Salvação: escolhida por Deus e por nós
Outro exemplo da soberania divina e de nossa responsabilidade na
Escritura e encontrado nesta afirmação de Jesus em João 6.37:
“Todo aquele que o Pai me der virá a
mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei”.
E eu, quando for levantado da terra,
todos atrairei a mim. Jo 12.32
De um lado, somente aqueles que o Pai prepara virão a Cristo (Jo 6.44).
Do outro lado, e também verdadeiro que “todo aquele que” escolher vir, será
salvo (Rm 10.13).
Salvação: destinados e persuadidos a
ela
Ha uma passagem interessante
em Atos. Ela afirma que “creram todos os que haviam sido designados
(preparados) para a vida eterna” (At 13.48).
Todavia, no mesmo contexto, Lucas diz que Paulo e Barnabé “foram à sinagoga
judaica. Ali falaram de tal modo que veio a crer grande multidão de judeus
e gentios” (At 14.1). De acordo com esse texto, na primeira
passagem somente os que foram preparados para a salvação é que viriam à fé. Mas
é também verdadeiro que a pregação persuasiva e um meio pelo qual as pessoas
vêm à fé em Cristo. Assim, a Bíblia ensina tanto a soberania divina quanto a
responsabilidade humana no mesmo contexto. O mesmo ato pode
ser determinado por Jesus e escolhido pelos homens. Não ha qualquer contradição
entre essas duas coisas no que diz respeito à Escritura.
Alguns calvinistas moderados, como J.
O. Buswell negam que isso seja uma referencia a predestinação (e não é mesmo).
Ele escreveu: “Na verdade, as palavras de Atos 13.48,49 não
são necessariamente uma referencia a doutrina do decreto eterno de Deus sobre a
eleição. O particípio passivo tetagmenoi pode simplesmente significar pronto’,
e podemos muito bem ler: ‘Todos os que foram preparados para a vida eterna,
creram’”.
E ele acrescenta: “Comentando esse versículo, Alford diz: ‘O significado dessa palavra
deve ser determinado pelo contexto. Os judeus tinham julgado a si mesmos
indignos da vida eterna (v. 46); quanto aos gentios, todos os que foram
dispostos para a vida eterna creram [...] Encontrar neste texto a afirmação de
preordenação para a vida é forçar tanto a palavra quanto o contexto a um
significado que eles não contem”’. (ou seja, o contexto mostra que a
passagem não fala de decreto Soteriológico).
Seja como for, mesmo que esse texto seja tomado como tal, no sentido
absoluto, não ha nenhuma contradição entre preordenação e persuasão,
visto que Deus preordenou tanto os meios (persuasão) quanto o
fim (a vida eterna).
Rejeição a Cristo: tanto pelo destino dado por Deus quanto pela nossa
desobediência.
Como mencionado anteriormente, a
harmonia entre predeterminação e livre-escolha e evidente nas palavras de
Pedro: “Os que não creem tropeçam, porque desobedecem a
mensagem; para o que também foram destinados’
(lPe 2.8). Não ha nenhuma incoerência aqui: eles foram destinados para a
desobediência, e Deus sabia comcerteza que escolheriam rejeitar a
Cristo. Buswell comenta que “Atos 13.46 observa que os
judeus, por escolha própria, rejeitaram a mensagem. Então, Paulo volta-se para
os gentios. A escolha individual determinou a rejeição a mensagem; assim, por
inferência, parece que, quando essa rejeição ocorreu, os gentios entraram,
digamos, na esfera da graça de Deus que lhes foi destinada, e assim, creram.
Observe que o versículo 48 afirma que os gentios, ouvindo as boas novas,
‘alegraram-se e bendisseram a palavra do Senhor, e a sua f é assim os moveu à
esfera da graça de Deus, que, digamos, aponta para a vida eterna. Assim como os
judeus escolheram rejeitar, os gentios escolheram, dentro da graça de Deus,
crer”.
Adaptado do Livro “Eleitos, Mas Livres” – Ed. Vida
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