

Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça. Portanto, amados, enquanto esperam estas coisas, empenhem-se para serem encontrados por ele em paz, imaculados e inculpáveis. Tenham em mente que a paciência de nosso Senhor significa salvação, como também o nosso amado irmão Paulo lhes escreveu, com a sabedoria que Deus lhe deu. Ele escreve da mesma forma em todas as suas cartas, falando nelas destes assuntos.

Suas cartas contêm algumas coisas difíceis de entender, as quais os ignorantes e instáveis torcem, como também o fazem com as demais Escrituras, para a própria destruição deles. Portanto, amados, sabendo disso, guardem-se para que não sejam levados pelo erro dos que não têm princípios morais, nem percam a sua firmeza e caiam. Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, agora e para sempre! Amém” (2 Pe 3.11-18).

IV - O relacionamento entre Crente e o Mundo

“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.” 1Jo 2.15,16

A palavra “mundo” (gr. kosmos) freqüentemente se refere ao vasto sistema de vida desta era, fomentado por Satanás e existente à parte de Deus. Consiste não somente nos prazeres obviamente malignos, imorais e pecaminosos do mundo, mas também se refere ao espírito de rebelião que nele age contra Deus, e de resistência ou indiferença a Ele e à sua revelação. Isso ocorre em todos os empreendimentos humanos que não estão sob o senhorio de Cristo.

Na presente era, Satanás emprega as idéias mundanas de moralidade, das filosofias, psicologia, desejos, governos, cultura, educação, ciência, arte, medicina, música, sistemas econômicos, diversões, comunicação de massa, esporte, agricultura, etc, para opor-se a Deus, ao seu povo, à sua Palavra e aos seus padrões de retidão (Mt 16.26; 1Co 2.12; 3.19; Tt 2.12; 1Jo 2.15,16; Tg 4.4; Jo 7.7; 15.18,19; 17.14 ).

Por exemplo, Satanás usa a profissão médica, para defender e promover a matança de seres humanos nascituros; a agricultura para produzir drogas destruidoras da vida, tais como o álcool e os narcóticos; a educação, para promover a filosofia ímpia humanista; e os meios de comunicação em massa, para destruir os padrões divinos de conduta.

Os crentes devem estar conscientes de que, por trás de todos os empreendimentos meramente humanos, há um espírito, força ou poder maligno que atua contra Deus e a sua Palavra. Nalguns casos, essa ação maligna é menos intensa; noutros casos, é mais. Finalmente, o “mundo” também inclui todos os sistemas religiosos originados pelo homem, bem como todas as organizações e igrejas mundanas, ou mornas.

(1) Satanás (ver Mt 4.10, nota sobre Satanás) é o deus do presente sistema mundano (ver Jo 12.31 nota; 14.30; 16.11; 2Co 4.4; 5.19). Ele o controla juntamente com uma hoste de espíritos malignos, seus subordinados (Dn 10.13; Lc 4.5-7; Ef 6.12,13).

(2) Satanás tem o mundo organizado em sistemas políticos, culturais, econômicos e religiosos que são inatamente hostis a Deus e ao seu povo (Jo 7.7; 15.18,19; 17.14; Tg 4.4; 2.16) e que se recusam a submeter-se à sua verdade, a qual revela a iniqüidade do mundo (Jo 7.7).

(3) O mundo e a igreja verdadeira são dois grupos distintos de povo. O mundo está sob o domínio de Satanás (ver Jo 12.31 nota); a igreja pertence exclusivamente a Deus (Ef 5.23,24; Ap 21.2). Por isso, o crente deve separar-se do mundo.

(4) No mundo, os crentes são forasteiros e peregrinos (Hb 11.13; 1Pe 2.11).

(a) Não devem pertencer ao mundo (Jo 15.19), não se conformar com o mundo (ver Rm 12.2 nota), não amar o mundo (2.15), vencer o mundo (5.4), odiar a iniqüidade do mundo (ver Hb 1.9), morrer para o mundo (Gl 6.14) e ser libertos do mundo (Cl 1.13; Gl 1.4).

(b) Amar o mundo (cf. 2.15) corrompe nossa comunhão com Deus e leva à destruição espiritual. É impossível amar o mundo e ao Pai ao mesmo tempo (Mt 6.24; Lc 16.13; ver Tg 4.4).

Amar o mundo significa estar em estreita comunhão com ele e dedicar-se aos seus valores, interesses, caminhos e prazeres. Significa ter prazer e satisfação naquilo que ofende a Deus e que se opõe a Ele (ver Lc 23.35). Note, é claro, que os termos “mundo” e “terra” não são sinônimos; Deus não proíbe o amor à terra criada, i.e., à natureza, às montanhas, às florestas, etc.

(5) De acordo com 2.16, três aspectos do mundo pecaminoso são abertamente hostis a Deus:

(a) “A concupiscência da carne”, que inclui os desejos impuros e a busca de prazeres pecaminosos e a gratificação sensual (1Co 6.18; Fp 3.19; Tg 1.14).

(b) “A concupiscência dos olhos”, que se refere à cobiça ou desejo descontrolado por coisas atraentes aos olhos, mas proibidas por Deus, inclusive o desejo de olhar para o que dá prazer pecaminoso (Êx 20.17; Rm 7.7). Nesta era moderna, isso inclui o desejo de divertir-se contemplando pornografia, violência, impiedade e imoralidade no teatro, na televisão, no cinema, ou em periódicos (Gn 3.6; Js 7.21; 2 Sm 11.2; Mt 5.28).

(c) “A soberba da vida”, que significa o espírito de arrogância, orgulho e independência auto-suficiente, que não reconhece Deus como Senhor, nem a sua Palavra como autoridade suprema. Tal pessoa procura exaltar, glorificar e promover a si mesma, julgando não depender de ninguém (Tg 4.16).

(6) O crente não deve ter comunhão espiritual com aqueles que vivem o sistema iníquo do mundo (ver Mt 9.11 nota; 2Co 6.14 nota) deve reprovar abertamente o pecado deles (Jo 7.7; Ef 5.11 nota), deve ser sal e luz do mundo para eles (Mt 5.13,14), deve amá-los (Jo 3.16), e deve procurar ganhá-los para Cristo (Mc 16.15; Jd 22,23).

(7) Da parte do mundo, o verdadeiro cristão terá tribulação (Jo 16.33), ódio (Jo 15.19), perseguição (Mt 5.10-12) e sofrimento em geral (Rm 8.22,23; 1Pe 2.19-21). Satanás, usando as atrações do mundo, faz um esforço incessante para destruir a vida de Deus dentro do cristão (2Co 11.3; 1Pe 5.8).

(8) O sistema deste mundo é temporário e será destruído por Deus (Dn 2.34,35, 44; 2Ts 1.7-10; 1Co 7.31; 2Pe 3.10 nota; Ap 18.2).

V - Vitória sobre o Mundo

Parte inferior do formulário

O bom ânimo é uma ordem de Cristo, e está deve ser uma das características dos cristãos neste mundo. Aqueles que crêem em Cristo não devem estar turbados ( Jo 14:1 ). As aflições deste mundo presente são certas, porém, elas não são para se comparar com a glória do mundo vindouro, do qual você é participante (…) Você já aprendeu que faz parte da família de Deus e que é pleno (cheio) do Espírito, porém, mesmo pertencendo à família de Deus você é passível de sofrer os revezes pertinentes a esta vida.

Resta a pergunta: Se na posição de filho de Deus você continuará enfrentado os mesmos reveses que afeta a humanidade sem Deus, em que você é mais que vencedor?

No que consiste a vitória do cristão? Saiba porque o bom ânimo é uma ordem de Cristo e uma das características daqueles que nele crê. Recapitulando: Você foi gerado de novo, e agora faz parte da família de Deus na condição de filho, porém, é da vontade d’Ele que você não seja tirado do mundo “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” ( Jo 17:15 ). Diante deste mundo a ordem de Cristo é clara: tende bom ânimo, Eu venci o mundo! ( Jo 16:36 ).

Sabemos que “Deus amou o mundo de tal maneira que enviou o seu Filho unigênito…” ( Jo 3:16 ), para que todo aquele que cresse em Cristo não perecesse e obtivesse a vida eterna. Que mundo Deus amou? Deus amou a humanidade, ou seja, Deus amou sem distinção alguma todos os homens nascidos de Adão (humanidade=mundo).

Você era uma das pessoas que Deus amou de tal maneira, e Cristo foi entregue para que você não perecesse, pois este seria o fim da humanidade, por causa da semente corruptível de Adão.

Agora, por estar em Cristo, você não mais faz parte da humanidade que está perdida “Eles não são do mundo, como eu do mundo não sou” ( Jo 17:16 ). Deus amou todos os homens, e aqueles que creram foram criados novamente na condição de homens espirituais, e deixaram de pertencer ao mundo de Adão.

Você creu, nasceu de novo e passou a ser participante da natureza e família de Deus. Deixou de ser filho de Adão e passou a ser filho de Deus em Cristo (o último Adão), homem espiritual.

Cristo, antes de ser crucificado, orou ao Pai dizendo: “Não peço que os tires do mundo, mas que os guarde do mal” ( Jo 17:15 ). Ou seja, Jesus estava prestes a ser tirado deste mundo, porém, os que nele creram não seriam tirados deste mundo. Isso demostra que, apesar de você ainda não ter sido tirado deste mundo, não mais pertence a ele (o mundo).

Você é propriedade exclusiva de Deus, selado com o Espírito Santo que fora prometido: “… o qual é a garantia da nossa herança, para redenção da propriedade de Deus, em louvor da sua glória” ( Ef 1:14 ).

Embora ainda não tenha sido tirado do mundo, você já escapou da corrupção que nele há “Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo” ( 2 Pe 1:4 ).

Tendo sempre na memória “… que somos de Deus, e que o mundo jaz no maligno” ( 1Jo 5:19 ).

Jesus pediu ao Pai para que você não fosse tirado do mundo e que fosse guardado livre do mal. Desta forma, confie também que é Jesus quem te guarda intocado do maligno ( 1Jo 5:18 ).

Jesus venceu o mundo e você é participante desta vitória. Porém, isto não significa que, enquanto estiver neste mundo você é imune às aflições “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” ( Jo 16:33 ).

O bom ânimo é uma ordem de Cristo e esta deve ser uma das características daqueles que n’Ele crê. Aqueles que crêem em Cristo não devem ficar turbados quando se depararem com problemas desta vida ( Jo 14:1 ). As aflições deste mundo são certas, porém, elas nem de longe são comparáveis com a glória do mundo vindouro, do qual você é participante.

Você venceu o mundo quando passou a pertencer a família de Deus “Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” ( 1Jo 4:4 ).

Você é mais que vencedor por aquele que te amou ( Rm 8:37 )!

Porém, há uma mensagem de alerta: “Não ameis o mundo, nem o que há no mundo…” ( 1Jo 2:15 ). Sabemos que Cristo é a propiciação pelos pecados do mundo todo, quem O aceita é porque O ama e ama aquele que O gerou.

Quem crê em Cristo faz a vontade de Deus, é o mesmo que amar a Deus. Quem ama a Deus não ama o mundo e nem pertence ao mundo, ou seja, por ter feito a vontade de Deus, que é crer naquele que Ele enviou, você não ama o mundo. Mas, aos que não amam o mundo (os que crêem em Cristo), resta não amar o que há no mundo.

Para não amar o que há no mundo você deve acatar a recomendação de Paulo: “E os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa” ( 1Co 7:31 ). “Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência…” ( 1Jo 2:17 ), mas você permanecerá para sempre com Cristo.

Conclusão

Ao nascer de Deus você venceu o mundo e passou a viver em Espírito. Por isso, aquele que vive no Espírito, deve também andar em Espírito “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” ( 1Jo 5:4 ).

Você tem fé (descansa) em Deus, e por isto, já venceu o mundo. Tal vitória foi concedida através do evangelho de Cristo, a fé que vence o mundo. Agora, resta a você andar entre os homens de modo digno da vocação que foste chamado. Ou seja, não andar (comportar-se) mais como andam os outros gentios, cometendo toda sorte de dissolução e torpezas ( Ef 4:1 e 17).

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar) Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados - MS

As Epístolas de João de James M. Boice

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