terça-feira, 17 de outubro de 2017

João Huss é condenado à fogueira



“A Igreja católica conde e mata queimado o pregador do Evangelho de Jesus, por nome João Huss”.
"Vamos cozinhar esse ganso." O homem a quem essas palavras se referem era João Huss, cujo sobrenome significa "ganso", em seu idioma pátrio, o tcheco. A pessoa que proferiu essas palavras se referia ao fato de que Huss seria queimado em uma fogueira.
Porém, quando o Estado e as autoridades eclesiásticas condenaram Huss, estavam acendendo a fogueira do nacionalismo e da Reforma da igreja.
Em 1401, João foi ordenado sacerdote. Ele passou a maior parte de sua carreira ensinando na Universidade de Praga e pregando na influente Capela de Belém, não muito longe da universidade.

Embora a terra de Wycliffe ficasse longe da Boémia, sua influência se espalhou depois que o rei Ricardo II da Inglaterra casou-se com Ana, irmã do rei da Boémia. Ana abriu caminho para que os habitantes da Boémia fossem estudar na Inglaterra. Assim, os escritos reformistas de Wycliffe começaram, lentamente, a se espalhar pela Boémia.

Nas paredes da Capela de Belém, as pinturas contrastavam o comportamento dos papas e de Cristo. O papa caminhava montado em um cavalo, mas Cristo andava a pé; Jesus lavava os pés dos discípulos, e o papa permitia que as pessoas beijassem seus pés. 

O mundanismo do clero ofendia Huss, que pregava e ensinava contra isso, ao enfatizar a piedade pessoal e a pureza de vida. Quando enfatizou o papel da Bíblia na autoridade da igreja, ele elevou a pregação bíblica a um importante lugar no culto.

Os ensinamentos de Huss se tornaram populares entre as massas e algumas pessoas da aristocracia, incluindo-se a rainha. Conforme sua influência na universidade crescia de forma notável, a popularidade dos textos de Wycliffe também aumentava.

arcebispo de Praga se opunha aos ensinamentos de Huss. Ele instruiu Huss a parar de pregar e pediu que a universidade queimasse os textos de Wycliffe. Quando Huss se recusou a cooperar, o arcebispo o condenou.

O papa João XXIII (um dos três papas do Grande Cisma, também conhecido por "antipapa") colocou Praga sobre interdito — ato que efetivamente excomungava toda a cidade, porque ninguém ali poderia receber os sacramentos da igreja. Huss concordou em sair de Praga para ajudar a cidade, mas continuou a atrair multidões enquanto pregava nas igrejas e organizava reuniões ao ar livre.

Huss suscitou a oposição do clero não apenas por denunciar o estilo de vida imoral e extravagante do clero — incluindo o papa —, mas ao afirmar que somente Cristo é o cabeça da igreja. Em seu livro Sobre a igreja, defende a autoridade do clero, mas afirma que somente Deus pode perdoar os pecados. Huss disse também que nenhum papa ou bispo poderia estabelecer doutrinas contrárias à Bíblia, assim como nenhum cristão verdadeiro poderia obedecer às ordens de um clérigo se elas estivessem claramente equivocadas.

Em 1414, Huss foi convocado ao Concilio de Constança para defender seus ensinamentos. Sigismundo, imperador do Sacro Império Romano, prometeu-lhe salvo-conduto.

O concilio já tinha uma opinião formada sobre Huss. Ele foi preso imediatamente após sua chegada. O concilio condenou tanto os ensinamentos de Wycliffe quanto os de Huss, que defendia as ideias de Wycliffe.

Sob ataque, Huss se recusou a negar que afirmara que quando um papa ou um bispo estivesse em pecado mortal, ele deixava de ser papa ou bispo. Em sua defesa oral, complementou suas declarações dizendo que o rei também deveria fazer parte dessa lista.

Sigismundo convocara o concilio para corrigir o Grande Cisma, o que foi realmente alcançado. Contudo, é natural que nenhum concilio que restaurasse a autoridade do papa recebesse de bom grado um rebelde, que questionava seu direito de fazer isso.

Abatido por sua longa prisão, pela doença e pela falta de sono, Hus ainda alegou inocência e se recusou a renunciar a seus "erros". Ele fez a seguinte declaração ao concilio: "Eu não renunciaria à verdade nem mesmo por uma capela repleta de ouro".

Em 6 de julho de 1415, a igreja condenou, formalmente, Hus e o entregou às autoridades seculares para a punição imediata. No caminho para o lugar de execução, Hus passou diante de uma igreja na qual uma fogueira queimava seus livros. Rindo, disse aos observadores que não acreditassem nas mentiras que estavam circulando sobre ele. Ao chegar ao lugar onde seria queimado em uma fogueira, o oficial do império pediu a Hus que se retratasse de suas ideias. "Deus é minha testemunha", disse o sacerdote, "de que as evidências contra mim são falsas. Eu nunca pensei nem tampouco preguei nada que não tivesse a intenção de, se possível, livrar os homens de seus pecados. Hoje morrerei satisfeito".

Depois de sua morte, as cinzas de João Hus foram jogadas no rio.
Em vez de colocar seu prestígio em risco, a corajosa morte de Hus só serviu para aumentar seu reconhecimento. Inflamados pela combinação de fervor religioso e nacionalismo, seus seguidores se rebelaram contra a Igreja Católica e seu império controlado pelos germânicos. Com essa rebelião, eles efetivamente se livraram de ambos. A despeito de todos os esforços dos papas de erradicar esse movimento, ele sobreviveu como igreja independente, a "Unitas Fratrum", ou "Unidade dos Irmãos".

Fonte: Os 100 Acontecimentos mais Importantes da História do Cristianismo
Editora: Vida

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Qual é o significado do batismo com fogo em MT 3:11?




“E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3:11).


A passagem de MT 3:11, seguramente, é uma das que tem gerado mais polêmica e controvérsia no meio evangélico brasileiro.
De um lado estão aqueles que acreditam que o batismo com fogo tem haver com a ação purificadora e iluminadora do Espírito Santo. Do outro lado, porém, estão aqueles que afirmam que o batismo com fogo está diretamente relacionado com o juízo divino.


             A nação havia passado mais de quatrocentos anos sem ouvir a voz de um profeta. João concentrava-se no arrependimento. A palavra arrepender significa "mudar a forma de pensar e agir de acordo com essa mudança". João não se contentava com remorso ou pesar. Desejava ver "frutos dignos de arrependimento" (Mt 3:8). No entanto, João os chamava de "raça de víboras". Jesus usou a mesma linguagem ao tratar dessa gente que se julgava tão virtuosa (Mt 12:34; 23:33; Jo 8:44).

                     Os fariseus eram os tradicionalistas de seu tempo, enquanto os saduceus eram mais liberais ( At 23:6-9). Os saduceus abastados controlavam os "negócios do templo", João proclamava uma mensagem de julgamento. João cumpriu a profecia dada em Isaías 40:3. Em termos espirituais, João foi o "espírito e poder de Elias" (Lc 1:16,17). Até se vestia como Elias e pregava a mesma mensagem de julgamento (2 Rs 1:8). João foi o último dos profetas do Antigo Testamento (Lc 16:16) e o maior de todos (Mt 11:7-15; ver 1 7:9-13). Mas João mencionou outros dois batismos: um batismo do Espírito e um batismo de fogo (Mt 3:11).
                O batismo do Espírito veio em Pentecostes (At 1:5; observar também que Jesus não fala nada sobre fogo). Hoje, sempre que um pecador crê em Cristo, é nascido de novo e batizado no mesmo instante pelo Espírito Santo, passando a fazer parte do corpo de Cristo, a Igreja (1 Co 12:12, 13). O batismo de fogo, por outro lado, refere-se ao julgamento futuro, como Mateus explica (Mt 3:12).

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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

O apóstolo Paulo era casado?

O estado civil do apóstolo Paulo tem sido objeto de muita polêmica e controvérsia dentro do cristianismo. O Catolicismo Romano a fim de defender o celibato dos sacerdotes, afirma categoricamente que Paulo era solteiro. Enquanto que os protestantes, sem tomarem uma posição definida, divergem entre as duas questões. Aliás os que pensam que Paulo era casado e os que afirmam que ele era solteiro.
Por inferência a Bíblia da margem para defendermos ambas as questões.
Se por um lado Paulo diz: “Bom seria que todos fossem como eu que não tocasse em mulher”, por outro lado, ve- mo-lo aconselhando os casados, o que deixa, nas entrelinhas, transparecer que ele fosse casado.
Mas afinal, Paulo era casado ou solteiro?
Paulo era casado
Os que argumentam que Paulo era casado apresentam as seguintes linhas de interpretações:
1) Paulo era fariseu e, provavelmente, membro do Sinédrio e, para tanto, ele deveria ser casado. At 7:58; 8:1,3; 9:1,2; At 26:10
2) Paulo dá conselho para os casais. I.Co 2; Ef 5:22-31
3) Um dos pré-requisitos para os candidatos ao ministério, segundo Paulo, é que eles fossem maridos de uma só mulher. I.Tm 3:2; Tt 1:6; I. Tm 3:2,4,12
4) Em I Co 9: Paulo deixa a entender que era casado quando diz:
“Não temos nós direito de levar conosco uma mulher irmã, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor?” (I.Co 9:5)
Paulo era solteiro
Os que argumentam que Paulo era solteiro apresentam as seguintes linhas de defesa:
1) Paulo queria que todos fossem como ele: que não tocasse em mulher.
2) Não há nenhum texto bíblico que afirme, objetivamente, que Paulo era casado.
Apesar da falta de evidências claras acerca de uma ou de outra posição, é razoável supor, de acordo com as provas apresentadas, por inferência, que Paulo era casado.
Creio que essa questão, como outras igualmente polêmicas, não esta fechada, mas é passível de pesquisas.

Extraído do Livro: Pr. Elias Soares, Perguntas difíceis de responder, pág.136.

Deus sabia que Adão iria pecar?

R. Sim! Apesar dos adeptos da teologia relacional, teologia do processo ou teísmo aberto defenderem a ideia de que Deus abriu mão dos seus atributos incomunicáveis e tomou-se um parceiro ‘do homem na construção da história e, portanto, não sabe o que vai acontecer amanhã, de acordo com os ensinos gerais das Sagradas Escrituras, Deus sabe todas as coisas: o passado, o presente e o futuro. Nada está fora do alcance do seu conhecimento ou do seu controle.
A Bíblia ensina, de forma irrefragável, que Deus é onisciente. A Onisciência de Deus, um dos seus atributos incomunicáveis, é uma das verdades centrais da fé cristã.
Uma das passagens clássicas sobre a onisciência de Deus está registrada no salmo 139. Assim está escrito:
SENHOR, tu me sondaste e me conheces.
2 Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
3 Cercas o meu andar e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.
4 Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó SENHOR, tudo conheces.
5 Tu me cercaste em volta e puseste sobre mim a tua mão.
6 Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta, que não a posso atingir.
7 Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face?
8 Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também;
9 se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
10 até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.
11 Se disser: decerto que as trevas me encobrirão; então, a noite será luz à roda de mim.
12 Nem ainda as trevas me escondem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.
12 Pois possuíste o meu interior; entreteceste-me no ventre de minha mãe.
14 Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.
15 Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra.
16 Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia.
17 E quão preciosos são para mim, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles!
18 Se os contasse, seriam em maior número do que a areia; quando acordo, ainda estou contigo. (SI 139:1-18)
Portanto, à luz das provas aduzidas, podemos responder, indubitavelmente, que, Deus sabia que Adão iria pecar.


Extraído do livro: Pr Elias Soares, perguntas difíceis de responder, pág. 133,134.

Quantas vezes o galo cantou, uma ou duas?

De acordo com Mateus 26:34 e Lucas 22:34, parece que o galo cantou apenas uma vez, mas de acordo com marcos 13:35 temos a impressão de que foram duas vezes. Mas afinal, quantas vezes o galo cantou, uma ou duas?
Reposta:
Como pode ser visto no artigo anterior, apresentado neste livro, “o canto do galo”, referido por Jesus nos evangelhos, não se trata do canto de uma ave, mas sim do toque da trombeta do soldado romano que anunciava a troca de turno dos soldados que faziam a guarda da Fortaleza de Antônia, no final da terceira vigília da noite (das 24h as 03h da manhã). Mas a pergunta é:

“quantas vezes o galo cantou, uma ou duas?”
Antes de respondermos a esta pergunta gostaríamos de desvendar o mistério que envolve a palavra galo.
Se o cantar do galo, não era o canto de uma ave, fica óbvio e ululante de que “o galo” poderia ser qualquer coisa, menos uma ave.
“Seguindo uma simples lógica de raciocínio, por inferência, podemos deduzir que o galo, em questão, era “o trombeteiro”.
Charles Swindoll confirma esta assertiva dizendo:
"... não era um galo, mas sim um tocador de trombeta (Marcado para Morrer, pág. 50)
Uma ou Duas vezes?

De acordo com Swindoll e a obra de William Barckley:
“na troca da guarda para a vigília seguinte, houve o estridente som de uma trombeta. E durante os tempos festivos, devido ao grande número de pessoas na cidade, com frequência duas vezes a trombeta era tocada, primeiro em uma direção, e depois em outra.
Visto que era a páscoa, a trombeta poderia ter ecoado duas vezes. Era isso que Jesus quis dizer quando falou a Pedro: “esta noite, antes que duas vezes cante o galo, três vezes você me negará ”.
Visto que marcos estava escrevendo para os romanos, é bem possível que ele tivesse essa informação adicional ao passo que os demais evangelistas não a tivessem ou que eles acharam interessante registrar apenas o último toque da trombeta quando então Pedro já havia negado o Senhor Jesus.
E importante ressaltar que nem Mateus e nem Lucas estão afirmando que o galo iria cantar uma só vez, muito pelo contrário, eles apenas afirmam que o galo cantaria.
Esse tipo de aparente contradição, longe de por a Bíblia em descrédito, apenas a confirma como verdadeira palavra de Deus. Pois, isso mostra de forma clara e inequívoca que nada foi combinado, entre eles, nos bastidores. Pois, os autores eram livres e independentes um do outro.
Ademais, a Bíblia é como um corpo humano, as partes estão interligadas e por isso, se complementam.
Como poderíamos saber que a ausência de chuvas, determinada pelo profeta Elias, em primeiro Reis 17 seria de três anos e meio se Tiago, centenas de anos depois, não nos dissesse? (Tg 5:17).
Portanto, concluímos que não há nenhuma discrepância entre o relato dos evangelistas, visto de que eles atendem diferentes perspectivas e, como já dissemos Mateus e Lucas não dizem que foi “APENAS” uma vez que o galo cantou, mas tão somente registram o fato histórico de que o galo cantou, ao passo que, o evangelista Marcos diz que foram duas vezes, provavelmente, com base nos costumes romanos os quais lhe eram familiares.

Extraído do livro: Perguntas difíceis de responder, Pr. Elias Soares, pág. 125,126.

Presciência de Deus, predestinação e livre-arbítrio humano

  🕊️ 1. Jesus sabia que Judas o trairia? Sim, Jesus sabia. A Bíblia deixa claro que Jesus sabia de antemão que Judas o trairia: ...